A lei do crime
img img A lei do crime img Capítulo 4 Quatro
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Capítulo 9 Nove img
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Capítulo 4 Quatro

Analu já estava pensando que o tal Mistério nunca viria, talvez ele realmente fizesse jus ao nome sendo tão misterioso assim, ela simplesmente não aguentava mais ficar naquele lugar sem saber o que aconteceria com ela. A morena respira fundo e tenta não pensar em possíveis torturas, seria seu fim se o dono do morro soubesse que ela era policial, ela ficava pensando em sua família que deveria está preocupada com seu sumiço, afinal ela nunca dormia fora e muito menos ficava sem da notícias.

A porta se abre e Analu olha em direção a ela, um homem alto e tatuado usando uma regata e uma bermuda, adentra o local e analisa a morena de cima a baixo.

- Qual é o teu nome, garota? - indaga o homem que deveria ter no máximo uns três ou quatro anos a mais que ela.

- Analu... Me chamo Analu - ela parecia está em dúvida de sua resposta, afinal o momento era tenso e ela nunca tinha enfrentado algo assim.

- Deve ser bem Ana Luiza, nome de patricinha feito ti - diz com um sorriso debochado.

- Ana Lurdes, nome de quem tem pais que não tem amor a autoestima do filho.

- Você é realmente muito bonita, mas tem que me dizer o que estava fazendo aqui na minha área.

- Uma mulher estava desesperada porque o marido a estava ameaçando, ele estava colocando a vida do filho deles em perigo e eu quis ajudar.

- E se o Toco te levar você mostra aonde essa parada aconteceu? Se isso for realmente verdade o cara vai para o buraco, aqui na minha comunidade não é bagunçado não, mas se for mentira quem vai para o buraco é tu, fica esperta.

- Eu não estou mentindo e você vai ver - ele apenas a encara e chama o Toco.

- Leva a morena pra mostrar pra ti aonde aconteceu a tal confusão.

...

- Vocês vinheram atrás daquele idiota do ex da Rosa? Ele não vive mais aqui não, deu no pé depois que ela conseguiu pegar o filho e ir embora da cidade.

- Você sabe se ontem ele estava ameaçando o filho e essa garota ajudou a Rosa? - indaga Toco.

- É... Eu não escutei direito o que ela falou, mas vi quando essa garota ajudou eles na hora do tiroteio, eu gravei o rosto dela porque sei que não é daqui.

- A gente vê de longe quando é patricinha... Mas valeu pela informação - Analu revira os olhos com o comentário do rapaz.

- Agora que essa senhora confirmou tudo, eu posso ir embora ou vocês vão me manter aqui?

- Quem decide isso é o Mistério então continua subindo que nós vai ver ele.

Por um momento ela sentiu uma grande vontade de corrigir o português dele, mas sabia que seria sua sentença de morte e se calou, então eles foram até o local aonde Mistério ficava a maior parte do tempo. O moreno estava bebendo cerveja com um loira em seu colo, Toco se aproxima e conversa algo com ele antes de voltar e mandar ela esperar. A morena estava fula porque tinha dado um jeito de trocar o absorvente, mas não tinha mais nenhum e não suportaria mais um minuto sequer sem um banho e um absorvente limpo.

- O Toco confirmou a sua história, então você vai ficar viva porém não vai embora.

- Por que você quer me manter aqui nesse lugar? - Indaga Analu sentindo sua respiração falhar.

- Eu quem mando aqui e quero que tu fique, a Marileide vai te mostrar aonde tu vai ficar - a loira levanta e ele da um tapinha no bumbum dela.

- Será que eu tenho direito a ter um absorvente limpo pelo menos?

- Compra o que ela precisar - Ele entrega um bolo de dinheiro para ela - Hoje eu tenho uns bagulho pra resolver, mas amanhã eu quero que tu me receba bem arrumada e cheirosa, patricinha.

Ela se sente tentada a responder como ele merecia, mas preferiu não arriscar já que aparentemente ele não sabia que ela era policial. A loira a leva até uma casa bem simples por fora e sem reboco, porém do lado de dentro tinha eletrodomésticos e era bem arrumado até, um frio percorre a espinha da morena ao entrar no único quarto e notar roupas que deveriam ser de Mistério, ele não poderia ter mandado a tal Marileide levá-la até a casa dele, e muito menos tendo apenas um quarto e uma cama, se ele pensava que ela seria mulher de bandido estava muito enganado, porque ela preferia dormir no chão da sala a ter que dividir um quarto com ele.

...

Na manhã seguinte Analu desperta com a esperança de está em sua casa, mas logo se depara com aquele lugar desconhecido novamente, ela se levanta e segue até o banheiro aonde encontra um pequeno armário, ali tinha toalhas limpas então ela pega uma e tranca a porta. Um bom banho gelado seria ótima para esfriar as ideias, ela se sentia presa sem ter sequer a opção de voltar para sua casa, seus pais deveriam está surtando sem saber notícias dela. A morena desliga o registro e se apoia na pia, ela olha o próprio reflexo no espelho, seus fios escuros pingavam água e ela estava com um pouco de olheiras.

A morena tira o excesso de água do cabelo e se seca com a toalha, ela enrola o tecido no corpo e segue até o quarto, a tal Marileide tinha deixado algumas roupas. A maioria eram bastante questionáveis e nem morta Analu usaria aquelas camisolas, era mais fácil ela dormir de jeans mesmo, talvez fosse uma forma de se proteger porém ela parecia está vivendo aquela realidade, sem tantos questionamentos para evitar sofrer ainda mais. Ela pega uma lingerie e um conjunto molinho de shorts e cropped. Analu se troca no banheiro para não correr o risco de ser pega em poucos trajes, e após escovar os dentes e pentear o cabelo ela procura algo para comer, era um alívio está de banho tomado e usando um absorvente limpo, pelo menos era o último dia e ela não se preocuparia mais em sangrar.

- Você tá cheirosa... Essa roupa ficou muito bem em você, morena - ela escuta uma voz masculina.

- Eu precisava de um banho? - indaga Analu olhando em direção a porta.

- Eu gosto assim cheirosa com o cabelo penteado uma roupa bonita - ele para atrás dela.

- E quando pretende me deixar ir embora daqui? - ela sente ele começar a massagear seus ombros e contra sua vontade ela relaxa.

- E quem disse que tu vai embora? Tu ainda vai ser minha mulher, patricinha.

- Não mesmo - seu tom debochado sai num impulso e ela gela ao sentir ele parar a massagem.

- Tenho certeza que você não vai conseguir resistir por muito tempo - Ele diz próximo ao ouvido dela a fazendo arrepiar - Nenhuma resistiu até hoje.

- Eu tenho uma vida fora daqui, amigos e familiares que não vou deixar por você.

- Só sai daqui quem eu permito, entendeu? Tu vai ficar aqui e não adianta bater o pé.

- Você precisa me deixar ir... Eu não posso ficar aqui por muito tempo.

- Come o teu café da manhã e curte o espaço porque de hoje em diante tu vai dividir o barraco comigo.

Analu não sabia como reagir naquela situação, o pior era que ele era muito bonito porém ainda era um criminoso, ela como policial nem deveria está ali e quando descobrissem ela acabaria morta. Era uma tremenda merda ser obrigada duvir uma casa com o dono do morro, ela não entendia o que ele viu nela ao ponto de insistir tanto, talvez ele não aceitasse uma negativa e usasse seu poder para insistir, porém ele poderia fazer o que fosse ela jamais seria mulher de bandido. Após o café da manhã a morena lava a louça que sujou, ela só queria seu celular naquele momento. Analu se deita na cama e liga a televisão num canal aleatório aonde passava novela, ela fica assistindo por um tempo porém perde o interesse, não conseguia pensar em mais nada além do fato dele vir morar com ela.

Ela esperava que pelo menos dormissem em lugares separados, afinal jamais aceitaria dividir uma cama com um bandido, e naquela situação ela se sentia tão vulnerável sem sua arma e sozinha. Ela era uma policial sozinha em meio a traficantes que se descobrissem não iriam a convidar para um chá, era incrível como uma mulher menstruada não podia ter um dia de paz, só tinha passado raiva e ainda teve que mijar numa garrafa e demorar para trocar o absorvente. O pior era que ela só queria deitar na própria cama e comer um pote de sorvete, mas nem isso poderia fazer em paz, só tinha que se contentar e esperar acontecer o menos pior, ela era como uma gasela em meio a vários leões, não tinha para aonde fugir mesmo que quisesse e só tinha um único destino. Se sua morte fosse rápida seria bem melhor, mas ainda sim ela tinha medo da tortura porque era sensível a dor e não suportaria se não fosse algo rápido e indolor.

            
            

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