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Marina paralisou.
A mão que levava o pão à boca parou no ar e ela me olhou quase que em câmera lenta.
É certo que ela não esperava nada disso, mas até eu estava ficando assustado. Fui precipitado?
- Tá falando sério? – ela perguntou depois do que pareceu ser uma eternidade.
- Não, eu estou zoando. – falei em tom de ironia.
- Ah. – ela parecia quase aliviada.
Não fode Marina.
- É lógico que eu estou falando sério, Marina!
Ela me olhou paralisada outra vez, e surpresa. Pra falar a verdade até eu estou surpreso. Pedir alguém em namoro nunca esteve nos meus planos, e aqui estou eu fazendo isso. Tá certo que não foi o pedido mais romântico do mundo, mas eu pedi e se ela não aceitar eu vou ficar muito puto.
- E... eu tenho que responder, né?
- Seria bom. – eu ri de nervoso.
Ela botou o pão que estava comendo na bandeja, sentou em meu colo e passou e mão pelo meu cabelo, enquanto a outra fazia carinho no meu pescoço. Nossos olhares cravados um no outro.
- Aceita? – quase implorei.
Ela sorriu e me beijou. Abracei ela pela cintura e a apertei mais a mim. Nosso beijo tinha sintonia, era tão bom. Pena que fomos interrompidos pelo meu celular que tocou.
- É brincadeira, né não? Eu aqui num beijo mó bom e a pessoa liga. Fala sério.
Mari riu e se esticou pra pegar meu celular no criado. Ela me entregou e eu atendi.
~Ligação:
- Alô?
- Nicolas? Aqui é o Fábio. O médico que está cuidando do Fernando Castro.
- Ah, oi doutor. Alguma novidade?
- Sim. E são boas. Fernando acordou. O estado dele ainda é crítico, mas ele acordou.
- Sério? – sorri, mesmo que ele não fosse ver – A gente vai para o hospital agora.
- Não. Ainda não vai ser possível vê-lo, como eu disse o estado dele ainda é crítico.
- Ah. Mas quais as chances de ele ficar bem?
- Agora, bem maiores que antes.
- Ah que bom. Muito obrigado por ter avisado doutor.
- Por nada. Qualquer novidade eu entro em contato.
- Certo. Obrigado.
Desliguei o celular e salvei o número dele ali.
- Que doutor que era? – Marina perguntou apreensiva.
- Fábio. Ele ligou pra dizer que seu pai acordou.
- Jura? Aaah não acredito.
Ela me abraçou e começou a pular, só que isso não estava muito legal. Não pro meu amigo que achou que ela estava era querendo quicar nele.
- Olha o que tu tá fazendo garota. – apontei pro meu pau e ela riu.
- Mas já? A gente transou agora há pouco.
- Eu gosto de você, fazer o que? Meu pau te ama. – cantarolei.
Ela riu e me beijou, pra continuar de onde paramos.
Depois de longos minutos ali entre beijos nós voltamos a comer e conversar.
- Aproveitando que hoje é sábado, vamos dar uma ida lá em casa? Quero ver se o pessoal do morro ainda deixou alguma coisa lá.
- Haam... isso não será possível.
- Por quê?
- Lembra que eu disse que ia ajudar a montar a casa?
- Aham.
- Então. Conversei com meu pai sobre isso, e ele disse que o pessoal da empresa onde ele está voltando a trabalhar faziam tipo empreitada. Ficava mais barato que comprar todos os móveis separados sabe? De quebra eles ainda reformaram a casa.
- Sério?
- Aham. Eu ia fazer surpresa, mas né.
- Cara, você não existe.
- Existo sim, olha só.
Eu dei um beijo no pescoço dela e fui subindo até a boca. Ela riu.
- Não perde uma você né?
- Meu amor, eu passei anos procurando a mina que me desse uma foda perfeita. Agora que eu achei, vou aproveitar.
- Achou é?
- Uhum. Estava aqui debaixo do meu teto e eu só descobri noite passada. Pode isso?
- Pode.
Ela riu e me beijou. Tirei a bandeja da cama e me deitei com ela por cima, ainda me beijando.
- Não cansa não? – ela perguntou sorrindo.
- Haaam... não.
Eu sorri e voltei a beija-la. Como isso estava muito bom, alguém tinha que atrapalhar obviamente.
Ouvi batidas na porta e me virei pra mesma, ao mesmo tempo em que pedia a pessoa pra entrar.
Foi Cida quem apareceu na porta.
- Nicolas, seu pai está subindo.
- Só ele?
- Uhum.
- Obrigado.
Eu bufei e olhei pra Mari com a maior cara de "broxei".
- Vamos levar isso pra lá antes que ele note que a gente dormiu junto. – ela falou.
- Ultimamente não estou nem ligando pra isso sabia? Cheguei à conclusão de que fora da escola ninguém tem nada a ver com a minha e com a sua vida. E uma hora ele vai ter que saber, já que a gente tá namorando.
- É, mas ainda tem os meus pais nessa história.
- É, tem isso. Bom, vamos lá né, ver o que meu velho está querendo.
- Vamos.
Levantamos da cama e colocamos uma roupa descente. Eu saí primeiro pra não dar muita bandeira e encontrei meu pai já na sala.
- Oi pai.
- Oi Nicolas.
- Tudo bem?
- Tudo e você?
- Estou bem. A que devo a honra?
- Fui contratado de volta.
- Ah que bom pai! Parabéns. – sorri.
- Obrigado. Mas não foi pra isso que eu vim. Marina está aí?
- Acho que sim, por quê?
- Chama ela. Tenho boas notícias. – eu assenti e fui até o quarto onde ela estava sentada e mexendo no celular.
- Ele quer falar com você.
- Comigo?
- Uhum.
Ela levantou e nós fomos pra sala. Cida servia um suco pro meu pai.
- Oi diretor.
- Marcello, Marina, me chama de Marcello.
- Certo.
- Então? – perguntei.
- Contou pra ela já?
- Da casa? Já.
- Então, eles me ligaram agora e disseram que está tudo pronto.
- Mas já? – fiquei realmente surpreso.
- Eu disse que já estava quase pronto. Faltava só montar os móveis.
- Eu vou poder voltar pra casa? – os olhos dela brilharam.
- Quando sua mãe sair do hospital você vai, porque você não vai ficar lá sozinha. – argumentei.
- Isso! Mas sim, sua casa tá pronta pra quando vocês voltarem. A chave aqui. – meu pai falou estendendo um molho pequeno de chaves pra ela.
- Meu Deus. Obrigada. Muito obrigada mesmo. – ela abraçou meu pai com força.
- Agradece ao Nicolas. Foi ele quem pagou tudo.
- Obrigada aos dois. Nossa. Espero que meu pai também goste.
- Qualquer coisa nós vamos e conversamos com eles. – meu pai a tranquilizou.
- Isso aí.
- Bom, era só isso. Estou indo pra Angra ficar com sua mãe.
- Que bom. Aproveitem e me manda notícias da Maria.
- Tá certo. Tchau pra vocês e Nicolas, vê se não traz tuas mulheres pra cá, viu? Respeita a Marina.
- Pai, eu nunca trouxe mulher pra cá.
- Não?
- Não. Minha cara de botar puta dormindo na minha cama. – revirei os olhos – Aquele lugar é nobre, só deita quem merece. E outra, parei de pegar todas. Sou um homem descente agora. – meu pai riu.
- Aí Nicolas. Você tem cada coisa viu.
Nós rimos e meu pai foi embora.
- Então quer dizer que eu fui a primeira a deitar na tua cama?
- Sim. Nunca trouxe mulher pra cá. Nem com a Cida eu transei na minha cama.
- Você transou com ela?
- Acha que eu contratei empregada bonita pra que, dona Marina?
- Que escroto cara.
- Escroto foi eu querer transar com ela porque não consegui transar com você.
Ela deu uma gargalhada alta e eu ri junto. Isso foi muito escroto. No dia eu fiquei bolado, mas agora é caso de rir mesmo.
- Não acredito que você fez isso.
- Ele fez, e levou o maior fora. – Cida entrou na sala rindo – Botei suas vodcas na aérea de serviço. Estou indo viu?
- Até segunda Cida. – me despedi.
- Tchau Cida. Bom fim de semana.
- Pra vocês também. Transem bastante e não engravide ela. Camisinha é tudo. Beijos.
Nós rimos e ela saiu também. Me virei pra Mari e a coloquei sentada em meu colo, com uma perna de cada lado do meu corpo.
- Bora estrear tua casa?
- Daquele jeito?
- Do nosso jeito.
- Qual cômodo primeiro?
- Cozinha? Adoro aquela cozinha. – ela riu.
- Sei bem o porquê.
- Eu só não quero no quarto dos teus pais porque né. Não.
- Não mesmo.
- Então vamos?
- Partiu.
Ela me deu um selinho demorado e foi pro quarto se trocar. Quando ela voltou, estava com um short e uma camiseta bem bonitinha. Bom, a camiseta era bonitinha, porque ela estava linda.
Peguei a chave do carro e saímos.
Durante o caminho fomos ouvindo música e cantando. Começou a tocar "A Rosa e o Beija-Flor" e eu lembrei de quando cantei ela na escola, no dia da prova. Comecei a cantar junto com a música e ela me olhou sorrido.
Assim que chegamos na casa dela e ela abriu a porta, logo de cara ficou encantada com tudo.
- Essa é a minha casa? – perguntou olhando cada canto da sala.
- Sim.
- Meu Deus do céu.
- Vem cá. – a puxei pra apresentar pra ela a casa dela mesma – O quarto dos seus pais. O banheiro. E... o seu quarto. – Abri a porta do quarto e dei espaço pra ela entrar.
- Puta que pariu. – os olhos dela brilhavam tanto que pareciam uma constelação inteira.
- Gostou?
- Nick isso... nossa...
- Espero que seus pais gostem também.
- Nick, você é incrível.
- Incrível é você morena.
- Ah. – ela deu pulinhos de felicidade - Olha esse guarda roupa. Amor... aí. Nick eu te amo porra.
Eu ri e a puxei pra um beijo. Saí a puxando e paramos na cozinha, botei ela em cima da mesa e a olhei.
- Gostou?
- Eu amei.
- Tudo pra você, princesa.
Ela sorriu e me beijou. O beijo começou pouco calmo e foi só melhorando.
Tirei a blusa dela e ela tirou minha camisa, arranhando minhas costas em seguida. Comecei a dar chupões nela e arranquei seu sutiã, jogando em qualquer canto. Ela desabotoou minha calça e puxou a mesma pra baixo, junto com a cueca.
Tirei ela da mesa e arranquei seu short também, tirando a calcinha em seguida. Voltei a sentar ela na mesa e já fui logo penetrando, não botei nem camisinha. Eu entrei com força e ela gritou agudo em meu ouvido.
- Geme gostosa. Geme pra mim.
Ela gemeu alto e eu puxei suas pernas me encaixando mais nela. Meus movimentos eram rápidos e precisos.
Comecei a dar chupões nela e massagear os seios. O contato da minha pele com a dela era perfeito.
Levantei ela da mesa e fomos pro sofá, comigo ainda dentro dela. Ataquei seus lábios, mas o beijo sempre era cortado por gemidos. Sentei no sofá e ela começou a quicar forte e gostoso pra caralho.
Dei uma mordida no lábio inferior dela e depois no lóbulo da orelha.
- Quica gostosa. Delícia.
Dei um tapa em sua bunda e apertei a mesma. Mari gritou. Senti seu corpo relaxando e ela gozou em meu pau. O líquido dela desceu livre por ele e isso me deixou maluco.
Tirei ela de cima e gozei logo em seguida. Ela chupou meu pau, limpando, e eu gemi alto com isso.
- Como é bom isso.
- Você que é boa morena. Boa, gostosa, safada e minha.
Eu a beijei já deitando e penetrando ela de novo. Eu metia nela devagar, mas com força e ela soltava gemidos altos em meu ouvido que eram deliciosos de se ouvir.
Depois de algumas entradas ela gozou de novo e eu gozei alguns minutos depois na barriga dela.
- Mano tu é muito gostosa. Puta que pariu.
- Você também é muito gostoso.
- Bora estrear o banheiro agora?
- Bora.
Eu levantei do sofá e nós fomos.
~Horas depois
Me joguei na cama e a Mari se encaixou em meu corpo. Eu estava morto. Essa menina drena minhas forças rapidinho.
Vai ser boa de sexo assim na minha cama, puta que pariu.
- Eu. Estou. Morta.
- Eu também. – ri – Melhor estreia da minha vida.
- Né. – concordou sorrindo.
- Eu amo você, pequena aprendiz.
- Também amo você querido professor.
- Acho que esses apelidos já não nos cabem mais.
- Sim. – ela sorriu – Agora é amor.
- Amor? Não. Que clichê. Vou te chamar de morena. Minha morena.
- Tá, e eu te chamo de que?
- Não sei. De Nick?
- Aaah não. Vou te chamar de amor mesmo.
- Tudo bem morena. Agora vamos? Eu estou com fome e já escureceu.
- Vamos.
Nós levantamos da cama dela e fomos nos vestir pra ir embora. Ajeitamos mais ou menos tudo como estava e saímos.
- Acho que eu nunca gozei tanto num dia só.
- Eu sei, eu sou foda. – ela sorriu convencida.
- É, você é. E acabou comigo. Minhas energias já eram. – Marina riu.
- As minhas também. Teu pau é muito grande, fez um estrago enorme.
Eu dei uma gargalhada alta e voltei a prestar atenção no trânsito. Assim que chegamos na porta do prédio lá estava o encosto da Bruna.
Ah eu mereço.
- Que ela tá fazendo aqui? – perguntei retoricamente.
- Não sei. Mas se quiser eu posso mandá-la embora.
- Como?
- Estaciona o carro aqui na rua.
Eu fiz o que ela pediu e quando a Bruna veio em nossa direção ela sentou em meu colo e começou a me beijar. Obviamente eu correspondi à altura.
- Eu não tenho forças pra mais uma não morena.
- Nem eu. É só pra ela ver que você tem dona. – eu ri e voltei a beija-la.
- Eu tenho dona?
- Agora tem.
Quando a gente ia se beijar de novo ouvi baterem no vidro. Obviamente eu já sabia quem era.
Olhei com a maior cara de deboche pra ela. Ela estava com os olhos cheios e as mãos no rosto. Abaixei o vidro e a Mari começou a me dar beijos no pescoço e mordidas na orelha, o que me fez rir.
- Que foi? – perguntei pra Bruna.
- Como você pôde?
- Como eu pude o que?
- Fazer isso comigo.
- Fazer o que? – Marina me deu uma mordida mais forte – Aí morena, assim dói.
- Desculpa amor.
- Como você pôde me trocar por essa... essa...
- Fala logo filha. Estamos ocupados. – Marina também a olhou.
- Nicolas o que é isso?
- Eu beijando minha namorada?
- Namorada?
- Tá surda querida? – Mari perguntou.
- Nicolas, eu posso conversar com você?
- Já tá conversando, Bruna. – revirei os olhos.
- A sós.
- Fala logo Bruna!
- Nicolas, eu estou grávida. – eu ri.
- Com camisinha, anticoncepcional e pílula do dia seguinte junto, você está grávida? Me poupe Bruna.
- Qual é Nicolas? O que você viu nessa sem sal? Nem peito ela tem.
- Olha, ela beija muito melhor que você. Quica muito melhor você. Geme muito mais gostoso que você. É muito mais bonita que você. E o principal de tudo, tem um caráter muito melhor que o seu.
- Mas eu te amo Nicolas.
- E eu a amo. Fazer o que né? – dei de ombros – Vamos morena? Estou com fome.
- Vamos. Vou fazer uma janta caprichada pra gente.
Mari saiu de cima de mim e nós descemos do carro.
- Era só isso Bruna?
Ela não disse nada, então eu peguei a mão da Mari e nós entramos.
- Aah! – falei e me virei pra Bruna – E ela é muito mais gostosa que você. – passei o braço sobre os ombros da Mari e nós subimos.
Eu estava morrendo de fome. Parecia que tinha um dragão no meu estômago.
Assim que entramos no apê nós nos jogamos no sofá. Eu estava morto.
- Não é porque sou taurino não, mas eu estou morrendo de fome. – falei.
- Olha, eu disse que cozinhava hoje, mas lá em casa só tinha tipo, arroz e feijão. Vez ou outra tinha carne ou uma verdura qualquer. Eu só aprendi a fazer isso.
- Então eu vou te ensinar.
- Jura? – ela sorriu.
- O que? Já te disse que quando a gente mora sozinho acaba aprendendo a fazer algumas coisas.
- Estou até vendo o estado que vai ficar tua cozinha. – eu ri.
- Boba. Eu sou um bom professor sabia?
- Tão bom que transou com a sua aluna.
- Não tenho culpa se minha aluna é linda, gostosa e me conquistou. – um sorriso lindo apareceu em seu rosto.
- Adoro quando admite que eu te conquistei.
- Fazer o que né? É a verdade. Apesar de ser clichê.
- Ei, você falou como se isso fosse ruim.
- Desculpa morena.
- Ruum. – ela cruzou os braços e fez um biquinho lindo.
- Que bico mais fofinho.
- Eu não faço bico.
- Faz sim. Olha só que coisinha mais fofa.
Dei uma mordida no lábio inferior dela e depois engatei em um beijo. Depois levantamos e fomos pra cozinha. Eu ia ensina-la a fazer panquecas.
A gente começou a fazer e eu dizia cada passo pra ela, que fazia tudo com maestria. Ela é boa nisso.
- Parabéns morena. Aprendeu rápido.
- Eu acho que seria boa na cozinha se tivesse opções de cozinhar. Meu arroz fica melhor que o da minha mãe.
- Morena você é boa em qualquer lugar. Até na cozinha.
- Só pensa em besteira você.
- Sim. Em besteira e em comer. – ela riu.
- Comer o que né? Essa é a questão.
- Comida claro. Sou puro.
- E minha mãe é virgem.
- Olha que absurdo isso gente. Só porque 80% do meu cérebro só pensa em sexo, você fica falando isso. Não pode morena.
- Só 80%?
- Sim. Os outros 20% eu divido entre comida, física e festa. – ela riu e eu também.
Continuamos cozinhando até que a panqueca ficou pronta. Arrumei a mesa e nós nos sentamos pra comer. Modéstia à parte, isso ficou muito bom.
- Até que eu aprendi direito.
- Sabe fazer sozinha?
- Eu preciso da receita com os ingredientes ainda, mas se eu fizer umas duas ou três vezes fica de boa.
- Entendo. Você é muito inteligente morena. Devia tentar uma federal.
- Mas eu vou. Graças a Deus ganhei isenção na inscrição do Enem. Eu vou estudar bastante e tentar passar.
- Certeza que você consegue.
- Tomara, porque é a única chance que eu tenho de estudar e crescer na vida.
- Talvez não morena. Você pode virar modelo e ficar rica. Corpo você tem.
- Acho que não. Não sei se me dou bem com passarelas.
- Modelo fotográfico está aí pra isso.
- Nunca tinha pensado nisso. Mas acho que meu pai não ia deixar. Muitas modelos acabam por ter que fazer propaganda de lingerie, meu pai não ia aceitar isso nunca.
- Por que seu pai é assim? Você já tem 18 anos. Pode tomar suas próprias decisões.
- Meu pai é das antigas. Ele acha que casamento ainda tem que ser arranjado e que mulher não é pra ficar se exibindo.
- E mesmo assim você tem aquelas roupas minis?
- Sim. Presente do Carlos.
- Quem é Carlos, Dona Marina?
- Um ficante que eu tinha antes daquele nosso acordo de não ficar com ninguém.
- Ah, então você tinha alguém e estava aqui me beijando? Que feio morena.
- Nem vem, você transou com a Renata que é casada.
- E me arrependo. – um arrepio percorreu meu corpo só de lembrar.
- Eita, ela é ruim assim?
- Nossa! Ela é péssima. Só sabe beijar bem, mais nada. – Marina gargalhou.
- Por isso estava irritadinho quando voltou pra festa do Gustavo?
- Uhum.
- E no fim sobrou pra mim.
- Nem vem dizer que isso foi ruim. A gente faz um sexo gostoso pra caralho.
- Pior que é verdade. – riu.
- Pior? – perguntei sério.
- Modo de falar amor.
- Sei. – ri – Vai se arrepender não hein, agora já era.
- Já era por quê? A gente não casou, eu sou livre.
- Porra nenhuma. Você é minha e ai de quem encostar em você. – ela riu.
- Calma, senhor ciumento.
- Querida, eu não queria namoro, compromisso e nada do tipo, mas como tu fez milagre, então agora é só comigo que tu vai ficar. – ela riu mais alto ainda.
- Ok querido.
- Seu material está todo aqui? – mudei de assunto.
- Uhum.
- Bom.
- Amor como a gente vai fazer na escola? Por que eles vão estranhar a gente chegar junto todos os dias e tudo.
- Isso é o que menos me preocupa. Como eu disse, nossa vida fora da escola não diz respeito a ninguém.
- E o que te preocupa então?
- Te ver o tempo todo e não poder te agarrar em toda oportunidade que a gente tiver. – ela riu.
- É. Também não vai ser legal ficar ouvindo as meninas falarem o quanto você é gostoso.
- É só você entrar no assunto e dizer que eu também sou bom de cama e beijo bem.
- Nem fodendo. Ainda tenho uma vida dupla querido, eu ainda me finjo de santa.
- É verdade. E eu vou ter que fingir que ainda sou um puto?
- Sim. Pra você é fácil, você já foi putão.
- Não, eu sou ainda, só que agora eu sou putão com uma só. Mas eu ainda gosto de festas, bebidas e sexo.
- Mas não tem jeito mesmo você.
- Suja falando do mal lavado.
- Mas fala sério, sexo é bom demais.
- Sim, melhor que muita gente.
- Pô. Bota melhor nisso.
- Cara, – ri – acho que nós somos ninfomaníacos. Todo assunto que a gente conversa para em sexo.
- Você acha? – ela gargalhou – Eu tenho certeza absoluta.
Terminamos de comer e a Mari lavou a louça enquanto eu secava e guardava.
- Morena, você disse que seus pais tinham muitas dívidas e tudo, mas aquela casa é de vocês, não é?
- Sim. As coisas já foram melhores pra nós. Nem sempre fomos pobres como somos hoje, já tivemos uma condição financeira aceitável, tipo, que ia além das contas do mês. Mas quando meu pai resolveu comprar a casa as coisas ficaram bem ruins. Ele fez um empréstimo pra isso, e acabou por não conseguir pagar como devia. Vieram contas atrás de contas. Meus pais quebraram de uma vez.
- Ah sim. Então vocês moravam de aluguel.
- Sim. E acho que deveria ter continuado assim, mas meu pai tinha duas opções, a casa ou um carro. Ele preferiu comprar uma casa.
- E fez muito certo. Pelo menos agora vocês não têm problema com pagar aluguel ou algo do tipo.
- É, mas a gente não morava aqui no Rio. Somos de Minas. Minha família inteira tá lá. Nós viemos pra tentar algo melhor, mas só arrumamos problemas.
- Então minha morena é mineirinha? Caramba, nem parece.
- Eu saí de Minas com uns 11 anos. Já tenho 18. Essa transação de Minas pra cá me fez reprovar dois anos. Eu sofria bullying e tudo. Quase não ia na escola.
- Cara, como alguém consegue fazer bullying com uma menina gostosa e bonita feito você?
- Amor eu tinha 11 anos, ninguém liga pra corpo aos 11 anos. Bom, naquela época não ligavam. E eu falava tudo errado, escrevia errado. Minhas roupas eram bem diferentes do que são hoje.
- Vocês ainda têm contato com seus parentes de lá?
- Pouco. Lá onde a gente morava é tipo uma fazenda. O contato por celular lá é totalmente horrível.
- Ah sim. Que puxada sua história morena.
- Um pouco. Mas eu já contei minha história toda e você não me falou nada de você, a não ser do seu irmão.
- Ah morena. Eu meio que nasci em berço de ouro, como dizem. Sou de Niterói, mas cresci aqui no Rio praticamente. Mudamos pra cá depois que o Miguel morreu. Nunca fui o nerd e nem o mais inteligente, mas minhas notas eram sempre altas. Eu era o descolado, era sempre o que levava brinquedo pra escola, que usava roupas de marca e tudo. A vida inteira eu fui visto como metidinho, principalmente porque eu já sabia falar inglês fluentemente com 7 anos de idade. Talvez eu fosse mesmo metido, ou ainda sou. Minha mãe me mimou muito, cobria tudo que eu fazia de errado e sempre me dava tudo o que eu queria. Por isso eu fiquei do jeito que era, achava que podia ter todas porque o dinheiro me dava todas. Era meio que um atrativo pra isso. Nenhuma das meninas e mulheres que eu fiquei me queriam por causa de quem eu era, era só pelo dinheiro, as bebidas que eu pagava, o carro que eu tinha com 16 anos, as roupas e perfumes que eu usava. Eu achava que qualquer uma ia dar pra mim por causa disso. Mas bom, depois de você descobri que não.
- Mas você mesmo me disse que dinheiro não era tudo.
- Eu nunca disse que fui feliz. Depois que Miguel morreu eu tive momentos de alegria, mas nem o dinheiro, nem os brinquedos, nem as roupas de marca me trouxeram a felicidade que o Miguel me dava.
- Eu também não fui feliz aqui como era lá na fazenda com meus primos. Meu pai era muito mais liberal lá.
- Se arrepende de ter vindo?
- Não. Agora não mais. Por anos eu me arrependi, mas agora achei um sentido aqui.
- Ah que bom, morena.
- É. Hoje em dia não me vejo lá mais.
- Qual o nome da cidade?
- Manhuaçu.
- Isso é uma cidade? – ela riu.
- É.
- Estranho.
- Eeei! – ela riu mais ainda – Não fala assim da minha cidade.
- Desculpa, ooh patriota. – ri também.
- Besta.
- Vamos tomar banho pra dormir?
- Mas dormir já?
- O que? Eu estou morto morena. A gente transou a noite toda e agora há pouco.
- É verdade. – ela riu.
Terminamos de ajeitar a cozinha e seguimos em direção ao quarto.
- Morena, quer ir lá em casa amanhã?
- Não. Sua mãe não gostaria de me ver lá.
- Morena, ela está pra Angra.
- Não, melhor não amor. Deixa pra quando eu tiver dinheiro pra ser uma boa pessoa nos conceitos dela. – isso é de cair o cu da bunda.
- Morena, esquece isso. Nós dois sabemos que você não está comigo só pelo dinheiro. Se fosse tinha ficado comigo bem antes.
- É. Mas ela não sabe. Nick essa história de pobre namorar rico nunca deu certo desde os tempos antigos. Sempre vai ter rixa quanto a isso.
- Foda-se a rixa. Desde que a gente tenha um ao outro, a opinião do resto não me importa.
- Ai que romântico. – brinquei.
- Se acostuma não hein.
- Pode deixar.
De repente, uma ideia maneira se passou pela minha cabeça. Olhei pra ela de novo e sorri.
- Ei morena, já que nós vamos passar o meu aniversário junto, vamos fazer algo?
- Quando é seu aniversário?
- 4 de maio.
- Nossa, falta só uma semana e um pouquinho.
- Sim.
- Mas fazer o que?
- Ah, sei lá. Acampar na praia. Ir pra Angra, ou Niterói visitar minha avó.
- Eu e você? Viajando?
- A gente tá praticamente morando junto Morena, que que tem a gente viajar?
- A última viagem que eu fiz foi de Minas pra cá.
- Então escolhe pra onde vamos. Pra onde você quiser ir, a gente vai. – falei empolgado, já imaginando uma viagem maneira pra nós dois.
Mas ela me jogou um baita balde de água fria.
- Não Nick. A gente começou a namorar hoje. Acho melhor não. E minha mãe pode sair do hospital também. Meu pai pode melhorar ou piorar. Eu...
- Tudo bem. Já entendi. Ninguém viaja.
- Não fica chateado Nick.
- Não estou. – eu estava.
- Tá sim.
- Não estou, não morena. A gente acha outra coisa pra fazer e viaja em outra época, talvez nas férias.
- Você me entende né?
- Uhum. Vamos tomar banho?
- Uhum.
E assim fizemos. Eu queria muito viajar, mas ela também tem razão. A gente começou agora, eu realmente estou apressando as coisas.
Ou pelo menos isso era o que eu tinha que colocar na minha cabeça.
Tomamos nosso banho nos deitamos pra dormir. Ela de lado e eu com meu corpo encaixado no dela, abraçando-a pela cintura.
- Boa noite amor.
- Boa noite morena.
- Eu amo você.
- Também amo você.
Dei um beijo no ombro dela e encaixei meu rosto em seu pescoço.
~23 de abril de 2017
No dia seguinte acordei já eram de nove horas. O sol brilhava forte do lado de fora. Mari não estava na cama e aparentemente nem no banheiro.
Levantei da cama e fui no banheiro fazer minhas higienes, depois vesti uma bermuda e fui na cozinha.
- Morena?
Esperei uns segundos e nada dela. Também não estava no outro quarto e nem no banheiro. Ué gente, cadê a Marina?
Sentei na mesa pra comer um café básico que tinha ali, provavelmente ela que fez, e enquanto isso tentei ligar pra ela, mas só deu caixa postal. Terminei de comer e fui olhar algumas coisas da escola enquanto continuava tentando ligar pra ela.
Eram quase meio dia quando ouvi a porta do apê abrir. Levantei da cama correndo e fui até lá, chegando a tempo de ver ela colocando a bolsa no sofá e tirando o sapato.
- Oi morena. Foi onde?
- Oi amor. Fui no hospital ver minha mãe.
- Por que não me chamou? Eu te levava.
- Amor, eu ainda sei andar de ônibus e também, você estava dormindo tão lindo. Não tinha necessidade de te acordar.
- Você não me atendeu. Fiquei preocupado. – falei como uma bela criança mimada, o que fez ela rir.
- Calma amor, eu não vou fugir não.
- Sei lá né. Vai que você resolve ver que eu sou louco e sai fora.
- Fala como se eu fosse normal, né gatinho? – nós rimos.
- É verdade. Dois loucos, viciados em sexo, pervertidos e apaixonados.
- Melhor definição pra nós dois.
- Vem cá morena.
Puxei ela pela cintura e ela me abraçou pelo pescoço, me dando um beijo logo em seguida.
- Me ajuda a botar as matérias em dia? Já que eu volto pra escola amanhã, preciso voltar aos estudos.
- Ajudo sim. E sua mãe, como está?
- Bem. Ela disse que praticamente já não sente mais dor, e que só o gesso que está incomodando agora. Logo, logo ela vai estar em casa.
- Ah que bom.
- Isso soou tão falso.
- É porque eu queria continuar dormindo com você. Sexo todo dia e tal. Mas eu estou feliz que ela esteja ficando bem. – ela riu.
- Mas é safado né?
- Você gosta que eu sei, morena.
- Eu não gosto, eu amo.
- Eu sei minha linda. Eu sei.
- Vamos estudar vamos. Depois a gente fala disso.
- Meeeu! Vai ser quase impossível te dar aula sem te beijar, te agarrar, te comer.
- Carinhoso você. – riu.
- Muito.
- Vamos logo. Eu quero você, mas ainda zelo pelos meus estudos. Isso não era mentira, eu gosto de estudar. Ainda mais estudar com você né. Que aí eu posso estudar e transar depois. Tem coisa melhor?
- Depois eu que sou safado, né morena?
- Nós somos amor. Nós somos. Vou ir pegar minhas coisas.
- Vou pegar também porque eu estava trabalhando no quarto, mas lá eu e você não rola.
- Não mesmo. – nós rimos e fomos pegar nossas coisas pra estudar.
Pedi meu pai pra pegar tudo que foi dado nesses 15 dias em todas as matérias, então eu sabia tudo que tinha acontecido pra poder explicar pra ela.
Sentamos na mesa e comecei a ensinar cada matéria que ela perdeu. O bom da Marina é que ela sabe separar as coisas. Enquanto estamos estudando, a gente estuda mesmo. Não tem beijo entre exercícios e nem nada do tipo.
Ficamos mais de duas horas assim até que a fome começou a bater, já ia dar três da tarde.
- Fome me consome. – ela reclamou.
- Vou fazer nosso almoço.
- O que vai ser hoje?
- Bife acebolado, gosta?
- Nossa! Amo. Faço sempre que tem bife em casa. O que é tipo, uma vez no mês. – rimos.
- Então vamos comer bife acebolado a la Nicolas Bittencourt.
- Aee!. – ela bateu palmas e nós rimos.
Juntei mais ou menos nossas coisas e me coloquei a cozinhar.