AS LEIS DA MÁFIA
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Capítulo 5 5

Luca

- O que você está sorrindo? - Eu resmunguei para Lucky enquanto andava pela pequena cozinha com seu piso de linóleo marrom, bancadas de azulejo branco e armários de pinho. Havia um pequeno e esquecido vidro oval ao lado da janela, sobre a pia, com vista para o quintal quase arborizado.

A casa estava quase vazia, exceto por alguns móveis que o proprietário havia deixado para trás quando meu pai pediu. Havia uma cama em cada um dos dois quartos, toalhas no banheiro, um velho sofá na sala de estar, e uma pequena mesa de cartas sob um lustre de bronze no espaço para refeições. Era isso. Os armários estavam vazios, assim como todos os closets. A única razão de termos garrafas de água era porque tínhamos deixado para trás da última vez que usamos a casa.

- Ela tem uma boca, hein? - ele perguntou, recostando-se no balcão, enfiando as mãos nos bolsos.

- Esta é a parte em que devo lhe dizer que não pode escutar minhas conversas.

- Mas você não vai, porque sabe que é um desperdício de fôlego.

- Sim, isso, - eu concordei, suspirando.

- Você tem tanta certeza de que ela não é profissional? Ela poderia ser apenas uma boa atriz.

- Não. Quando apareci em seu quarto de hotel, ela estava aterrorizada. Ela nem sequer tentou esconder. Só teve algum tempo para se recompor.

- E agora? Vai só deixá-la suar?

- Eu imagino que o que ela está procurando nas docas seja sensível ao tempo. Ela falará logo.

- E se ela estiver certa e o que procura, seja algo que pertence a você ou a alguém com quem fazemos negócios?

- Acho que depende. Se ela é apenas uma inocente que está sendo forçada a fazer isso, é uma história diferente do que se tivesse orquestrado isso. Se a primeira, encontramos quem a está controlando, e lidamos com isso.

- E se for a última? - Lucky perguntou, arqueando as sobrancelhas.

Cerrando os dentes, achei difícil até mesmo expressar as palavras. - Então nós lidaremos com isso, - eu disse, encolhendo os ombros, mesmo que nada sobre isso fosse um assunto para encolher os ombros. Nós não matamos mulheres. Apenas a ideia disso fez meu estômago revirar. Mas se Romy era líder de algum tipo de força oposta, ela não podia continuar, arriscando nosso sustento, arriscando nossas vidas.

- Nós lidaremos com isso, - ele repetiu, o tom vazio.

Conhecendo Lucky, ele estava pensando em suas irmãs, em sua mãe, tias e primas, em todas as mulheres que jurou manter em segurança, no fato de termos uma reputação de deixar as mulheres fora de nossos negócios.

- Espero que não chegue a isso.

- Não vou mentir, eu também.

- Então, ela ficará a noite toda? Você precisa de mim aqui? Qual é o plano?

- Eu vou deixá-la quieta por um tempo. Você pode sair. Parece que você tem alguém para encontrar.

- Bem, você me conhece, eu odeio partir corações dando bolo, - disse ele, sorrindo. - Ah, e, sim, não precisa agradecer a propósito, imbecil, - ele me disse, caminhando em direção à porta.

-Vou ter certeza de repassar ao meu velho, - eu respondi, recebendo um aceno de desdém quando ele saiu.

Lucky foi quem telefonou e sugeriu mover os contêineres, fazer o labirinto, levando-a para o centro, para que pudéssemos pegá-la se aparecesse.

Aparentemente, ele teve a ideia quando passou a casa do seu irmão e o encontrou assistindo a um filme sobre um assassino em um labirinto de milho.

Tinha sido uma dor de bunda fazer isso, mas valeu a pena no final. Ninguém teve que suar através de suas roupas a perseguindo. Só montamos a armadilha e esperamos.

- Você cuida da porta, - disse a Michael, um dos meus homens. - Vou me deitar um pouco. Ela não pode subir as escadas. Se ela começar a gritar, me chame.

- Entendi.

O quarto cheirava a poeira, e o colchão não era melhor que dormir no chão, mas tinham sido dois dias longos pra caralho, e dormi antes que pudesse tirar meus sapatos.

Acordei com uma batida na porta. - Sim o que houve?

- Ela disse que precisa ir ao banheiro, - Michael chamou pela porta, me fazendo suspirar enquanto saia da cama.

- Tudo bem, - eu respondi, abrindo a porta. - Vá em frente, - acrescentei, movendo-me em direção à porta da frente, saindo da casa, esperando.

Eu não tive que esperar muito tempo.

Teria sido estúpido ela não tentar, afinal. Que prisioneiro não tentava escapar pelo menos uma vez?

A porta se fechou, a água correu e a janela se abriu.

Deslizei pelo canto da casa enquanto ela cuidadosamente tirou a tela, depois colocou seu corpo para fora, parando e depois jogando seu peso para frente.

Claramente, a mulher nunca escapou de casa quando adolescente.

Porque se eu não tivesse saído e a agarrado, ela teria caído de cabeça.

Um guincho ofegante e agudo ficou preso em sua garganta - choque e medo se misturando. - Deixe-me ir, - ela exigiu quando recuperou o fôlego, seu corpo tremendo, tentando se libertar.

- Valeu a pena tentar, certo, querida? - Eu perguntei, virando-a, pressionando suas costas contra a casa, com as mãos nos ombros. - Qual é o problema? - Eu perguntei quando ela choramingou.

- Eu machuquei meu tornozelo, - ela me disse, estremecendo. - Não, não me toque, - ela retrucou quando me abaixei.

- Apenas torcido, - decidi depois de apalpa-lo.

- O que você está, não, - ela retrucou quando me inclinei um pouco para pegá-la, puxá-la contra o meu peito. - Você não deveria estar me fazendo sofrer? - ela perguntou, atirando punhais em mim.

- Espero evitar isso, - eu disse a ela, apertando os braços ao seu redor.

- Você diz isso como se não tivesse uma escolha.

- Depende muito de você, Romy, - eu disse a ela quando as batidas começaram dentro da casa, os homens descobrindo que ela não estava usando o banheiro como alegou. - Está tudo bem. Eu a peguei.

- Gritei quando eles invadiram a sala.

- Porra, desculpe Luca, - Michael disse, balançando a cabeça.

- Está tudo bem.

- Você precisa de uma mão?

Mordi o estranho impulso de dizer a eles que ninguém além de mim poderia colocar suas mãos nela.

- Eu a peguei.

- Eu posso andar, - ela insistiu quando comecei a carregá-la pela casa.

- Acho que não posso confiar em você em uma perna mais do que em duas, - eu disse a ela, observando seus lábios se contorcerem antes de fechá-los em uma linha firme.

Sob diferentes circunstâncias, eu gostaria de tentar encontrar uma razão para que esses lábios fizessem mais do que simplesmente se contrair.

Lucky estava certo; Fazia muito tempo desde que tive uma mulher. E não só sexo. Eu não tinha saído com uma mulher, compartilhado uma refeição, conversado. Minha vida era consumida pelo trabalho e meus homens. Só de ver a contração labial de uma mulher que poderia foder meus negócios foi o destaque da minha semana de merda.

- Você decidiu se vai falar comigo ou não? - Eu perguntei enquanto caminhávamos pela casa, descendo as escadas, colocando-a de má vontade de volta a sua cadeira.

- Eu realmente não tenho escolha, tenho? Se eu quiser sair daqui eventualmente, é claro. E se quiser evitar que você chame seus homens aqui em baixo para me tirar a verdade a força.

- Falar é sempre a melhor opção nesse tipo de situação.

- Sério? Você pensa assim quando os policiais pegam um de seus homens para interrogatório?

- Isso pressupõe que algum de nós seja pego.

- Hipoteticamente.

- Hipoteticamente, eles sabem o que aconteceria com eles se falassem, então nunca pensariam em falar. Acho que o mesmo acontece nesta situação, exceto se você não falar. Então fale. Economize a nós dois um longo dia.

- E eu sinta muita dor, - ela meio perguntou, mantendo um contato visual feroz.

- Não vamos deixar isso acontecer. Por que você esteve nas docas?

Para quem você trabalha?

- Eu acho que você está tendo problemas de memória. Eu já lhe disse onde trabalho três vezes.

- Certo. Para o estado da Califórnia. Quero dizer, para quem mais você trabalha? Quem te enviou aqui para Nova Jersey, para minhas docas?

- Minha tia, - ela me disse, nada sobre seu tom ou entrega me fazendo pensar que ela estava mentindo.

- E quem é sua tia?

Uma funcionária de cuidados infantis na Venezuela, - ela me disse. E, novamente, parecia haver apenas verdade lá.

- Por que uma funcionária de cuidados infantis da Venezuela a enviaria a Navesink Bank?

Eu senti que ela estava deliberadamente tentando me dizer apenas parte da verdade, apenas uma pequena fatia da imagem toda.

Por quê?

Para ganhar mais tempo?

Ela tinha parceiros por aí?

Ela chamou reforços quando achou que estava com problemas?

Eles poderiam ter nos seguido até aqui?

- Romy, vou precisar de algumas respostas mais diretas.

- Há uma semana, recebi uma ligação da minha tia me dizendo que não via minha irmã há um tempo. Em muito tempo. E como elas moram na mesma casa, já era motivo suficiente para se preocupar. Eu voei até lá, só para descobrir que ela estava certa. Minha irmã sumiu. E ninguém parecia saber para onde ela foi.

- Sinto muito ouvir isso, querida, eu realmente sinto, mas isso não tem nada a ver comigo.

- Estou lhe dando um contexto, - ela retrucou, ferida. Compreensível. Talvez eu não soubesse onde Matteo estava na maioria das vezes, mas não conseguia imaginar o medo e a ansiedade dele realmente desaparecer.

- Tudo bem. Como você chegou de lá até aqui?

- Perguntando pela cidade, encontrando algumas pessoas que alegaram que o tráfico havia aumentado recentemente. Que jovens e meninas desapareceram em taxas alarmantes. Fiz mais pesquisas e parece que elas estão sendo traficadas para fora do país. Para os Estados Unidos. Em navios de carga. Em contêineres.

- Romy, ninguém poderia sobreviver em um contêiner, - eu disse a ela, balançando a cabeça.

Podem, se fizerem furos nos cantos superiores para respirar, escondidos o suficiente para que ninguém note, dando ar suficiente para manter as mulheres vivas durante a viagem.

Eu não diria que isso nunca aconteceu. Aconteceu. Com o aumento do tráfico em quase todos os países do mundo, os traficantes encontraram maneiras inovadoras de mover corpos vivos sem chamar a atenção da polícia o tempo todo. Mesmo, sim, em contêineres.

Dito isto, não lidamos com carga humana. Podemos não ser homens morais no sentido mais tradicional. Permitimos que vários tipos diferentes de contrabando - por uma taxa, é claro - passem pelo nosso cais sem controle. Isso incluía armas, mercadorias roubadas e até algumas drogas, já que Nova York precisava do suprimento, mas meu pai havia traçado uma linha na areia quando se tratava de pessoas. Mesmo quando o comerciante de pele da região lhe ofereceu uma quantia exorbitante de dinheiro para olhar para o outro lado.

Algumas coisas são uma questão de humanidade, Luca, ele me dissera sobre o assunto uma vez.

E eu concordei.

- Ok, vamos supor que eles façam os buracos e coloquem essas pessoas em um navio invisível. Eles não as estão trazendo para Navesink Bank.

- Sim, estão. Foi-me dito especificamente para este píer. Não aquele em Miami, na Geórgia, na Carolina do Sul ou na Virgínia - todos os quais seriam mais próximos. Nenhum desses. É este. É aqui que me disseram que ela estaria.

- Não permitimos que tragam pessoas para cá, Romy. Deixamos muitas coisas acontecerem por aqui. Mas não pessoas. Todas as pessoas que trabalham conosco sabem disso, respeitam isso.

- Acho que devemos supor que os criminosos não são o grupo mais confiável de pessoas. Alguém pode estar fazendo isso sem que você saiba.

Se isso for verdade, não farão isso por muito mais tempo, - eu lhe disse, já ansioso para sair daqui, voltar para Angelo, investigar o assunto.

- Não, - ela retrucou, erguendo a mão. - Não, você não pode parar agora. Eu tenho... tenho que encontrá-la.

- Há quanto tempo você disse que ela foi colocada em um navio?

- Não consegui uma data para isso. Foi apenas uma dica para vir até aqui e verificar os contêineres da Venezuela. Disseram-me que às vezes as garotas ficam presas por um tempo antes de seguir para os EUA.

Um suspiro lento me escapou, pensando em uma dúzia de coisas ao mesmo tempo. A possibilidade de estarmos sendo enganados, as repercussões disso caso algum de nossos inimigos descobrisse, se Nova York descobrisse e quisesse assumir, se a comissão se reunisse e desse permissão a qualquer uma dessas famílias executar as ordens, o que poderíamos fazer para descobrir quem eram essas pessoas que supostamente usavam nossa porta sem permissão, o que faríamos com elas quando as encontrássemos.

E, claro, junto com tudo isso, havia a questão de Romy. E a irmã dela.

- Qual o nome da sua irmã? - Eu perguntei.

- Celenia.

- Tudo bem. Preciso resolver alguma merda essa noite, Romy. E você precisa vir comigo.

- Eu posso fazer isso. Você pode me mostrar os contêineres que perdi antes? Os que você os moveu para fazer uma armadilha para mim?

- ela acrescentou, franzindo a testa.

- Sim. Nós podemos fazer isso. Vamos lá, - acrescentei, levandoa para as escadas.

- O que está acontecendo, Luca? - Michael perguntou.

- Temos um problema. Ligue para Lucky. Tire-o da cama em que ele se arrastou ontem à noite. E ligue para meu pai. Diga a ele para nos encontrar nas docas.

- É esse tipo de problema? - ele perguntou, já pegando o telefone.

Sim, - concordei, empurrando meu queixo em direção a outro dos meus homens, os fazendo entrar na garagem para pegar o carro.

Eu subi atrás com Romy instintivamente, nós dois sentados em silêncio tenso enquanto Michael fazia os telefonemas, mantendo a comunicação no mínimo, como sempre tentávamos fazer.

Quando chegamos, as docas estavam vazias, exceto pela multidão de homens que Michael havia chamado para a reunião.

Meu pai. Leandro, Dario, Angelo e Lucky estavam reunidos. Os outros homens seriam chamados se e quando isso se tornasse necessário. Mas a merda séria, que seria discutida entre nós seis, sete se Matteo decidisse que o assunto merecia sua atenção para variar.

- Michael, você leva Romy por aí, deixe-a olhar os contêineres que quiser. Não a perca de vista, - ordenei, recebendo um aceno dele e um olhar de Romy que de alguma forma era agradecido e irritado ao mesmo tempo.

- Você nunca me tira da cama, - meu pai começou quando Romy e os outros estavam fora do alcance da voz.

- Não posso garantir que exista um problema no momento, mas se o que Romy diz é verdade, é um grande problema.

- O que ela falou? - meu pai perguntou.

- Ela está dizendo que alguma operação de tráfico está trazendo meninas pelo nosso porto. Ela deixou claro que não estão indo a nenhum dos portos ao sul, que são mais próximos da Venezuela.

- Venezuela? - Dario perguntou, sobrancelhas franzindo. - Desde quando eles enviam mulheres para os Estados Unidos? A última vez que ouvi falar, sequestro por extorsão era o maior negócio deles.

- O tráfico está aumentando em todos os lugares. Mas a maioria das pessoas traficadas é roubada e vendida em seus próprios países. Não é fácil levar seres humanos para outros países, - disse Lucky, pegando no bolso um maço de cigarros. Fumar era um hábito que ele havia desistido, só pegando um quando estava estressado. Inferno, eu nunca tinha fumado, e senti que poderia precisar de um.

Porque se alguém estivesse enviando meninas para o nosso porto, todos sabiam o que viria a seguir. Uma guerra total. Após um período tão longo de paz, era uma possibilidade assustadora.

- Como ela conseguiu essa informação? É confiável?

- Sua irmã foi supostamente levada por esses traficantes. Ela voou para a Venezuela para descobrir o que aconteceu. De alguma forma, ela foi apontada para cá.

- É uma longa distância, - disse meu pai, balançando a cabeça.

- Especialmente neste calor.

- Mas já vimos, - acrescentou Leandro. - Mais do que gostaríamos de dizer. Aquela vez, - acrescentou, parecendo pálido. - Com as crianças...

- Quando foi isso? - Eu perguntei, meu estômago revirando.

- Provavelmente quando você tinha dezesseis ou dezessete, - meu pai forneceu. - Eu também nunca esquecerei isso. Alguém ouviu o choro. Ligamos para os funcionários da alfândega. Abrimos o contêiner. E lá estavam eles. Uma dúzia de crianças amarradas e amordaçadas, quase mortas. Elas vieram de El Salvador. Levou muito tempo para rastrear aqueles bastardos e lidar com isso. Se essa garota estiver certa, e alguém está usando nossos portos para esse tipo de coisa novamente, não haverá piedade. Deixamos isso claro naquela época, e deixaremos claro agora, que não suportamos essa merda aqui.

- Tudo bem, - eu concordei, acenando em direção a Angelo. - Vamos precisar de vídeos de todas as empresas que pegaram contêineres vindos da Venezuela nos últimos meses.

- Feito, - ele concordou, assentindo, saindo.

- O que você quer de nós? - Lucky perguntou, olhando para o meu pai.

- Veja quem pode estar no negócio do tráfico. Aqui e ali. E investigue essa mulher, - acrescentou, olhando para Dario. - E você, - continuou ele, olhando para mim. - Vamos precisar ficar de olho nela, - disse ele, em um tom claro.

Ele queria que eu ficasse de olho nela.

E não apenas checando no hotel de vez em quando. Ele queria olhos nela em tempo integral.

A isso, Lucky riu. - Posso estar junto quando você lhe disser que ela ficará em cativeiro indefinidamente? - ele perguntou, sorrindo para mim através de uma nuvem de fumaça. - Pode ser inesquecível.

- Leve-a de volta para a casa, - decidiu meu pai. - Dê-lhe uma cama desta vez. Chame alguns dos rapazes para vigiar, mas, por enquanto, isso fica entre nós. Não queremos rumores com Lorenzo visitando em breve.

Eu deveria ter ficado frustrado com o trabalho que me foi dado. Eu deveria ter insistido um pouco para participar da ação, exercer minha autoridade.

Mas tudo o que senti foi alívio e antecipação.

Meu pai deu mais ordens, mas mal ouvi uma palavra, interiormente fazendo uma lista de merdas que precisaríamos em casa se ficássemos lá por um longo período de tempo. Roupa de cama, pratos, comida. Todos os elementos essenciais.

Ela estava hospedada em um hotel de merda, então não era como se estivesse esperando o Ritz, mas eu não podia lhe negar a merda básica que precisaria para alguns dias, uma semana. Eu não podia imaginar precisar mais tempo do que isso.

- Tudo bem. Eu vou voltar para a cama, - meu pai disse, acenando para todos nós. - Vocês todos têm o seu trabalho.

Mantenham-me informado quando descobrirem qualquer coisa.

- Tudo bem, Tio, - Lucky concordou, esmagando o cigarro.

Com isso, todo mundo com ordens partiu para trabalhar nelas, deixando-me esperando os homens e Romy voltarem.

Cerca de quarenta minutos depois, eles o fizeram, uma Romy derrotada flanqueada por meus homens.

- Onde foram todos?

- Trabalhar nessa questão, - eu disse.

- Oh, bem, isso é bom, eu acho. Certo? - Ela perguntou, os olhos parecendo inchados, cansados, fazendo-me lembrar que, enquanto eu havia roubado algumas horas em um dos quartos, ela provavelmente estava andando pelo porão, tentando descobrir uma maneira de escapar, tentando acalmar sua ansiedade.

- Vamos trabalhar para encontrar sua irmã. Se ela estiver em um desses contêineres, como você disse.

- Não, você está procurando punir quem se atreveu a desobedecêlo. Não tente parecer mais moral do que é.

- Você não vai gostar da próxima parte disso.

Os braços dela cruzaram sobre o peito. - Você não pode me enfiar no porão só porque eles não estavam aqui hoje à noite. Eu disse que não tinha uma data exata.

- Você não vai voltar para o porão. Mas vai voltar para casa.

- Por quê?

- Precisamos ficar de olho em você.

- Eu tenho um quarto de hotel. E eu não vou a lugar nenhum sem encontrar minha irmã. Vou te dar o número do meu celular.

- Eu recebi ordens, querida. Pense nisso como um hotel diferente.

- Onde estou cercada por guardas armados, e não tenho permissão para me mover livremente?

- A comida será melhor do que o café da manhã continental de merda que você comeu no hotel.

- Eu não sei por que você está tentando me convencer quando está claro que não tenho escolha, - ela.

            
            

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