A lei do crime
img img A lei do crime img Capítulo 6 Seis
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Capítulo 7 Sete img
Capítulo 8 Oito img
Capítulo 9 Nove img
Capítulo 10 Dez img
Capítulo 11 Onze img
Capítulo 12 Doze img
Capítulo 13 Treze img
Capítulo 14 Quatorze img
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Capítulo 17 Dezessete img
Capítulo 18 Dezoito img
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Capítulo 6 Seis

Analu

Aquele lugar estava cheio de gente, alguns casais dançavam enquanto um grupo tocava samba ao vivo, e eu simplesmente me sentia deslocada naquele lugar cheio de traficantes, alguns homens armados em alguns pontos me tiravam a paz, sentia que a qualquer momento alguém diria ao Mistério sobre minha profissão, e que naquele momento ele se esqueceria de toda a sua vontade de me tornar sua mulher, e colocaria o cano de uma arma em minha cabeça enquanto ameaçava fazer coisas terríveis. Saio de meus devaneios quando alguém me puxa pela cintura, reviro os olhos quando Mistério me conduz a dançar com ele, aquele homem parecia obssecado por mim e eu não sabia como reagir. Eu me repreendia todos os dias por ter o achado atraente, eu deveria ser totalmente indiferente com aquele homem, afinal ele era um criminoso e tinha me sequestrado.

- Tu parece tá com a cabeça nas nuvens, morena - ele coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

- Eu não queria está aqui nesse lugar, não tenho cabeça para nada enquanto estou longe da minha família.

- Você deve sentir falta da vida de madame, mas se quiser eu posso te da muita coisa.

- Mistério, eu não sou uma garota fútil, sempre trabalhei e não sou nenhuma madame.

- Então tu vai ter que se acostumar, eu não vou deixar que tu saia daqui, tá entendendo?

- Desse jeito grosseiro e tão mandão eu não vou gostar nunca de você.

- E tu quer o quê? Eu que mando nessa parada e você não vai me fazer ser diferente.

- Comigo não tem essa de mandar, homem nenhum manda em mim.

- E você quer o que pra ser um pouco menos assim comigo? - ele cruza os braços fortes e tatuados.

- Se ajoelhar aos meus pés ainda vai ser muito pouco - digo no ouvido dele e tenho certeza que ele se arrepiou.

- Então você vai ficar fazendo teu jogo comigo? E eu simplesmente tenho que fazer a sua vontade.

- Se realmente estiver interessado em mim vai ter que jogar direitinho, eu não sou como a Marileide que obdece suas ordens sem questionar, se você realmente quer me conquistar vai ter que fazer que nem naquela música e rebolar.

- Você não tem medo de me enfrentar? Qualquer uma no teu lugar teria.

- Vou está mentindo se disser que não, mas não vou permitir que você mande em mim, prefiro correr o risco mesmo.

- Por isso que eu gosto de você, uma mulher tão corajosa e tão difícil não é todo dia que eu encontro.

- Eu sei que não tem como você me deixar sair daqui, então se você quiser me conquistar pode tentar, não prometo retribuir porém quero paz entre nós.

- E o que eu tenho que fazer para te conquistar? - ele segura em minha cintura, e me conduz numa dança mais lenta quando uma música romântica começa.

- Eu não sei ao certo já que me nego a ficar com um traficante, mas eu gosto quando os homens cozinham para mim.

- E quem disse que eu cozinho para alguém? - ele indaga num tom de riso.

- Se quiser realmente que eu comece a gostar de você tem que fazer por onde, eu não dou sequer um beijo num homem que não tem a coragem de me pagar um jantar ou cozinhar para mim.

- Nunca foi tão difícil para mim ter uma mulher, você está brincando com fogo, morena.

- É que eu não tenho medo de me queimar, beloved - sorrio em seu ombro enquanto continuamos a dançar.

...

Entro no banheiro cansada de tanto dançar, ligo o registro e tomo um banho longo enquanto penso, era terrível para mim pensar porém era inevitável, eu tinha realmente gostado daquele momento com o Mistério e brigava internamente por isso. Era loucura eu gostar de está com um bandido, eu era uma policial e não deveria me deixar envolver, deveria ser toda aquela situação me fazendo perder a razão. Desligo o registro e me seco com a toalha, visto uma camiseta do Mistério porque me recusava a usar aquelas camisolas, coloco uma calcinha e um shorts de tecido antes de começar a pentear o cabelo. Agora estava devidamente limpa e com o cabelo em ordem, então sigo até a cozinha para beber água e da um susto no meu rim.

- Você tem razão sobre aquelas camisolas, essa camiseta fica bem melhor inclusive sem esse short seria melhor ainda.

- O último homem que já viu a minha calcinha está morto - termino de beber a água e lavo o copo.

- Acho que é válido correr o risco para ter a visão desse teu corpo.

- Você tem a Marileide que é uma baita loira, e fica aí insistindo comigo.

- Eu gosto muito mais da minha morena, e a gente tem um combinado.

- Isso não inclui eu achar legal os seus comentários - entro no quarto e me deito de lado.

- Porém pretendo continuar dormindo abraçado a você todas as noites - sinto seus braços me envolverem e apenas fecho os olhos e pego no sono.

Na manhã seguinte desperto assustada achando que tinha sido tudo um sonho, ainda tinha a esperança de está no meu quarto deitada na minha cama box, que encontraria meus delineadores e faria vários delineados que aprenderia na Internet, porém eu estava ali sozinha na cama do Mistério. Eu me fazia de forte senso debochada com ele, mas a realidade era que eu simplesmente não sabia como lidar com aquela situação, eu poderia simplesmente me deixar vender e contar toda a verdade com a esperança de uma morte rápida, mas eu tinha medo demais para contar para o dono do morro que eu era policial. Só queria que algo acontecesse e eu pudesse fugir dali, agora eu sentia falta até de quando o meu irmão era chato comigo, e da minha mãe me apresentando namorados que não duravam semanas.

Se eu pudesse voltar no tempo teria salvo sim aquela criança, era o meu dever como policial zelar pelo bem estar de uma mãe e de uma criança, mas ainda sim teria fugido o mais rápido possível antes daquele homem me raptar. Soco o colchão ainda irritada e frustrada, me achava ainda mais burra quando me deixava envolver pelo Mistério, naquela dança eu me esqueci por um que éramos, fechei os olhos e me deixei levar em seus braços enquanto dançavamos. Eu confesso que não sei o que está acontecendo comigo, estou indo contra tudo que acredito em nome dessa loucura, preciso sair daqui antes que acabe fazendo algo do qual eu me arrependa. Me levanto e sigo até o banheiro para lavar o rosto, eu estava com olheiras e meu cabelo estava um verdadeiro ninho.

...

- Qual é do Mistério com essa garota aí? - indaga a loira.

- Está com ciúmes, Marileide? Você sabe muito bem que ele não é de ninguém.

- Mas o Mistério nunca deixou mulher nenhuma pisar nele assim, ela está fazendo o que bem quer enquanto ele se encanta por ela.

- Em primeiro lugar a Analu realmente é muito bonita, e ele sabe o que faz e não vai gostar de tu aí julgando as atitudes dele.

- O que me deixa fula é que ele agora me faz de empregada, só sou útil quando ele precisa que eu vá comprar algo ou limpar aquela casa.

- Em primeiro lugar mais respeito que minha mãe era empregada doméstica, segundo lugar você tem fazer o que ele quer se quiser provar tua fidelidade.

- Eu estou com o Mistério e jamais vou trair a confiança dele, tu sabe que eu reclamo, mas sempre estou ao lado dele fazendo tudo que me pede.

- Acho bom mesmo porque o Mistério não perdoa traidor e tu sabe disso.

- Eu lembro de quando eu era mais nova e o irmão dele era o dono do morro, eu era uma pirralha e admirava muito ele falava que quando fosse mais velha, eu iria ser mulher dele aí ele morreu e eu fiquei tão triste.

- E acabou que tu virou mulher do Mistério, as vezes acho que tu só quis da um jeito e ficar com alguém do mesmo sangue do falecido.

- Você sabe que eu respeito o Mistério da mesma forma que respeitava o irmão, eu realmente gosto muito dele e não é por interesse.

- To de olho em tu, Marileide. Se liga se tu não quiser ter o mesmo fim dos outros traidores.

- Analu, acho que hoje vou ter que te comprar roupas novas, não gostou daquelas camisolas lindas que te comprei?

- Não gosto de roupas cor de rosa e que revelam minhas coisas, prefiro uma camiseta larga e bem confortável, e as poucas vezes que uso algo mais revelador não é com o dono do morro.

- Então eu tenho que comprar pijamas largos? Você bem boba mesmo de não usar algo mais sensual.

- Eu gosto de ficar gostosa para mim mesma, não preciso imprecionar homem nenhum.

- Não foi o que pareceu ontem com aquele teu vestido, dançando juntinho do Mistério e nada desconfortável.

- Eu não quero rivalidade feminina, Marileide. Se tu gosta do Mistério tá tudo certo, eu não ficar brigando por causa de macho nenhum.

- Até ele se cansar e você não ter mais serventia nenhuma por aqui.

- Se ele se cansar e me deixar ir embora melhor ainda, não vejo a hora de finalmente ser livre novamente.

Deixo a loira sozinha e entro na casa novamente, não tinha para aonde ir e só podia ir na frente da casa, eu simplesmente odiava essa situação extremamente tóxica. O Mistério não deveria fazer isso com alguém que ele diz está interessado, as vezes eu pensava que na cabeça dele esse tipo de coisa era normal. Hoje se o Mistério quisesse comida ele teria que comprar ou fazer, eu mesma agora iria preparar um lanche para mim e ele que lute. Preparo um sanduíche com maionese queijo presunto e alface, corto no meio e coloco suco num copo, eu não iria morrer de fome até ele resolver aparecer por aqui.

Após terminar de comer deixo a louça na pia, se ele dizia que me daria vida de madame no mínimo tinha que lavar a louça, eu não fazia muita coisa nas unhas além de cortar elas, e pintar de vermelho ou preto que eram as minhas cores favoritas, porém não queria ter o trabalho de retocar esmalte nenhum então evitar a louça seria ótimo. Vou ao banheiro fazer xixi me lembrando de quando fiz na garrafa, que ódio que eu tenho daquele dia ainda bem que era aquela garrafa de suco com o gargalo mais largo, porém ainda sim foi horrível conseguir fazer xixi naquele negócio. Lavo as mãos e aproveito que estava sozinha para testar alguns delineados na frente do espelho, era uma coisa que eu adorava fazer, uma das poucas maquiagens que eu realmente gostava. Eu realmente estava ficando boa nisso, poderia começar a gravar vídeos quando voltasse para casa.

                         

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