/0/10617/coverbig.jpg?v=5f193da063c9a1c3bcd32509a1d2214c)
Levantei os braços para que Théo pudesse remover meu vestido. Com gestos delicados e atenciosos, Théo deslizou o vestido pelos meus braços, deixando-o cair no chão. Ele se aproximou, seus braços envolvendo minha cintura. Ele me atraiu para si, nossos corpos se unindo. Naquele instante, senti como se não fosse eu ali. Parecia que eu estava observando tudo de fora. Com delicadeza, ele me deitou no sofá, posicionando-se sobre mim. Seus olhos nunca se desviaram dos meus, como se estivesse buscando qualquer indício de hesitação. Mas eu não hesitei. Eu desejava aquilo, desejava ele.
- Elisa... – Ele sussurrou, sua voz rouca.
Eu apenas concordei, minha mão subindo para acariciar seu rosto. Eu podia sentir a barba por fazer roçando contra minha mão, a sensação provocando arrepios por todo o meu corpo. Théo se inclinou para baixo, seus lábios beijando as curvas do meu pescoço. Eu fechei os olhos, me perdendo na sensação. Cada beijo era como um toque de fogo, espalhando ondas de calor por todo o meu corpo. Senti as mãos de Théo explorando meu corpo, cada toque provocando ondas de prazer por minha espinha. Eu me agarrei a ele, meus dedos se entrelaçando em seus cabelos.
***
- Você foi uma boa garota – Ele murmurou, me puxando para perto e beijando o topo da minha cabeça.
Tento me afastar do seu toque, mas Rafael, me segura com força.
- Para de tentar fugir de mim, Elisa.
- Só quero me vestir – Eu disse, minha voz quase um sussurro.
Rafael soltou um suspiro, soltando seu aperto sobre mim. Ele assentiu.
- Estar com fome? – Perguntou ele.
Eu não respondi, apenas continuei a vestir minhas roupas. Eu podia sentir o olhar de Rafael em mim, mas eu evitei encontrá-lo.
- Quero ir embora. – Eu disse finalmente, minha voz firme.
Ele bufou.
- Ainda estou de pau duro.
- Isso é problema seu. – Respondo. - Quero que me leve embora. Agora!
Ele olhou para mim, eu conhecia aquele olhar. Ele levantou da cama e veio até mim.
- Me desculpa! – Não ousei a me mover, enquanto ele se aproximava de mim.
Sem tempo de me afastar, Rafael agarrou meu cabelo.
***
Arfei, cravando minhas unhas nas costas de Théo, atingindo meu clímax. A sensação foi avassaladora, uma onda de prazer que me deixou sem fôlego. Mas a culpa começou a se infiltrar em mim, apagando o brilho do prazer que eu acabara de experimentar. Eu não podia enganá-lo desse jeito. Fechei os olhos soltando um gemido alto quando Théo se empurrou pela última vez em mim, atingindo seu ápice. Ele soltou um suspiro, seu corpo suado relaxando contra o meu. Ele se deitou ao meu lado me puxando para um abraço.
- Me desculpe - Sussurrei, minha voz quase inaudível.
Ele se afastou um pouco, olhando para mim com uma expressão confusa.
- Pelo o que? – Perguntou ele, sua voz suave. – Isso foi ótimo.
Afastei-me dele levantando do sofá.
- Quero que me leve embora. – Comecei a catar minhas roupas espalhadas pelo chão, tentando evitar o olhar de Théo.
- Eu fiz alguma coisa? – Se levantou preocupado.
- Não fez nada, só quero ir embora. – Eu disse, começando a me vestir.
Théo ficou em silêncio, observando enquanto eu pegava minhas roupas e começava a me vestir. Eu podia sentir seu olhar em mim. Quando terminei de me vestir, olhei para Théo. Ele ainda estava me olhando, uma expressão confusa em seu rosto.
- Vamos? – Eu perguntei, minha voz suave.
Théo assentiu, pegando suas próprias roupas e começando a se vestir. Juntos, saímos do apartamento.
- Isso foi um 'sim'? – Ele olhou rapidamente para mim antes de voltar sua atenção para a estrada.
- Isso foi um 'não', não podemos mais nos ver dessa forma, apenas profissionalmente. - Declarei, decidida.
Théo ficou em silêncio por um momento.
- Então é isso? – Sua voz soou cheia de decepção. - A gente transa e depois vamos agir como se nada tivesse acontecido. Você estar tão diferente.
- Foda-se se eu estou diferente, Théo – Falei irritada. - É claro que eu estou diferente, eu não sou mais aquela adolescente de antigamente.
Apoiei minha cabeça na janela do carro.
- Desculpe! - Ele pediu.
Eu não respondi, apenas continuei olhando para fora. Quando o carro finalmente parou, peguei minha bolsa e desci. Eu não olhei para trás, não queria ver a expressão de Théo. Eu só queria ir para casa. Entrei no apartamento de Louise e parei surpresa ao ver Rafael ali sentado ao lado dela.
- Elisa! – Louise exclamou, se levantando para me cumprimentar. – Não esperava te ver tão cedo.
Eu olhei para ele, surpresa. Eu não esperava vê-lo aqui.
- Não é cedo, Louise, já vai dar quase meia-noite - Respondi.
- Ah, mas para o tipo de saída que você foi, esperava te ver só amanhã. - Ela disse, sua voz cheia de diversão.
Rafael ergueu uma sobrancelha, claramente interessado.
- Elisa saiu com o Théo...
- Louise, por favor - A interrompi.- O que está fazendo aqui, Rafael? - Perguntei.
- Vim te buscar, pensei que tivesse esquecido que voltaria para casa hoje. – Disse ele com um sorrisinho.
- Eu não vou a lugar nenhum com você. – Respondo.
- Você vai, a Louise me ajudou a arrumar suas coisas – Ele puxa a mala que até então
Eu olhei para a mala, depois para Louise. Ela deu de ombros, um sorriso inocente em seu rosto.
- Eu só estava tentando ajudar, Elisa. – Ela disse, em sua defesa.
Eu respirei fundo, tentando controlar minha frustração.
- Podemos ir? – Perguntou, me olhando com aquele olhar ameaçador que eu já conhecia.
- Sim, podemos ir. – Eu disse finalmente, minha voz resignada.
Me virei para Louise, dando-lhe um abraço.
Saímos do apartamento.
- Então quer dizer que você trepou hoje?
- Isso não é da sua conta – Respondo, meu coração quase saindo pela boca.
Ele riu.
Entramos no carro e Rafael deu a partida, mas logo notei que estávamos tomando um caminho diferente.
- Para onde estar me levando? – Olhei pela janela vendo estrada de chão.
Rafael não respondeu, apenas continuou dirigindo. Depois de alguns minutos, ele parou o carro, no meio do nada, e desceu.
Eu olhei para ele, confusa. Ele abriu a porta do passageiro me puxando para fora.
- Então que dizer não é da minha conta para quem você libera a boceta. – Ele me empurra contra o carro, fazendo a porta bater com força.
Sua mão segura minha mandíbula com força, com tanta força que sou incapaz de me mover. Ele olhou para mim, uma expressão dura em seu rosto.
- Será que eu preciso desenhar para você entender que você e só minha. – Sua mão livre entrou por debaixo do meu vestido, o subindo.
Por um momento eu congelei, o medo se instalando em meu peito. Estava sendo exatamente como antes.
- Me solta! – Eu gritei, começando a me debater, até finalmente ele me soltar.
Antes que eu pudesse me afastar, ele levantou a mão e me deu um tapa. A força do golpe me fez cambalear para trás, uma dor aguda se espalhando pelo meu rosto. Tinha se passado tantos anos, que eu havia esquecido como um tapa doía. Levei a mão ao rosto, sentindo a pele quente e pulsante. Eu olhei para Rafael, uma mistura de choque e raiva em meus olhos.
- Eu te odeio! – Gritei, sentindo minhas lagrimas brotarem dos meus olhos. - Eu vou te odiar para sempre.
Rafael se aproximou de mim, me agarrando. Tentei me afastar, mas ele me segurou firme. Eu olhei para ele, minha raiva e minha dor refletidas em seus olhos.
- Não me olha assim, caralho. – Ele rosnou, sua mão agarrando meu cabelo e me arrastando para a frente do carro.
Ele me empurrou, me fazendo deitar sobre o capô do carro de costas para ele. Suas mãos agarraram meus quadris, me segurando firme. Ouvi o som de algo metálico, e logo em seguida senti sua mão na barra da minha calcinha, a rasgando com facilidade.
- Rafael... – Eu comecei, minha voz tremendo.
Mas ele não me deixou terminar. Apenas continuou ignorando meus protestos. Senti a ponta do seu pênis entre minhas pernas que deslizou para dentro de mim. Uma onda de dor se espalhou por todo o meu corpo.
- Você explicou para ele que você gosta assim, com força? – Ele estava fundo dentro de mim. Cada movimento dele me fazendo estremecer.
Eu fechei os olhos, tentando bloquear a dor, tentando bloquear a realidade do que estava acontecendo. Ele continuou, seus movimentos se tornando mais rápidos, mais duros. Eu podia sentir a dor se intensificando, cada movimento dele me fazendo arfar.
Ele gemeu. - Eu não consigo segurar mais.
Suas mãos agarraram meus quadris com mais força, gravando suas unhas contra a minha pele, se empurrou pela última vez dentro de mim. Um grunhido baixo escapando de seus lábios. Ele finalmente se afastou de mim, sua respiração pesada e irregular. Eu permaneci deitada sobre o capô do carro, minha mente girando com o que acabara de acontecer. Minhas lagrimas escorriam silenciosamente. Eu não sabia quanto tempo se passou, mas eventualmente, eu me levantei e comecei a caminhar.
- Onde você está indo? – Ele perguntou, mas eu o ignorei. - Elisa caralho!
Eu sentia a dor em cada parte do meu corpo. Olhei para o céu escuro acima de mim. As estrelas brilhavam com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes. Elas pareciam tão distantes, tão inatingíveis, assim como a paz que eu tanto desejava. Eu continuei olhando para as estrelas, permitindo que a beleza delas me distraísse da minha dor. Mas então, senti minhas vistas turvarem, as estrelas começando a se misturar em um borrão de luz. Tentei lutar contra a escuridão que se aproximava, mas era inútil. Eu podia sentir a consciência me escapando. E então, tudo escureceu ao meu redor. Eu caí no chão.
***
Saio dos meus pensamentos quando um garoto se aproximou de mim.
- Você está bem? – Sua voz é calma, como se estivesse falando com um animal assustado.
Olhei para ele. Tinha cabelos castanhos, sua pele era branca e por trás dos óculos que ele usava, tinha um par de olhos castanhos brilhantes.
- Eu conheço você! – Digo secando minhas lagrimas - Você trabalha na empresa do meu pai.
- Isso mesmo – Ele diz sorrindo. - Prazer, eu me chamo, Théo. – Ele estendeu sua mão.
Eu o cumprimentei.
- Então acho que você devia estar lá na festa conversando com eles
- Eu estava, mas até que te vi. Você está bem?
Eu assenti, um pequeno sorriso em meu rosto.
- Estou bem, Théo. – Eu disse, minha voz suave. – Obrigada.
***
Acordei. Mas não queria abrir os olhos, ainda estava com sono e muita dor pelo meu corpo, era como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. Me remexi sobre a cama.
Onde eu estava?
Abri meus olhos encarando diretamente o teto. Era meu quarto. A familiaridade do ambiente me trouxe um certo alívio, mas também uma onda de confusão. Como eu tinha chegado ali? E de repente as memórias da noite passada vieram à minha mente. Théo, depois Rafael furioso comigo. As lágrimas brotaram nos meus olhos.
Me assusto com a porta do meu quarto sendo aberta.
- Querida, olha o que chegou para você - Mamãe entrou toda eufórica no meu quarto.
Olhei para ela. Em suas mãos tinha um buquê de flores vermelhas.
- Elisa, o que foi? - Ela olhou para mim preocupada. - Por que está chorando? - Ela se sentou à beira da cama, colocando o buquê de lado. - O que é isso no seu rosto?
Não respondi, apenas continuei a olhando, as lágrimas escorrendo dos meus olhos. Me levantei, sentando-me na cama. Eu queria dizer a ela, queria contar a ela o que tinha acontecido. Mas as palavras pareciam presas na minha garganta. E novamente me vi na mesma situação do passado. Eu estava voltando ao meu passado. Mas de algum jeito ela me entendeu.
- Eu concordei que ele fosse te buscar.
Chorei, chocada com aquilo. Eu não podia acreditar no que estava ouvindo.
- Eu não imaginei que isso fosse acontecer. - Ela continuou, sua voz cheia de arrependimento.
Eu a olhei, a raiva borbulhando dentro de mim.
- Não imaginou, não imaginou por quê? - Eu perguntei. - Por que esqueceu totalmente o que o Rafael fez comigo?
Ela ficou em silêncio por um momento, sua expressão cheia de tristeza.
- Me desculpa, filha.
- É tudo o que você tem para me dizer?
Ela me olhou sem entender. Parecia não entender a profundidade da minha dor, a profundidade da minha raiva.
- Eu... - Ela começou, sua voz hesitante.
Mas eu não queria ouvir.
- Quero ficar sozinha.
- Você precisa ir comer alguma coisa...
- Eu não estou com fome. Por favor, saia.
Mamãe assentiu e saiu.
Eu olhei para o buquê de flores que minha mãe tinha deixado na beira da cama. Eu sequei minhas lágrimas, minha mão tremendo ligeiramente enquanto eu esticava a mão para pegar o cartão que estava preso ao buquê. Eu o peguei, minha curiosidade superando minha dor por um momento. Com o cartão em mãos, eu o virei para ler a mensagem. Minha respiração parou por um momento enquanto eu lia as palavras escritas com uma caligrafia elegante. Era de Rafael. Eu senti uma onda de raiva e tristeza me inundar. Como ele ousava? Como ele ousava me enviar flores depois do que tinha feito? Eu joguei o cartão de lado, as lágrimas voltando a escorrer pelo meu rosto. Eu peguei o buquê de flores e o joguei no chão. As flores vermelhas se espalharam pelo chão, as pétalas se espalhando como gotas de sangue. Eu fiquei ali, olhando para as flores espalhadas pelo chão. Eu podia sentir a raiva ainda pulsando dentro de mim.