Capítulo 5 O hall

Quando cheguei no hall de entrada, avistei várias pessoas em cima da bancada da recepcionista, batendo papo sobre a nova secretária do CEO. Grandes coisas.

Passei por elas, e o que eu pensei que estavam falando, não chegavam aos pés do que elas realmente estavam dizendo.

- Provavelmente ele quer pegar ela também, e depois largar, como fez conosco.

Eu arregalei os olhos, passando pela porta em passos rápidos. Eu não era nenhuma santa, mas eu não estava ali esperando que o CEO se apaixonasse por mim e eu ficasse com o dinheiro dele, afinal, eram vidas totalmente diferentes.

Eu só queria aquele emprego por causa da minha mãe, nada mais que isso. Meu sonho mesmo, era criar minha própria empresa, e ser feliz. Pois era esse o meu sonho, dar uma vida digna a mim e a minha mãe, já que meu pai não teve coragem o suficiente para isso.

Mesmo que já estivesse empregada, o dinheiro só cairia no final do mês. Precisa guardar para alguma emergência com mamãe. Agradeci mentalmente a Agnes, por não citar minha mãe para o meu chefe.

Parecia que eu estava quase que implorando por emprego, e eu odiava aquilo. Ele iria me contratar por pena, e eu odiava ser tratada assim.

Cheguei ao hospital e cumprimentei os funcionários da recepção que já me conheciam. Eram cinco anos nessa vida, não estava fácil para ninguém. Chamei a enfermeira que tinha mais intimidade e caminhei com ela até a sala onde ficava minha mãe.

- Mei, preciso falar de uma proposta pra você, e se o diretor-chefe do hospital aceitar, eu agradeceria muito. - Murmurei, observando minha mãe pelo vidro. Ela estava sendo alimentada por sonda, vegetando a quatro anos. Minha mãe era um caso raro da doença, já que a maioria não vivia muito tempo.

- E o que seria? - Indagou, ficando ao meu lado na janela. Ela e toda sua equipe tinham um carinho muito grande por minha mãe, e eu agradecia muito aquilo. Sempre trazia presentes para eles, pelo menos pra alegrar o dia deles.

- Eu consegui um emprego. - Murmurei, vendo os olhos dela brilharem. Era bom ter pessoas que torciam por você. - Mas...

- Que bom, Anne! - Me abraçou, feliz pela minha conquista. - Mas porque está tão deprimida?

- Meu trabalho vai até às nove da noite, Mei... - Resmunguei, vendo o brilho dela diminuir. - E não vou conseguir visitar mamãe...

- Anne...eu sinto muito por isso. - Apertou levemente meu ombro. - Pelo menos você não vai passar aperto e vai conseguir manter todos os aparelhos...

- Eu queria fazer um pedido... - A olhei, com os olhos marejados. - Eu posso visitar minha mãe pelo menos por dois minutos, à noite?

- Anne...

- Por favor, Mei! - Supliquei, sentindo meus olhos marejados. - Eu não consigo ficar sem ver ela, não fico tranquila... Por favor, pergunte ao Nael se eu posso...

Capítulo 5

- Vou fazer meu melhor. - Segurou minhas mãos, fazendo um leve carinho. - Tenho certeza que ele vai entender.

- Obrigada. - Suspirei, limpando minhas lágrimas. - Sábado e domingo virei à tarde, se o meu chefe não precisar de mim...

- Sem problemas. - Sorriu. - Tenho certeza que Nael não vai negar isso a você, ele sabe o quão ligada você é a sua mãe, e todos nós aqui temos um imenso carinho por vocês. Sabemos as lutas diárias.

- Obrigada, Mei. - Me despedi, vendo a mesma acenar e dar as costas. Entrei na sala e fiquei em silêncio, enquanto caminhava até a cadeira de visita ao lado da cama. Os cabelos castanhos estavam amassados, enquanto os tubos de vários aparelhos estavam ligados a sua pele.

Ver minha mãe naquele estado, era deprimente. Eu ficava tão triste com aquela cena, mas eu ainda tinha fé que tudo ia se ajeitar. Me sentei ao lado dela e segurei sua mão, a qual estava sem nenhum tubo. Acariciei levemente, na esperança dela acordar daquele coma.

Era uma situação tão delicada, que eu me achava realmente forte por ter sobrevivido até aqui. Só de imaginar que eu era imatura quando tudo isso começou, parece que era uma missão impossível.

Só de lembrar do desespero que eu fiquei no início e o quanto eu chorei, eu me sentia como uma criança.

- Vou fazer meu melhor. - Segurou minhas mãos, fazendo um leve carinho. - Tenho certeza que ele vai entender.

- Obrigada. - Suspirei, limpando minhas lágrimas. - Sábado e domingo virei à tarde, se o meu chefe não precisar de mim...

- Sem problemas. - Sorriu. - Tenho certeza que Nael não vai negar isso a você, ele sabe o quão ligada você é a sua mãe, e todos nós aqui temos um imenso carinho por vocês. Sabemos as lutas diárias.

- Obrigada, Mei. - Me despedi, vendo a mesma acenar e dar as costas. Entrei na sala e fiquei em silêncio, enquanto caminhava até a cadeira de visita ao lado da cama. Os cabelos castanhos estavam amassados, enquanto os tubos de vários aparelhos estavam ligados a sua pele.

Ver minha mãe naquele estado, era deprimente. Eu ficava tão triste com aquela cena, mas eu ainda tinha fé que tudo ia se ajeitar. Me sentei ao lado dela e segurei sua mão, a qual estava sem nenhum tubo. Acariciei levemente, na esperança dela acordar daquele coma.

Era uma situação tão delicada, que eu me achava realmente forte por ter sobrevivido até aqui. Só de imaginar que eu era imatura quando tudo isso começou, parece que era uma missão impossível.

Só de lembrar do desespero que eu fiquei no início e o quanto eu chorei, eu me sentia como uma criança. Definitivamente eu era uma criança, e não mudei muita coisa.

Fiquei ali, contando como tinha sido meu dia, e falando tudo sobre o que eu pensava do meu mais novo emprego. Eu não sabia como iria ser dali em diante. Mamãe já tinha passado por inúmeras cirurgias, mas o problema sempre voltava. Uma doença a qual não tinha cura, e deixava todos desesperados.

Um médico apareceu na porta, me chamando com as mãos. Me levantei a contragosto, antes de me despedir de minha mãe. Os olhos dele pareciam temerosos, quando viu o meu estado.

Eu não estava no meu melhor momento, e ficar frágil diante de um desconhecido era, no mínimo, humilhante. Cumprimentei com um aceno de cabeça, esperando pacientemente ele me dizer o que precisava.

            
            

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