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A gente fazia a maior festa brincando um com o outro na cozinha. Isso era engraçado. Normalmente os meus domingos começavam depois das duas e era tédio puro os momentos em que eu estava acordado.
Terminamos o almoço e nos servimos.
- Isso tá bom.
- Eu sei cozinhar, né morena.
- Modesto você. – eu ri.
- Brincadeira gata. Mas ficou bom mesmo.
- Como diz o meu pai, matei o que estava me matando. – eu ri alto.
- Essa é boa.
- Coisa de pobre né amor.
- Nada a ver morena, minha Vó também falava isso.
- É?
- É.
- Nossa! – riu.
- Boba. Está achando que é privilégio só seu? Rum. – brinquei.
- Juro que não sabia que vocês ricos falavam isso.
- Morena, meus avós também eram da fazenda, eles também falavam essas coisas assim.
- Faço ideia o quão maior era a fazenda deles comparada com a nossa lá em Minas.
- Não sei dizer. Não conheci a fazenda de nenhum dos dois lados.
- Ah sim.
- Você sente falta dos teus parentes? – perguntei.
- Muita. Mas não penso mais em ir visitar eles.
- Por quê?
- Porque antes eu só queria ir por causa de um primo que deve estar bem gostoso. Mas agora não preciso mais. – fechei a cara.
- Acho bom.
- Quem vê até pensa que é ciumento.
- Devo ser. Não sei. Nunca namorei. – ri – Nunca gostei de ninguém pra falar a verdade.
- Cara, eu já tive tanta paixonite aguda que não consigo nem contar. Eram sempre os riquinhos da escola.
- Continua sendo o riquinho da escola, né morena? Só que agora é o professor. – nós rimos.
- É. E agora não é paixonite aguda.
- Que bom. Porque eu estou gostando de verdade de você.
Ela sorriu e eu me inclinei pra beija-la.
- Eu só acho que meus pais nunca vão aceitar isso. Nem os seus.
- Vamos resolver isso. Quanto aos meus pais, eu já tenho mais de 20 anos, posso muito bem fazer minhas escolhas. Já os seus vamos ter que sentar e conversar com calma. Explicando as coisas da devida forma. Escondendo algumas coisas tipo que a gente transou e que estreamos a casa de vocês em grande estilo.
- Meu pai não vai aceitar isso tão fácil. – ela fez um biquinho.
- Eu dou um jeito de conquistar ele. Ou então a gente pode continuar assim, escondido. Dizem que o proibido é mais gostoso né. – ela riu.
- Sim, mas o problema é não dar bandeira. Porque eu sei que você não vai deixar de me beijar na porta de casa ou na escola. Afinal, você já fez ambas as coisas.
- É, não vou mesmo. – ri – Aah, depois a gente vê isso. Bora arrumar essas coisas.
- Vamos. Eu estou louca pra deitar. Acordei era sete da manhã.
- Foi?
- Uhum.
- Nossa. Eu dormi mais três horas depois que você saiu.
- Eu imaginei. Você estava num sono tão pesado que nem me viu sair. E eu ainda deixei minha bolsa cair no chão.
- Eu sou desses. Quando durmo pra valer quase nada me acorda.
- Percebi.
- E morena, – a olhei de cima embaixo – essa legging ficou linda em você, mas você é mais bonita sem ela.
- Como? Assim?
Ela tirou a calça que usava e ficou só de calcinha e blusa. Ainda tirou virando a bunda pra mim. Pode isso?
- Sem a blusa também. Fica muito mais bonita. – ela riu.
- Sem calcinha e sem sutiã também?
- Com certeza. Quicando no meu pau que já está duro fica mais ainda.
- Pode até ser. Mas você está com muita roupa, não dá pra fazer isso.
- Não seja por isso.
Levantei da cadeira e tirei minha roupa enquanto ela ficava me olhando sentada na cadeira em frente com a maior cara de cachorra que estava excitante pra caralho, de tão sexy.
- Bem melhor assim.
- Então vem morena.
Ela mordeu os lábios e veio devagar até mim, se ajeitando com as pernas dos dois lados do meu corpo e deslizando no meu pau.
Ela começou a quicar gostoso como sempre. Abocanhei um de seus peitos e comecei a chupar enquanto ela subia e descia no meu pau, me arrancando alguns gemidos.
Ela mordia os lábios e sentava cada vez mais rápido e mais forte, gemendo alto também. Dei um chupão entre seus seios que com certeza vai ficar marcado. Ela puxava meu cabelo e isso me deu ainda mais tesão.
Segurei as coxas dela e levantei da cadeira, indo direto pro sofá na sala. Eu a deitei nele e voltei a penetrar, com força e com velocidade.
Mari gemeu alto e deu uma pequena rebolada no meu pau que me fez fechar os olhos e morder os lábios, só acelerando depois disso.
- Faz assim não morena. Tu me quebra assim.
- Gosto... assim.
- Safada. Gostosa.
-Mais... rápido... amor.
Eu ri e comecei a acelerar mais. Botei as mãos apoiadas no braço do sofá e enquanto eu metia forte e rápido nela, comecei a dar beijos rápidos e mordidas em seus lábios, até que ela agarrou minha nuca e atacou meus lábios. Foi um beijo quente, desesperado.
Senti seu corpo relaxando e seu líquido escorrendo no meu pau. Depois de mais algumas metidas eu saí de dentro dela e gozei.
- Precisamos parar de esquecer a camisinha. – ela comentou.
- Quem disse que eu esqueci?
- Mas a gente não usou.
- Sim. Bem melhor minha pele na sua e a sua na minha. Depois você toma remédio. Injeção. Algo do tipo.
- Então tá. Mas vou te falar, tu fode muito gostoso. Puta merda.
- Você também quica que é uma delícia.
- Somos profissionais nisso.
- Com certeza. Por isso que demos tão certo.
- Sim. – sorriu.
- Mano, você está muito gostosa assim. Vamos tomar um banho e limpar isso porque eu quero te foder de novo.
- Bora.
Levantei de cima dela e a abracei por trás, fazendo meu pau ficar em sua bunda.
Ela prensou a bunda mais nele e deu leves reboladas que o fizeram ficar duro rapidinho.
Depois do segundo round no banheiro nós nos jogamos na cama, ainda nus, mas enrolados na toalha.
- Quero isso todo dia. – falei.
- Mas você tem todo dia.
- Não, morena. Quero todo dia, sempre.
- Só que pro seu azar, eu menstruo em três dias.
- Tá de zoa? – sentei num pulo – Ah não morena.
- Quem me dera.
- Eu vou dormir lá no outro quarto. Quantos dias?
- Cinco.
Fiz as contas dos dias nos dedos e sorri.
- Terça que vem você não me escapa. – ela riu alto.
- Ok, senhor só quero sexo.
- Só quero sexo com você. Não esqueça disso.
- Esse nosso jeito de se amar é lindo. – riu – Prova de amor é transar só um com o outro.
- Né isso. Melhor jeito.
- Sim.
- Morena você já transou com alguém sem camisinha? – ela sacodiu a cabeça.
- Só com você. E sempre contei os dias da minha menstruação pra não transar nas épocas de ovulação. Filho agora não seria uma boa ideia.
- Você consegue contar?
- Sim. Sempre foi muito bem regulada. Dava pra dar à vontade e sem preocupar.
- Tá doido. Era assim? – ela riu.
- Não! Eu não era puta. Só gostava de sexo. Eu tinha uma pessoa fixa pra fazer isso todos os dias.
- Tipo eu e a Bruna?
- Uhum. Só que ele não era encanado como ela. Ele tem até namorada já.
- Vocês pararam por isso?
- Não. Ele arrumou namorada porque eu dispensei quando fizemos nosso acordo de não ficar com ninguém. Não sinto falta também. Ele até era bom de cama, mas tinha um pinto pequeno. Nem se compara com o monstro que você tem. – eu dei uma gargalhada alta com isso.
- Monstro? Sério isso? – ela riu.
- Sim. Um monstro que come a mocinha indefesa. – ri mais ainda.
- Você indefesa? Quicando gostoso do jeito que quica, você não é indefesa nem aqui nem na China.
- Eu mando bem, né? – se gabou.
- Demais. Faz tudo extremamente prefeito.
- Mas claro que né, num pau desse tamanho, até minha mãe quica com perfeição.
- Não amor, só você fez isso. Cara, nem a Bruna, que era a melhor antes de você chegar, era perfeita nisso.
- Eu sei, sou demais.
- Você é foda.
- Morro pelo dia que a gente vai falar de assuntos normais, sem parar em sexo. – ela brincou.
- Então nunca vamos fazer isso pra você viver bastante.
- Idiota. – riu
- Mas voltando um pouquinho. Você disse que ter filhos agora não seria bom, mas você gostaria de ter algum dia?
- Eu ia amar, mas só quando eu tivesse condições de criar. Porque agora, nem isso eu tenho.
- E se a gente tiver um?
- Eu continuo sem ter condições de criar. Você tem o dinheiro, eu não.
- Mas eu ia ajudar ué. – não que eu estivesse pronto pra isso.
- Amor se eu tivesse um filho agora meu pai provavelmente o mataria.
- Sério?
- Muito.
- Vou parar de deixar a camisinha de lado. Não quero um filho meu morto.
- É, nem eu. Mas você não tem mesmo vontade de ter?
- Não. Nunca tive. Mas eu sempre soube que corria esse risco, então sempre aceitei que poderia ter. Mas por vontade minha própria, eu nunca quis.
- Você realmente queria viver sozinho?
- Sim. Bom, eu queria ter sempre uma mulher pra comer. Só isso e meu dinheiro. Vivia bem assim.
- E eu atrapalhei isso né.
- Olha, eu ainda tenho o meu dinheiro e uma mulher pra comer. A única diferença é que agora ela é minha namorada e por ela eu tenho sentimento. Tecnicamente você não atrapalhou nada, só melhorou.
- Você fala umas coisas tão escrotas de vez em quando. – ri.
- Desculpa. Nunca precisei ser diferente morena. Nunca aprendi a ser menos assim.
- Tá precisando de aula. Isso era pra ser romântico e você fez parecer uma coisa sem importância.
- Desculpa morena.
Me virei pra ela e ela parecia realmente chateada. Abracei ela pela cintura e deitei minha cabeça em seu ombro, encaixando meu rosto na curva do seu pescoço.
- Te deixei chateada né?
- É que as vezes parece que eu não tenho importância pra você. Não como você tem pra mim. Sei que também sou bem escrota as vezes, mas... às vezes parece que você tem dúvidas do que sente, não sei. Parece que tá comigo só porque eu sou a melhor que encontrou pra transar até hoje.
- Me perdoa morena. Não é minha intenção. Você é tudo que eu tenho, sabe disso. Eu amo você Mari, tenho, certeza disso. Só não sei demonstrar. Desculpa.
- Tudo bem.
- Eu prometo que vou tentar mudar, tá?
- Não. Esquece isso. Você já fez muito por mim, eu não tenho direito de te cobrar nada.
- Morena não faz isso.
Ela não disse nada, só levantou e foi se vestir. Mas que porra viu. Às vezes eu esqueço que mulher gosta de romantismo. Ainda mais uma menina como a Mari. Aprende com isso seu idiota.
Levantei da cama e fui me vestir também. Ela saiu do quarto sem falar nada e eu bufei. Terminei de colocar minhas coisas e fui pra cozinha, já que quando íamos arrumar, fomos transar.
Ela estava sentada na mesa estudando. Tá muito bom isso, começamos a namorar ontem e já brigamos. Fala sério.
Lavei e guardei a louça, depois me sentei na mesa com ela.
- Morena? – chamei.
- Hum?
- Desculpa.
- Tudo bem.
- Não tá não. Você está magoada comigo. Não vamos ficar assim.
Ela me olhou e depois soltou o lápis e olhou para as mãos.
- Desculpa.
- Você não tem que pedir desculpa por nada Morena. Vem cá, vem.
Puxei ela pelo braço e coloquei sentada em meu colo, a abraçando forte pela cintura logo depois.
- Eu prometo que vou tentar, tá bom?
Ela assentiu e ia afundar a cabeça em meu pescoço, mas eu segurei seu rosto e a olhei.
- Eu te amo Morena. Lembra sempre disso. Tá? - ela assentiu de novo e eu a beijei calmamente.
- Eu também amo você. E desculpa... isso tudo.
- Tudo bem minha linda. Vamos estudar então?
- Uhum.
Ela levantou do meu colo e voltou a sentar em sua cadeira.
Engatamos de novo nos estudos. Que mais que essa menina vai tirar de mim? Porque amor, carinho e vontade de ser romântico ela já conseguiu. Essa morena é foda. Não vou cansar de dizer isso nunca.
Depois de mais algum tempo a gente conseguiu fixar tudo e ainda ia dar cinco da tarde.
- Que vamos fazer agora? – perguntei.
- Estava querendo sair, mas não pra passear.
- Bora caminhar na orla? Ai depois a gente toma um sorvete ou uma água de coco.
- Pode ser.
- Vamos lá trocar de roupa então.
- Eu vou poder tomar açaí? A última vez que tomei foi no meu aniversário de 16 anos.
- Por que não pediu antes, morena? A gente toma, claro. Amo açaí. – ela abriu um sorrisão e depois foi se trocar.
Eu fechei os nossos livros e quando fui fechar os dela, vi um "M ❤ N" escrito no canto da folha. Sorri com isso.
Fui pro quarto trocar de roupa também e ela já estava pronta, com um short saia perto, uma camiseta branca quase transparente e um sutiã preto por baixo, tênis preto e amarrando o cabelo num rabo de cavalo. Peguei meu short de correr e meu tênis. Troquei de roupa e tirei a camisa.
- Você vai assim?
- Aham.
- Sem camisa? – ciumenta.
- Morena você está com uma blusa praticamente transparente. – ela riu.
- É a blusa mais fitness que eu tenho. Acho que minha mãe achou isso em um bazar. Deve ter custado um real, ou dois. Por isso eu tenho.
- Eita morena. – ri também.
- Pois é. Mas vou te dar um desconto, só por causa da blusa.
- Tá certo. Vamos?
- Uhum. Preciso de celular? Não né?
- Eu não costumo levar quando vou correr.
- Ah então também não vou levar.
Eu assenti e nós saímos. Fomos de carro até a orla e depois deixei ele no fim da praia. Nós nos alongamos e depois começamos a correr.
Mari não tinha o mesmo pique, mas seu porte físico ajudava a correr no meu ritmo. Como eu sabia que isso não era bom pra ela, diminui um pouco.
- Por que diminuiu?
- Você não tá acostumada a correr, tá?
- Não.
- Então. Você não pode começar correndo rápido assim.
- Ah.
Depois de mais alguns minutos nós demos uma parada e depois demos meia volta.
O dia começava a escurecer e a noite carioca caía rapidamente.
Assim que chegamos ao nosso ponto de partida, fizemos os alongamentos, paramos em um quiosque e pedi uma água pra nós dois. Nós estávamos suados e ofegantes. A blusa dela agora era quase nada. O sutiã preto era totalmente visível.
Muitos homens a olhavam e isso não me agradou em nada, mas eu também não podia falar nada porque várias mulheres me olharam também.
Quando a gente pôde descansar um pouco, finalmente consegui falar.
- Vamos na sorveteira agora? Ou quer ir em casa tomar banho e a gente toma o açaí no shoping?
- Não sei, acho que tanto faz.
- Vamos ao shopping então, pode ser? Odeio ficar suado e tem gente demais olhando a gente assim.
- Pode sim. Eu estou incomodada também.
- Partiu então.
Entrelaçamos nossas mãos e fomos pro carro.
Eu estava feliz em ver o sorriso dela por saber que tomaria açaí de novo. O caminho até em casa foi tranquilo e divertido. Fizemos altos duetos com as músicas que tocavam no rádio.
Quando chegamos em casa nós fomos direto para os banheiros. Tomamos banho separados pra adiantar as coisas, porque né. Eu e ela tomando banho juntos não vai prestar não.
Assim que saí do banho coloquei uma bermuda, uma camisa e meu tênis. Mari voltou pro quarto e vestiu sua roupa também. Um short preto, uma blusinha xadrez amarrada na barriga e uma rasteirinha. Ela foi passar a pouca maquiagem que tinha e arrumar o cabelo.
Fiquei ali olhando minhas redes sociais e lembrei que a gente ainda não tinha tirado nenhuma foto junto.
Quando ela voltou usava um batom vermelho fraco e o cabelo amarrado de lado e caindo nos ombros.
- Tá bom assim?
- Tá linda, minha morena.
- Mesmo? Porque eu não vou no shopping tem uns anos, não sei mais que roupa usar.
- Tá espetacular.
- Então vamos?
- Morena eu estava olhando aqui, a gente não tem nenhuma foto juntos né?
- Não. Ainda não paramos pra tirar fotos.
- Então vem cá.
Fomos pra frente do espelho e tiramos várias, de várias posições diferentes.
- Ficaram legais.
- Sim. Vou te mandar elas depois.
- Ok. Vamos?
- Vamos.
Peguei minhas coisas, ela pegou a bolsa dela e nós saímos.
Assim que chegamos no shopping, vi Mari admirada com algumas lojas que tinha ali. Rimos muito de algumas coisas, como aquelas roupas estranhas que ninguém usa, mas são caras por causa da marca ou de quem desenhou o modelo. De outras coisas a gente só comentava.
As pessoas olhavam pra gente curiosos, afinal estava claro ali a nossa diferença de idade, e nós estávamos colados um no outro. Meu braço no ombro dela e a mão dela entrelaçada na minha.
- Por que olham tanto?
- Não sei. Talvez por eu aparento ser bem mais velho.
- Não é tão mais velho assim.
- Eles não sabem disso.
- É verdade.
- Vamos deixar eles pra lá e focar aqui no nosso passeio.
- Vamos. Olha que linda aquela blusa.
Ela apontou pra uma vitrine, tinha uma blusa realmente bonita ali, e do lado tinha uma camisa masculina, também muito bonita.
- Vamos lá?
- Fazer o que?
- Comprar ué.
- Não! Tá louco? Olha o preço disso. Nem a pau.
- Presente morena.
- Você já me deu presentes demais. Chega. Não mesmo.
- Tá bom. Sigamos em frente então.
Passamos pela loja da Apple e a Mari ficou encantada com as coisas que tinha ali.
- Olha o tamanho desse tablet. – eu ri.
- Não é tablet morena. É iPad.
- Ah. E aquele ali é o celular que me deu.
- Sim. Comprei aqui.
- Ah sim. Você é louco. Isso é caro pra porra.
- Não fez nem cócegas na conta do meu pai.
- Nossa! Rico.
- Ele sim, eu só aproveito. – ri – Vamos?
- Vamos. Os preços dessa loja me deram alergia e eu nem entrei.
- Boba.
Dei um selinho nela e ela sorriu. Voltamos a andar até que avistei Caio, do outro lado do corredor, com a prima mais puta dele, Bianca.
- Apressa o passo, tem conhecido chato do outro lado. – sussurrei pra Marina.
- Quem?
- Caio e a prima puta dele.
Ela concordou e nos apressamos pra passar logo deles. Pro meu azar, eles vieram na mesma direção.
- Nick? Nick espera. – a voz irritante da Bianca se fez presente.
- Merda. – sussurrei – Oi Bianca.
Ela ignorou totalmente a Mari do meu lado e me abraçou com força.
- Que saudade de você.
- Não posso dizer o mesmo.
- Vamos Bianca. – Caio tentou puxar a prima pela mão.
- Não, vamos conversar um pouco com ele. Quem é a menina? Sua prima?
- Minha namorada, Marina.
- Namorada? Você não namora Nicolas. – ela riu com deboche.
- Agora eu namoro, e estou bem feliz assim. Agora se nos der licença, vamos continuar nosso passeio.
- Não, espera. Você está mesmo com essa sem sal?
- Sem sal que conquistou ele. Engraçado né? – Mari respondeu.
- Bianca vamos. Seu pai está querendo ir embora.
- Vai Caio. Eu estou conversando. – ela se soltou dele mais uma vez – Por que não me contou que o seu amigo gostoso estava namorando?
- Ele não é meu amigo e nem tem que ficar falando da minha vida pra ninguém. Estou namorando sim e você não tem nada a ver com isso. E a propósito, quem é sem sal aqui é você. Marina é gostosa, e muito. Tchau pra vocês.
Voltei a abraçar a Mari pelo ombro e nós retomamos nosso caminho.
- Por que todas elas dizem que eu sou sem sal?
- Inveja do corpo escultural e do homem que você tem. – Marina riu.
- Eu tenho um homem?
- Eu aqui meu amor, todo seu.
- Só meu?
- Só seu.
Ela sorriu e eu a virei pra mim, tomando seus lábios, ali mesmo, no meio do shopping. Quando nos separamos, dei um último selinho nela e nós continuamos a andar.
Chegamos na praça de alimentação e fomos direto pra sorveteria que tinha ali, onde sempre tinha o melhor açaí do mundo. Mari sentou na mesa e eu fui fazer nossos pedidos. Depois sentei de frente pra ela na mesa.
- Aqui sempre fica cheio assim? – perguntou.
- Principalmente nos fins de semana.
- Tá cheio de casal aqui.
- Pela hora, uns devem estar saindo do cinema e outros esperando a próxima sessão, que começa dentro de meia hora.
- Ah sim. Você já foi no cinema?
- Várias vezes, mas só até os meus 14, 15 anos mais ou menos. Depois disso eu ia pra festas, todos os dias do fim de semana.
- Ah sim. Deve ser legal.
- Nunca foi?
- Não.
- Ah... assim, é bom dependendo do filme e da companhia. Mas o cinema é bom mesmo pra dar uns amassos. Aquele escurinho é ótimo pra beijar muito. Já ouvi relatos até de gente que já transou no cinema, mas isso eu nunca fiz e nem sei se faria. Não gostaria de ser pego transado. – ela riu.
- Sério isso? Transando no cinema? Nossa, que horrível.
- Né. Eu graças ao bom Pai nunca vi, mas colegas meus já disseram que fizeram. Naquele jogo, verdade ou consequência, muitos já revelaram isso.
- Que horror gente. Deve ser horrível.
- Tecnicamente não. Sexo é bom em qualquer lugar, mas no cinema eu não faria.
- Ainda bem né.
Nós rimos e logo nosso açaí chegou. Mari se deliciou quando colocou a primeira colherada na boca.
- Isso é muito bom. – eu ri.
- É sim.
- Eu estou pagando mico né?
- Não morena. – ri – Você tá linda com esse sorriso.
- Você me deixa sem graça às vezes.
- Só às vezes né? Porque quase sempre a gente está falando de sexo ou coisas relacionadas. – ela gargalhou.
- Sem comentários.
- Né. – ri – Ei morena, você tá feliz?
- Muito. Por quê?
- Faz tantos anos que eu não vejo alguém sorrir por minha causa.
- Pois saiba que todos os meus sorrisos ultimamente são por sua causa. – sorriu.
- Fico feliz. Gosto assim, você sorrindo.
- Meu sorriso nem é isso tudo.
- Seu sorriso é o mais lindo do mundo morena. – ela sorriu mais ainda, se é que isso era possível.
- Tá me deixando sem graça.
- E você fica linda até assim.
- Para Nick.
- O que? Só estou dizendo a verdade.
- Eu amo você sabia?
- Sabia. – brinquei – Também amo você morena.
Nós sorrimos e voltamos a comer. Depois de algum tempo nós acabamos e eu paguei a conta. Mari ainda estava encantada com o negócio, estava toda sorridente. Gosto assim.
- Quer fazer o que agora?
- Casa?
- Partiu apê.
Eu a abracei, e ela me abraçou pela cintura. Fomos até o carro assim e depois que entramos no mesmo partimos direto pra casa. Durante todo o caminho eu fiquei pensando algumas coisas, até que me bateu uma dúvida.
- Morena você sonha em casar?
- Que menina nunca sonhou em casar?
- As minhas primas.
- Tá, mas eu sonhei em casar.
- Sonhou? Não quer mais? – ela riu, toda sem jeito.
- Não sei. Depois que eu cresci, percebi que a realidade é bem diferente do que a gente sonha quando é pequena.
- Daí você desistiu?
- Quase isso. Digamos que eu fiquei desiludida.
- Ah sim, então você ainda não quer casar?
- Como eu disse, não sei.
- Nossa, que menina indecisa. – brinquei e ela riu.
- Tá, eu quero casar. Sempre sonhei em ter minha família. Mas eu não posso pensar nisso agora, meu namorado disse que não quer casar. E nem ter filhos. Então...
Sabe quando você toma um banho de água fria? Pois é, fui eu agora.
- Tá desistindo por minha causa?
- Não diria desistindo, diria deixando pra pensar nisso depois.
- Mas eu... – comecei, mas desisti.
- Você? – insistiu.
- Nada.
- Ué.
Eu continuei em silêncio.
Nunca tinha pensando em casar e muito menos em ter filhos antes. Eu não pensava nem em ter uma namorada. Mas e agora?
Eu amo a Marina, tenho certeza disso, e até a pedi em namoro. Mas casar? Nunca tinha parado pra pensar nisso. Casar? Isso não tinha passado pela minha cabeça. Espero que eu não tenha que pensar nisso agora, porque não estou preparado pra fazê-lo.
Chegamos em casa assim, em silêncio. Assim que entramos no elevador, Mari se pronunciou.
- Amor o que foi?
- Nada.
- Você ficou calado, não falou nada desde que eu falei sobre o meu sonho.
- Não. É que... você tem certeza que não está desistindo dele?
- Não estou. Esquece isso amor. Tá um clima ruim aqui. A gente não é disso.
- Foi mal. É que... me passou pela cabeça que você pode me deixar pra ficar com outro que queira casar e ter filhos. Eu me apaixonei e não quero que você vá embora.
- Eu não vou. Relaxa amor. Eu não vou embora.
- Mesmo?
- Mesmo.
Eu sorri fraco e ela me abraçou. O elevador abriu e nós fomos abraçados até a porta, mas eu tive que solta-la pra poder abrir a porta.
E que bom que eu fiz isso, porque na minha sala estavam meu pai e minha mãe.
- Pai?
- Oi meu filho, oi Marina.
- Oi senhor Marcello.
- A que devo a honra? – perguntei.
- Sua mãe quer falar com você.
- Diz a ela que enquanto ela não pedir perdão pra Mari, ela não precisa me dirigir a palavra.
- Nicolas eu estou aqui. – minha mãe falou.
- Quer alguma coisa pai?
- Só que você escute a sua mãe. Se ela for falar besteiras prometo que vamos embora.
- Dela pai, eu só quero saber da minha irmã, mais nada.
- Nicolas eu sou sua mãe, você vai ter que me ouvir.
- Como entraram aqui?
Sim eu estava ignorando minha mãe, não preciso ouvir mais besteiras dela.
- Eu vou... fazer um café. – Mari nem me deu tempo de responder e saiu.
- Então?
- Lembra que uma das condições de você ter esse apartamento era que sua mãe também tivesse uma chave?
- Ah, pois me dá ela.
- Que?
- A chave. Me dá ela.
- Eu não vou te entregar. Essa chave é minha.
- O apartamento é meu então a chave é minha. Marina tá precisando dela pra entrar e sair daqui quando quiser.
- Ah, claro. A suburbana. Vai dizer que agora você vai morar com pobretona aproveitadora.
- Gisele me dá a chave.
- Gisele?
- Sim, Gisele. Porque a minha mãe não teria essas atitudes ridículas que você tem. Me dá logo a porra da chave.
- Amor entrega a chave pra ele. Ele já cumpriu o trato. Já formou, já está trabalhando. A gente não tem mais direito nenhum de ter a chave da casa dele. Não causa mais confusão.
- Até você Marcello? Que foi? Vai ficar do lado dessa fulana que só quer tirar o dinheiro do nosso filho também?
Eu peguei a bolsa dela que estava em cima da mesa e procurei a chave do meu apartamento.
- É essa aqui?
- É. – meu pai respondeu.
- Já pode sair.
- Como é que é?
- Você vai ser sempre muito bem-vindo aqui pai, mas ela não entra aqui mais.
- Você vai trocar a sua mãe, que sempre te deu tudo, por uma pobretona, miserável que quer tirar todo o seu dinheiro? Será que você não enxerga que isso é um golpe Nicolas? Daqui a pouco ela aparece grávida de qualquer um, porque com certeza ela abre as pernas pra todo mundo, e...
Eu nem pensei no que eu fiz, só dei um tapa na cara dela.
Eu nem sei dizer quanto isso é errado. É a minha mãe, ela tá grávida e é uma mulher, mas chamar a Marina de puta eu não admito. Não dentro da minha casa.
- Nicolas! – meu pai gritou.
- Lá fora, você pode dizer o que você quiser. Mas dentro da minha casa você não vai ofender a Marina, está me ouvindo? E sai daqui agora, eu não quero nem olhar pra sua cara de novo. Eu aturei muito bem as suas implicâncias até agora, mas chamar ela de puta eu não admito. Você passou de todos os limites. Sai da minha casa.
- Nicolas eu sou sua mãe! Você me bateu!
- Sai. Da minha. Casa. AGORA!
- Nicolas, calma. – meu pai pediu.
- Minha calma com essa mulher que diz ser minha mãe já acabou pai.
- Meu filho não faz assim.
- Não fui eu que escolhi assim pai, foi ela. Você e a Maria podem contar comigo pra qualquer coisa, mas pra ela, eu nem olho mais. Desculpa.
- Essa garota está fazendo o trabalho direitinho pra conseguir tudo que é seu, né Nicolas? Primeiro o celular, agora a casa. Vai dar mais o que pra ela? Um apartamento? Essa garota só quer isso de você.
- Eu vou dar pra ela tudo o que ela precisar porque quando eu tive minha última crise de sonho com o Miguel, ela foi a única que me ajudou. Ela que me acolheu, me deu colo, me deu carinho. Isso não tem preço, e se ela quiser a lua eu compro pra ela, porque você não tem nem noção do bem que ela me fez e faz. Pai, leva ela daqui, por favor.
Deixei os dois ali e fui direto pra cozinha. Mari estava sentada no chão, abraçadas às pernas e com a cabeça deitada nos joelhos.
- Morena?
Fui até ela e levantei seu rosto devagar. Ela chorava. Seus olhos brilhavam com as lágrimas e estavam vermelhos.
- Ah morena, não chora.
- Eu não escolhi estar aqui Nick, eu não escolhi me apaixonar, eu não escolhi os agiotas terem destruído minha casa. E nem te pedi pra reformar ela. Eu não quero seu dinheiro, não quero nada seu. E nem sou puta. Eu não era santa, mas eu não sou puta. Eu não queria nada disso.
- Eu sei, morena, eu sei. Não chora por causa das porcarias que minha mãe fala morena. Eu te amo, e eu acredito em você. Foda-se o que minha mãe ou qualquer outra pessoa diz ou pensa sobre nós, o que importa é o que nós dois pensamos e somos. E você é tudo o que eu preciso. Isso que importa pra mim. O resto é resto. Eu odeio te ver chorando morena. Por favor, não fica assim.
- Me abraça? Por favor?
Eu nem respondi, só a abracei. Senti as lágrimas dela molhando minha camisa e os soluços sacudindo o corpo dela.
- Shiii. Para de chorar. Por favor. Eu estou do seu lado morena. Não precisa chorar.
Foi preciso uns 10 minutos até ela parar de chorar. Isso me deu ainda mais raiva da minha mãe. Ninguém deveria fazer uma menina tão perfeita como a Mari chorar.
- Tá mais calma? – ela concordou com a cabeça e baixou a mesma logo em seguida.
- Ei princesa, assim a coroa cai.
- Obrigada viu? Por tudo. Mas eu não...
- Você não vai sair daqui ok? Não até sua mãe sair do hospital. Eu te trouxe pra cá justamente pra não ficar sozinha e pra cuidar de você, eu vou fazer isso até que sua mãe possa fazê-lo de novo.
- Por que você está fazendo isso tudo por mim?
- Porque eu te amo, e tudo que eu puder te dar, eu vou te dar. Porque eu quero ver você sempre sorrindo, como você estava lá no shopping.
A água que estava no fogo ferveu. Eu nem tinha reparado que ela estava mesmo fazendo o café. Levantei do chão e passei o mesmo. Aquele cheiro de café é quase um calmante pra mim.
- Vem morena, vamos levantar desse chão. Está uma delícia, porque ele está geladinho, mas vamos levantar. O ar do meu quarto deve estar melhor.
Ela concordou e eu a ajudei a levantar. Terminei de passar o café e depois coloquei uma xícara pra nós dois.
- Obrigada.
- Vamos pro quarto? Se café não te atrapalhar a dormir claro.
- Não atrapalha.
- Então vamos. Amanhã temos aula, eu pra dar e você pra assistir.
- Não estou preparada pra voltar pra escola.
- Pois é, mas teu atestado já era né. Era só até sexta.
- É.
Tomamos o nosso café ali na cozinha mesmo e depois fomos pro quarto. Mari estava meio amuada, quietinha, calada. Eu odiei isso. Normalmente ela é toda sorridente, alegre, pra cima.
Tomamos um banho rápido e nos vestimos pra dormir. Ela não estava em clima pra sexo, e eu respeitei isso, até porque eu mesmo também não estava.
Deitamos na cama e eu a deitei em meu peito. Ela ficou desenhado coisas sem sentido no meu peito com a ponta do dedo enquanto eu acariciava seus cabelos castanhos e longos. Lindos como ela.