Capítulo 4 A fuga de Coraline

Enrico sentiu seu interesse por ela aumentar em grande proporção.

Qualquer outra mulher já teria aceitado seu convite sem pensar duas vezes, mas Emma...

_ Porque você é amiga da minha irmã... _ ele mentiu descaradamente, antes de finalmente dizer a verdade. E, porque eu não consegui tirar os olhos de você desde o exato momento em que entrou em minha casa ao lado da Coraline...

Ele deu um passo à frente, em sua direção, e levou a mão até sua face, acariciando-a lentamente.

Tão lentamente que Emma agradeceu por ter deixado a taça de cristal sobre o parapeito da varanda, caso contrário a mesma estaria em pedaços no chão, naquele exato momento.

O calor da palma de Enrico lhe provocou arrepios por todo o seu corpo, fazendo com que ela arfasse e estremecesse levemente sob seu toque.

Se apenas ao tocar seu rosto ele conseguira fazer com que seu corpo reagisse de tal forma imaginou como reagiria se ele deslizasse suas mãos por todo o ele e...

_ Sinto muito, Enrico. _ ela respondeu, afastando-se o suficiente para quebrar o contato. _ Agradeço pela oferta, mas não posso aceitar.

Naquele instante Cora apareceu na porta de acesso entre a varanda e a ampla sala de estar.

_ Aí estão vocês! _ ela exclamou, olhando para ambos atentamente, com as sobrancelhas franzidas.

Emma se afastou ainda mais de Enrico.

_ Eu estava incomodada no meio de tantas pessoas e seu irmão me acompanhou até aqui para respirar um pouco de ar fresco... _ explicou-se imediatamente.

Enrico sorriu, de lado.

Se ela tivesse permanecido calada teria soado menos na defensiva, pensou, divertido.

Sua irmã já o conhecia muito bem para saber poque trouxera Emma até a varanda, mas Emma parecia se importar muito com a opinião de Cora ao ficar tão aflita.

Cora permaneceu calada por alguns segundos antes de balançar a cabeça, como se estivesse tentando se concentrar em alguma coisa, antes de voltar a olhar para Enrico parecendo realmente preocupada.

_ Irmão, eu preciso resolver algumas coisas urgentes. _ ela disse, olhando para os lados, parecendo realmente nervosa. _ Você se importa de deixar a Emma em nosso apartamento?

_ Claro que não. _ respondeu de imediato, mas podia sentir o olhar de Emma sobre ele.

_ Mas, Cora...

_ Desculpe, Emma. Eu realmente não posso ir para casa agora e tenho que correr. _ ela se explicou antes de olhar novamente por cima do ombro e caminhar rapidamente para a lateral da varanda que levava ao jardim da casa e que também dava acesso ao pátio onde estacionaram o carro. _ Enrico cuidará bem de você, não se preocupe!

Emma viu sua amiga sair apressada em direção ao pátio onde deixara o carro e suspirou pesadamente antes de finalmente se voltar para Enrico, que a observava com um olhar que prometia muito mais que uma simples carona para casa.

_ O que acha de voltarmos lá para dentro? _ ele ofereceu, decidindo que era melhor recuar um pouco, agora que ela parecia um pouco nervosa com a saída repentina de sua irmã.

Ele também estava curioso, mas descobriria depois o que seu pai poderia ter dito a Cora para que ela ficasse tão transtornada daquela maneira a ponto de sair e deixar sua amiga para trás... Com ele!

_ Eu acho que prefiro ir para casa. _ ela respondeu, virando-se para entrar novamente na sala movimentada. _ Eu vou chamar um táxi, então não se incomode em me levar...

Emma sentia os olhares de algumas pessoas sobre ela, alguns curiosos e outros surpresos, enquanto atravessava a sala às pressas.

Não levou muito tempo para que sentisse uma mão firme em torno de seu braço, impedindo que ela desse mais um passo.

_ Emma, Cora pediu para que eu a levasse e é exatamente isso o que vou fazer! _ ele afirmou. _ Se conhece minha irmã tão bem quanto eu, sabe que ela não me deixará em paz se souber que a deixei ir embora sozinha em um táxi.

_ Você pode dizer que me levou e ficará tudo bem! _ ela protestou, realmente incomodada com a ideia dele levá-la para casa.

Isso serviu apenas para que seu interesse por ela aumentasse ainda mais.

Quando foi que passara a se interessar por mulheres difíceis? Ele se perguntou enquanto enfrentava seu olhar frustrado.

Desde o momento em que ela se tornara a primeira mulher a não se jogar em seus braços na primeira oportunidade! Ele respondeu a si mesmo.

Na verdade, Emma deixara passar várias oportunidades de fazê-lo, desde o momento em que foram apresentados.

Ela era diferente...

Algo nela o intrigava, e se aquela era sua única oportunidade de descobrir o que era, então ele não deixaria passar.

Ela até mesmo podia ir embora no dia seguinte, sair de Florença e de sua vida, mas ele não permitiria que isso acontecesse antes que conseguisse o que queria.

E a primeira coisa da lista era provar aqueles lábios rosados que tanto mexeram com ele no momento em que pousara os olhos sobre eles.

A segunda coisa da lista era ter o prazer de tirar aquele vestido provocante de seu corpo, revelando seus segredos por baixo do tecido vermelho sedutor.

A terceira, era a mais importante de todas: ele pretendia dar-lhe prazer e fazê-la gemer seu nome durante toda a noite e mergulhar fundo em seu corpo.

Várias e várias vezes até que ela finalmente tivesse que partir.

_ Quer que eu minta para minha própria irmã? _ ele se fingiu de ofendido e isso pareceu funcionar quando ela olhou para o chão, parecendo realmente arrependida de suas palavras.

_Eu não gosto de mentiras..._ ela murmurou, constrangida, e naquele momento um homem muito parecido com Cora, só que mais velho, se aproximou e olhou diretamente para Enrico, ignorando Emma por completo.

_ Viu sua irmã? _ ele perguntou, seu maxilar tenso demonstrando o quanto estava nervoso. Atrás dele estava um rapaz muito bonito. Sua pele morena contratando com os cabelos negros e olhos verdes profundos que passaram por Emma e Enrico rapidamente antes de voltar a olhar ao redor.

_ Ela saiu e pediu para que eu levasse sua amiga para casa. _ Enrico disse, seu maxilar também tenso agora enquanto sua preocupação com Cora apenas aumentava.

Havia uma diferença de seis anos entre os dois, e isso fora o suficiente para que ele se tornasse superprotetor com ela desde o momento em que nascera.

Cora era sua princesa e ele se tornara seu guarda real desde que eram pequenos.

Hábitos como aquele não se extinguiam com o passar dos anos.

Não para ele, pelo menos!

Seu pai lançou um olhar rápido e desinteressado para Emma, antes de se voltar para ele.

_ Leve a garota para casa e retorne o mais rápido possível. _ ele ordenou, olhando para os acionistas e parceiros de negócios que conversavam animadamente entre si, na sala, enquanto comiam e bebiam à vontade. _ Eu vou segurar as pontas por aqui. E quanto a você, vá procurar por Coraline!

Tanto Emma quanto Enrico observaram o rapaz se dirigir imediatamente para a saída, retirando o telefone do bolso e levando-o ao ouvido antes de sumir para fora da casa.

Sem esperar um segundo sequer, Enrico enlaçou sua mão na de Emma e a puxou em direção à saída também, ansioso por sair daquele clima tenso e relaxar de outra maneira...