AS LEIS DA MÁFIA
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Capítulo 4 4

Romy

Isso foi estúpido.

Eu sabia.

Enquanto eu caminhava até as docas com o sol ainda batendo em mim, fazendo a camiseta grudar nas minhas costas, meu cabelo grudar no meu pescoço, tudo sobre essa situação era miserável e frustrante.

Chegar mais cedo não era uma ideia melhor do que aparecer à noite quando eles estavam me esperando.

Mas não consegui ficar na relativa segurança do meu novo quarto de hotel quando o contêiner de que eu precisava pudesse chegar a qualquer momento.

A doca era um local movimentado durante o dia, cheio de funcionários e pessoas de várias empresas circulando por aí.

Eu vesti uma camiseta preta folgada, cobri minha cabeça com um boné de beisebol e esperava que não me destacasse muito.

Se a segurança me esperava à noite, então eu tinha uma pequena vantagem me esgueirando durante o dia.

Mesmo que fosse nojento, a umidade tão espessa que fazia meu peito apertar quando tentava respirar fundo, mesmo que desejasse um céu escuro e uma leve brisa noturna da água.

Estava tudo bem, no entanto.

Valeria a pena se eu encontrasse o que precisava, se tudo isso acabasse agora.

Porém, três horas depois, minhas costas suadas, não consegui encontrar um único contêiner que tivesse chegado da América do Sul.

Nenhum.

Quando deveria haver dezenas de novos. Em um dia agitado, até centenas.

Que diabos estava acontecendo?

Com os batimentos cardíacos acelerados, corri de volta pelo caminho que viera. Ou achei que era de onde vim. Mas então surgiu uma curva que eu não lembrava. Depois, um aglomerado de contêineres que não tinha certeza de ter visto antes.

Entrando em pânico, girei, certa de que fiz uma curva errada em algum lugar e me perdi, desacostumada a estar na área à luz do dia, diminuindo gradualmente.

Mas voltar parecia errado também, enviando-me para mais contêineres estranhamente empilhados, não nas linhas paralelas e organizadas em que estavam tipicamente.

Eu geralmente me considerava uma pessoa bastante calma e razoável, não propensa a entrar em pânico, a exagerar em qualquer situação.

Mas, enquanto uma pessoa calma e racional teria parado, respirado fundo algumas vezes e depois voltado lentamente de onde vieram, perdi por completo a cabeça e segui em frente, com o coração batendo forte, o suor pingando, o estômago retorcido em nós dolorosos.

Dito isto, eu não tinha certeza de que alguém poderia ser calmo e racional ao invadir ilegalmente propriedades privadas pertencentes à Cosa Nostra local. Depois de já ter sido ameaçada por eles. Quando eles estavam ativamente me procurando.

- Merda. Merda, merda, merda, - eu assobiei, engolindo em seco quando virei em uma esquina, encontrando-me em um espaço aberto maior do que o habitual, com uma saída mais estreita.

Rezando para que finalmente houvesse uma saída, sentindo como se estivesse sufocando com uma claustrofobia desconhecida, corri por aquela fileira estreita.

Eu percebi tudo três segundos tarde demais.

O movimento dos contêineres da América do Sul, o novo arranjo das pilhas, o jeito que eu não conseguia encontrar a saída.

Eles criaram um labirinto. E eu era o rato dentro dele, completamente sem noção, sendo levada a um beco sem saída.

Onde eu não estava sozinha.

- Espero que o que você esteja procurando valha tudo isso, - a voz de Luca Grassi surgiu, soando resignada, fazendo minha cabeça virar para o canto e encontrá-lo inclinado lá, me olhando, aparentemente completamente não afetado pelo calor, mesmo em seu terno de três peças, enquanto o suor escorria pela minha mandíbula e caía no concreto aos meus pés.

Mesmo quando me virei para correr, pude ouvir passos se aproximando atrás de mim, sem pressa, sabendo que tinham me pego.

Eu me virei completamente de qualquer maneira, querendo ver o rosto do outro homem que poderia tirar minha vida.

Ele parecia ter a idade de Luca, vestindo todo preto, bonito de uma maneira muito letal.

- Porra. Ela é mais bonita do que Dario disse, - disse o outro homem, balançando a cabeça enquanto olhava para o meu rosto.

- Não, - eu disse, a voz de um som estranho e profundo, completamente diferente da minha, nascida de um medo profundo de suas mãos em mim.

- Relaxe, baby, eu não toco o que não é dado livremente, - disse o homem, parecendo ofendido. - E Luca aqui não toca em uma mulher há oito meses? - ele brincou, sorrindo.

Sorrindo.

Provocando.

Enquanto eu tinha certeza de que, de alguma forma, conseguira engolir meu próprio coração, que estava instalado no meu estômago, batendo forte.

Luca ignorou a isca, saindo das sombras, chegando mais perto de mim.

- Vou perguntar mais uma vez, - ele começou, a voz ameaçadora. - Para quem você trabalha?

Eu trabalho para o estado da Califórnia, - eu disse. Era a verdade, mesmo que ele não quisesse ouvir.

A decepção escureceu seus olhos quando ele suspirou, acenando com a cabeça para o homem.

- Não, - ele exigiu, estendendo a mão para o meu pulso. - Não dificulte, - acrescentou quando recuei, batendo de costas no container, sentindo um canto dele me bater no quadril.

Não dificulte?

Alguém na minha situação realmente facilitaria a tarefa? Sabendo o que todo mundo sabia sobre a máfia?

- Nós só queremos fazer algumas perguntas, - acrescentou o cara, aproximando-se novamente.

- Se vocês quisessem só fazer perguntas, poderiam perguntar aqui, - retruquei, correndo pelas costas de Luca Grassi, que não fez nenhum movimento para me alcançar. Acho que ele era do tipo que deixava o trabalho sujo para seus homens.

- Está trinte e seis graus. Acho que todos preferimos ter essa conversa em algum lugar com ar condicionado.

- Não. Eu prefiro tê-la aqui, - eu disse a ele, girando fora de seu alcance novamente. Eu não gostava muito de assistir materiais de crimes reais, mas tinha visto o suficiente para saber que quando eles o levavam para um local secundário, você seria morta. Não podia morrer. Ainda não pelo menos.

- Tudo bem, chega, - disse o homem, pulando para frente, agarrando meus quadris, me puxando para trás.

Durante toda a minha vida, eu disse a mim mesma que um dia faria aulas de autodefesa, aprenderia a cuidar de mim mesma, certificarme que se algo ruim acontecesse comigo, se alguém me agarrasse, eu não ficaria presa me debatendo no ar sem defesa.

Eu nunca cheguei a isso, é claro.

Então o que eu estava fazendo?

Eu estava me debatendo.

Não! - Eu gritei, o corpo balançando, fazendo o homem sibilar enquanto tentava me segurar. - Eu não sou uma ameaça para você, - insisti, ouvindo a histeria deslizar em minha voz. - Você não precisa fazer isso! - Eu implorei encarando Luca Grassi.

Se não me engano, houve um lampejo de arrependimento antes que ele o afastasse, substituindo-o por uma resignação fria.

- Receio que sim, Romy - ele disse, virando-se e se afastando, deixando seu homem me arrastar de volta pelo labirinto.

Eu lutei a cada passo do caminho. Mesmo quando outro homem apareceu para agarrar minhas pernas enquanto o primeiro me segurava por baixo dos braços, me carregando entre eles enquanto eu chutava, agitava e torcia tanto quanto a posição comprometida permitiria.

Eu lutei.

Eu gritei.

Mesmo sabendo onde estávamos.

Mesmo que os legítimos empresários tivessem saído.

Mesmo que nenhuma alma por aqui viesse me salvar.

Quando meu instinto de fuga foi tirado de mim, parecia que eu estava disposta a lutar. Por mais fraca que essa luta pudesse ser.

- Baby, pelo amor de Deus, - o primeiro homem rosnou quando os meus pés foram colocados no chão para que eles pudessem tentar me enfiar no banco traseiro de um SUV de vidros escuros.

Eu nem pensei, os levantei do chão, os joguei para o lado do veículo e me joguei para trás - e, assim, esse cara - para trás, nos enviando para o chão.

Infelizmente, seu domínio aumentou após a queda, me ancorando nele até que dois dos outros homens se inclinaram, me agarraram e me jogaram no banco de trás ao lado do homem que estava com Luca Grassi na noite anterior.

- Você está bem, Lucky? - O cara ao meu lado perguntou ao homem de preto enquanto ele escovava o terno, depois estendeu a mão para limpar um pouco de sangue da orelha.

Tudo bem, - disse ele, subindo para flanquear meu outro lado, me encaixotando. Luca Grassi subiu no banco do passageiro quando o motorista ligou o SUV.

Eu bufei por ar quando a explosão fria da ventilação acima de mim enviou um calafrio pela minha pele superaquecida.

Minha melhor aposta seria simplesmente sentar lá e calar a boca, procurando qualquer oportunidade de fugir.

Mas eu fiz isso?

Não, claro que não.

Porque eu sempre fui impulsiva, às vezes lutando para manter o controle quando era acionada.

- Apenas uma FYI2, - eu disse ao homem chamado Lucky. - Você não chama alguém de 'baby' quando os está sequestrando, - eu disse a ele, com a voz mais autoritária possível.

- Você provavelmente está certa sobre isso, - ele concordou, encolhendo os ombros, recostando-se no banco. Como se isso não fosse grande coisa. Como se sequestrar mulheres fosse uma ocorrência diária para ele.

Inferno, talvez fosse.

O que eu sabia?

- Continue assim e nós vamos ter que algemá-la, - Lucky advertiu quando levantei um punho, que ele pegou no ar antes que pudesse fazer contato.

Se havia uma coisa que eu não queria, era piorar a situação.

Quando fui solta, uni minhas mãos no meu colo, olhando para o para-brisa, tentando me convencer de que não era um sinal completamente terrível já que não me cobriram, vendaram, impedindo que eu visse para onde estavam me levando.

Não foi uma viagem longa, mas foi suficiente para meu estômago se torcer em um milhão de nós.

2 Traduzido como "Para sua informação", indica que o conteúdo daquela mensagem é alguma novidade, ou notícia que interesse ao destinatário.

Descemos uma longa estrada arborizada no meio do nada, arrancando quaisquer esperanças nas quais eu estivesse agarrada que alguém visse, alguém me ajudasse.

A casa, quando surgiu, era quase dolorosamente normal. Do gramado da frente bem aparado - um pouco marrom do sol -, à pitoresca tinta azul clara das telhas de madeira, à encantadora varanda da frente, ao poço falso na curva da calçada da frente. Era tudo tão perfeitamente normal. Ninguém imaginaria que algo nefasto acontecia aqui, que a máfia local sequestrava mulheres e as arrastava para cá. Fazia Deus sabe o que.

O motorista apertou um botão no painel, fazendo a porta da garagem se abrir. E entramos, esperando que a porta se fechasse novamente, cobrindo-nos na escuridão completa assim que o motor foi desligado.

- Vamos lá, - exigiu Lucky, fechando a mão em volta do meu braço, apertando, mas não machucando, me arrastando para fora do carro. Com o homem atrás de mim me empurrando, não havia como lutar.

Então, relutantemente, segui, sendo conduzida por uma porta lateral, para um corredor.

- Não, - surtei de novo quando a mão de Luca Grassi se afastou, abrindo uma porta, mostrando a todos nós uma escada para baixo. - Não, - eu gritei novamente quando fui empurrada para a frente em direção às escadas.

Nada de bom acontecia com as mulheres nos porões.

Nunca.

Minha mão disparou, agarrando o corrimão, unhas cravando nas paredes, enquanto os braços de Lucky passavam pela minha barriga, me carregando para baixo.

Eu esperava que o espaço fosse sombrio, escuro, cheirando a mofo e abafado.

Em vez disso, era um espaço um tanto brilhante, toda a área - paredes, piso, teto - pintada em uma cor esbranquiçada brilhante. Não havia muito ao redor, no entanto. Havia uma mesa dobrável pressionada contra a parede mais longa. Havia cadeiras dobráveis apoiadas contra a lateral. Havia algumas latas de tinta no canto de trás, provavelmente o que foi usado para pintar o espaço.

Eu não pude deixar de me perguntar se a tinta fresca foi colocada para encobrir alguma outra ação feita aqui. Manchas de sangue que não sairiam completamente.

Havia tinta suficiente nessas latas para pintar sobre o meu sangue quando fosse deixado para trás?

- Romy, - a voz de Luca Grassi chamou. - Sente-se, - acrescentou quando meu olhar disparou para ele, vendo o outro homem puxando uma cadeira, colocando-a no meio da sala.

- Deixe-me ir. Não voltarei às docas.

- É tarde demais para isso, - Luca Grassi me disse, apontando para a cadeira novamente, fazendo Lucky me arrastar, me empurrar para baixo.

- Por que você não vai procurar algo para ela beber? - Luca sugeriu, apontando o queixo em direção à escada.

Lucky moveu-se para fazer exatamente isso. E mesmo que ele não tenha dito nada, por algum motivo, os outros homens seguiram atrás.

Deixando nós dois sozinhos.

- Apenas me deixe ir. - Essa era a minha voz? Soando tão pequena e ofegante?

A isso, Luca pegou outra cadeira, desdobrando-a à minha frente, e sentou-se, pernas largas, inclinando-se para mim. Era um movimento amigável, mas pareceu intimidador vindo de um homem como ele.

- Espero poder fazer isso, - ele me disse, roubando um apelo mais desesperado dos meus lábios. - Se você parar de lutar e começar a cooperar.

- Você tem que me perdoar por não confiar na palavra de um chefe da máfia.

- Não existe tal coisa como máfia, - ele me informou, inexpressivo, algo praticado, algo que provavelmente dizia várias vezes desde que era pequeno.

- Alguém acredita nisso?

- Você ficaria surpresa, - disse ele, sentando-se quando a porta do andar de cima se abriu, e passos vieram em nossa direção.

Lucky apareceu ao nosso lado, estendendo uma garrafa de água suada em minha direção.

Meu orgulho queria que eu recusasse. Mas minha boca parecia algodão. Então a peguei e tomei alguns goles.

- Quer que eu fique por aqui? - Lucky perguntou, olhando para o chefe.

- Fique lá em cima por enquanto, - ele exigiu, acenando com a cabeça diante de seu homem que subiu novamente.

- Eles são bem treinados, - murmurei, desamparo me deixando boquiaberta. - Como filhotes.

- Eles são respeitosos. Como homens crescidos, - Luca corrigiu.

- Mas atrevidos com mulheres.

-Você estava lutando.

- Você estava me sequestrando.

Um toque de humor iluminou seus olhos escuros com isso.

- Você estava invadindo. Depois de ter sido expressamente avisada para não fazer mais isso.

- Então, o quê? Eu estava pedindo para ser sequestrada?

- Você estava exigindo ser detida e interrogada.

- A semântica te ajuda a dormir melhor à noite? - Eu perguntei.

- Com você agindo como um espinho no meu pé, não prevejo dormir até conseguir as respostas que preciso.

- Eu deveria sentir pena de você? Pobre mafioso. Deve ser tão difícil para você.

A isso, seus lábios se contraíram. - Conheço assassinos a sangue frio que não falam comigo dessa maneira.

- É difícil para eles falarem com condescendência quando você e eles estão no mesmo nível moral.

- E você é melhor do que eu? Invadindo propriedade privada?

- Eu não sou uma assassina. Ou uma sequestradora. Então, tenho isso a meu favor.

Mais uma vez, o lábio se contrai. - Você vai ficar tagarelando toda a noite, ou está pronta para conversar?

- Eu sou capaz de fazer as duas coisas.

Eu consegui uma risada real com isso, um som profundo que parecia deslizar sobre a minha pele, deixando arrepios em seu rastro.

- Eu não duvido disso. Mas por uma questão de economizar tempo e aborrecimento para nós dois, que tal você parar de retrucar e me dar algumas respostas diretas?

- Por que eu te daria o que quer? Não tenho nada a ganhar aqui.

- Sua liberdade.

- Certo. Porque qualquer um que desceu a este porão conseguiu voltar.

- Na verdade, ninguém esteve neste porão.

- Assim como você não é um chefe da máfia.

- Eu não sou o chefe da máfia, - ele corrigiu, e havia um toque de verdade em suas palavras.

- Um sub-chefe então, - eu disse a ele, usando um termo que havia aprendido em um filme da máfia que vi anos antes. Eu sabia que estava certo quando ele não respondeu a isso. - Por que há uma nova camada de tinta se você não derramou o sangue de uma pessoa inocente aqui antes?

- Porque houve danos causados pela água por um cano estourado, - ele me disse, sorrindo. - E acho que estabelecemos que você não é inocente aqui, Romy.

- Eu não sou o tipo de culpada que você acha que sou. Não sou uma ameaça para vocês.

- Alguém bisbilhotando minhas docas é uma ameaça para mim.

Essa era a parte em que eu tinha que considerar seriamente qual seria meu próximo passo.

Havia uma mentira, é claro. Mas uma parte de mim instintivamente sabia que não me safaria disso, que esse homem seria capaz de cheirar a desonestidade em mim.

Mas o que aconteceria se eu desse a verdade?

Ele poderia ser confiável?

Ele me deixaria procurar o que eu precisava encontrar?

Ou ele estava nisso?

Ele não dava à mínima?

Ninguém gostaria de acreditar que a pessoa que atualmente estava no controle de sua liberdade era uma pessoa cruel e má.

Mas o que significaria para mim se lhe desse o benefício da dúvida, e o tiro saísse pela culatra?

- Romy, - ele chamou, me tirando dos meus pensamentos em turbilhão. - Facilite isso. Fale.

- E o que eu ganho com isso? O que acontece se você não gostar do que tenho a dizer?

- Sem ofensa, querida, mas você não parece exatamente uma criminosa fodona para mim. O que me faz pensar que alguém está te obrigando a fazer isso. O que significa que estou atrás deles, não de você.

- E se quem eu estou envolvida e o que estou procurando é algo relacionado a você, do qual você fez parte? O que acontece então? Você realmente quer que eu pense que vai me deixar ir embora?

- Acho que não posso responder até você começar a falar.

- E temo que não possa começar a falar até que você responda.

- Cristo, - ele resmungou, passando a mão pelo rosto. - Tudo bem. Você pode ficar sentada aqui e pensar por algumas horas. Veja o que vai resolver, - disse ele, levantando-se e subindo as escadas.

A porta foi fechada.

E trancada.

Eu não sabia nada sobre abrir fechaduras, mas posso ter tentado depois de um tempo.

Mas então ouvi passos e vozes, deixando claro que não era apenas uma tranca.

Eu também tinha um guarda armado.

Suspirando, olhei em volta da minha prisão improvisada.

Janelas com grades.

Sem porta.

Nada que pudesse ser usado como arma, a menos que eu decidisse empunhar uma cadeira ou uma lata de tinta.

Talvez Luca Grassi estivesse certo.

Eu precisava usar esse tempo para pensar, decidir em quem confiar, qual seria minha melhor jogada.

Porque eu tinha que sair deste porão.

Eu tinha que voltar ao trabalho.

Então tinha que me proteger, descobrir qual a história mais provável para me conceder a liberdade e depois jogá-la em Luca Grassi.

Se ele me encontrasse em algum momento, depois de tudo isso acabar, depois que conseguisse o que vim buscar em Nova Jersey, tudo bem.

Eu lidaria com essas consequências quando chegassem.

E não havia - absolutamente não - uma pequena sensação excitante sobre a ideia de ele me rastrear algum dia.

Não.

Porque isso teria sido absolutamente insano.

            
            

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