FUGIR DO PAI DO MEU FILHO
img img FUGIR DO PAI DO MEU FILHO img Capítulo 7 7
7
Capítulo 11 11 img
Capítulo 12 12 img
Capítulo 13 13 img
Capítulo 14 14 img
Capítulo 15 15 img
Capítulo 16 16 img
Capítulo 17 17 img
Capítulo 18 18 img
Capítulo 19 19 img
Capítulo 20 20 img
Capítulo 21 21 img
Capítulo 22 22 img
Capítulo 23 23 img
Capítulo 24 24 img
Capítulo 25 25 img
Capítulo 26 26 img
Capítulo 27 27 img
Capítulo 28 28 img
Capítulo 29 29 img
Capítulo 30 30 img
Capítulo 31 31 img
Capítulo 32 32 img
Capítulo 33 33 img
Capítulo 34 34 img
Capítulo 35 35 img
Capítulo 36 36 img
Capítulo 37 37 img
Capítulo 38 38 img
Capítulo 39 39 img
Capítulo 40 40 img
Capítulo 41 41 img
Capítulo 42 42 img
Capítulo 43 43 img
Capítulo 44 44 img
Capítulo 45 45 img
Capítulo 46 46 img
Capítulo 47 47 img
Capítulo 48 48 img
Capítulo 49 49 img
Capítulo 50 50 img
Capítulo 51 51 img
Capítulo 52 52 img
Capítulo 53 53 img
Capítulo 54 54 img
Capítulo 55 55 img
Capítulo 56 56 img
Capítulo 57 57 img
Capítulo 58 58 img
Capítulo 59 59 img
Capítulo 60 60 img
Capítulo 61 61 img
Capítulo 62 62 img
Capítulo 63 63 img
Capítulo 64 64 img
Capítulo 65 65 img
Capítulo 66 66 img
Capítulo 67 67 img
Capítulo 68 68 img
Capítulo 69 69 img
Capítulo 70 70 img
Capítulo 71 71 img
Capítulo 72 72 img
Capítulo 73 73 img
Capítulo 74 74 img
Capítulo 75 75 img
Capítulo 76 76 img
Capítulo 77 77 img
Capítulo 78 78 img
Capítulo 79 79 img
Capítulo 80 80 img
Capítulo 81 81 img
Capítulo 82 82 img
Capítulo 83 83 img
Capítulo 84 84 img
Capítulo 85 85 img
Capítulo 86 86 img
Capítulo 87 87 img
Capítulo 88 88 img
Capítulo 89 89 img
Capítulo 90 90 img
Capítulo 91 91 img
Capítulo 92 92 img
Capítulo 93 93 img
Capítulo 94 94 img
Capítulo 95 95 img
Capítulo 96 96 img
Capítulo 97 FINAL img
img
  /  1
img

Capítulo 7 7

Clara Isabel está na lavandaria sentada na beira do lava-loiça à espera que a roupa acabe de secar, quando ouve o grito do marido, fica tão alarmada que os nervos disparam e começa a chorar, a gravidez tornou-a muito sensível e saber que este homem já chegou a casa e parece irritado, afectou-a muito.

Ela ficou calada, não lhe respondeu e encolheu-se num cantinho para que, se ele entrasse, não a visse e se fosse embora. Mas isso foi um grande erro da sua parte, porque a única coisa que estava a fazer era provocar a fera que era o seu marido para que ele tirasse as garras e as usasse contra ela.

José Luís entrou no único espaço que precisava de verificar, a zona da lavandaria, olhou em volta por um momento, mas não viu nada, depois reparou na roupa estendida num laço e então começou a gritar como um louco e a olhar para todos os espaços.

- O que é que estás a fazer, seu idiota? - Estás a ver-me a brincar às escondidas? - Sai daí imediatamente! - exclamou o jovem, muito irritado, e o seu semblante parecia estar a deitar faíscas de fogo.

- Pára de gritar comigo, não sou o teu animal de estimação para seres tratado como quiseres! -exclamou a rapariga que se levantou e que também estava irritada com a atitude do homem.

- Respeita-me tu, sua cabra de merda! -disse José Luís, ao mesmo tempo que lhe batia com a mão direita na bochecha, deu-lhe uma pancada tão forte que ela caiu no chão de costas e, por isso, a toalha caiu, deixando-a semi-nua.

Mas isso não interessa a José Luís, que está com o sangue quente nesse momento e a única coisa que lhe passa pela cabeça é a razão pela qual a quer magoar, porque tem sede de vingança e acredita que, ao magoá-la, está a conseguir.

Viu-a deitada no chão frio, a soluçar, viu-a pegar na toalha e cobrir-se com ela, viu-a acariciar a barriga, mas não se importou com isso.

Ele nem sequer imagina que um filho seu está a crescer dentro do ventre daquela rapariga inocente, apesar de tudo, agarrou-a pelos cabelos, fê-la levantar-se e ordenou-lhe que se vestisse se quisesse ir buscar as suas coisas.

A rapariga vestiu a toalha e desprendeu a roupa do estendal e, apesar de ainda estar molhada, teve de a vestir à frente dele, porque não podia responder naquele momento, pois o homem estava furioso.

Saíram do apartamento, entraram no carro e partiram para a cidade, ela nem reparou que o marido estava num carro diferente daquele em que estava ontem quando a veio deixar. Ele pediu-lhe a morada de casa e foi tudo o que se disse no carro, não falaram um com o outro, mas José Luís falou com uma mulher com quem combinou encontrar-se esta noite.

A rapariga ficou um pouco desiludida com o mentiroso que o homem se revelou, mas acabou por ficar feliz quando soube que ele ia passar a noite com uma mulher, feliz porque vai ficar sozinha naquele apartamento, o triste é que não tem ninguém a quem pedir ajuda, ou seja, uma pessoa financeiramente estável ou suficientemente forte para enfrentar aquele homem mau, em defesa de si própria.

- Não fazes ideia das saudades que tenho de ti, maninho! - exclamou ela mentalmente, acompanhando o seu pensamento com um suspiro e as lágrimas que nunca param de correr, como sempre acontece quando se lembra do seu irmão de alma em vida.

O irmão era polícia e morreu numa emboscada de vândalos, era o único familiar que lhe restava, pois os pais foram raptados e depois assassinados, e até hoje ainda não se sabe quem foi.

- Pára de chorar, mulher, deixas-me desesperado com as tuas lamúrias. - Achas que chorando vais fazer com que o meu coração amoleça? -Bem, não, sua puta maldita, não te iludas.

Chegaram a casa dela, bem, é um apartamento um pouco maior do que aquele em que ela está a viver neste momento, assim que ela entrou, as lágrimas voltaram a correr-lhe pela cara abaixo, ela pensa, em que momento é que eu me apaixonei por este homem falso? Porque é que eu tive de aceitar ser namorada dele? Porque é que eu lhe dei o meu número de telefone naquele dia na festa em que o conheci? Sou uma completa idiota e nunca vou deixar de me censurar por isso!

A rapariga foi buscar algumas das suas roupas sob o olhar atento daquele homem malvado, escolheu as que lhe ficavam melhor e mais largas porque não sabe quanto tempo vai estar com ele e a sua missão mais importante é esconder a gravidez a todo o custo.

Depois foi deixá-la no seu apartamento, mas antes disso foi buscar outra das suas amantes e pô-la no mesmo carro que a sua mulher, com a diferença de que a amante vai no lugar do passageiro e a mulher nos lugares de trás. Quando a amante perguntou sobre a rapariga do banco de trás, ele disse-lhe que era a filha do tio que o tinha vindo visitar e que ia ficar com eles no apartamento esta noite.

- Portanto, este homem não vai levar a amante para dormir noutro sítio, mas vai ficar no apartamento outra vez! -Em suma, vou ter de dormir outra vez no sofá desconfortável. -pensou Clara Isabel na sua mente.

- Não te importas de ouvir os gritos dela quando estamos a fazer sexo, pois não, primo? -perguntou o cínico com um sorriso zombeteiro.

- Claro que não me importo nada, primo. -respondeu-lhe ela, sentindo uma enorme vontade de vomitar, aquele homem mete-lhe tanto nojo que nem o quer ver pintado.

Clara Isabel continua a receber insultos e humilhações do seu perverso marido, felizmente ainda não lhe tocou com um dedo, mas é porque lhe é muito obediente, teme que a qualquer momento ele lhe bata e a faça abortar o seu bebé, essa criatura que se está a formar dentro dela e que vem dar um pouco de cor à sua vida cinzenta e sem sentido.

A comida já está a escassear, desde que chegou a este lugar só conseguiu encher a despensa duas vezes, na segunda vez ele deu-lhe dinheiro, ela sentiu-se livre e pensou que podia escapar com a desculpa de ir ao supermercado. Mas correu mal, ele não a deixou ir sozinha, acompanhou-a às compras e depois voltou para junto dela e trancou-a novamente.

Já passaram três semanas e ela faz milagres com a pouca comida que tem disponível, não fez um único controlo da gravidez, não sabe se o bebé está bem, mas confia em Deus que tudo está a correr bem.

Está grávida de quase seis meses e, como não se alimenta bem, a sua barriga não cresceu o suficiente para ser notada, é incrível, mas quase não se nota que está grávida, parece que só engordou um pouco.

A sua amiga Yeni está muito preocupada porque continua a não ter notícias dela e não tem ninguém a quem perguntar pelo seu paradeiro. Em várias ocasiões, quis denunciar o seu desaparecimento às autoridades, mas depois receou que a amiga se tivesse ido embora para seu próprio bem e não quis contar-lhe para que não a seguisse.

Na universidade, os colegas coscuvilheiros que tanto criticavam Clara Isabel interrogam-se agora porque é que ela deixou de ir às aulas alguns meses antes do fim do semestre. Amanhã, o semestre termina e eles voltam até ao próximo ano, esperam que ela volte, porque precisam mesmo de gozar com "a menina feia".

            
            

COPYRIGHT(©) 2022