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Ela me olhou duvidosa e eu a incentivei com a cabeça. Ela deu um gole e chegou até a fechar os olhos pra poder sentir melhor o gosto.
- Bom né?
- Muito. – um sorriso enorme surgiu em seu rosto.
Dei um gole no meu copo e me sentei do lado dela na mesa. Ela, que ainda estava encantada com a bebida, bebeu o resto num gole.
- Eita, calma. – ri – Não precisa apavorar, a bebida não vai correr.
- Mas eu nunca mais vou beber um desse.
- Por que não? A garrafa está ali. Só ir lá e pegar.
- Não. Isso deve ser caro, e eu não sou muito de beber. Sou fraca pra isso. Se meu pai souber, eu estarei morta.
- Só meia dose não mata ninguém.
- Tá, mas eu vim pra estudar. Não pra ficar bebendo. – eu ri e assenti.
Ela parecia em um conflito interno pra se decidir entre beber e estudar.
- Antes da gente começar, posso te fazer uma pergunta?
- Se eu puder responder. – falei.
- Por que tá sendo legal comigo depois de tudo que falei pra você ontem? Era pra você estar com raiva de mim, não me ajudando. – porque eu quero te comer!
- Eu não guardo rancor. – sorri convencido – E também é uma forma de te mostrar que eu não sou tão idiota quanto você pensa ou diz. – pisquei.
Ela me olhou desconfiada, mas não disse nada.
Abri meu notebook e comecei a pesquisar algumas coisas que ela precisava. Algumas coisas eu expliquei e outras ela já sabia.
Ficamos uma hora e meia assim até ela se virar pra mim e me olhou com a cara do gato de botas do Shrek.
- Me dá mais? – eu ri alto.
- Whisky? – ela assentiu – Pega lá.
- Posso?
- Finge que está em casa.
Ela sorriu e pegou o copo, indo até a mesinha servindo. Dessa vez ela colocou uma dose inteira, o que me fez rir.
Será que se eu a deixar bêbada, eu consigo levar ela pra cama ainda hoje? Seria ótimo.
- Cara, isso deve ser caro pra caramba.
- Nem tanto.
- Pra você né? Lá em casa isso só entra se for presente, porque nunca que a gente tem dinheiro pra comprar isso. – eu ri.
- Te dou uma dessas qualquer dia desses.
- Quer me ver morta?
- Não! Óbvio que não.
- Então nem pense nisso. – apontou o dedo pra mim e eu ri.
- Ok senhorita. Podemos voltar aos estudos?
- Claro.
Ela voltou pra mesa e quando estava quase em seu lugar, tropeçou no pé da cadeira, caindo exatamente em cima de mim.
Uma das mãos em minha coxa e a outra em meu membro. Sim, ela caiu com a mão lá. O rosto pertinho demais do meu.
Aaaa! É agora que eu pego essa morena! Ela me encarou por longos segundos, mudando o olhar sempre dos meus olhos pra minha boca. A mão dela no meu pau estava me deixando excitado, fazendo ele começar a ganhar vida.
Sem que ela percebesse eu fui aproximando nossos rostos, sempre sustentando seu olhar. Meu pau pulsou.
Acredito que ela tenha sentido isso porque logo piscou e parecia ter saído de um transe.
- Desculpa. Eu...– ela tentou levantar, mas não deixei.
Ah, mas agora você não vai fugir mesmo!
Ela ia se afastando quando eu segurei sua nuca e a beijei. Ela demorou um tempo pra processar, mas retribuiu.
E QUE BEIJO BOM DO CARALHO. Puta que pariu!
A língua dela dançava sincronizada com a minha. A boca se encaixava perfeitamente na minha.
Eu já beijei muito nessa vida. Mulheres de todos os tipos possíveis. Nenhuma tinha um beijo tão bom, tão bem encaixado. Isso me deixou ainda mais excitado. Tomei a liberdade de segurar sua cintura e a coloquei sentada de frente pra mim em meu colo.
Acho que ela talvez não seja tão santa assim, ou ela estava provocando sem saber, porque meu pau pulsou com o arranhão que ela deixou em minha nuca. Meu corpo inteiro se arrepiou com os puxões de cabelo que ela me dava.
Estava tudo muito bom, mas o ar faltou. Mordi o lábio inferior dela e separei nossos rostos. Ficamos mais um minuto olhando fixamente um pro outro, só recuperando o fôlego. Quando o fizemos, eu ataquei de novo seus lábios, e agora coloquei uma pitada mais de desejo.
Meu pau pulsando embaixo dela não me ajudava em nada. Arrisquei passar as mãos pra dentro de sua blusa e desci da sua boca pro pescoço. Ela arfou quando apertei seu seio e chupei seu pescoço. Estava muito bom ver os meus efeitos nela.
Voltei aos seus lábios e estava quase arrancando a blusa quando, pra variar, fomos interrompidos. O celular dela tocou e ela levantou rápido do meu colo, correndo pra atender o celular.
Eu sorri vitorioso enquanto ela estava de costas pra mim. Isso vai ser melhor do que eu esperava. Ela desligou o celular e começou a juntar suas coisas. Marina tremia e eu tive que segurar pra não rir.
- Já vai? – perguntei com falsa inocência.
- Tá tarde. Eu... minha mãe me mandou... ir pra casa.
- Ei... calma. Eu levo você.
- Não! Não. Você fica aí. Bem longe de mim. – eu ri.
- Calma pequena aprendiz. Eu só mordo se você deixar.
- Não. Eu... preciso ir.
- Vamos.
Quando eu fui passar por ela dei um beijo em seu pescoço e fui pegar a chave do carro. Hehe vai ser questão de dias até eu conseguir o que eu quero.
Descemos até meu carro e ela sempre mantendo uma distância segura de mim. Entramos no carro e ela ainda tremia. Acho que ninguém nunca deu um beijo desse nela. Te prepara gatinha. Isso foi só o começo.
Dei partida no carro e segui pra casa dela. Dessa vez eu acho que sabia o caminho. O trânsito essa noite estava horrível. Tinha engarrafamento de mais de quilômetros, isso me tirava do sério.
- Você até que beija bem, Marina. – resolvi provocar.
- Você não devia ficar beijando suas alunas.
- Mas eu só beijei você.
- Mas não devia! – falou nervosa.
- Ei, calma. – ri – Foi só um beijo.
- Você estava excitado, não foi só um beijo.
- Estava não, estou. Sua mão não parou em um lugar muito legal sabia? Me deixou de pau duro.
- Deixa de ser escroto! Isso é quase pedofilia.
- Não quando você também quis.
- Eu não quis nada.
- Nossa, quero ver seu beijo quando quiser então.
- Deixa de ser ridículo. Eu só tenho 18 anos.
- Beija melhor que a Bruna que tem 23. Agora vou ficar me perguntando se é melhor que ela na cama também.
- Cara que escroto. Desejando uma menina? Onde está seu senso?
- No copo de whisky que eu tomei.
- Eu quero você bem longe de mim.
- Tem certeza?
Me inclinei pro lado e, aproveitando que estava tudo parado, comecei a beijar o ombro dela, que se espremia na porta.
Ela tentou me afastar e eu segurei suas mãos, colocando uma delas de novo em meu membro. Ataquei seus lábios de novo e de novo ela retribuiu. O beijo dela é simplesmente o melhor, dentre todos que já provei até hoje. Tem um fogo natural que está me deixando louco.
Aquele beijo no carro estava ainda melhor. Eu realmente estive ao ponto de arrancar a roupa dela ali mesmo. Tive que lutar pra recuperar o foco e empurrar meu corpo de volta pro meu lugar. Pra minha sorte o trânsito andou bem nessa hora, o que me deu tempo pra me recompor.
- Não toca mais em mim. – ela falou ofegante.
- Admite logo que você gostou.
- Não, eu odiei. – ela bufou – E não quero que você faça isso de novo. – eu ri.
- Seus olhos te entregam, pequena aprendiz.
- Me deixa em paz, Nicolas. Eu sirvo pra ser sua irmã.
- Mas não é. Não se negue aos seus desejos pequena Mari.
Botei a mão na coxa dela e comecei a subir bem devagar, observando com atenção as reações dela. Quando cheguei em sua intimidade, senti tudo tão molhado que quase perdi de vez a cabeça.
E quando ela gemeu baixinho, eu só tive ainda mais vontade de foder ela ali mesmo.
Puta que pariu.
- Viu? – eu ri – Você gosta.
Eu comecei a massagear seu clitóris e ela se contorceu todinha na minha mão, seu gemido saindo mais alto agora.
- Tira sua mão de mim. Eu não quero...– tentou dizer, mas foi interrompida por um gemido.
- Se acalma. Prometo que não conto pra ninguém o que houve aqui.
- Até porque se você contar perde o emprego, né querido professor.
- Não me importaria.
- Ah claro. Esqueci que você só quer comer puta e beber. Mas eu não vou ser mais uma das suas putas.
- Já te falei que eu seleciono bem né, pequena Mari? Não vou comer você.
- Por que isso então? – agora ela já estava puta de verdade.
- Pra te mostrar que você queria que eu comesse você.
- Me respeita seu idiota. Eu não sou tuas nega, não quero nada disso. Idosos não fazem meu tipo.
- Idoso? – eu ri, mas fiquei extremamente afetado com o comentário – Vou te mostrar o idoso.
Entrei em uma rua qualquer e parei o carro, puxei ela pro meu colo e comecei e beijar seu pescoço e a tirar suas roupas.
Que se foda toda aquela coisa de ir com calma, eu estava pouco me fodendo agora. Era melhor ela não ter me provocado. Isso agora é uma questão de honra.
Tirei sua blusa e beijei o pescoço, a barriga e os peitos. Ela arfava e gemia vez outra. Estava totalmente entregue.
Segurei sua nuca e beijei sua boca com muita, mas muita vontade. Ela deu uma rebolada em cima de mim e eu segurei firme sua bunda.
- Não. Eu... me solta.
- Não mesmo.
- Você não pode...
Beijei ela de novo e dessa vez eu botei minha mão por dentro do short dela.
- Nicolas não. Eu não quero.
- Cala a boca vadia.
Quando eu ia chupar o peito dela ela me deu um tapa na cara que doeu pra caralho. Minha visão começou a embaçar e eu tive que fechar os olhos com força pra voltar ao normal.
Quando os abri de novo Marina já tinha voltado ao seu lugar e já estava saindo do carro. Eu segurei seu braço e ela me olhou com raiva.
- Tira a mão de mim, seu nojento.
- Doeu isso sabia?
- Era pra doer mesmo! Você se acha o machão, mas não sabe nem tratar uma mulher. Eu não sou as tuas putas, tá me ouvindo? Nunca mais toca em mim!
Ela puxou o braço e saiu andando vestindo a blusa ao mesmo tempo. Desci do carro e fui atrás dela, prendendo-a na parede e olhando fixamente em seus olhos.
- Você não devia ter me batido.
- Vai fazer o que? Me bater de volta?
- Não, eu vou fazer pior.
Beijei ela de novo e ela retribuiu outra vez. Dessa vez suas mãos foram pro meu pau de livre e espontânea vontade. Ele já estava pulsando, completamente duro e eu estava doido pra entrar nela.
Ela passou a mão por dentro da minha bermuda e apertou nele diretamente, masturbando. Eu gemi em sua boca e ela mordeu meu lábio inferior. Eu já estava pra lá de excitado quando ela me empurrou e tirou a mão de lá.
- Nunca mais encosta em mim, ou eu conto tudo para o seu pai e aí você vai perder toda a marra que tem, seu idiota!
Ela me deu um selinho e saiu. Filha da puta! Isso não vai ficar assim. Ah, mas não vai mesmo.
Voltei pro meu carro puto de raiva. Aah, mas se eu pego essa marina.
Voltei pra casa e eu estava com tanta raiva que até socar o volante eu soquei. Tomei um banho frio e fui até a cozinha pra comer algo, mas dei de cara com o copo dela em cima da mesa, e o celular também.
Peguei o copo e fui logo jogando na parede! Arrrrrrg que ódio.
- Nicolas?
- Tá aí ainda Cida?
- É. Eu estava lavando umas roupas suas.
- A essa hora?
- Uhum.
- Aí Cida. Vem cá, você não ligaria de dar pro seu patrão, ligaria?
- Tá doido Nicolas? Eu não posso fazer isso.
- Por quê? – não seria a primeira vez.
- Você só quer me levar pra cama porque não conseguiu nada com aquela menina que estava aqui. Não sou tuas putas Nicolas, eu estou aqui a trabalho. Seja menos idiota, obrigada. – ela disse e saiu.
Eu levei um fora da minha empregada. Vai se foder viu Marina.
Fui pro meu quarto e me joguei na cama. Aquele momento no carro voltou todinho na minha cabeça. Por um instante aquela Marina santinha simplesmente sumiu. Ela parecia em um conflito interno, tentando decidir entre ceder ou resistir.
E eu estraguei tudo.
Aquela rebolada que ela deu no meu pau foi de matar. Porra Nicolas, seu tosco, foi chamar a mina de vadia por quê? Idiota!
Agora vou ter que arrumar outro jeito de conquistar ela. Mas é um tapado mesmo! Idiota! Pior que a mina beija bem pra porra, nem imagino o que ela faz na cama.
Fui despertado pelo celular dela tocando na cozinha. Fui lá e quando vi no visor estava escrito "Mãe". Peguei o celular e atendi.
~ Ligação:
- Alô?
- Quem está falando?
- Nicolas.
- Ah que merda! Meu celular ficou aí. Droga!
- Segunda eu te entrego.
- Não quero nem falar com você de novo.
- Então fica sem.
Ela bufou e eu desliguei o celular. Vou fazer uma surpresinha pra ela.
Depois daquilo foi um custo pra conseguir tirar aquela moreninha, baixinha, marrentinha e gostosona da cabeça. Isso não ajudava em nada, porque eu estava de pau duro e dormir assim é difícil pra caralho, ainda mais pensando nela.
~12 de fevereiro de 2017
No dia seguinte eu acordei mais cedo do que queria.
Fui no banheiro, fiz minhas necessidades e tomei um banho rápido. Vesti uma roupa mais leve, peguei as chaves do carro e saí.
Passei no shopping mais próximo e fui direto na loja da Apple. Se ela não tinha um celular bom, agora ela tem.
Comprei também um whisky 18 anos e fui em direção à casa dela. Louco? Sim. Mas que eu vou arrumar um jeito de levar ela pra cama eu vou.
O caminho até lá foi mais tranquilo por ser domingo de manhã. Quando cheguei peguei as sacolas e bati na porta. Não demorou pra uma mulher abrir.
- Pois não?
- Oi, bom dia. Marina está?
- Sim, está. Quem é você?
- Sou Nicolas. Professor de física dela.
- Ah sim! Nando me falou de você. Veio fazer o que aqui? – delicaaada.
- Vim trazer isso. Bom, isso é pro seu marido. Isso é pra ela. Eu estava ajudando-a com física ontem, acho que sabe né? E aí eu estraguei o dela com suco. Preciso reparar isso. – ela me olhou desconfiada, mas assentiu.
- Eu vou... chamar eles. Entra.
- Licença.
Ela saiu e foi em direção a algum corredor da casa. Logo o marido dela apareceu e Marina logo em seguida, toda gostosa de pijama.
- Tá fazendo o que aqui moço? – o pai dela perguntou.
- Eu vim trazer isso aqui pro senhor. – levantei a sacola pra que ele visse – Marina disse que o senhor gosta.
Entreguei a sacola do whisky pra ele e os olhos dele brilharam como os da filha quando viu.
- Por quê?
- Ela viu isso lá em casa e disse que o senhor gostava.
- Marina você foi na casa dele?
- E... eu...
- Eu estou dando aula de reforço pra ela. Ela disse que tem dificuldade e bom, sou professor de física.
- Luiza, bota isso lá dentro.
A mulher assentiu e saiu. Marina me olhou como se fosse me matar e eu sorri travesso.
- Qual seu nome mesmo?
- Nicolas. – ele estendeu a mão e eu apertei.
- Fernando.
Marina me lançou um olhar mortal, mas o pai dela já não me olhava com tanta raiva assim.
- O que você quer com a minha filha?
- Como eu disse pra dona Luiza, eu estraguei o celular dela ontem sem querer e bom, vim repor. – aproveitei a deixa e entreguei a sacola dela também.
- Isso é um iPhone! – ele arregalou tanto os olhos que achei que eles fosse pular para fora do globo ocular.
- Sim. – falei um tanto indiferente.
- Isso é caro. Ela não vai aceitar.
- Não foi nada seu Fernando. É só que ela quase me matou quando eu estraguei o dela. Então eu tinha que me redimir. Vou dar aula pra garota e estrago o celular dela? Não pode isso.
- E por que está dando aula pra ela? Quem está pagando isso?
- Na verdade eu nem pensei em cobrar.
- E está ajudando por quê? – porque eu quero comer ela.
A resposta ficou presa na ponta da língua, mas apenas olhei pra Luiza, que já tinha retornado, e sorri.
- Porque Marina é uma boa aluna, e física é a única matéria que ela tem dificuldades. Pelo menos com todo mundo atrapalhando. As aulas que eu dei pra ela sozinha, ela aprendeu bem.
- Nós sempre fizemos de tudo pra ter uma boa educação. É o mínimo que podemos dar a ela. – Luiza falou com orgulho.
- E vocês conseguiram. Marina é uma ótima aluna e uma menina muito educada. Parabéns.
- Obrigado. Mas você... pretende cobrar essas aulas?
- Não. Fiz com o maior gosto. Ela merece. – vou cobrar de outra forma.
- Tão bom ouvir isso. Saber que todo o nosso esforço tem surtido efeito.
- Eu só achei você meio novo pra ser professor. – Fernando pontuou – Quantos anos tem? 24?
- 23. Me formei ano passado em física na UFRJ.
- Nossa, tão jovem e já tem essa responsabilidade.
- Pois é. Nem foi tão difícil. Eu confesso não ter sido dos melhores alunos no ensino médio, então já estou um pouco preparado. Sei lidar com os meninos.
- Hum... e vocês têm essas aulas na sua casa?
- Sim. Bom, sempre que a Cida, minha empregada, está lá. Marina se sentiu mais confortável. Da última vez minha namorada, Bruna, também esteve presente.
- Ah, você tem namorada? – o homem parecia super aliviado.
- Uhum.
- Então você não está interessado na minha filha? – eu ri. Você não sabe o quanto.
- Pai!
- Não senhor. Eu só quero ensinar.
- Ah... menos mal. E o whisky? Deve ter sido caro aquilo.
- Ah não. Foi só pra agradar mesmo. Ontem o senhor disse que não gostou de mim. Bom, tentei.
- Falou isso pra ele? – Luiza perguntou.
- Falei! Eu não gostei mesmo.
- Nando!
Foi inevitável não rir, mas eu estava focado mesmo era no duelo de olhares entre mim e a Marina.
Ela está gostosa demais nesse pijama. Abençoa Papai do céu, que eu ainda vou ter essa morena na minha cama.
Luiza e Fernando ficaram naquela pequena discussão por tempo suficiente pra Marina me arrastar pra cozinha.
- Tá pensando o que? Que pode me comprar com celular e whisky caro?
- Claro que não. É só um mimo.
- Você não cansa de ser idiota, né?
- Presente de Natal atrasado.
- Te fode com esse presente.
- Prefiro foder você. – sussurrei.
Obviamente eu levei um tapa com isso, mas não perdi a oportunidade de dar uma mordida na orelha dela e uma no pescoço.
- Eu disse pra não encostar em mim.
- E seus olhos dizem pra eu fazer isso.
Puxei ela pela cintura e dei um beijo meio desesperado. Cara esse beijo é bom demais, puta merda.
- Tá maluco? Se meus pais vêm isso eu estou ferrada. – ri.
- Posso te levar pra "estudar lá em casa" se quiser. Também sei muito de anatomia do corpo humano.
Ela deu um pulo com o apertão que dei em sua bunda e depois saiu de perto de mim, indo até a geladeira pegar sei lá o que. A mãe dela apareceu segundos depois.
- Perdoa meu marido Nicolas, ele é meio ríspido às vezes. Meio superprotetor demais.
- Tudo bem dona Luíza. Com uma filha encantadora dessa eu também seria. Aliás, vou ser com a minha irmã.
- Ah, você tem uma irmã?
- Tenho. Bom, na verdade eu vou ter. Minha mãe está grávida. Ainda não sabemos se é mesmo menina, mas eu meio que senti que seria.
- Nossa, que lindo isso. Parabéns pelo novo bebê na família.
- Obrigado.
- Bom, fica à vontade Nicolas. Filha mostra a casa pra ele.
- Não precisa. Eu vim só trazer essas coisas mesmo. Já estou de partida, vou almoçar com meus pais.
- Ah, sendo assim. Volte mais vezes.
- Sempre que a marina precisar. A propósito. – me virei pra Marina – Vou te mandar uma mensagem no seu chip novo. Se precisar de mim, só chamar no meu número. Bom, vou indo. Foi bom te conhecer dona Luiza.
- O prazer foi todo meu. Nunca conheci um professor da Marina além daquela Renata, que teve o descaramento de dar em cima do Fernando.
- Sei quem. Ela é meio atirada mesmo. – ri – Bom, vou indo. Tchau Marina, até segunda.
Ela deu um sorriso sínico e eu saí rindo internamente. Os pais já foram, agora só falta a morena.
~Segunda-feira - 13 de fevereiro de 2017
Levantei cedo e animado pra ir dar aula. O único ruim é que eu veria a Renata de novo.
Quando a Luiza contou que a Renata deu em cima do Fernando eu quase morri de rir. Ela não se dá o respeito mesmo! Casada e fica querendo dar a bunda por aí. Ela é pior que eu.
O legal é a diferença de nível. Eu a chamei e chamava a Bruna de vadia e elas riam, chamei a Marina e ela me deu um tapa. Isso prova o nível de QI mais elevado da minha aluna favorita.
Cheguei na escola e quase todo mundo já tinha chegado. Renata me olhou com um sorriso safado e eu só virei a cara.
- Oi pai. Como está minha mãe?
- Feliz da vida. Essa gravidez está fazendo bem a ela.
- Eu sei que a mamãe ainda está com tudo em cima, toda gostosona, mas essa gravidez não faz mal pra ela não? Afinal ela já tem 40.
- O médico disse que por enquanto está tudo bem, mas que ela vai ter um cuidado mais dobrado ainda.
- Entendi.
O sinal tocou e eu fui dar minhas aulas. Hoje não teria aula com o terceiro ano então eu estava menos empolgado. Dei minhas aulas tranquilamente até o intervalo quando meu celular tocou.
Ligação:
- Alô?
- Nicolas? Sou eu, Luiza. Mãe da Marina, tem cinco minutinhos?
- Claro.
- É que eu estive conversando com o Nando e ele concordou que seria bom a Mari ter umas aulas particulares. Então a gente queria saber se você pode e quanto vai cobrar.
- Eu não vou cobrar não, senhora. Dou aulas pra ela com o maior gosto.
- Sério? Ai que bom. Pode ser só duas vezes por semana, se for melhor pra você.
- Pode ser sim. Só marcar dia, lugar e hora.
- Ok, pode ser às terças e quintas? Sete da noite.
- Claro que sim! Onde?
- Pode continuar sendo na sua casa. Mas essas aulas vão ser só nos períodos de provas. Não vamos te alugar por muito tempo.
- Que isso dona Luíza. Vai ser um prazer. Fica combinado assim então. Marina já está ciente?
- Já sim. Já conversamos com ela.
- Então está combinado.
- Muito obrigado Nicolas.
- Não há de que.
Eu desliguei o celular e fui todo sorridente pra sala dos professores.
Tá começando a dar certo as coisas e essa aposta só tem três dias. Vou completar isso antes do esperado.
Estava quase entrando na sala dos professores quando trombei com a marina. Ela falava no celular e por sorte – e por meu reflexo fodástico, ele não caiu. Ela usava o iphone que eu dei pra ela ontem. Era um iphone 6 plus igual o meu, com exceção da cor.
Ela desligou o celular e me olhou.
- Gostou do presente? – abri um sorriso convencido.
- Amei, mas não adianta ter o celular e não ter internet em casa.
- Lá em casa tem. Pode dar uma volta por lá.
- Te fode Nicolas. E se você acha que vou nessas aulas particulares, você está muito enganado.
- Será?
- Nicolas te enxerga. Você é só um rostinho e um corpinho bonito. Não tem conteúdo. Acha que pode ficar com qualquer uma, que pode falar como quiser com ela, mas esquece que tem mulher que não é puta igual as que você come. Vê se aprende a respeitar as pessoas e cresce. Você não é tudo isso que pensa que é.
Ela me deu as costas e saiu andando pisando duro. Tudo bem que eu vacilei com ela, mas precisava falar assim? Eu hein.
Entrei na sala dos professores e tinha perdido até a fome. Quando o sinal tocou eu fui dar minha última aula e fui direto pra casa dos meus pais. Precisava do colo da minha mãe.
Assim que cheguei na casa minha mãe me recebeu toda sorridente, como sempre.
- Que bom te ver aqui filho.
- Eu precisava de colo.
- Vem cá meu amor. Me conta, o que houve?
Ela se sentou no sofá e eu deitei minha cabeça nas pernas dela.
Como explicar pra sua mãe que você apenas não sabe ouvir verdades?
- Nada. Só me deu saudade do seu colo.
- Tem certeza?
- Não.
- Fala filho. O que te aflige?
- Mãe, a senhora acha que eu sou uma pessoa muito ruim?
- Claro que não meu amor. Você é um homem encantador.
- Tem certeza? Porque metade das mulheres da cidade tem uma rixa comigo.
- Ah então o assunto é mulher.
- Sim.
- Alguma em especial?
Pensei algum tempo antes de responder. Eu poderia falar da Marina, mas como ela é minha aluna, minha mãe vai reclamar. Ainda mais se souber da aposta.
- Não.
- Olha filho, eu nunca concordei com esse seu jeito de tratar as mulheres. Você fala e trata elas como se fosse um objeto que pode levar pra cama quando e como quiser. Mesmo aquelas que não se dão o mínimo de respeito não merecem ser tratadas assim. Nesse caso sim, você é uma péssima pessoa. Desculpe a sinceridade.
- Mas eu não sei ser diferente mãe. Eu cresci assim.
- Você já tentou ser diferente filho?
- Não.
- Pois é. Como vai ser diferente se não tentar?
Eu fiquei calado. O problema é, eu quero ser diferente? E por que exatamente eu estou pensando nisso? Pegar mulher sempre foi meu hobby, e era sempre elas que se insinuavam pra mim, por isso sempre tratei elas do jeito que trato. A única que não foi assim é a Marina. Logo a pequena aprendiz.
- Não sei se quero tentar.
- Então, nesse caso, você não vai ser melhor nunca.
- Eu sei.
E o silêncio reinou. Fiquei ali por longos minutos só sentindo o carinho da minha mãe. Foi assim até a hora que meu pai chegou.
- Ah, oi filho. Não sabia que vinha, você não me falou nada.
- É, eu decidi de última hora. Queria falar com a minha mãe.
- Sabia que ele perguntou de você hoje amor? Está todo preocupado.
- É filho? Que lindo. Que está acontecendo com você? Está gostando de alguém, é?
- Que? Não. Deus me livre! Eu só quero saber de tudo da minha mãezinha linda e da minha irmãzinha.
- Você acha que é menina, filho?
- Acho que sim. Não sei. Eu cismei que é menina.
- Logo vamos descobrir. Agora vamos almoçar porque vocês devem estar com fome. – minha mãe levantou animada.
- Eu estou com muita fome. – meu pai respondeu.
- Eu sou taurino, lógico que eu estou com fome. – brinquei.
Eles riram e nós fomos pra mesa. Maria, empregada da casa, já tinha servido o almoço então só comemos.
Na minha cabeça girava essa conversa com a minha mãe e as palavras da Marina. Foi um tapa na cara dolorido e um carinhoso logo em seguida.
- Ah pai. Quando eu tenho que começar a dar trabalho pros meninos?
- Quando você quiser filho. Por quê?
- É que eu vi uma aluna fazendo um trabalho da Renata. Fiquei me perguntando se eu tinha que dar isso também.
- Trabalho você dá quando quiser. Provas que têm datas específicas. E eu vou te avisar quando for pra preparar as suas.
- Tá certo.
- Tão bom ver você empenhado no trabalho filho. – minha mãe falou toda orgulhosa.
- Não é tão ruim quanto eu pensei. Pelo menos pra primeira semana, eu achei que era pior que eles todos juntos.
- Espera só pra ver o resto do ano. – ri.
- Só aguardando.
- Você não estava agora no final da aula, não pegou a pequena reunião que fiz com os professores. Estava pensando em fazer tipo um show de talentos lá na escola. Falei com os outros e só a Renata se opôs.
- Como seria isso?
- Os alunos se inscrevem pra dançar, cantar ou alguma coisa do tipo, e a gente faz tipo um concurso. Quem ganhar, leva o prêmio.
- E que prêmio seria esse?
- Não sei. Um notebook talvez, um Tablet. Eu vou tentar arrumar patrocinador.
- Eu não trabalho lá, mas acho uma boa ideia. – minha mãe falou.
- Também não me oponho.
- E você pede cantar filho. Você canta tão bem.
- Nossa, faz tanto tempo que eu não canto e nem toco. Ainda sei fazer isso?
- Talento não se esquece filho. Amanhã vou atrás de patrocinador e se eu conseguir, na quarta mesmo eu já aviso eles.
- Fechado.
Eu espero que a Marina tenha algum talento, porque se ela não tinha um notebook, eu vou fazer de tudo pra ela ter. Por quê? Porque sim.
Depois de almoçar com meus pais e me despedir deles, eu fui pra casa. Iria preparar esse trabalho pros alunos hoje ainda. Assim que entrei no meu apê eu peguei meu celular e liguei pra marina.
Ligação:
- Que é encosto?
- Você sabe cantar ou dançar?
- Por quê?
- Tem uma grande possibilidade de acontecer um show de talentos lá na escola e vai valer um notebook.
- Isso é mais uma das suas armações?
- Não. Foi ideia do meu pai com os outros professores. Eu só fiquei sabendo agora na hora do almoço. Estava lá na casa dos meus pais e ele me disse.
- Ah. E por que está me dizendo isso?
- Você ficou surpresa com meu notebook. Pensei que gostaria de ganhar um.
- De que adianta ter isso se eu não tenho internet em casa?
- Tenho certeza que se você ganhar isso pelo seu talento, seus pais vão repensar a grana e pagar uma internet pra vocês. E eles sabem que seria muito melhor pros seus estudos.
- No seu lugar eu não teria tanta certeza.
- Ainda bem que não está no meu lugar. E as aulas não serão aqui em casa. Vai ser naquela pedra daquele dia. Eu me viro pra levar o notebook pra lá.
- Por que da mudança repentina?
- Sou seu professor. Devo agir como tal. E te trazer pra minha casa não é o correto sabendo das minhas intenções, então...
- Tá né.
- Ah. E se prepara, tem trabalho. Vou trabalhar aqui. Bons estudos.
Desliguei o celular e fui pesquisar as coisas pra fazer os trabalhos. O difícil de ser professor é só isso. Tenho que ficar planejando coisa por coisa pra cada sala e observando cada matéria. Por sorte eu só dou aula pra três turmas.
Fiquei quase três horas ali arrumando tudo, e ainda aproveitei pra começar a montar minha prova. Pro terceiro ano eu vou passar um trabalho individual e que tem que ter apresentação. Agora eu descubro o nome dos meus alunos.
~No dia seguinte ~ 14 de fevereiro de 2017
Acordei com um sono do caralho. Passei boa parte da noite revirando na cama e pensando no que minha mãe disse.
"Nesse caso você é uma péssima pessoa"...
Valeu mãezinha, a senhora botou minha autoestima lá em cima.
Tomei um banho rápido e comi também rápido pra poder ir pra escola. Ainda queria conversar com meu pai sobre esse show de talentos. Eu não tenho mais meu violão, não sei se poderia tocar. Assim que cheguei dei de cara com ele na porta.
- Bom dia Nicolas. Chegou cedo.
- Eu queria falar com o senhor. Bom dia.
- Fala.
- É sobre o show de talentos. A mãe falou que eu podia tocar, mas eu não tenho mais meu violão. Não tenho como fazer isso.
- Tem um na sala de música, mas acho que está desafinado.
- Ainda existe aquela sala de música aqui?
- Sim, só não tem professor pra dar aula.
- Ata. Eu tenho aula vaga hoje, vou dar uma passada lá.
- Olha, você chegou quase uma hora adiantado. Pode ir lá. Dá tempo. – falou conferindo o relógio.
- Ok então.
Eu fui até a antiga sala de músicas e entrei. Tinha muitas coisas aqui. Piano, flauta, violão. Mas há anos isso não é usado.
Peguei um violão que tinha ali e testei as cordas. Estava muito desafinado.
Levei quase meia hora pra conseguir ajeitar as cordas. Quando finalmente consegui, tentei alguns acordes e comecei a tocar a música que tinha pensando ontem.
- Ela é um filme de ação com vários finais
Ela é política aplicada em conversas banais
Se ela tiver muito a fim, seja perspicaz
Ela nunca vai deixar claro, então entenda sinais
É o paraíso, suas curvas são cartões postais
Não tem juízo, ou se já teve, hoje não tem mais
Ela é o barco mais bolado que aportou no seu cais
As outras falam, falam, ela chega e faz
Ela não cansa, não cansa, não cansa jamais
Ela dança, dança, dança demais
Ela já acreditou no amor, mas não sabe mais
Ela é um disco do Nirvana de 20 anos atrás
Não quer cinco minutos no seu banco de trás
Só quer um jeans rasgado e uns quarenta reais
Ela é uma letra do Caetano com "flow" do Racionais
Hoje pode até chover, porque ela só quer paz