A lei do crime
img img A lei do crime img Capítulo 5 Cinco
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Capítulo 5 Cinco

Analu

Acabo pegando no sono sem sequer perceber, só acordo quando escuto um barulho em meio a escuridão, engulo em seco enquanto escuto a movimentação até que o barulho para. Sinto o colchão afundar e me movo para a ponta da cama, logo sinto uma movimentação na cama e alguém me puxando, tento não me mover porém é em vão, logo minha cintura é envolvida por braços, eu não sabia como reagir afinal estava em território inimigo e em desvantagem. Fecho os olhos e tento não pensar muito, me repreendo mentalmente por começar a me sentir confortável, mas logo meu corpo vai ficando leve até que contra a minha vontade eu pego no sono.

Sinto uma luz encomodar meus olhos e logo noto que já era dia, me movo na cama sem lembrar que tinha companhia, me atrevo a olhar para trás e encontro o que não devia, ele estava somente de bermuda me dando visão de suas tatuagens, várias espalhadas pelos braços e algumas no peito, porém meu corpo junto ao dele me impedia de ver direito, ele tinha um corpo um pouco definido porém não de forma exagerada, talvez fizesse exercícios por ali mesmo e não numa academia. Tento me soltar porém ele abre os olhos e da um sorriso maldoso, eu simplesmente viro o rosto e tenho certeza que fiquei corada, como aquele homem era capaz de fazer isso comigo, ele não poderia simplesmente me abraçar e me fazer dormir ao lado dele, mesmo que fosse terrivelmente confortável.

- A patricinha não quis colocar uma camisola pra dormir comigo?

- Aquelas coisas horríveis que a Marileide comprou? Prefiro mil vezes a camiseta de quando o Zé do bar quis ser político.

- Você ficaria muito gostosa com aquelas roupas - eu sinto a respiração dele atrás da minha nuca.

- Por isso mesmo eu não quis, aqueles pedaços de pano além de desconfortáveis mostravam demais.

- Então você quer se esconder de mim? - Ele ri - Você é do jeito que eu gosto bem difícil.

- E você acha que toda mulher é obrigada a ficar com você? - me viro porém me arrependo quando nossos rostos ficam muito próximos.

- Eu acho é que gostei de ti, e não vou deixar que essa tua marra me convença.

- Estou apostando para ver você conseguir me conquistar - eu realmente não sei o que deu em mim, porém quando dei por mim já tinha falado.

- Então prepara teu bolso, morena - ele se levanta e eu fico ali pensativa sobre aquele momento.

- E quem te garante que eu vou perder? - engatio até a ponta da cama e o encaro com uma expressão desafiadora.

- Eu nunca perco uma aposta e também sei que você não vai resistir por muito tempo - ele segura o meu queixo enquanto fala.

- Pode colocar uma coisa nessa sua cabeça, eu posso ser mantida aqui o tempo que você quiser, mas você nunca vai ter nada de mim.

- E o que eu tenho que fazer para te convencer do contrário? - Mistério encosta seu nariz no meu e encara meus lábios entreabertos.

- Mesmo que se ajoelhasse aos meus pés não seria convivente o suficiente - finjo que vou beijá-lo porém me afasto.

- Você é bastante difícil, morena - Ele ri - E gosto do seu jeito de me provocar, mas eu não desisto fácil e você ainda vai ser minha mulher.

...

Eu já estava quase surtando presa naquele lugar, precisava sair logo e voltar para casa, eu simplesmente não nasci para viver dessa forma. O Mistério parecia não imaginar que eu sou policial, ele estava mais interessado em tentar ter alguma coisa comigo, e eu não posso cair nesse jogo dele. Como finalmente estava livre da bendita menstruação, agora tinha uma coisa a menos para me preocupar, então troco de roupa e começo a cozinhar algo para o almoço. Se ficaria ali no mínimo comeria com dignidade, pelo menos enquanto o dono do morro permitisse. Coloco água para ferver e pego uma massa no armário, tinha queijo então resolvo fazer um macarrão com queijo.

Enquanto a massa cozinha começo a fazer um brigadeiro, desligo quando chega na textura correta, e coloco para escorrer, deixo a massa de lado enquanto termino o doce. Quando está tudo pronto deixo o brigadeiro na geladeira, preparo um suco de pacotinho mesmo já que não tinha suco ou poupa, mas já era pedir demais afinal tinha bastante coisa até. O almoço estava pronto então só arrumo a pequena mesa, e coloco pratos e talheres, tinha a esperança de Mistério não aparecer para o almoço e eu ficar sozinha. Mas logo a porta se abre e ele adentra esfregando uma mão na outra, parecia animado com o cheiro da comida.

- Então tu fez o rango pra nós - ele se senta, mas eu aponto para pia e ele leva as mãos contragosto.

- Alguém ainda usa a palavra rango? Já que não tem nenhuma empregada e você não cozinhou para mim.

- E tu é folgada eu passo o dia todo no corre e ainda tenho que cozinhar para a madame.

- Mais que sua obrigação se quer tanto me conquistar - coloco macarrão no meu prato.

- Então se eu cozinhar para você vou conseguir o que eu quero? - ele sorri com uma certa malícia.

- Talvez sim, talvez não. Uma mulher bem alimentada pode ser um pouco mais agradável - levo uma garfada de massa a boca.

- Você não pode fazer isso comigo, morena - sorrio com sua indignação.

- Eu te disse que o melhor seria me deixar ir embora, porque eu não vou ser mulher de bandido.

- É o que vamos ver, patricinha - o ignoro e continuo comendo afinal se morrese pelo menos seria de barriga cheia.

...

- E ele quer que eu participe disso? - olho a roupa que Marileide tinha trazido.

- Você tem que ir querendo ou não, vai ter cerveja e até música ao vivo.

- O Mistério quer que eu participe dessa festa dele, mas eu nem sequer gosto dessas coisas, ainda mais usando essa roupa aí que você trouxe.

- Aqui você não manda em nada e ele está sendo bem paciente, se fosse outra desafiando ele assim já teria uma arma apontada pra cabeça.

- É uma droga eu ter que fazer tudo que esse homem quer, eu não nasci para obdecer homem não.

- Ele não quer saber disso você tem que obdecer - a loira sai sem paciência.

- Se ela quer obedecer macho o problema é dela, eu só vou porque sou obrigada, mas não vou fazer nada além de ficar parada lá.

Marileide tinha trazido um vestido preto colado, retiro o conjunto de malha e ficando só de calcinha e sutiã, visto o vestido que marcava até a minha alma. Meus pneuzinhos ali marcados como se eu quisesse mostrar, poucos tiveram o privilégio de os ver e agora estavam ali amostra, meus seios também estavam bem marcados, eles não eram tão grandes porém não eram pequenos talvez médios, e eu sinceramente não sei se quero usar essa roupa porém fiquei uma baita gostosa, talvez eu goste dessa sensação ao mesmo tempo que vai contra o fato de eu preferir algo mais confortável. Sempre gostei de me sentir bonita, porém não nunca fui fã da falta de conforto, foram raríssimas as vezes que abri mão de uma roupa confortável.

Acabo ficando com o vestido mesmo contragosto, eu tinha ficado gostosa demais com ele para não usar, não que o Mistério fosse digno de me ter assim porém faço por mim e não por ele. Eu não tinha muita escolha, o dono do morro me mantinha aqui contra a minha vontade, e eu simplesmente estava em desvantagem e não tinha o que fazer além de tentar permanecer viva. Meu medo era o dia em que ele descobrisse a verdade sobre mim, tento afastar tais pensamentos enquanto calço os saltos, faço uma maquiagem com um delineado que era minha paixão, sabia fazer vários tipos e era minha maquiagem preferida para sair. Escuto a porta se abrir e logo Mistério adentra o quarto, ele me olha dos pés a cabeça sem esboçar expressão alguma, até que ele da um sorriso safado.

- Você está muito gata com essa roupa, patricinha - ele se aproxima, mas eu desvio e paro um pouco distante dele.

- Sem tocar em mim ou se aproximar demais - digo firme sem pensa e duas vezes.

- Tu acha que manda em mim? Eu quem mando nessa parada, morena.

- Você manda no morro e até na Marileide, mas não pode tocar nisso aqui - dou uma volta apontando para mim mesma.

- Até quando tu vai se fazer de difícil? - ele fala de uma forma tão séria que eu sinto um frio na espinha.

- Até você me liberar e entender que eu não vou ser tua mulher.

- Você vai ser minha mulher sim, mesmo que tu se faça de difícil eu sei que gostou do que viu aqui.

- Eu vi o que? Eu não vou me deixar levar por conta de você me abraçar sem camisa não.

- Mas bem que tu gostou de ter dormido comigo coladinha que eu sei.

- Eu fui obrigada a dormir assim e não iria ficar acordada, o fato de eu ter pego no sono não quer dizer nada.

            
            

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