Capítulo 4 Angel

Angel

Devidamente arrumada, ajudei Skyler a ondular seus cabelos e finalizar sua maquiagem. Enquanto calçava minhas sandálias, sentada à beirada da cama, ela olhou pela janela e avisou que o carro já havia chegado.

- Bem pontual - disse olhando as horas em meu celular.

A caminho da festa, acomodada no assento traseiro da limusine, convenci-me de que a noite seria para estar com pessoas diferentes de Finn, beber, dançar e, principalmente, me divertir.

- Parece nervosa - disse Skyler.

- Um pouco - confessei.

- Não tem porque estar nervosa. Você está linda e com certeza vai chamar a atenção de todos - disse sorrindo confiante.

- Não sei o que o Anthony espera de mim com tudo isso.

- Tudo isso o quê? O vestido? A limusine?

Assenti.

- Relaxa! Ele é um homem simpático e respeitoso. É claro que ele espera que você ao menos o acompanhe esta noite, mas tenho certeza de que ele lhe tratará muito bem. E não é porque você estará lá, ou com ele, que os outros vão pensar ou dizer que você é uma garota de programa.

- Não confio nisso. Uma garota de vinte e um anos com um coroa de uns... sessenta? - perguntei fazendo uma careta de dúvida.

- É, por aí. Lembra que você veio para curtir a noite. Não fica pilhada! Idade é o de menos, você verá.

Noberto abriu a porta do meu lado, fazendo-me assustar. Nem mesmo havia notado que já tínhamos chegado. Ele estendeu sua mão para me ajudar a sair do carro e aceitei sua cortesia. Skyler saiu logo depois de mim e entramos no grande salão luxuoso onde a festa começava a todo vapor.

As pessoas desfilavam exibindo seus trajes de gala em meio à multidão, enquanto outros dançavam lentamente na pista de dança ao som de uma banda de jazz ao vivo. Observando todos atentamente a minha volta, avistei Anthony conversando com dois homens um pouco à frente.

Ele estava simplesmente de tirar o fôlego vestido em um smoking preto com lapela e gravata borboleta de seda, que se destacou em sua camisa branca bem alinhada. Fiquei parada admirando-o como uma boba. Como pode um homem de sua idade ser tão bonito e charmoso? Quando ele notou minha presença, olhou para mim e sorriu abertamente fazendo um sinal sutil com sua mão pedindo para que eu o aguardasse.

- É melhor fechar a boca - sussurrou Skyler próxima ao meu ouvido.

- Não estou de boca aberta - rebati sorrindo para ela.

- Vamos pegar uma bebida. - Ela passou seu braço no meu e arrastou-me até o bar.

- Boa noite, damas - cumprimentou Rick ao se aproximar de nós.

- Rick, querido! Está atrasado - disse Skyler já se pendurando em seu pescoço.

- Desculpe-me, minha Lolita - pediu ele antes de atacar seus lábios em um beijo meio feroz.

- Vão para um quarto vocês dois - mandou uma voz humorada atrás de mim.

Instigada pela curiosidade, olhei por cima do ombro e vi Brad Gibson aproximar-se todo sorridente.

- Por que você não vai à merda? - perguntou Rick humorado, arrancando uma risada debochada do Brad.

- Valentina, não é? - perguntou ele parando à minha frente e estendendo-me sua mão.

- Isso - concordei, apertando-a cordialmente.

- Não esperava vê-la aqui, esta noite - disse com um sorriso no canto dos lábios, que transbordava malícia.

- Ela está comigo! - Em um tom de voz autoritário e alto, Anthony atraiu alguns olhares a nossa volta.

- Boa noite, Anthony - cumprimentou Brad com um semblante sério e pesado no rosto.

- Boa noite, querida - cumprimentou-me Anthony posicionando-se à minha frente, ficando entre mim e Brad.

- Oi - sussurrei.

- Foi um prazer revê-la, Valentina - disse Brad ao dar um passo para o lado, saindo de trás do Anthony.

Ele sorriu, mas logo desfez ao encarar Anthony com um ar de arrogância arqueando sua sobrancelha, antes de se afastar.

- Não tinha certeza se viria - disse Anthony.

- Bom... nem eu tinha certeza.

Ele sorriu e desceu lentamente seu olhar por meu rosto, parando em meus lábios.

- Venha. Vamos nos sentar - convidou ele.

Olhei para os lados à procura da Skyler, mas ela já havia sumido com o Rick. Anthony conduziu-me com sua mão apoiada na base da minha coluna nua exposta pelo decote do vestido, nos lBraddo até um sofá em um canto mais reservado do salão. O contato da sua mão em minha pele provocou-me arrepios até o pescoço. Assim que nos sentamos, ele pediu ao garçom que passava, mais uma dose de uísque sem gelo e uma taça de champanhe. Recostado no sofá, ele estendeu seu braço direito apoiando-o sobre o encosto atrás das minhas costas.

- Estou feliz que esteja aqui - disse acariciando levemente meu ombro direito com as pontas dos seus dedos. - Você está deslumbrante! - elogiou com um sorriso sedutor. - Este vestido ficou lindo em seu corpo. Parece ter sido feito para você. - Aproximou seu rosto do meu.

- Anthony... - chamei-o recuando minha cabeça para o lado, criando uma pequena distância entre nossos rostos. - Eu tenho que dizer a você que... não faço o mesmo que a Lola. Nós não temos... - Fiz uma pausa de segundos buscando a palavra certa para dizer. - a mesma profissão.

Ele recuou prestando atenção em minhas palavras nervosas.

- Eu vim à festa porque... não tinha nada de mais interessante para fazer esta noite.

Ele arqueou sua sobrancelha, demonstrando ter ficada surpreso ou ofendido com minhas palavras, eu não sabia ao certo. Anthony levou o último gole do seu uísque à boca e abaixou o copo repousando-o sobre sua perna esquerda.

- Então, sou sua segunda opção? - perguntou encarando-me sério.

- Não! - respondi nervosa. Falei besteira, mas não queria que ele pensasse isso ou se ofendesse. - Eu não quis dizer isso, desculpe-me. Só estava...

- Valentina? - chamou-me, interrompendo.

Calei-me e o encarei apreensiva.

- Eu entendi desde a primeira vez que a vi, que você não é uma acompanhante de luxo ou uma sugar baby. Eu apenas a achei bonita e gostei de você, mesmo tratando-me com arrogância. Na verdade, foi o que me deixou atraído. - Sorriu. - Mesmo se eu tivesse a conhecido na fila do Croissant, teria me interessado por você.

- Nossa... - sussurrei abaixando minha cabeça, sentindo-me um pouco envergonhada. Não esperava ouvir aquilo dele.

- Agora, será que você pode curtir esta noite comigo, sem achar que vou lhe pagar no final dela? - perguntou humorado fazendo-me sorrir.

- Sim - concordei olhando para ele novamente.

Depois de mais uma taça de champanhe e uma hora de conversa boba com Anthony, eu conseguia me sentir mais à vontade no ambiente da festa. Ele me contou histórias engraçadas da sua adolescência e da sua primeira viagem fora do país sozinho, sempre um assunto se emendando ao outro.

Skyler reapareceu com outro homem, que eu não fazia a menor ideia de quem era. Ele engajou em uma conversa de negócios com Anthony, fazendo com que eu e ela ficássemos de lado.

- Lola, vamos ao banheiro? - chamei-a no intuito de nos livrar daquele tédio e do assunto que não entendíamos nada.

- Vamos - concordou lBradtando-se.

- Então, o que houve com o Rick? - perguntei a caminho ao banheiro.

- Ele teve que ir - disse ela nada contente, retorcendo o bico para o lado.

- Por quê? O que houve?

- Eu não sei, ele não me disse nada e eu também não perguntei.

- É assim que funciona? - perguntei curiosa.

- É! A vida dele não é da minha conta, do mesmo jeito que a minha não é da dele - explicou ao entrarmos no banheiro. - Mas aposto que é aquela ex-noiva magricela - afirmou irritada revirando os olhos.

- Por que acha que é ela? Você a conhece? - perguntei ao entrar na cabine do sanitário.

- Conheço - respondeu lá de fora. - Ela nos pegou juntos certa vez.

- Como assim?

- Teve uma noite em que ela estava fora da cidade e ele me levou para a cobertura dele. Então, ela... meio que chegou na hora errada e nos flagrou.

- Ai, caramba! - exclamei boquiaberta saindo do sanitário. - E depois?

- Ela nos xingou, jogou o anel de noivado em mim e depois saiu correndo - disse enquanto retocava seu batom. - Ele me culpou pelo fim do noivado e ficamos um tempo sem nos falarmos, mas assim como não aguenta de saudades dela, também não consegue ficar longe de mim. - Deu um sorriso largo e convencido. - Ele ama o que eu faço com ele. - Jogou um beijo para seu reflexo no espelho. - Me fala sobre o Anthony? Vi que vocês se divertiam antes de me aproximar.

- Ele é um cara legal, engraçado e fez com que eu me sentisse mais à vontade na festa.

- Isso é bom. Sobre o que conversaram?

- Sobre a adolescência dele.

- Que fofo. Tomara que vocês deem certo. Precisa de um homem maduro na sua vida.

- É. Sobre isso eu concordo! - disse saindo do banheiro. - Mas não acha que ele é maduro demais para mim?

- Dança comigo? - pediu Anthony nos encontrando no meio do caminho, antes que eu pudesse ouvir a resposta da Skyler.

- Eu não sei dançar - assumi envergonhada.

- Tudo bem. Fique tranquila e relaxe o corpo. Eu irei conduzi-la - disse oferecendo-me sua mão.

Eu aceitei e ele me levou para a pista de dança. Fiz exatamente o que mandou. Relaxei meu corpo e o deixei que guiasse a dança. A música era lenta, o que foi uma grande ajuda para alguém com dois pés esquerdos. Anthony espalmou sua mão no meio das minhas costas e deixou nossos corpos bem próximos, de um jeito que eu podia sentir bem seu cheiro bom e o calor que sua pele irradiava.

- Lindo par de diamantes - elogiou os brincos que usava.

- Obrigada, mas não são meus. Foi um empréstimo da Lola para esta noite.

- Quem os deu a ela tem um bom gosto - disse e sorriu.

- Sim, eu devo concordar. São maravilhosos.

Depois que a dança acabou, Anthony apresentou-me a alguns de seus amigos e suas companheiras ou acompanhantes, não sabia e tanto fazia. Nós conversamos e rimos distraídos. O resto da noite passou rápido e, para minha surpresa, eu estava adorando cada minuto.

- O que acha de irmos embora? - perguntou Skyler deitando sua cabeça em meu ombro.

- Agora? Que horas são? - perguntei a ela.

- Já são quase duas da manhã - bocejou. - Eu sei que você está se divertindo e me sinto muito mal por te chamar para ir embora, mas acontece que irei dormir mais tranquila se você estiver em casa. Entende?

- Sim. - Sorri achando bonitinho sua preocupação. - Então vamos. Fim de noite.

LBradtei-me do sofá onde estávamos sentadas na companhia de mais duas garotas e caminhei até Anthony, que conversava com alguns homens mais à frente.

- Anthony? - chamei-o ao me aproximar tocando de leve seu braço.

- Sim? - respondeu virando-se para mim.

- Eu agradeço pela noite e pelos presentes, gostei muito de estar na sua companhia. Mas eu e Skyler já estamos indo para casa.

- O quê? Não! Ainda são duas da manhã - disse olhando as horas em seu Rolex no pulso.

- Sim, eu sei e é por isso que já vamos. Está tarde.

- E eu já chamei o táxi - disse Skyler parando ao meu lado.

- Táxi? Pelo o amor de Deus, cancelem isso. Noberto levará vocês em segurança para casa, assim como as trouxe. Valentina... - chamou-me, acariciando meu rosto delicadamente com seus dedos. - Espero vê-la em breve. Se importa de passar seu número para o Noberto?

- Não. Eu darei a ele.

Anthony surpreendeu-me com um beijo leve e demorado no canto dos meus lábios.

- Boa noite - desejou baixo encarando-me nos olhos.

- Boa noite - retribuí antes de me afastar.

- Uau! - disse Skyler puxando-me pelo braço em direção à saída. - Que química entre vocês!

Uau, digo eu! Senti uma enorme vontade de beijá-lo ao sentir seus lábios quase em cima dos meus. Como seu olhar é intenso!

Noberto nos levou para casa e antes de sair do carro, dei a ele meu número anotado em um pedaço de papel.

***

Na manhã seguinte, acordei animada arrumando minhas coisas para voltar para casa e rever meus pais. Quando subi de volta para o quarto, depois do café da manhã, havia uma mensagem em meu celular de um número desconhecido.

Bom dia, linda Valentina.

Agradeço, mais uma vez,

pela ótima companhia que

me fez na noite passada.

E, novamente, você estava

deslumbrante.

Anthony

09:20 a.m.

Bom dia, Anthony.

Eu que lhe agradeço.

Foi uma ótima noite.

Valentina

09:34 a.m.

Por um momento pensei em dizer meu nome a ele, mas ainda não. Aquele não era o momento certo para deixá-lo mais próximo a quem era de verdade.

Jante comigo esta noite?

Posso fazer uma ótima reserva

em um bom restaurante.

Anthony

09:35 a.m.

Desculpe-me, mas não posso.

Fica para outra oportunidade.

Valentina

09:36 a.m.

É uma pena que você já tenha algo

de mais interessante para esta noite.

Anthony

09:36 a.m.

Não é isso.

Estou indo para casa, em Tulsa.

Valentina

09:37 a.m.

Quando volta?

Não me deixe esperando por você.

Na verdade, eu não sei esperar.

Anthony

09:40 a.m.

- Com quem está falando? - perguntou Skyler ao entrar no quarto.

- Com o Anthony.

- Ah! Então é ele o motivo desse sorrisinho aí?

- Não tem sorrisinho nenhum - disse lBradtando-me e fechando a mala sobre a cama.

- Perdi alguma coisa ontem à noite?

- Não. Me ajuda a levar essas coisas para baixo? - desconversei.

Não sabia ao certo o que estava sentindo em relação à noite anterior, então, era melhor ignorar e ficar calada.

- Okay - disse pegando a bolsa que estava no chão.

Entreguei minhas malas para o taxista e despedi-me da Skyler. O táxi levou-me até a rodoviária interestadual de Houston, onde peguei um ônibus rumo a Tulsa. Foram longas doze horas e meia de viagem até em casa.

Quando cheguei, um lindo homem de cabelos castanho-escuros e olhos verdes, aguardava por mim recostado em seu Impala 67 preto e de rodas cromadas. Ele sorriu para mim e naquele momento dei-me conta do quanto estava com saudades de casa. Soltei a alça da mala e joguei a bolsa no chão correndo em sua direção. Arremessei-me em seus braços e o abracei apertado.

- Minha garotinha - disse ele retribuindo o aperto.

- Pai! Senti tanta sua falta. Tanta saudade de casa. - Senti meus olhos arderem ao ficarem marejados.

- Ah, minha querida. Você está ainda mais linda - disse ao me soltar dos seus abraços, segurando meu rosto entre suas mãos ásperas pelo trabalho árduo. - Venha. Vamos para casa, você deve estar com fome.

- É, eu estou. Não dá para comer direito na estrada.

Ele pegou meus pertences jogados no chão e os colocou no porta-malas do seu carro. Seguimos para casa ao som do Aerosmith no último volume. Chegando ao meu lar doce lar, ao abrir a porta da frente, fui bem recepcionada por Bow, meu golden retriever de cinco anos.

- Bom... você conhece tudo, querida. A casa é sua - disse ao passar por mim.

- Vem, Bow! - chamei-o subindo a escada.

Meu pai deixou minha mala e a bolsa em meu quarto e saiu dizendo que ia me preparar um lanche.

- Aviso quando estiver pronto! - gritou ele do corredor.

- Garanto que vai ser um copo de leite com um sanduíche de pasta de amendoim - disse para Bow que me observava desfazer as malas, sentado ao lado da cama abanando seu rabo.

Não demorou muito e meu pai gritou do andar de baixo. Desci a escada e, ao entrar na cozinha, logo avistei um copo de leite sobre a mesa e um sanduíche de pasta de amendoim cortado na diagonal dividido em dois. Sentei-me à mesa e comi enquanto conversava com meu pai sobre a faculdade.

- Está preparada? - perguntou enquanto eu colocava o prato e o copo sujo dentro da pia. Virei-me para ele e o encarei confusa. - Falo da sua mãe.

- Tenho que estar, não é? - Fiz uma pergunta retórica vendo-o abaixar seu olhar para suas mãos que se esfregavam com agonia sobre a mesa.

- Ela está piorando. Não chore na frente dela. Okay? - pediu encarando-me sério.

- Não me peça isso, pai. Sabe que é inevitável - disse sentando-me novamente na cadeira à sua frente.

- Eu sei. Mas ela chora quando nos vê chorar. Não quero vê-la com os olhos cheios de lágrimas.

- Eu vou tentar - disse segurando firme suas mãos.

Conversamos mais um pouco e ele explicou-me mais ou menos sobre o estado de saúde da minha mãe. Subimos para os quartos e, antes de entrar no meu, despedi-me dele no corredor, dando um beijo em seu rosto e um abraço.

***

No dia seguinte, ele bateu na porta dizendo que já passava das oito da manhã. Depois de me arrumar, desci para o café e saímos juntos para o hospital. Quando as portas do elevador se abriram no quarto andar, senti um enorme frio se instalar em meu estômago. Caminhamos pacientemente pelo corredor movimentado até o quarto. Meu pai abriu a porta e avistei minha mãe deitada na cama. Aproximei-me dela e a observei dormir com tranquilidade.

Sua cabeça sem nem um fio de cabelo, estava coberta por um lenço que lhe dei quando descobrimos o câncer de mama. Ela estava pálida e bem mais magra que a última vez que a vi. Senti-me tão culpada por estar longe de casa naquele momento tão delicado e doloroso de nossas vidas.

Sem perceber, uma lágrima quente e solitária escorreu por meu rosto sem nenhum aviso. Segurei sua mão magra, notando que sua pele estava marcada por hematomas de uma cor amarelada misturada com algumas pequenas manchinhas roxas. Eram marcas que denunciavam onde sua pele havia sido rompida por agulhas, para a administração dos medicamentos.

Seus dedinhos apertaram sutilmente minha mão que estava presa à sua. Olhei para ela e vi que havia acordado.

- Oi, mamãe. - Não consegui conter minhas lágrimas.

- Oi, querida - sussurrou com a voz fraca.

Debrucei-me sobre ela cuidadosamente e a abracei lhe dando vários beijos em seu rosto, arrancando dela uma risada baixa. Deitei-me na beirada da cama abraçada a ela, pousando minha cabeça junto a sua no travesseiro. Conversamos por alguns minutos, até ela adormecer outra vez vencida pelo cansaço.

- Eu te amo, mãe - sussurrei em seu ouvido, observando-a dormir. - Faria qualquer coisa para trocar de lugar com você se pudesse. Qualquer coisa!

- Queria que essa cama tivesse um pouco mais de espaço para eu deitar aí também - disse meu pai de pé ao meu lado.

- Podemos tentar dar um jeito nisso - respondi sorrindo para ele.

            
            

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