- E o que a senhora ganhou sendo honesta? Trabalha que nem uma mula para ser humilhada por aquelas madames - ele recebe um tapa como resposta.
- Você quer acabar morto jogado num buraco qualquer? Eu não vou chorar por mais um filho, já me basta o que aconteceu com o Wellington.
- O Wellington foi burro de ter enfretado aquele cara, ele era o irmão do meio, se foi e agora o meu irmão mais velho quer tirar a gente dessa miséria.
- Você quer se iludir com o teu irmão então vá, mas eu não vou mais chorar por filho nenhum - Ela leva a mão ao peito - Eu... Eu não tenho mais saúde para isso.
- Mãe? Por favor, não faz isso comigo - ele a ajuda a se sentar no sofá.
- Se eu morrer agora eu quero tu me prometa que vai deixar essa vida - ela fala com dificuldade.
A ambulância leva a mulher para o hospital, o menino que ainda não tinha nem dezoito anos, vai junto com a mãe ainda lembrando da discussão. Ele queria ter prometido que não seguiria os passos do irmão, mas ao ver a vida que sua mãe levava ele não conseguia, ela era uma mulher jovem que parecia ser mais velha, totalmente desgastada pela falta de qualidade de vida. Infelizmente ela não resiste e acaba falecendo poucas horas depois, ela era mãe solteira e o rapaz não tinha mais ninguém além do seu irmão, que logo o acolhe e lhe apresenta mais da realidade que ele vivia, logo Júnior não consegue mais usar seu próprio nome, e na realidade ninguém sabia seu primeiro nome e logo o segundo foi esquecido dando lugar ao apelido Mistério.
No começo tudo parecia ter melhorado apesar da dor da perda, ainda sim ele tinha uma vida melhor ao lado do irmão dono do morro, Mistério gostava da atenção e das regalias que o irmão lhe dava. Logo ele começou a acompanhar o irmão em quase tudo, virando uma espécie de aprendiz e se tornando seu braço direito, todos tinham respeito por ele, e o jovem que logo se tornou um homem gostava de tudo isso. Cinco anos mais tarde o irmão de Mistério acabou morto, dessa vez ele não teve tempo para o luto, precisava tomar rapidamente o lugar do irmão caso contrário algum rival poderia se aproveitar e tomar o morro.
Dias atuais...
- Tá tudo certo com a mercadoria, os moleques já fizeram tudo do jeito que você pediu.
- Olha lá em, eu não quero problema pro meu lado logo hoje, você sabe muito bem que nós tem um prazo - coloco mais cerveja no meu copo.
- Pode deixar, seloco acha que eu vou da mancada contigo, se tu falou tá falado os bagulho vão sair hoje.
- Então tá tudo certo, e eu quero que você vá confirmar os bagulho do baile, não quero que falte bebida e também não quero os homens aqui metendo o nariz aonde não é chamado - bebo um gole da cerveja.
- Pode deixar que eu vou pessoalmente conferir tudo, tá tudo no esquema e vai ser o melhor baile que essa comunidade já fez.
- Tem que ser como os que o meu irmão fazia, tem que fazer jus a memória dele.
- Tá certo... O teu irmão teria um baita orgulho do que tu fez aqui, ninguém imaginava que aquele guri viraria o grande Mistério.
- Acho que minha mãe não teria tanto orgulho quanto ele - deixo o copo de lado e tento afastar aquelas lembranças que deveriam ter sido enterradas junto com a minha mãe e meu irmão.
...
- O Toco me disse que você queria que subisse até aqui - diz a mulher de fios loiros cacheados.
- Você sabe que eu gosto de ter minha loira por perto, e não estou falando da loira gelada - ele bate na própria coxa indicando para ela se sentar ali.
- Eu sei que você diz isso para todas, Mistério - ela se senta no colo dele.
- E qual é o problema? Tu tá aqui comigo curtindo um pagode, com cerveja avontade e eu aqui todinho para você. Você acha que realmente tem algo melhor que isso, mulher?
- Você se aproveita do fato de eu gostar de você, não é? - ela beija o pescoço dele.
- Não tem como não gostar de quem lhe proporciona do bom e do melhor, Marileide.
- Nossa....você não é nada romântico também - ela se faz de ofendida.
- Aqui o papo é reto Marileide, tu vem aqui ser minha mulher nós curte um pouco, eu te dou o que tu quer e tá tudo certo.
- E nenhuma mulher foi capaz de passar disso? Duvido que tu nunca se apegou numa mulher.
- Menos papo e mais beijo, eu não estou aqui para ter uma consulta com aqueles médicos de rico.
- Primeiro que não é médico de rico, e até te faria bem ter uma consulta.
- Tá louca? Você veio aqui não foi para me da lição de moral não.
- Acho que melhor irmos ao que interessa então - ela o beija até que ele retribui e o beijo vai ficando cada vez mais quente.
- Continua aí tocando o pagode, e vocês podem curtir aí por minha conta - ele leva a loira pela mão até a casa.
Mistério fecha a porta atrás de si e encosta Marileide nela, ele a beija com intensidade, a loira arfa ao sentir seus lábios descerem do pescoço dela até o colo. Ele retira a blusa que ela usava sem delicadeza alguma, logo suas mãos estavam passeando pelos seios fartos da loira, ela geme ao sentir ele trabalhar neles, ele a ergue em seus braços e a carrega até o quarto aonde a joga na cama. Mistério fica por cima dela e logo se livra do short minúsculo que ela usava, suas passeiam pelo corpo dela, enquanto sua boca estava ocupada a beijando.