Capítulo 7 Na porta

Ao sair para jogar o lixo fora, Maya deu de cara com um homem agachado junto com seu animal de estimação na frente de sua porta. Apesar de ele ser um homem muito bonito e do cachorro ser adorável e peludo, eles estavam com uma aparência de dar pena e pareciam estar com frio. "O que aconteceu?"

Por já ter visto muitos filmes de terror, a cena a paralisou somente por um instante, mas não foi suficiente para deixá-la com medo.

Apesar do frio, o homem vestia somente um suéter cinza de gola alta e calças pretas. Sob seu cabelo preto sedoso, havia um par de olhos brilhantes como estrelas. Ele se encontrava agachado e, por ser tão bonito, parecia um aristocrata se curvando para uma rainha.

O corredor estava congelante, Maya estava vestida com várias camadas de roupas e, mesmo assim, estava tremendo de frio. Até mesmo as mãos magras do homem, normalmente brancas como marfim, estavam vermelhas por causa do frio. Ele devia estar congelando. Vendo que Preciosa também estava vestida com uma capa grossa, Maya não pôde deixar de rir consigo mesma.

Ela não conhecia Yusuf tão bem assim, mas uma coisa estava bem clara, ele amava seu cachorro mais do que a si mesmo.

O rapaz queria se levantar, mas suas pernas estavam duras de ficar naquela posição por tanto tempo. Mesmo franzindo a testa e soltando um gemido de dor, ainda assim, ele não pretendia pedir ajuda para sua vizinha.

Ao contrário dele, Maya lhe estendeu a mão. Suas pequenas mãos quentes entraram em contato com as mãos gélidas de Yusuf, fazendo-a tremer. Maya se manteve firme, tentando ajudá-lo. "Seus pés estão dormentes? Tente se levantar."

Apesar de Maya não gostar tanto de seu vizinho bonito e distante, ela não o considerava uma má pessoa já que gostava tanto de seu animal de estimação.

Além disso, não aguentava ver uma pessoa vestindo tão pouca roupa em um frio desse! As mãos dele estavam tão geladas!

"Obrigado." Esta era a segunda vez que ele segurava a mão dela. A primeira vez foi quando a ajudou a se levantar depois de Preciosa tê-la derrubado.

Yusuf podia sentir o calor das mãos macias e suaves de Maya. Ele se sentia um pouco envergonhado, mas manteve a expressão indiferente.

'Ele é bastante quieto', pensou a garota. Então, ela não teve escolha senão perguntar: "Por que você estava agachado? Aconteceu alguma coisa?"

Por que ele não estava dentro de casa nesse pleno inverno? O que ele estava fazendo agachado na frente de sua porta?

"Eu... Esqueci minhas chaves e deixei meu celular em casa." Maya já tinha imaginado que ele responderia algo assim.

Ela percebeu que as orelhas do rapaz ficaram vermelhas e não pôde deixar de rir. "Entendi", respondeu ela, franzindo as sobrancelhas. "Bem, você pode esperar na minha casa. Está frio demais e você não deveria ficar aqui fora assim."

Sua primeira impressão daquele homem foi o quanto ele era bonito, a segunda, o quanto ele amava seu cachorro, e a terceira, o quanto ele era bobo.

Na verdade, essa era a primeira vez que uma coisa assim acontecia com Yusuf. Ele geralmente não gostava de falar com estranhos, mas não estava com o celular para poder ligar para Andy. Porém, naquele momento de desespero, ele se lembrou de que seu amigo havia mencionado que conhecia aquela garota. Então, Yusuf decidiu levar sua amada cadela para a casa dela até conseguir entrar de volta na sua própria casa.

No entanto, ele começou a hesitar ao pensar que Maya poderia achar que ele tinha más intenções.

"Obrigado", agradeceu ele mais uma vez.

Assim que entraram em casa, a garota foi até a cozinha buscar um copo d'água morna para ele. No caminho de volta para a sala, ela pegou uma manta fina do sofá e a colocou sobre uma cadeira. Em seguida, entregou o copo para Yusuf.

"Não precisa me agradecer, afinal, somos vizinhos."

"Obri... certo", respondeu ele. Ele queria expressar sua gratidão mais uma vez, mas se conteve ao ouvir as palavras de Maya. Em vez de agradecer novamente, ele simplesmente pegou o copo que ela estava lhe oferecendo. De repente, ele percebeu que ela estava sorrindo. Sentindo-se um pouco sem graça, ele apertou os lábios e desviou rapidamente o olhar.