Oblíquo
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Capítulo 4 Cap 4

{Alice Spinoza}

Parada em frente ao PUB Camp Town, as cinco e meia da tarde pontualmente, eu estava lá encarando sua fachada imponente.

Nunca havia estado ali como cliente, é um lugar bem frequentado, só o valor da entrada já vale por um rim meu, e eu definitivamente, não estou disposta a viver com apenas um.

Entro e um rapaz jovem de uns 25 anos no máximo vem me receber, vestido impecavelmente com calças pretas e camisa social branca, os sapatos cintilantes limpíssimos, todo seu cabelo extremamente alinhado.

-Boa noite, como posso ajudar a senhorita?

-Eu vim indicada pelo senhor Demian Morrow, para uma vaga aqui, ele me disse para procurar pelo senhor Luis Austin, ele se encontra?

-Claro, vamos lá, eu a acompanho.

O dono do estabelecimento, Luiz Austin, conhecido do meu chefe Demian, era um homem de uns quarenta anos, muito bem afeiçoado e educado, bastou eu me apresentar, ele me deu alguns detalhes sobre carga horaria, e minha função, que basicamente seria servir as mesas, e colocar os pedidos até o balcão, algo que eu já estava bem habituada.

Como o trabalho era a noite, o salário era bom, iria receber quase o dobro do que ganho no café, e isso era o principal motivo de eu ter trancado a faculdade para estar ali, e me privar das minhas horas de sono, que agora seriam reduzidas em muito poucas.

Não quero pensar sobre isso. Tudo é um tempo Alice.

Peguei meu uniforme, e fui me trocar, o menino que havia me recebido se chamava Eric, e era o Hosting do lugar, ele me mostrou o espaço, me passou os detalhes e era por volta das sete horas da noite, quando os clientes começaram a chegar.

O lugar era muito bem frequentado, pessoas bonitas, gente do dinheiro mesmo, e eu estava uma pilha de nervos, precisava mostrar meu melhor, para que o chefe fique satisfeito e me mantenha no cargo pelo menos até eu conseguir colocar minha vida em ordem novamente.

A noite foi entrando voando, caminhei mais que uma vida inteira entre servir as mesas, e voltar para o balcão com os pedidos, e neste loop segui até que mais tarde da noite, já era passado das dez horas, eu congelei quando vi o homem mais lindo deste mundo entrando no PUB, ele era alto, muito alto, forte, muito forte, sério, muito sério, seus olhos verdes, definitivamente muito verdes, contrastavam com sua pele levemente bronzeada e seus cabelos amendoados, por um instante tive uma leve impressão de o conhecer de algum lugar.

Puta que o pariu Alice. Fecha a boca, você deve estar babando neste exato momento.

Logo em seguida, atras dele, duas loiras, perfeitas, padrão modelo da Victoria Secrect, sabe? Colocam as mãos sob os ombros dele, e sussurram algo no seu ouvido.

Consegui ver de longe que seus lábios se ergueram em um leve sorriso. E Isso me fez voltar na hora para minha órbita.

Alice, Alice que viajona você é. Foca no trabalho mulher, isso deve ser TPM, ou qualquer alteração hormonal, você nunca nem se quer teve um namorado. Olha para você Alice, por favor né...

Desculpa.

Minha consciência se desculpando comigo mesmo, por me permitir olhar para aquele homem e desejá-lo mesmo que por um instante apenas.

Desfoca e bora ao trabalho.

O PUB foi lotando, eu não vi mais o bonitão, agradeci mentalmente por isto. Com certeza a fila de espera já estava gigante, pois nenhuma mesa ficava vaga, assim foi durante toda a noite.

Havia uma separação de níveis, na parte de baixo, as mesas mais ao centro do palco, as mais procuradas e na parte de cima, próximo ao balcão, as mesas mais afastadas, porém mais reservadas. Dava de ver que apenas um grupo seleto ficava nesta parte do PUB, e Eric tinha me dito que estes pedidos sempre deveriam ser tratados como prioritários.

Assim que uma das mesas do nível superior me acionou pelo aparelho que eu carregava na cintura, me dirigi até lá e três homens, que na primeira impressão me pareceram estrangeiros, estavam acomodados lá.

-Boa noite senhores, como posso ajudá-los esta noite?

-Ótima noite mesmo senhorita. – O mais alto deles, que estava sentado no meio, me voltou, com um semblante que me assustou um pouco de início, mas na hora me obriguei a pensar no salário, e focar no bom atendimento.

-Aqui está nosso cardápio, precisam de alguma ajuda para escolherem?

Percebi que o sotaque deles era realmente de fora, mas o homem mais alto, seguiu falando comigo em inglês perfeitamente.

-A senhorita também está aqui neste cardápio?

O fitei sem entender juntando minhas sobrancelhas em um questionamento silencioso. Pausa. Ele se consertou:

-Digo, a senhorita me sugere então algo deste cardápio para acompanhar-nos com as bebidas?

Aquele sorriso descarado seguia em seu maxilar. E isso me deixava incomodada demais, especialmente quando ele fazia questão de me fitar dos pés a cabeça.

Atendi eles o mais rápido que pude sem ser rude, e sai da mesa com o pedido em mãos, tremendo. Queria encontrar Eric, perguntar a ele se outra pessoa poderia atender aquela mesa no meu lugar, mas ele não estava em lugar nenhum.

Merda.

Cerca de vinte minutos depois do pedido feito, eu estava no balcão pegando a bandeja com o pedido pronto.

Respira Alice. Hoje é só o primeiro dia. Você está em um lugar muito bem frequentado. Afinal de contas o que ele poderia fazer a você aqui dentro.

Foco. Foco. Foco.

Me aproximando da mesa, percebi que mais pessoas tinham se juntado aos três homens, e um respirar de alívio se acometeu em meus pulmões.

-Com licença. Carpaccio Amatticiana... Fish and Ships... -Comecei a servi-los por ordem dos pedidos, sem perceber a presença marcante na mesa, até o momento que me virei para os demais senhores que haviam se juntado a eles, na tentativa de tirar os seus pedidos.

Aquele homem estava sentado junto aos demais, e outros dois, com semblantes mais amenos estavam ao seu lado.

Meus olhos piscaram algumas vezes tentando fazer meu cérebro se recompor, de perto ele era ainda mais intenso, mais belo, e definitivamente mais sério.

-E para os senhores? Como posso ajudá-los esta noite?

O que estava sentado a direita do Deus Grego gélido, também dono de uma beleza ímpar, mas com um ar mais ameno, e um riso fácil, iniciou:

-Você é nova aqui, muito bem, seja bem-vinda! Eu vou querer o de sempre, já anota isso aí, escalope de filé com molho caprese e uma Ale grande para iniciar a brincadeira. Na próxima vez, você já saberá meu pedido. -Falou piscando de leve e sorrindo pra mim.

-Obrigada, e anotado.

Aquele homem assutador seguia me encarando com seus olhos refletindo desejo, e mesmo eu estando com o foco para o outro lado da mesa, conseguia ver um sorriso no canto da sua boca ao me olhar.

-Para mim, um British Food e uma Ale grande também. O outro homem sentado à esquerda, era mais sério, porém também tinha um ar amigável. Ele era muito bonito, cabelo loiro e usava óculos de grau, todos os três, eu diria que a beleza deles estava contrastando diretamente com os outros três do lado oposto da mesa.

-Pra mim apenas um Wisk duplo. Obrigado.

O homem mais bonito que eu já havia visto no mundo se contentou em falar apenas isso, e desviou o olhar de mim, diretamente para o estrangeiro que estava a sua frente na mesa.

O clima entre os dois não pareceu nada ameno. Transmitia tensão, era perceptível por quem estivesse ali próximo, mas quem sou eu na fila do pão, não é mesmo.

Me retirei assim que os pedidos foram feitos, mas senti uma mão me segurar pelo braço, e ao me virar, aquele homem estranho, estava de pé na mesa, rindo para mim. Minha pele ardeu ao toque dele, meu estomago embrulhou, e ele disse me fitando novamente dos pés à cabeça:

-Me traga mais uma bebida meu anjo. Hoje eu estou com muita sede. – Novamente do canto da sua boca, aquele sorriso desejoso me encarava.

-Sim senhor.

Minha vontade era de sair correndo dali, que povo estranho, três homens ruins, três homens bons, era como uma luta de olhares entre vilões e mocinhos, uma luta de vikings contra pagãos. O clima não era nada amigável, e eu só queria que meu primeiro dia de trabalho terminasse logo para ir correndo para a minha casa.

Avistei Eric logo após entregar os pedidos, e curiosa que sou, perguntei se ele sabia quem eram aqueles homens.

-Os três que estão de costas para nós, são amigos do Sr Luis, eles estão sempre aqui, e são os únicos que tem acesso ao andar superior. Eles e quem os acompanha logicamente. Não sei exatamente como funciona, mas sei que são donos da Magma Interprises, conheces né?

-Sim, já ouvi falar... E os outros?

-Os outros três me parece que são Albaneses, ouvi o senhor Dominic comentar algo sobre, mas nunca os vi antes por aqui. Acontece com frequência deles três estarem com pessoas diferentes por aqui, as vezes os três, as vezes apenas um deles, mas certamente você os verá com bastante frequência por aqui...

-Dominc é o do meio? – Eu não queria perguntar, mas minha língua solta foi mais rápida que meu raciocínio.

-Não, o do meio é Augusto Cipriatti, o galã de Londres, o homem cobiçado por 99,9% das Londrinas, e com certeza por muitos londrinos também. Se é que você me entende... Você é esperta hein garota. – Eric me fitou com um olhar penetrante e um leve sorriso de canto.

-Não viaja Eric, eu só fiquei curiosa mesmo, achei que já tinha o visto antes...

-Me admiro muito mesmo, é você não conhecer ele, ou melhor, eles. Eles estampam com frequência capas de revistas de economia, são alvos frequentes de matérias e paparazzis pela internet...

-O semblante dele não me era estranho mesmo, mas na hora não reconheci, devo ter o visto então em algum site destes que você comentou...

-O da ponta é Dominc Belmont, um puta engenheiro, e contrariando a todos, pra mim, o mais bonitos dos três, ele é gentil, sempre sorridente e ele é o cara por traz de todos os projetos monumentais da Magma. E o outro de óculos é Marco Polo, o cabeça da empresa, parece que ele que cuida de tudo, dizem que ele é um racker, e dos bons...

Vejo minha boca abrir e fechar algumas vezes, ainda processando as informações. Mas antes mesmo de eu poder perguntar algo, Eric finaliza.

-Mas vamos, vamos trabalhar que tem bastante mesa esperando pelos pedidos, afinal de contas você não quer ser mandada embora no seu primeiro dia, certo?

Ele me olha com um sorriso no rosto, da meia volta e sai no meio das pessoas, me fazendo gesto para eu fazer o mesmo.

            
            

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