Terror- Só estou com um desconforto na barriga e você, desgraçada, vai me pagar por ontem, Dona Érica. Nem me olha, VK.
Erica- O desconforto é normal, daqui a pouco você está 100%. Tenho medo de você não, Terror. Lia não vai deixar você chegar perto de mim. - Ela fala rindo. Isso é verdade, penso.
Vejo o VK rindo. Érica fala que vai fazer meu curativo e a enfermeira vai trazer meu café. Depois que eu comer, vou poder ver a Lia. VK me ajuda a ir até o banheiro. Ele me coloca com cuidado sentado na cadeira que tem no banheiro.
Terror- Pode sair agora, fi ou vai querer me dar banho também?
VK- Nem de graça. Vou ligar pra Grega. Ela vai adorar dar banho em você.
Terror- Sai daqui! Que porra de Grega! - Falo rindo.
VK sai do banheiro. Eu tiro essa merda de avental, tomo um banho, escovo os dentes e desligando o chuveiro, troco de roupa e chamo o VK pra me ajudar a ir à cama. Érica faz meu curativo e a enfermeira entra com meu café. Termino de tomar café da manhã e o VK vai me levar pra ver a Natália na UTI.
Érica entra no quarto com uma cadeira de rodas. Ela fala que é pra eu sentar, que não posso
ficar fazendo esforço ainda. Me sento na cadeira e o VK vai me levanto para sala. Assim que entrei na UTI, vejo minha ruiva ligada a vários aparelhos completamente inconsciente. Me aproximo dela e pego a sua mão que está meio quente. Olho para o VK.
Terror- Pode ir, VK. Vou ficar aqui com ela. Vai para casa descansar e leva a nojenta Érica. Ela
parece cansada também. Daqui a pouco Pamela chega.
Ele fala que daqui a pouco volta e sai puxando a Érica junto.
Terror- Porra, ruiva, obrigado pelo o que fez por mim. Se não fosse sua teimosia em querer doar
metade do seu fígado para mim, você estaria aqui comigo. Por favor, ruiva, não me deixe.Eu te amo. Sei que é recente, mas não quero viver minha vida sem você, ruiva. - Vou dizendo e as lágrimas vão caindo. Vou limpando meu rosto e arrumo mais a coberta nela. Levanto um pouco e dou um beijo em sua testa. Sento na cadeira de rodas, encosto a cabeça na cama e acabo cochilando.
Acordei com um pouco de desconforto na barriga. Olho para a ruiva e seguro sua mão de leve e dessa vez, não está mais quente.
Terror- Não me deixa, ruiva. - Eu digo baixo.
Pamela entra na sala. Ela me vê e caminha na minha direção, me abraçando e chorando. Depois ela vai até Lia, ver como ela está e puxa uma poltrona para eu sentar, porque a cadeira de rodas é desconfortável. Ela me ajuda a levantar e me senta na poltrona.
Pamela- Você precisa voltar para o quarto, Nathan. Ela está respondendo ao medicamento e continua estável.
Terror- Não vou sair do lado dela. Se quiser, pode cuidar de mim aqui mesmo e nem vem com essa de querer me dar porra de remédio pra eu dormir. Ainda tô pensando seriamente em matar os dois enfermeiros que me seguraram ontem pra aquela maluca da Érica me colocar pra dormir.
Pamela- Cê não é doido de matar os enfermeiros. Ela só estava preocupada com você. Deixa
de ser teimoso.
Terror- JÁ FALEI QUE PARA AQUELE QUARTO EU NÃO VOLTO SEM ELA, PAMELA! - Grito sem paciência.
Pamela- Tá bom, Nathan, se você sentir alguma coisa, me chame. É só apertar este botão vermelho aqui.
Pamela sai do quarto eu fico. Resolvi conversar com Deus. Espero que Ele realmente me atenda, viu?
Deus, sei que o Senhor deve não gostar das minhas atitudes, sei que não tenho pena de matar ou torturar ninguém, mas eu te peço, não deixe a minha ruiva morrer. Se ela sair dessa, prometo ir
para a igreja rezar e confessar.
Três semanas depois...
Já se passaram três semanas e nada da Natália acordar. Isso está acabando comigo. Hoje, Pamela e Érica fizeram vários exames nela pela manhã. Estamos esperando o resultado. Estou sentado na poltrona. Grego e o VK estão em pé junto de Érica.
Pamela entra no quarto com vários papéis na mão. Devem ser os resultados dos exames. Pamela fala que assim que a Natália acordar, ela vai precisar de uma transfusão de sangue, que o tipo sanguíneo dela não tem no posto.
Terror- Se ela deu a metade do fígado, então sou compatível com ela. Eu vou doar para ela o meu sangue, Pamela.
Pamela- Eu sinto muito, Nathan, mas tem a possibilidade dela não acordar.
Terror- Ela vai acordar. Não fala isso mais aqui, Pamela. Sai todo mundo daqui agora. Quero ficar sozinho com ela.
Natália Narrando
Natália- Mãe? - Olho para minha mãe em minha frente. Olho ao redor e não vejo nada além
de uma claridade.
Sônia- Filha, acorda. Seus amigos precisam de você.
Eu choro ao ouvir minha mãe. A abraço forte e continuo olhando ao redor e não vejo nada
ainda.
Natália- Mãe, o que aconteceu? Cadê o Nathan? Ele está bem? Por que estou aqui?
Faço uma pergunta em cima da outra. Tô preocupada com Nathan. Por que será que vim para cá?
Sonia- Nathan está bem, filha... Você... - Mão deixei ela completar a frase.
Natália- Não pode ser. Eu não posso ter morrido. Não estou pronta ainda, mamãe. Meus amigos precisam de mim.
Sônia- Você precisa lutar, filha. Lute e resista. O Terror realmente te ama, nunca duvide disso. Não desista dele, filha. Quando ele estiver no escuro, seja a luz dele. Filha, você também precisa perdoar seu pai. Ele se arrepende muito.
Natália- Eu não consigo, mãe.
Sônia- Filha, seja forte. Abra os olhos, Lia.
Natália- Não dá, mãe.
Sônia- Dá sim. Você é mais forte do que pensa, filha. Nathan precisa de você e ele vai entrar na escuridão se você não acordar. Eu vou estar sempre do seu lado, filha, mas você precisa voltar. Valorize sua nova família. Eu te amo, minha filha.
Fecho meus olhos com força e em desespero, escuto a voz de Nathan falando comigo. Parece
que ele está chorando. Já tentei várias vezes me mexer ou abrir os olhos, mas nada ainda. Nesse
tempo todo eu escutei Vinícius falar comigo, o Bruno e minha amiga Érica. A Pamela vem falar
comigo toda manhã. O Nathan não saiu do meu nada para nada. Escutei a Pamela falar que eu já estou assim há três semanas. O tubo de intubação está me incomodando. Escuto a Pamela falar que assim que eu acordar, vou precisar de sangue. Ela diz também que talvez eu não acorde mais. Eu preciso acordar.
Terror narrando...
Terror- Vamos, ruiva, você precisa acordar e voltar para mim. É com você que eu quero acordar todos os meus dias. É você que vai ser a mãe dos meus filhos. Você precisa ser forte e lutar para voltar para mim. Não posso ficar sem seu deboche. Volta para mim, ruiva. Quero me casar com você, quero ver você de vestido de noiva. Eu te proíbo de me deixar, minha dama.
Estou segurando sua mão, quando eu sinto um leve aberto. Vejo o Grego entrar no quarto. Ele vem correndo até a cama e aperta o botão vermelho. Fico sem entender nada. Olho para o rosto da ruiva. Ela está com os olhos abertos e chorando. Me levanto e dou um beijo em sua
testa .
Terror- Se acalma, ruiva. Eu estou aqui com você, minha dama. Eu sabia que você ia acordar. - Ela sorri e eu dou outro beijo na testa dela.
Pamela e Érica entram na sala chorando e tiram o tubo da boca da ruiva. Ela tosse. Érica e Pamela levam ela para fazer mais exames. Horas depois, Érica volta falando que a Natália desmaiou e que precisava fazer uma transfusão de sangue. Vou com a Érica até a Lia, dou meu sangue e só voltei para o quarto com a Lia. Ela está meio assustada ainda e está com medo de dormir.
Natália- Não me deixa sozinha, Nathan - Fala com a voz fraca.
Terror- Dorme, ruiva. Vou estar sempre ao seu lado.
Ela fecha os olhos e dorme. Eu me sento na poltrona e seguro sua mão até ela dormir e muito depois, olho e vejo que ela está dormindo e incrível que pareça, acabo dormindo também.