Capítulo 2 Angel

Angel

Estar no terceiro ano de medicina, não era nada fácil. Ainda mais quando você trabalhava à noite. Estava trabalhando mais do que nunca e estudando loucamente para os exames finais que me libertariam para mais um verão. Andava vivendo em uma contagem regressiva para ir para casa e ver meus pais que passavam por mais uma fase difícil na vida. Minha mãe encontrava-se doente outra vez. Agora, o câncer era bem mais complicado do que o anterior.

Finalmente as provas acabaram e decidi dar um tempo com o professor de cálculo. O sexo com ele era legal, mas nada que me surpreendesse ou que me desse a aventura que esperava viver com um cara mais velho. Quanto ao Finn, depois de ter agido como um homem das cavernas, há algumas noites, ele nem mesmo tentou desculpar-se. O que provou que era mais idiota do que eu imaginava.

Era sábado à noite e eu estava de folga por causa do movimento fraco no bar, devido as férias que começavam. Skyler me convidou para ir a uma festa na casa de um amigo que eu não conhecia. Ela disse que talvez eu pudesse encontrar a aventura que estava procurando e isso foi o que me convenceu. Sem nada melhor para fazer eu pensei: Por que não?

Nos arrumamos e ela mandou que eu usasse um de seus vestidos curtos e decotados. Escolheu para mim um vermelho de alças finas e justo ao corpo, que combinei com lindas sandálias pretas de tiras. Skyler também estava muito bonita em um vestido dourado e sandálias brancas que combinaram perfeitamente com brincos reluzentes de diamantes que se destacavam em seus longos cabelos loiros e bem arrumados em ondas soltas.

O táxi chegou e nós descemos prontas para a noite. Não demorou muito e logo chegamos ao nosso destino. Subimos os degraus até à porta de entrada da bela mansão, onde uma mulher recepcionava todos os convidados que formavam uma fila organizada para entrar.

Observei os convidados que chegavam depois de nós e fiquei impressionada ao ver os carros que estacionavam; todos de luxo que custavam alguns milhares de dólares. Homens desciam acompanhados de lindas garotas, que mais se pareciam com modelos de passarela internacional.

Skyler passou seu braço no meu e arrastou-me para dentro da mansão. Admirei tudo com um olhar atento e encantada com a riqueza de cada detalhe na decoração e na arquitetura moderna do lugar.

- Rick! - Skyler chamou um homem que conversava com outros à nossa frente. Ele devia ter trinta e poucos anos e era muito bonito.

- Lola! - disse ele surpreso e, aparentemente, feliz em vê-la.

Ele pediu licença aos homens e veio até nós segurando Skyler pela cintura e a puxando para ele. Ela selou seus lábios com um beijo rápido e passou seus braços por seu pescoço se dependurando nele. Eu os observei curiosa, imaginando o porquê do apelido.

- Senti sua falta - disse ela com a voz manhosa, alisando o peitoral do homem. - Você não me ligou. - Fez um biquinho.

- Desculpe-me, querida. Estive viajando, mas te ligarei esta semana - explicou ele, acariciando seus cabelos.

- Você promete? - perguntou baixo, aproximando seus rostos.

- Eu prometo - prometeu e lhe deu um beijo no rosto. - Quem é a sua amiga? - perguntou com um olhar curioso para mim.

- Ah... - Skyler virou e olhou-me assustada. - Essa é... Valentina, minha amiga.

Olhei para ela com estranheza, sem saber o que estava acontecendo. Por que não me apresentar por meu nome? Por que inventar este?

- Muito prazer, Valentina - disse ele, estendendo-me sua mão. - Eu sou Rick Carter - apresentou-se lBraddo minha mão até seus lábios e depositando um leve beijo no dorso.

- O prazer é meu - respondi com um sorriso simpático, que logo desfiz ao encarar Skyler. Ela sorriu para mim e deu-me uma piscada como se me dissesse: "Entre na brincadeira".

- Venham. Vamos apresentar sua amiga aos outros - disse Rick a Skyler.

Ele passou seu braço esquerdo ao direito da Skyler e ofereceu seu outro para mim. Eu aceitei e seguimos adiante desfilando em meio aos convidados. Rick nos levou até uma roda de homens que conversavam animadamente e apresentou-me a cada um deles.

Logo conheci um homem que chamou minha atenção. Seu nome era Brad Gibson. Alto, branco, cabelos castanho-claros e bem cortados em um corte social que combinava com sua postura elegante. Seus olhos eram de um castanho-escuro e o sorriso tão marcante quanto o resto de sua beleza jovem que transpirava sensualidade. Senti-me muito atraída por ele.

- Lola, você nunca trouxe uma amiga antes. Ela é deslumbrante! - Um homem de aparência latina elogiou-me indiretamente. A curiosidade do porquê todos a tratavam por "Lola" só aumentava.

- Valentina é uma amiga querida, e estava sem compromisso para esta noite - respondeu Skyler, olhando-me com um sorriso largo. - Mas nem pense nisso, Carlos! - repreendeu o homem de maneira humorada, mas com uma feição séria. - Ela não é o que você espera.

O homem gargalhou e deu mais um gole em seu drinque.

- É o que todas dizem no início - zombou ele, antes de gargalhar na companhia dos demais ao seu redor. Aquilo deixou-me confusa e desconfortável. Senti que estava sendo a piada ali.

- Lola? - chamei-a pronunciando seu apelido com sarcasmo. - Vamos pegar uma bebida no bar? - convidei-a com um sorriso falso nos lábios.

- Está bem. Com licença, rapazes - pediu antes de se afastar comigo, em direção ao comprido balcão de metal dourado e de vidro.

- Que merda é essa de Lola? De primeira, até achei que fosse um apelido ou uma brincadeirinha interna entre você e seu amiguinho Rick, mas já notei que me enganei - sussurrei enraivecida.

- Acalme-se, Angel - pediu-me, apoiando sua mão esquerda delicadamente sobre meu ombro.

- O que estamos fazendo aqui? Estou desconfortável neste lugar, olha só para essas pessoas - disse olhando para os lados. - Não somos como elas, ao menos, eu não sou!

- Não é você quem queria dar um tempo de tudo e viver coisas novas? Eu só quis te ajudar a se divertir. Relaxa. Aproveita a festa que ainda mal começou.

- Por que dos nomes? Valentina? Sério? O que tem de errado com meu nome? - Observei-a ficar tensa e engolir em seco. - Por que, Skyler? - perguntei brava.

- Porque eles não precisam saber os nossos nomes - respondeu entregando seu nervosismo na voz.

- Estamos até parecendo garotas de programa com seus pseudônimos - disse antes de levar a taça de Martini à boca.

Skyler ficou em absoluto silêncio e imóvel, encarando-me com os olhos assustados segurando sua taça de champanhe com as duas mãos próxima ao peito. Foi então que comecei a entender tudo.

- Ah, meu Deus... Skyler! - chamei seu nome com repreensão. - Por favor... não me diga que é isso que estamos fazendo aqui.

- Desculpe-me. Só quis dar a você uma noite legal. Eles não vão lhe tocar, se você não quiser! - disse tentando consertar a situação, como se sua justificativa fosse o suficiente para resolver o que ela fez.

- Você é minha melhor amiga. Como pode fazer isso comigo? Por que me trouxe até aqui? - perguntei irada.

- Desculpe-me, por favor, Angel! - implorou aos sussurros. - Não faça nenhum escândalo! - pediu olhando para os lados, procurado se eu havia chamado a atenção indesejada de alguém com minha voz alta.

- Mas o que você é, afinal? Pensei que fosse minha amiga. Não sei se você já percebeu, mas não preciso de mais complicações na minha vida!

Coloquei a taça que tinha na mão sobre o balcão e saí andando sem saber para onde exatamente eu estava indo. Atravessei o salão esbarrando-me nas pessoas, até chegar a um corredor que me levou a uma enorme porta de madeira entreaberta. Empurrei-a e passei por ela encontrando uma linda varanda com iluminação à luz de velas. A vista dali de cima era de tirar o fôlego. Sentei-me em um sofá ao canto e me recostei fechando os olhos respirando fundo. Nem mesmo a bela vista e a brisa fresca com cheiro de rosas e terra molhada, deixaram-me mais calma. Como minha melhor amiga pôde ser capaz de me convidar para uma festa de prostituição? Afinal, o que ela veio fazer aqui?

- Parece que você e sua amiga tiveram um pequeno desentendimento - disse uma voz grossa, assustando-me.

Abri meus olhos rapidamente e sentei-me com a coluna reta, encarando o homem de cabelos grisalhos à minha frente. Apesar da idade, ele era bonito e atraente. Diria ter cinquenta anos ou mais. Vestia um terno preto sob medida e uma camisa branca com os primeiros botões do colarinho abertos, mostrando alguns pelos do peitoral, que pareciam ser macios ao toque. Ele tinha um charme incomum, que atraiu minha atenção lBraddo meu olhar direto para os seus lábios que estavam curvados em um pequeno sorriso que me deixou nervosa.

- Não é da conta de ninguém! - disse rude.

- Sim, é claro. Desculpe-me, só tentei ser amigável. Você pareceu estar perdida e chateada quando passou por mim como um vendaval vindo para cá.

- Eu não tinha noção do que é este lugar.

Seu olhar sério deixou meus ombros tensos.

- Já estou de saída. - LBradtei-me puxando a barra do vestido para baixo.

Caminhei em direção a porta, mas antes que eu pudesse passar por ela, ele segurou meu antebraço com certa força impedindo-me e sorriu quando o encarei assustada com sua atitude atrevida.

- Por favor, fique. Não quero incomodar - disse e soltou sua mão que me agarrava. - Não tem que ir embora. Muitas mulheres vêm a essas festas somente à procura de diversão.

- É, eu imagino qual seja a diversão - disse dando a ele um sorriso sarcástico.

- O fato de sua amiga ser uma acompanhante, não significa que você também seja.

- Acompanhante? Que palavra gentil para prostituta.

Ele riu negando com sua cabeça.

- Assim você irá ofender sua amiga.

- Pouco me importo. - Fui hostil, antes de deixar a varanda.

- Sou Anthony White. - Seu nome ecoou por minhas costas pelo corredor.

- Tchau, Sr. White - despedi-me seguindo adiante, sem olhar para trás.

Procurei pela saída, até que, com a ajuda de um garçom, a encontrei. Parada na calçada, peguei meu celular dentro da bolsa e chamei um táxi.

- Você já vai? - perguntou um homem atrás de mim.

- Ah, Deus! Outro não! - clamei em sussurros para mim mesma, enquanto guardava o celular na bolsa.

- Você não precisa ir. Ainda está cedo.

- É, mas eu quero! - respondi rude, virando-me para trás.

Fiquei um pouco surpresa e envergonhada ao ver o homem que destratei. Era Brad Gibson, o rapaz que conheci há pouco e senti-me atraída. Bom... no momento não estava mais tão atraída assim, depois de descobrir o que era aquele lugar.

- Você é bem arisca - disse aproximando com um sorriso no canto dos lábios. - Adoraria ter a chance de domar você. - Tocou meu rosto com seus dedos, alisando-os em minha pele.

Dei um passo para trás distanciando-me dele e do seu olhar desconfortante. O táxi estacionou próximo ao meio-fio e eu lhe dei as costas caminhando até o carro.

- Até mais, Valentina - escutei-o dizer antes que eu entrasse no táxi.

Ao chegar à fraternidade, o silêncio inundou meus ouvidos e a escuridão segou-me. Tirei os saltos para evitar de fazer barulho, liguei a lanterna do celular e subi a escada na ponta dos pés indo direto para o quarto. Depois de um banho e de vestir um pijama confortável, caí na cama entregando-me ao sono sem demora. Acordei pela manhã com os chamados da Skyler de pé ao meu lado.

- Temos que conversar! - disse ela arrancando o edredom de cima de mim.

Virei para a parede lhe dando as costas e a ignorando.

- Angel, é sério! - exclamou alto.

- O que foi? - perguntei zangada por estar sendo acordada tão cedo.

- Eu preciso conversar com você - disse com a voz embargada.

- Que horas são, hein? - murmurei sentando-me na cama.

- São sete horas.

- Fala sério. Não dá para conversar depois das nove da manhã? - perguntei mal-humorada.

- Não! Eu quero falar agora - disse como uma criança emburrada, cruzando os braços à frente do peito.

- Por que me levou para aquele lugar, Skyler? Me levou para uma casa de prostituição!

- Olha só... eu não queria magoar você. Achei que seria uma noite divertida e que fosse gostar da festa.

- Jura que você pensou isso?

- Era só uma festa, Angel. Eu juro! Uma festa onde mulheres conhecem homens mais velhos e experientes. Homens maduros que dizem logo o que querem e não ficam a iludindo como moleques para depois te magoar - disse sentando-se à beirada de sua cama, ficando de frente para mim. - Você estar lá, não quer dizer que tenha que fazer alguma coisa com alguém ou que seja uma garota de programa. Entende?

- Diz isso, mas se tivesse acontecido algo entre mim e um daqueles homens, ele certamente teria me pagado no final da noite. Isso ainda é prostituição para mim. Entende? - perguntei sarcástica e lBradtei-me. - Foi isso que aconteceu no final da sua noite? - Dirigi-me ao banheiro.

- Não me julgue! Nem todas de nós tivemos pais a vida toda para nos ajudar.

Parei na porta do banheiro e olhei para ela sem entender o que queria dizer.

- Você está trabalhando há dois anos e já está cansada e desgastada. Imagina quem trabalha desde os doze anos - disse com os olhos cheios de lágrimas.

- Não é o seu caso. Acredito que possa ser o de algumas garotas, mas não o seu. Seus pais cuidam de você, Skyler!

- Não. Não cuidam, Angel. Eu nem mesmo sei onde eles estão - disse em meio ao choro que começava.

- O quê? Você disse que...

- Eu sei o que disse - interrompeu-me. - Mas não é verdade. Meus pais não estão na Suíça. Meu pai foi preso por matar um homem quando eu tinha nove anos. Ele pegou vinte anos de prisão. Eu morava em um trailer com minha mãe em Indiana. Ela é uma alcoólatra que tem um namorado por noite e nunca se importou comigo. Mal durava um dia em um emprego, então como poderia cuidar de mim? - Lágrimas escorriam abundantemente por seu rosto.

- Skyler... - chamei-a aproximando-me em passos lentos.

Eu pude ver a dor e angústia em seu rosto. Meu coração se apertou, fazendo-me sentir culpada por seu choro. Abaixei-me à sua frente e segurei suas mãos.

- Quando fiz doze anos comecei a trabalhar em uma lanchonete na cidade onde eu morava. Aos dezesseis tinha grana o suficiente para me mandar dali e deixar aquela vida ordinária para trás. Eu fui para Dallas. Lá, eu conheci um cara que se dispôs a me ajudar. Ele me arrumou um emprego de garçonete em sua boate, mas eu precisava de mais grana para conseguir ir para a faculdade. Então pedi um aumento e ele disse que não poderia me dar, mas que tinha outro jeito de me ajudar.

- Meu Deus... - murmurei horrorizada.

- Ele me apresentou a um homem. Um que se tornou meu cliente mais fiel. Ele gostava de mim e então pagou pela minha exclusividade. Deu-me um lugar decente para morar, custeou todas as minhas despesas e eu pude voltar a estudar.

- Foi ele quem pagou pela sua faculdade? - perguntei e ela assentiu.

- Quando me mudei para cá, as coisas ficaram difíceis entre nós por causa da distância e a falta de tempo. Nos encontramos algumas vezes, mas quase nunca ele podia vir e eu nunca podia ir até ele. Então decidiu que era hora de acabar. Eu precisava de grana para me manter na faculdade, aí ele me apresentou a uma amiga dele que morava aqui na cidade e ela me levou para onde estou hoje.

- Eu sinto muito - disse com pesar e pena. Éramos melhores amigas, mas não tinha conhecimento algum do seu sofrimento.

- Não sinta - pediu sorrindo tristemente. - Eles me mimam com presentes caros, bons restaurantes e me pagam muito bem. Sem contar que alguns são lindos e bom de cama. - Abriu um sorriso. - Não me julgue, por favor. Ainda somos amigas, não é? - perguntou desfazendo o sorriso.

- Claro que somos! - LBradtei-me e sentei ao seu lado. - Mas você tem que entender que aquilo me assustou.

- Desculpe-me - pediu dando-me um abraço.

- Claro que desculpo. Mas que não aconteça novamente!

Ficamos por mais um tempo sentadas em sua cama e ela me contou mais algumas coisas sobre sua vida que eu desconhecia. Coisas que nunca imaginei que ela poderia ter passado. Agora entendia tudo, não poderia julgá-la. Isso não era ser melhor amiga.

Mais tarde, era meu último dia de trabalho antes de estar oficialmente de férias. Trabalhava feliz e ansiosa para voltar logo para casa e ver minha família. A noite estava tranquila e o bar não estava muito cheio. Continuei a servir e limpar as mesas, até que Dick me chamou no balcão de bebidas.

- Não olha agora, mas o Sr. Encrenca está aqui - disse olhando para a entrada do bar.

Olhei disfarçadamente por cima do meu ombro e vi Finn entrar com duas garotas agarradas a ele e seus amigos. Pela cara das pirralhas eram calouras. Ele encarou-me com superioridade empinando seu nariz e arqueando a sobrancelha.

- Grande babaca! - disse baixo olhando para frente outra vez.

Ele se sentou em uma mesa no centro do bar com as garotas ao seu lado, rindo alto para chamar minha atenção e sempre olhando para onde eu estava. Continuei a servir os outros clientes, inclusive os amigos do Sr. Babaca. Eu o ignorei por completo, o que o deixou visivelmente furioso. Se ele acreditou que as garotas me causariam ciúmes, ele se enganou.

Skyler estava no bar com uma das nossas colegas da fraternidade e eu estava as servindo quando ela arregalou os olhos em direção à porta e segurou meu punho com força impedindo-me de me afastar.

- O que foi? - perguntei confusa.

- Dave Smith, acabou de entrar.

- Ai, merda! - resmunguei abaixando-me ao seu lado, na tentativa de esconder-me dele.

Dave Smith era líder de um moto clube de Dallas. Estava tentando curar minha depressão pós-termino, quando ele apareceu na cidade e acabamos juntos na cama de um motel. O que era para ser um caso de apenas uma noite, acabou se prolongando um pouco mais e, como quase tudo na minha vida, acabou em problemas.

Ele era para ser apenas uma distração de um metro e oitenta, longos cabelos castanho-claros até os ombros, corpo sarado e lindos olhos azuis, mas não! Eu tinha que querer mais uma vez, graças a sua pegada forte e quente. Quem estragou tudo na verdade foi eu. Estava carente e queria atenção, mas acabei deixando transparecer algo a ele que não era real da minha parte. A culpa era minha, admito.

Uma manhã, antes de ir para casa, ele disse estar apaixonado por mim. Já faziam alguns meses que estávamos transando, mas não esperava uma declaração daquelas. Surpresa e sem saber ao certo que lhe dizer, eu disse a verdade. Eu não o amava, ele era apenas um caso. Dave ficou irritado e disse que me faria arrepender por chutá-lo depois de usá-lo.

Certa noite, dois meses depois, ele apareceu no bar e depois de beber todas, arranjou confusão com um dos homens que eu atendia. Sua agressividade deixou-me com medo e assustada. Roger o expulsou e eu não o via há três meses, até aquele momento.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022