A FILHA DO CEO - Especial mês dos pais
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Capítulo 7 7

CHLOE

E u realmente deveria estar trabalhando ou fazendo as malas. Essas eram as duas atividades que haviam dominado completamente minha mente nos últimos dias. E por uma boa razão. Faltava apenas uma semana para a feira de jogos, e eu ainda tinha que fazer uma quantidade enorme de coisas para me preparar. Teria que viajar para uma cidade próxima e cuidar sozinha de toda a preparação para a feira. Outras empresas levariam equipes grandes, ou pelo menos alguns empregados, para cuidar da sua exposição e acompanhar o ritmo do ambiente agitado desse tipo de evento. Eu não tinha esse luxo.

Em contraste com o grande escritório que eu deixara em Memphis, minha empresa em Chicago se limitava apenas a mim mesma. Eu planejava construir um escritório muito maior no futuro, com uma equipe tão grande quanto a que eu tinha no meu estado, mas isso levaria tempo. Um tempo que eu certamente não tinha antes da viagem. Isso significava que eu estava trabalhando em dobro para garantir que tudo estivesse pronto. A preparação me tomava ainda mais tempo do que eu já dedicava ao trabalho, o que me fazia perder muitas oportunidades de ficar com Juniper. Vê-la apenas durante o café da manhã e, depois, beijar sua testa à noite, quando ela já estava dormindo, não era suficiente para mim. Sentia sua falta o tempo todo e, às vezes, perdia a motivação para continuar trabalhando tanto, porque significava ficar longe dela. Logo, relembrava a mim mesma que todo esse trabalho duro me permitiria arcar com os custos do tipo de vida que eu achava que ela merecia e preparar um império que ela poderia assumir quando crescesse, caso quisesse. Mas ficar sem ela não se tornava mais fácil por causa disso.

Naquela manhã, eu estava me esforçando ao máximo para me concentrar na apresentação que eu precisava preparar, mas não conseguia parar de pensar em Juniper. Quando eu a deixara, ela estava bebendo um copo de suco, e minha mãe sugeria ideias do que ambas poderiam fazer juntas ao longo do dia. Ela era ótima em manter minha filha de quatro anos entretida e se divertindo, mas eu lamentava que minha mãe estivesse vivendo os momentos que eu desejava viver. Juniper estava crescendo muito depressa, e eu não queria pestanejar e perceber que ela já não era uma menininha e que eu havia perdido tudo. Por fim, não aguentei mais.

Fechando meu computador, saí do escritório que eu montara em um quarto vazio no último andar da casa e desci para a sala de estar. Minha mãe e Juniper estavam sentadas no chão, ao lado da mesinha de centro, colorindo um enorme bloco de papel. Elas olharam para cima quando entrei na sala.

"Oi, mamãe.", disse Juniper.

"Oi, querida. Fazendo uma pausa?", perguntou minha mãe.

"É. Pelo resto do dia.", eu disse a ela. "O que acha de ficar um dia sem cuidar da Juniper? De tirar um tempo para relaxar?"

"O que está acontecendo? Algum problema?", indagou ela.

O fato de sua mente logo imaginar uma calamidade ao ouvir que eu ficaria o dia todo sem trabalhar apenas confirmava que o descanso era realmente necessário. Eu me inclinei e beijei o topo da cabeça de Juniper.

"Nenhum problema. Só acho que preciso de uma folga de todos os preparativos da feira, de reuniões e de tudo o que tenho feito sem parar desde que chegamos. Está um dia lindo lá fora, e quero levar a Juniper para conhecer a cidade."

Minha menininha engasgou e olhou para mim com um enorme sorriso no rosto.

"Sério?", perguntou ela.

Confirmei com a cabeça. "Sério. Você quer ir?"

"Quero!"

Ela imediatamente se levantou e correu em direção ao quarto para calçar os sapatos. Eu ri, ao assistir à cena, e me senti levemente emocionada. Às vezes, eu era atingida com força pela percepção de quanto a amava e do quão preciosa ela era na minha vida. Eu adoraria ter compartilhado isso com meu pai. Ele teria sido um avô incrível, e eu sabia que Juniper o teria adorado. Olhar para ela também me fazia pensar no segredo que me consumia. Era um segredo que eu decidira guardar assim que descobrira que estava grávida, e eu não tinha nenhuma intenção de revelá-lo. Teria que lidar com ele sozinha.

Quando ambas estávamos prontas, nós nos despedimos da minha mãe e partimos. Pensei em convidá-la para passear conosco, mas sabia que passar um tempo sozinha, relaxando, seria bom para ela. Acompanhar o ritmo de uma criança pequena, mesmo uma criança tímida e bem-comportada como Juniper, demandava muita energia e foco, e minha mãe merecia parar um pouco e descansar. Além disso, eu estava ansiosa para passar um tempo sozinha com Juniper e conhecer melhor nossa nova cidade. Estávamos familiarizadas com nosso bairro e com parte dos arredores, mas havia muito mais que eu queria que ela visse, e ainda tínhamos muito que descobrir. Eu a peguei pela mão, e caminhamos juntas pela cidade, com nossos braços balançando entre nós.

"O que você quer ver?", perguntei.

Ela encolheu os ombros. "Qualquer coisa."

"Que tal a gente encontrar uma boa padaria e comer um doce?", sugeri.

Ela sorriu para mim e assentiu alegremente.

"Um bolo.", disse ela.

"Um bolo, então."

Demorou um pouco mais do que eu esperava para encontrarmos uma padaria que oferecesse mais do que apenas pães e salgados sofisticados. Quando isso finalmente aconteceu, a sensação do ar condicionado foi gloriosa. Levei Juniper para dentro e a sentei diante de uma mesa próxima aos caixas da padaria. Ela derreteu na cadeira, claramente grata pelo assento e o ar frio. Fui até o balcão e olhei para os deliciosos doces expostos atrás do vidro do mostruário.

"O que vai querer?", perguntou uma loira de olhos brilhantes atrás do balcão ao se aproximar de mim.

"Não sei.", respondi. "Tudo parece maravilhoso. Minha filha disse que quer um bolo."

A mulher sorriu. "Bem, temos um bocado de cupcakes. Quer saber quais são nossos sabores?" "Sim, por favor.", eu disse.

Ela apresentou uma série de sabores, desde a opção mais simples, de baunilha, até as alternativas mais peculiares e complexas. Escolhi um cupcake de morango com uma grande quantidade de glacê cor-de-rosa para Juniper e um de chocolate amargo com cobertura de café para mim.

A mesa onde Juniper estava sentada ficava a poucos metros de mim, mas, ainda assim, eu senti um arrepio na parte de trás do meu pescoço. Era extremamente protetora em relação à minha filha e me desagradava não a ter no meu campo de visão, especialmente em um ambiente desconhecido. Era algo bastante irracional, já que eu estava de pé entre ela e a porta, e, portanto, a menina não poderia se afastar muito de mim, mas a sensação não desaparecia. Fui obrigada a olhar para Juniper, só para ter certeza de que estava bem. Ela tinha se endireitado levemente na cadeira e olhava lá para fora, o que fez com que eu me sentisse melhor. Mas aquele olhar por cima do ombro chamou minha atenção para outra coisa.

Ah, merda.

Duncan.

Definitivamente, não era assim que eu queria encontrá-lo novamente. Desde que tomara a decisão de me mudar para Chicago e de voltar a entrar em contato com ele, eu tentava imaginar como seria nossa primeira conversa. A tensão elevada e a potencial raiva explosiva que existia entre nós significava que a situação precisaria ser cuidadosamente controlada. Eu não queria vê-lo em nenhum local que não fosse um ambiente de negócios. Agora, ele estava do outro lado da pequena padaria, atrapalhando todos os meus pensamentos. Eu não sabia o que fazer ou dizer. Só podia torcer para que ele não me visse e que fosse embora sem que tivéssemos que nos enfrentar.

"Senhora?"

A voz me assustou, e percebi que eu estava olhando fixamente para Juniper. Minha cabeça se voltou para o mostruário, e vi a mulher segurando uma bandeja com cupcakes e bebidas.

"Ah. Obrigada. Me desculpe.", falei, afastando a neblina da minha cabeça.

Paguei o pedido e levei a bandeja para a mesa apressadamente. Escolhendo propositalmente o lado que me deixaria de costas para Duncan, eu me sentei e coloquei o cupcake e a bebida de Juniper em frente a ela.

"É tão bonito.", disse ela, admirando o glacê cor-de-rosa e a forminha com um laço branco.

"É de morango.", informei.

"Amo morango.", respondeu ela.

Concordei com a cabeça. "Eu sei."

Mordemos os cupcakes, e sorri quando ela emitiu um som de satisfação. Era um desses sons de pura felicidade que só uma criança pequena é capaz de emitir quando encontra um prazer tão simples quanto um bolo.

"Como está o seu, mamãe?", perguntou ela, mergulhando a ponta do dedo no glacê e, depois, a lambendo.

Parte de mim queria corrigi-la pela falta de boas maneiras, mas não consegui arruinar a doce inocência do momento. Em vez disso, ri e afastei os cabelos da testa dela. Sua pele ainda estava um pouco pegajosa por causa do suor, e alguns dos seus fios ruivos se agarravam ao rosto.

"Está delicioso.", respondi. "Um dia desses, a gente devia tentar fazer este bolo."

"Prefiro fazer de morango.", disse ela.

"A gente pode fazer o de morango também.", falei com um sorriso.

Eu estava no meio de um gole de chá quando uma sombra tomou conta da mesa, e o frio que senti na barriga sugeriu que alguém olhava para mim. Olhei para cima e vi Duncan ao meu lado. Um homem e uma mulher mais velhos estavam atrás dele e, imediatamente, percebi que eram seus pais. Eu vira muitas fotos deles enquanto pesquisava sobre a empresa de Duncan. E, possivelmente, enquanto bisbilhotava suas redes sociais, mas nunca admitiria isso em voz alta.

Meu coração quase saiu pela boca, e uma sensação de calor subiu pela minha nuca, mas me obriguei a manter a calma. Eu era capaz de enfrentar isso. Era capaz de agir de forma completamente natural, embora estivesse comendo cupcakes com a neta que eles não sabiam que tinham. Sem pressão.

"Olá, Chloe.", disse Duncan.

"Olá, Duncan.", respondi.

Bem, aquilo era constrangedor para caramba. A tensão entre nós era tão densa que era possível cortá-la com uma faca, e eu sentia que todos os olhos da padaria estavam voltados para nós.

"Ouvi dizer que você se mudou para Chicago.", disse ele.

Fiz que sim. "Mês passado."

"Está gostando daqui?"

"Definitivamente, não é como Memphis, mas a gente está se adaptando. Minha mãe está morando com a gente.", contei a ele.

Não sabia ao certo por que aquilo estava saindo da minha boca, mas não pude evitar.

"Lamento muito pelo seu pai.", disse ele.

"Obrigada. Minha mãe ficou grata pelo cartão que você enviou.", falei.

Teria sido apropriado pedir desculpa por não ter entrado em contato com ele desde então, mas não consegui fazer isso. Afinal, o cartão tinha sido enviado à minha mãe especificamente. A interação estava tensa, mas nós resistíamos, levando a conversa casual adiante enquanto os pais dele nos observavam. Duncan olhava para mim como se eu fosse um quebra-cabeça que ele queria desmontar. Quando eles finalmente foram embora, soltei um fôlego que eu nem percebera que estava prendendo e escorreguei na cadeira.

Juniper e eu terminamos nossos cupcakes e, com a promessa de continuarmos nosso passeio em um outro dia, fomos para casa. Depois daquele encontro com Duncan, eu já não sentia muita vontade de ficar na rua.

            
            

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