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Gostoso...
Delicioso!
Estava quente. E frio.
A sensação de maciez, de conforto e calor. De ser coberta, acolhida e praticamente desmaiar no mais profundo dos sonhos seria inesquecível para a vida de Dandara. Ela não queria sair, não queria acordar.
Era a primeira vez que ela se sentia assim e queria eternizar esse momento. Gostaria de poder morrer naquele momento se isso significasse que fosse sua última sensação no mundo: o conforto de uma cama.
Não era grande, graciosa com muitos mantos, muitas penugens e um colchão forrado digno de uma majestade... mas era uma cama. E ela estava lá, sorrindo e sonhando com aquela cama.
A tenda soprando ao vento, apenas feias construções humanas comparado a toda beleza daquele continente. Só havia ela, a cama, a tenda e aquele som... um pequeno grunhido sem importância que ela quase não escutava. Não havia Alexandre, nem escravos, só ela, nua.
E eles...
Olhos dourados cantando uma canção de ninar em seus ouvidos como um amante atiçando sua parceira.
Estavam rodeando.
Estavam procurando-a.
Estavam ronronando um chamado silencioso.
Mas não estavam com ela. Outro estava. A escravidão, as correntes, os chicotes e... ela jamais seria livre. Todo seu corpo se contraia, o peso da carga em seus ombros, o caos do trabalho forçado.
Dandara piscou, confusa.
E o encanto foi embora. A canção parou de entorpece-la e só havia o chamado de Alexandre.
A primeira coisa que ela focou quando foi largada na cama era naquele pequeno buraco na lona, grosso o suficiente para ver as estrelas através dele. Ela vibrou naquilo, na beleza do céu noturno como se aquele buraco fosse um furo em sua vida sofrida.
Então seu corpo foi empurrado cuidadosamente para o lado, conforme Alexandre se mexia para entrar dentro da calça. O corpo estava tenso e o olhar vitedro na entrada. A permanecia pousada na cama, a centímetros de suas mãos. Dandara sentia o cabo frio em suas coxas como uma introdução indesejada em seu casulo quente.
Mas apenas se ajeitou, encolhendo-se abaixo do cobertor que seu corpo tão sentimental se apaixonou e observando o homem se levantar e fechar a braguilha sobre a barriga. O cinto logo estava preso e os braços grossos dentro do casaco.
Ela ainda não perguntou nada.
- Vai amanhecer em breve e você não vai trabalhar com os outros - com o tempo, ele próprio tomou a palavra. - Limpe e organize minha tenda.
O último botão do casaco azul foi fechado e ele mal o ajeitou corretamente no corpo, embainhou a espada, pegou a espingarda, deu um tapa na bunda de Dandara e saiu. A mulher apenas piscou para o ocorrido e fez sua lógica lutar contra a preguiça de querer voltar para a cama.
Ela coçou os olhinhos, bocejou e esfregou o rosto com as mãos.
E então se arrastou para a beirada do colchão surrado e emendado. A cama rangeu como se também estivesse reclamando dela sair de seu calor. Mas apenas quando Dandara se levantou, percebeu...
Algo escorrendo de sua perna... se sua vagina.
Os olhos se arregalaram.
Ele gozou no interior dela. Pela primeira vez, perdeu o controle.
A última coisa que ela precisa no momento é uma criança bastarda de um homem casado e com filhos legítimos. Dandara estremeceu perante a possibilidade. Alexandre, sem dúvidas, recusaria uma criança com uma negra.
Ela própria não quer uma criança. Não em seu mundo. Não vale a pena realizar tal façanha considerando que teria que se deitar com um homem.
Ela gostaria de poder escolher não ser tocada, mas é apenas uma escrava que sempre atraiu os homens desde que começou a ganhar curvas. Desde que deixou de ser menina para se tornar uma moça. Agora é uma mulher e não está pronta para ser mãe.
Dandara correu em busca de um tecido, qualquer coisa que Alexandre não fosse sentir falta para se limpar, para tentar tirar aquilo de dentro dela. Estava desesperada com a marca dele, angustiada com a possibilidade. Uma única possível chance de gravidez sem nem mesmo as conhecidas ervas para evitar ou abortar.
Aquele lugar era completamente estranho.
E perigoso.
Mas a escrava se viu vestindo seu vestido surrado e saindo quando não encontrou nada para limpar-se. Seu desespero a despreparou para o mundo lá fora.
O ar frio da madrugada lhe impactou com a baixa visão. A neblina havia retornado e fixado no chão como um cobertor tão espesso que a única coisa a ser vista no ambiente eram as estrelas e as auroras boreais. O leve vento soprou seus fios desgrenhados e seu aroma para a costa. A própria floresta parecia mais escura e havia homens indo para todos os lados numa correria incessante quando a mulher tomou coragem de se locomover.
Suas narinas arderam com o frio e em apenas alguns passos, ela já se sentia completamente molhada pela atmosfera. A visibilidade era mínima e ela só poderia se locomover com base na lógica de onde ficavam as barracas dos demais marujos, onde os escravos eram contidos e onde guardavam os cantis, baldes e barris de água colhida de um rio que percorria não muito longe.
Apenas um passo de cada vez, cauteloso e simples. Água para limpar a si e água para a tenda.
Os marujos estão atentos. É só gritar... se ver algo. Não importa a escuridão mal iluminada pelas tochas em movimento. Não importa se a neblina ofuscava o brilho da lamparina, Dandara está cercada de humanos e não voltaria a ver aquela forma medonha.
Ela vacilou quando encontrou dois caminhos entre a tenda maior e as tendas menores.
A água ficava no centro da base. O penhasco não estava muito distante do som do mar... uma queda mortal até as areias negras da praia. Ela veria o chão se acabar? Ou a neblina continuaria a engolir tudo?
Ela escolheu um caminho. E torceu para que fosse o correto.
- O que você viu? - Alexandre havia perguntado a ela.
- Tinha algo na neblina - e ela respondeu, nada mais do que um fiapo de voz a ser traduzido. - Uma criatura meio homem. Tinha rabo e chifres e olhava para mim. Eu me assustei e caí. E o vi.
Ela se lembra de cada detalhe, mesmo quando bateu a cabeça. Aquelas coisas negras se aproximando...
Elas apareceram primeiramente em uma neblina como aquela.
Dandara não conseguiu mais andar com medo de suas próprias lembranças. Ela parou. Olhou em volta, conferiu se não tinha nada às suas costas.
Então ela seguiu o caminho, rastejando os pés temendo que o chão se acabasse.
Novamente ela parou. Olhou para trás. Não havia nada. Dandara tornou a andar.
Seu corpo inteiro estremeceu com o frio. Seu nariz deveria ser uma pedra de gelo e ela mal conseguia cobrir as mãos no vestido. Os fluidos continuavam a escorrer por suas pernas, formando um rastro e uma trilha.
Ela parou. Olhou para trás. Somente ao constatar que não havia nada, seguiu a diante.
Ela não usava calçados. Os pés estavam expostos às pedras frias daquele rochedo e os dedos conseguiam sentir uma ou outra lasca de gelo formando pela umidade.
Ela paralisou a um grunhido.
Olhou para trás. Mas não havia nada além de um homem que escorregou no gelo e reclamava.
Alívio percorreu o peito de Dandara conforme observou as gargalhadas do amigo que não o ajudava. Ela se virou... e prosseguiu.
E ele atrás...
Ela não olhou para trás. Não haveria nada mesmo depois da neblina engolir os homens e suas reclamações não passassem de um eco insignificante.
Ela arrastou os pés. E ouviu o passo pesado. Mas não olhou.
Suas costas se contraíram quando ela sentiu terra entre seus dedos. O alívio daquela superfície menos gelada percorrendo o corpo.
Suas passadas se tornaram mais barulhentas.
Ela parou. Não há nada! Ela seguiu em frente.
Então sentiu.
Dandara arregalou os olhos e prendeu a respiração.
Uma careta surgiu em seu rosto e ela inclinou o corpo quando seu dedo mindinho começou a latejar. Um suspiro deixou seus lábios quando se apoiou no barril em que o bateu. Água chacoalhou em seu interior.
Ela mancou mais alguns passos em volta de si mesma tentando afugentar aquela dor.
Logo sentiu apenas o latejar que logo foi esquecido quando Dandara mergulhou a mão na água. Fria! Sua mão ardeu, seus machucados gritaram e se ainda tivesse algum bicho em sua palma, morreu congelado.
A careta que fez quando retirou a mão daquela água assustaria uma criança. Mas os dedos logo estavam mergulhados entre duas pernas, naquele calor único para se limpar. Ruim para a genitália, bom para seus dedos.
Ela repetiu o processo. Na segunda vez, sua perna estremeceu e na terceira, sua genitália ardeu.
Dandara estava tão concentrada que não o notou. Não percebeu sua aproximação predatória e muito menos ouviu seus passos cautelosos. Em um momento ela estava sozinha e no outro, sentiu o impacto.
Calor grudou nela. Músculos roçaram seu corpo. Ele conteve o grito com as mãos.
E o cheiro de pólvora chegou às suas narinas.
- O que você está fazendo aqui sozinha, hein? - A rouquidão em seu ouvido não era boa. Ela sentiu a sensação azeda em sua boca quando ele tirou a mão dos lábios para que respondesse.
- V-Vim buscar água para... para...
- Deveria estar com os outros negros! - O esbravejar lhe desesperou.
Água para limpar os aposentos do capitão Alexandre!
Seria tão simples falar se sua cabeça não estivesse tão amontoada nas várias voltas para explicar, para não receber o chicote. O homem a virou para encará-lo.
Não era surpresa ser branco, com uma barba começando a ganhar volume e os cabelos castanhos aloirados a gira dos ombros. A sobrancelha arqueada tornou-se mais arqueada com as desconfianças. Não era velho e nem maduro, mas Dandara se desesperou.
- O capitão. Ele... e-ele...
- Ah, cale a boca! - Ela se calou.
Dandara estava a um passo de entrar em colapso. O frio, o medo e a precipitação. Ela esperava uma bronca, uma ordem, mas não aguardava as mãos ásperas em seu queixo.
Ela arregalou os olhos.
Ele a seguiu, sabia exatamente o que ela veio fazer ali. O garoto sorriu.
Dandara naquele momento temia era outra coisa.
- Você é bonita - comentou.
- O-Obrigada... - ela se prendeu no barril - O capitão m-me...
- Shh! - Ele pousou os dedos em seus lábios. - Ele nem vai saber.
O marujo colou seus corpos. Não era tão grande e deveria ter só alguns centímetros a mais que Dandara. Alguns anos mais novo, provavelmente. Ela sequer sentiu seu hálito quando aspirou o perfume do seu pescoço.
- Por favor...
- Ele era meu amigo - ele disse - o capataz morto. Você vai me consolar, não é?
Dandara queria dizer "não" que ela não se importava com o capataz morto ou em consolar seu amigo, mas não podia. O homem logo tomou seus lábios numa exigência que ela sabia que não importava o que ela queria ou não.
Ela é uma escrava. Um objeto. Uma mulher.
E os homens são atraídos por ela. Por algum maldito motivo, eles querem Dandara. Esteja ela surrada, fedida ou maltrapiada... a procuram.
E assim ela perdeu sua virgindade com 12 anos exatamente um mês depois de sua primeira menstruação. Engravidou aos 15 e sofreu um aborto aos 16. Já pagaram aos seus donos para se deitarem com ela e, com o tempo, ela aprendeu a parar de lutar.
Se falasse para Alexandre que os marujos estavam procurando-a, ele lhe bateria. Porque ela não resistiu ao capitão, muito menos aos seus homens.
Ela fechou os olhos.
E suavizou o corpo perante ao toque, aos beijos molhados no pescoço, a língua e o homem erguendo o vestido apressadamente. Ansioso e inexperiente.
Ele pegou sua mão e a puxou para algum lugar misterioso naquela base, onde não havia muito movimento e o escuro predominava. Era um garoto-homem cheio de hormônios a queimar e não se controlava perante ao seu desejo. Ele rasgou a base do vestido até que seus seios estivessem expostos às suas mãos. Os feios enrijeceram os mamilos e o fez perder o restante do controle.
- Aí que tesão! - Ele a deitou no chão e ela sentiu o aperto em seus seios. Doeu. Ele não sabia o que estava fazendo. - Caralho, que tesão - então ele a virou, ergueu o vestido e espalmou as mãos sobre as nádegas - Gostosa! - Logo Dandara estava empinada e o garoto prestes a conhecer o prazer do corpo de uma mulher. Ela o sentiu adentra-la secamente, com nada além dos vestígios de Alexandre para facilitar a passagem. - Oh! Oh! Ah! Tesão! Gostosa! Ah!
Ela gemeu, com ardor. Não era grosso, mas sim longo. Não era confortável, nem muito amigável. O homem tinha desejo voraz e incontrolável.
Seria porque Dandara era tão desejável? Ou talvez porque ele não havia experimentado muitas mulheres ao longo de sua vida?
Um gemido gutural saiu de sua garganta quando começou a se mover. Não havia preocupações com Dandara, com seu joelho em atrito com a terra e com nada que não fosse seu prazer.
O corpo se Impulsionava sobre ela, doendo e ardendo. As mãos de Dandara buscaram apoio e encontraram as pedras, a madeira partida e arrancada da vegetação. Ela grunhiu com um tapa em suas nádegas e cogitou se a queda no penhasco fosse menos dolorosa.
Ele gemia e praguejava. Era descontrolado e Dandara entendeu o porquê de ser levada a um lugar mais escuro, mais deserto onde não poderiam ser flagrados. Ninguém o ouviria. Ninguém lhes flagaria. Ao menos, ninguém lhe puniria.
Porém... não estavam totalmente sozinhos.
Dandara basicamente esqueceu da dor quando olhou para a frente e o viu oculto entre as madeiras. Olhos dourados brilhando no escuro, tão imóvel seu coração tropeçou ao se deparar com aquela face a um pouco mais de 40 centímetros de seu rosto.
Ela viu os detalhes... o pelo escuro, o focinho e as orelhas que confundiu com chifres. Não era uma besta. Era um lobo. O maior que ela já tinha visto ou ouvido falar. Um monstro anormal, que não deveria existir.
O fôlego retornou a sua garganta e o grito abriu caminho apenas para ser atrapalhado pelo impulso do marujo e ele confundir com um gemido. A fera dobrou a cabeça para o lado, quase encostando o rosto ao ombro.
Dandara arquejou e a pupila da criatura dilatou.
Ela fez força para se afastar, para correr, mas o homem apenas interpretou como resistência e a prendeu ali, firme, fodendo em frente ao lobo, atiçando a fera.
Lágrimas de pavor saíram dos olhos de Dandara, mas a criatura apenas lhe encarava vidrado em seu rosto e em suas feições ao ser mantida em tal posição e invadida. Penetrada. Impulsionada.
Estava hipnotizado no quão sensual era aquilo, no movimento dos seios expostos e em seu tamanho. Analisou cada traço, desde os lábios entreabertos, os olhos arregalados e úmidos... Ele lambeu o focinho.
Deliciosa!
Os olhos viraram brasas ardentes no escuro daquele vão e o humano, totalmente alheio, não aguentava mais. Os gemidos se intensificaram e as pernas tremeram. Dandara teve a certeza de sua inexperiência quando perdeu totalmente o controle do corpo e ejaculou agressivamente dentro de seu corpo.
Outro...
Ele caiu sobre ela, frenético e ofegante. A fêmea só sabia chorar desistindo de sua vida. Quanto tempo até aquela cabeça lhe encarando decidir agir? Até o garoto em cima dela reparar? Dandara não se atreveu a olhar mais para a criatura.
E se olhasse, não gostaria do que veria.
O ciúmes estampado na face de um monstro. A rivalidade é despertada por um mero garoto que mal tem oportunidade de se enfiar numa mulher. E, enfim, a raiva por ejacular dentro dela.
Colocar a semente no útero. Gravidez... filhotes! O encanto morreu. E o rosnado foi perfeitamente ouvido.
E o garoto viu a besta.
- Oh, merda! - Ele empurrou Dandara para a besta conforme se jogou para trás.
A escrava se encolheu, caída e pessimista ouvindo o homem correr... e gritar. Ela foi usada e abandonada à própria sorte. Ninguém ali, de fato, se importava com ela. Nem os escravos se isso significasse sobreviver, muito menos os homens brancos.
Uma semente no útero...
Dandara esperou pelas presas da criatura. Quase podia senti-las em seu pescoço, perfurando a carne, a traquéia e então a decapitando. Todavia, não houve nada disso. Seu corpo reagiu quando as garras tocaram sua pele. Eram tão afiadas que um filete de sangue escorreu da testa até o nariz. Ele recuou.
Delicada demais!
Era para ser um consolo, mas Dandara soluçou com horror quando a língua quente e molhada lhe percorreu o sangue. A fêmea não tinha gosto de comida, reparou.
É humana. Mas não como o resto.
A base inteira se tornou ativa com o chamado do garoto. Os gritos da criatura escondida entre as madeiras.
Mas a criatura não recuou.
Primeiro cheirou o corpo da fêmea, o cheiro dela quase completamente oculto sobre dois machos e um quase notório terceiro. Não havia mistura. Só havia eles. Dandara não tinha condições de se mover e perante ao silêncio quebrado apenas pelo seu choro. A fúria foi construída.
Ela estava hipnotizado por ela, pela surpresa de vê-la tão intimamente em uma relação, recebendo, recebendo que mal notou as circunstâncias do ato. Ela não queria. Era doloroso. E o macho gozou no canal.
Só havia ele. Nada dela.
O rosnado se tornou mais agressivo.
Dandara se encolheu e não conseguia abrir os olhos.
Nem quando sentiu a criatura tão próxima dela. A respiração a altura dos seios expostos... o mamilo eriçado. Tinha volume e duas marcas de estrias em cada lado da carne. Ah! Ele gostava de ver aquilo e não se importava com a barulheira ao redor.
Deveria ser delicioso apertá-los e testar a reação da fêmea. Deveria ser lindo ver filhotes os mamando... disputando leite. A criatura lambeu os beiços e o focinho molhado roçou o colo de Dandara.
Os batimentos estavam disparados.
Ele ronronou.
Abra os olhinhos.
O impulsionar do nariz contra as bochechas magras e delicada, quase desidratadas. As lágrimas molharam seu focinho.
Olhe para mim.
Ela não o compreendia e se recusava a vê-lo. A morrer com a imagem das presas como última lembrança.
Ele continuou a ronronar, paciente e sem tocá-la.
Era um gato, uma máquina, um chamado. Ela sentiu-se familiarizada com o som como se fosse uma canção de ninar... o canto de uma sereia para os marinheiros.
E não havia mais frio, só havia aquele som leve e sensual estimulando seu corpo a corresponder ao dele. Chamando. Chamando. Chamando.
Ela parou de soluçar.
Mas Dandara não abriu os olhos.
E novamente, a magia se foi. O ronronar foi substituído por um rosnado animalesco e cruel quando os homens armados se aproximaram escandalosamente do local. Dandara grunhiu aterrorizada quando a criatura de Impulsionou para fora de seu esconderijo. Naquela neblina, não era mais do que uma sombra grande mal vista na escuridão.
Quando os homens chegaram, não havia nada além de uma escrava com roupas rasgadas e sangrando. A única prova de que alguma coisa estava ali era uma grande e monstruosa pegada.