Oblíquo
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Capítulo 5 Cap 5

{Augusto Cipriatti}

Maldita seja a hora que eu resolvi me juntar a aqueles vermes novamente. Já estava tudo resolvido, acordo selado, por que caralhos eu tive que voltar a mesa deles e me sentar?

Inferno.

Eu nem havia notado o semblante da garota parada ao lado, sendo devorada por aquele filho de uma puta. Meu sangue já estava fervendo, apenas em ver o sorriso devorador estampado no rosto daquele infame.

Até que ela se virou cordialmente, para pegar os nossos pedidos. Seus cabelos levemente claros, estavam amarrados em um rabo de cavalo alto, deixando seus olhos grandes em mais evidência, e foi aquilo ali, o pedido oculto de ajuda brilhando dentro da sua íris, que me fez ferver o sangue.

Porra.

Eu facilmente mataria Reno naquele instante com apenas uma mão, por um segundo imaginei a cena de eu pegando ele pelo pescoço e o fazendo implorar para respirar.

Mas ali eu não era o Guto, ali eu era Augusto Cipriatti.... Aquele tarado filho de uma puta tem sorte por isso.

Após ela se afastar levando os pedidos consigo, me levantei sem dizer uma palavra e fui ao encontro de Luis, invadindo o escritório sem pedir licença.

-Guto, boa noite. Está tudo certo? – Pela sua surpresa, certamente Luis, que era o dono do lugar a vista de todos, não estava esperando por mim naquele instante.

-Duas coisas apenas Luis, não contrate mais garçonetes, apenas garçons, e neste exato instante coloque outra pessoa para atender a nossa mesa.

-Guto, como assim? A menina nova fez algo de errado? Ela veio muito bem indicada e...

-Eu não lhe devo explicações Luis, faça o que mandei e logo.

Sai de lá batendo a porta atrás de mim, antes que eu fosse descontar em Luis tudo o que eu estava desejando fazer em Reno.

Me juntei a eles novamente, mesmo contra minha vontade, eu estava ansiando por ver a cara de Reno ao ser servido por outro. Idiota.

Alguns minutos depois, o garçom trouxe os pedidos e lógico que aquele tarado ficou sem entender o motivo da garota não estar mais ali para aguçar sua imaginação de tarado.

-Senhores. – Virei meu whisky e me levantei da mesa, deixando Dom e Polo com eles. Ao sair, digitei uma mensagem para eles pelo celular:

Eu: "Fiquem de olho nesse tarado filho de uma puta, certifiquem-se de que ele sairá daqui e irá para o hotel, ou para o raio que o parta".

Guardei o celular, e meu foco agora era outro. Logo mais à frente, próximo ao palco, as duas loiras da entrada estavam sentadas, e eu já não poderia mais esperar nem um minuto para foder as duas, eu não teria problema nenhum inclusive fazer isso ali mesmo na frente de todos.

Antes de eu conseguir chegar à mesa, a garçonete atravessou minha frente, colidindo em mim e derrubando no chão tudo que estava em sua bandeja.

Caralho. Caralho. Caralho.

-Meu Deus, desculpa, desculpa, desculpa. – Ela me fitou desesperada, e logo se abaixou para começar a juntar as coisas.

Aquele olhar novamente desesperado encontrando o meu, puta que o pariu. Meu maxilar travou, meu corpo travou.

-Me desculpe, desculpe, eu sujei seus sapatos, ai Deus... Que vergonha, me desculpa, mas eu irei pagar um novo par ao senhor... Me desculpa mais uma vez e...

Eu segurei o braço dela a calando, e fazendo seus olhos me encontrarem novamente.

Respira Guto. Porra.

-Não se desculpe tanto a alguém que você não conhece menina. Nem todos merecem suas desculpas.

Ela me fitou sem entender ao certo o que eu estava querendo dizer.

Logo, a equipe do restaurante estava ali para terminar de arrumar a bela bagunça feita por aquela desastrada. Me virei, e fui até o banheiro limpar meus sapatos.

Parecia que o mundo hoje estava conspirando contra a minha vontade de foder aquelas mulheres.

Inferno.

Limpei meus sapatos, lavei meu rosto, me escorando na pia e encarando minha imagem refletida no espelho.

Que porra é essa Guto? Você não é assim caralho.

Luis entrou no banheiro em seguida, me fitando e me trazendo de volta.

-Eu pagarei a menina por hoje e a mandarei embora Guto, me perdoe, ela veio muito bem indicada. Você está bem? Precisa de algo?

-Preciso Luis, preciso foder duas gostosas que estão lá fora me esperando e você está aqui me atrapalhando caralho. Sai bufando de lá, e me dirigi finalmente até as duas loiras, que me fitavam com seus olhares felinos.

-Senhoritas? Me acompanham?

Acordei com a claridade entrando pela janela do quarto da suíte presidencial do Ritz. Minha cabeça estava doendo para um caralho.

A cama revirada denunciava a noite de luxuria que havia acontecido ali. Eu era bom demais naquilo, o sexo pra mim funcionava como ansiolíticos, que a Dra. Carmem sempre quer me enfiar goela abaixo, mas que eu me recuso todas as vezes.

Se eu posso relaxar com sexo, por qual motivo vou me drogar? Ela que tome aquela porcaria e me deixe em paz.

Me levantei com a cabeça martelando, algumas garrafas de espumante estavam espalhadas pelo chão do quarto. As loiras, do qual nem sei seus nomes, já não estavam mais lá.

Duas coisas sobre mim, não faço sexo na minha casa, na minha cama, lá é solo sagrado. Não passo a noite com mulher nenhuma, sempre as dispenso. Dormir junto é algo que eu definitivamente não faço.

Liguei o chuveiro frio e deixei a água gelada cortar meu corpo ao entrar em contato com minha pele quente, na tentativa de me recompor. Por um milésimo de segundo, aquele olhar, o olhar daquela garota veio na minha mente.

Mas que merda é essa?

Ontem já enchi a cara, pois com uma frequência que eu não estava gostando, minha mente trazia a imagem daquela menina, porque é isso que ela é, uma menina Guto. Porra.

Certamente meu instinto protetor estava falando mais alto. Eu fiquei maluco com Reno, e isso com certeza estava atormentando os meus pensamentos.

Saindo do banho, peguei me celular e muitas ligações e notificações estavam ali na tela. Por um segundo pensei em desligar o celular e não visualizar porra nenhuma, mas não era algo possível a ser feito com toda certeza.

Dom: "Reno, tentou abordar a garota na saída do PUB"

Dom: "Como você sabia que isso poderia acontecer?"

Polo: "Caralho Guto, atende essa merda"

Polo: "Você aí fodendo uma boceta e a bucha fica pra nós, claro"

Dom: "Já resolvemos tudo"

Pensei em ligar no exato momento que terminei de ler as mensagens, mas certamente os dois estariam na minha casa a minha espera. Consigo até visualizar a cena. Polo na cozinha tomando café com a minha geléia, que segund ele é ruim pra um caralho, mas que ele devora um pote sozinho...Filho de uma puta... Dom jogado no meu sofá com tênis no pé, desgraçado.

Se tem uma coisa boa que essa vida de merda me deu, foram eles dois. Não somos irmãos de sangue, mas sangue algum no mundo nos traria um laço maior do que temos. Eu morreria e mataria por qualquer um dos dois e eu sei que eles fariam o mesmo por mim.

Polo com sua inteligência insuportável costumava dizer uma frase, e hoje eu vejo o quão certo ele estava o tempo todo.

"Guto é Oblíquo, um cara que não se apresente de maneira reta, e sim da maneira mais torta possível.

Dom é Paralelo, um cara que mesmo que alguém esteja no mesmo plano, ninguém irá cruzar por cima dele. Ele se manterá sempre contínuo.

E eu sou Perpendicular, um cara que sempre tem um prumo, um ângulo."

"Vocês dois são as linhas que cruzaram a minha, um de forma torta e outro de forma reta."

            
            

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