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Após a dispersão das pessoas, o policial se posicionou atrás de um grande poste à sua frente para tentar visualizar o homem e disparar novamente.
Durante alguns intervalos, eles trocaram tiros e, devido a um descuido do atirador desconhecido, o policial conseguiu acertá-lo no ombro.
O agente aproveitou a oportunidade para se aproximar cautelosamente do beco, uma vez que o outro não conseguiria mais disparar. Quando chegou lá, não encontrou ninguém, apenas um rastro de sangue.
Era o momento de seguir o rastro, com certeza iria encontrá-lo, mas a mulher que o havia protegido começou a chamá-lo desesperadamente.
- Socorro, acho que ele está passando mal - gritou ela, segurando o braço do senhor, que mantinha a mão no peito e exibia uma expressão de dor.
O policial, percebendo a necessidade urgente, retornou correndo para prestar auxílio às duas pessoas desconhecidas. Com agilidade, abriu a porta do veículo estacionado atrás do Volvo, que, para surpresa de muitos, era um carro de polícia.
Sem perder tempo, segurou firmemente o braço do pequeno homem, ajudando-o a entrar no veículo. Na vez de Jennie, ela teve dificuldades para entrar devido suas muitas sacolas de compras. - Vai mesmo levar essas sacolas? - O loiro perguntou.
- É claro que sim! - retrucou. - Quem em sã consciência deixaria um Valentino para trás? - Mostrava a sacola com o nome da marca.
- Mulheres... - murmurou o policial, revirando os olhos. Ele fechou a porta e dirigiu-se imediatamente para a frente do veículo.
Ao entrar no carro para dirigir, o policial sentiu seu braço pesado e dolorido. Durante o momento de adrenalina, não havia sentido dor alguma, mas agora precisava se esforçar para não demonstrar sua agonia.
- Com licença... - Jennie murmurou. - Não é perigoso você dirigir machucado assim?
- Não, eu consigo. - garantiu.
- Estou perguntando apenas porque não quero arriscar minha vida novamente... - Fez uma breve pausa, ponderando suas palavras. - Se preferir, posso assumir o volante.
- Você não vai dirigir uma viatura. - negou.
- Isso é porque eu sou uma mulher? - perguntou, claramente ofendida. O policial loiro teve que olhar para ela cuidadosamente, tentando discernir se a mulher estava falando sério, já que, obviamente, isso não tinha nada a ver com a situação.
- Porque você não é um policial. - disse ele.
- Na cidade de onde venho, eu era motorista de táxi. Se necessário, posso fazer esse carro voar. - disse ela, ignorando a surpresa dele. - Não é hora para preconceitos de gênero, temos uma emergência aqui. - acrescentou, apontando para o senhor que suava frio.
Para fazê-la parar de falar, saiu do carro novamente, deu a volta e se acomodou no banco do passageiro, em seguida, indicou o assento vazio do motorista para ela.
Jennie, por causa das sacolas, teve que passar pelo meio do carro. Por alguns instantes, devido ao vestido justo, ela ficou um pouco exposta. Para evitar qualquer mal-entendido, o policial desviou o olhar.
Mesmo usando salto alto, Jennie foi rápida em alcançar o volante. Ela deu partida no Volvo após prender seu cabelo para trás. O policial loiro ao seu lado se recompôs e pegou o rádio da patrulha para relatar o incidente.
- Aqui é o policial Zachary - disse ele, mantendo o dedo pressionado no botão do rádio. - Relato de um tiroteio no bairro de Beverly Hills. O suspeito foi atingido no ombro direito e está deixando um rastro de sangue.
Enquanto ele relatava o ocorrido, Jennie o observava de soslaio de vez em quando. Ele percebeu o olhar dela quando desligou o rádio e o colocou de volta no lugar. - Então, seu nome é Zachary? - perguntou.
- Zack. - corrigiu. - Zack Zachary. Por quê? - A dor fez ele ser um pouco rude.
- Queria ter certeza de que meu herói não tem um nome feio antes de sair por aí me gabando. - brincou Jennie.
- Herói? -- Deu uma breve risada irônica. -- Esse é o meu dever.
- Obrigada. - agradeceu, sentindo-se que poderia ser grata a aquele homem o resto da sua vida. - Você também salvou meus sonhos.
As palavras de Jennie lisonjearam o policial Zachary, despertando nele um interesse em conhecer mais sobre a intrigante mulher.
- Ele é seu pai ou... talvez seu avô? - Lançava um olhar para o senhor de idade no banco de trás.
- Não é nada meu. - negou. - Ele pediu minha ajuda para fugir daquele homem estranho. Parece que já estava o seguindo.
- Ajudou alguém desconhecido? - indagou. - Como fez isso?
- Sim, eu... me passei por nora. - disse ela, freando o carro em frente a um hospital. - E afirmei que estava grávida do filho dele.
- Você agora tem um grande problema nas mãos. - alertou Zack, desafivelando o cinto. - Se aquele sujeito está tentando eliminar esse senhor, pode muito bem vir atrás de você também. - acrescentou, saindo do veículo para prestar ajuda.
Jennie permaneceu pensativa por alguns minutos, encarando o volante. Tinha a sensação de que sua vida nunca mais seria a mesma e que ficaria paranóica até que o responsável fosse preso.
O agente conseguiu localizar dois enfermeiros e trouxe-os, juntamente com uma cadeira de rodas, para transportar o senhor com mais segurança.
A Christine observou pela janela que Zack também estava com dificuldades devido ao seu braço, mas mesmo assim ajudava os funcionários de uniforme branco no que podia.
Na verdade, se o nome do policial fosse Gabriel, Jennie estaria convencida de que ele era um anjo. Seus cabelos dourados brilhavam ao sol, e seus lábios, de um rosa suave, eram perfeitamente desenhados. Seus traços expressavam uma gentileza inata, mas ao mesmo tempo, a seriedade de um soldado estava evidente em seu semblante. Como isso é possível? Jennie se perguntava, mesmo que sem querer, soltando um suspiro.
Ela respirou fundo e saiu do veículo, seguindo-os, após pegar suas sacolas do banco traseiro. A mulher estava decidida a não se separar de suas coisas.
A manga do uniforme de Zack estava manchada de sangue. Ele precisava tratar do ferimento o mais rápido possível, mas sua preocupação estava voltada para o senhor e, curiosamente, também para Jennie, mesmo que ainda não soubesse seu nome.
O policial loiro, com a mão pressionada contra o braço para estancar o sangue, observava Jennie enquanto ela soltava seus cabelos castanhos, que tinham um tom de chocolate e pareciam recém-cortados, pois chegavam apenas até seus ombros e exibiam belas ondas.
A mulher elegante espiava ansiosamente para dentro da sala, desejando ardentemente saber se o idoso sobreviveria. - Ele vai ficar bem - assegurou o policial. - Foi apenas um aumento de pressão devido à emoção do momento.
- Acha mesmo? - questionou. - Eu nem o conheço, mas não quero que ele morra. Se é isso que o atirador quer, qual seria o sentido de tê-lo ajudado?
- Coerente. - Zack riu.
- E você? - indagou. - Também não acha melhor cuidar desse ferimento?
- Não quero deixar você sozinha. - respondeu rápido demais, surpreendendo a Christine. - É melhor nenhum dos dois ficarem sozinhos por enquanto.
Jennie pensou por alguns instantes sobre o que poderia fazer e teve uma ideia. Ela então agiu, chamando uma enfermeira para preparar o quarto ao lado. Informou a enfermeira sobre a situação do policial e pediu que buscasse as pinças hemostáticas.
- Já está tudo pronto. - avisou a ele. - Ela vai examinar seu braço para determinar se é necessária uma cirurgia. - Apontou para a enfermeira, que era asiática. Ela fez um aceno rápido e tímido.
Zack levantou-se lentamente de um dos bancos de espera e caminhou pelo corredor até a sala, que não estava muito longe de onde o senhor estava. Seu rosto já estava um pouco pálido.
- Tira a camisa, por favor. - a enfermeira pediu.
Era evidente que ele não estava em condições de fazer isso, então seu olhar oscilava entre as duas mulheres. - Você ouviu. - disse Jennie. - Tira a camisa. - Cruzou os braços, divertindo-se um com a expressão dele.
- Vou precisar da sua ajuda. - avisou.
- Estava apenas esperando você pedir. - Deu alguns passos em direção ao policial, que se levantou e ficou de frente para ela, aguardando que desabotoasse os botões de seu uniforme.
No começo, foi um pouco desconfortável, depois parecia que ela já havia feito isso várias vezes, talvez em seus próprios pensamentos que vinha tendo desde que o viu saindo daquela casa e descendo as escadas.
Vinha reprimindo esses sentimentos por causa do medo, mas após aquele momento, ficou evidente. Jennie estava atraída por ele.
...