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Zack abriu a camisa e, apesar de fazer algumas expressões de dor, conseguiu tirá-la.
Jennie precisou dar dois passos para trás e controlar sua mente ao máximo, pois deu de cara com o corpo robusto dele.
O peito dele era visivelmente malhado, a barriga era atraente e os braços eram bem chamativos graças aos músculos que se destacavam. Visivelmente um corpo natural, do jeito que ela apreciava.
O loiro acomodou-se na cama, aguardando com paciência enquanto a enfermeira se preparava, vestindo suas luvas. O braço de Zack, já adquirindo uma tonalidade arroxeada, sangrava profusamente devido ao ferimento bem no bíceps.
A profissional do estabelecimento comunicou que a bala estava alojada em uma posição que permitia sua remoção no local, sem causar danos adicionais. No entanto, alertou que o procedimento poderia ser um pouco doloroso e aconselhou que Zack estivesse preparado para isso.
A Christine notou o sofrimento do policial, evidenciado pelo modo como ele agarrava a ponta do lençol.
Incapaz de permanecer inativa diante daquela cena, decidiu se aproximar do agente. Posicionou-se ao lado dele e, num gesto de solidariedade, segurou sua mão. Isso fez com que Zack a encarasse, um olhar de confusão estampado em seu rosto.
- Se estiver doendo muito, pode apertar se quiser. - Tentava confortá-lo.
- Não está doendo tanto assim... - Mal terminou a frase e uma dor aguda e profunda se espalhou do seu braço para todo o corpo, fazendo-o apertar a mão dela com toda a força.
Jennie tentou não gemer ou praguejar, mesmo sentindo como se os ossos dos seus dedos pudessem ser esmagados a qualquer momento. A única solução encontrada foi desviar o foco da dor, imaginando aquele aperto em outras partes do seu corpo, partes que lhe proporcionariam um prazer explosivo.
Por um momento, ela desejou muito isso e começou a imaginá-lo a tocando, desejando-a e beijando sua pele com sua boca suave para logo tê-la embaixo dele, sob seu olhar gentil e selvagem.
A imaginação dela estava tão distante que começou a morder os próprios lábios, atraindo novamente a atenção de Zack. Ele estava tão curioso para saber o que ela estava pensando que a dor se tornou mais fácil de suportar depois disso.
- No que está pensando? - perguntou, de súbito. Jennie arregalou os olhos para o policial, pega de surpresa.
- Não tem nenhuma razão para você saber. - respondeu, um pouco constrangida. Zack soltou a mão dela e resolveu aguentar aquela dor, era melhor do que ficar levando patadas. Mas Jennie insistiu e a segurou novamente. - Desculpe, não queria ser tão arrogante.
- Não precisa, ela já está acabando. - Outra vez, não quis segurar mais e desvencilhou rapidamente.
A Christine, irritada, decidiu sair da sala. Assim que arrastou a porta para fechá-la atrás de si, um homem de roupas escuras passou rapidamente por ela, deixando apenas o seu agradável perfume no ar. Reconheceria o aroma do Ocean da Prada em qualquer lugar.
- Pai! - exclamou o homem perfumado, tentando abrir a porta do quarto do Senhor, mas foi barrado pelos enfermeiros. Em uma nova tentativa, vasculhou o bolso do seu casaco preto e retirou um documento. - Vejam, eu sou o detetive Samuel Santiago, filho dele. Por favor, deixem-me entrar! - Mostrou a identificação para os dois.
Foi somente nesse instante que os funcionários se acalmaram e permitiram sua entrada. Samuel passou a mão pelos cabelos negros, dominado pela preocupação ao ver seu pai deitado e inconsciente.
- O que aconteceu? Por que estava andando sozinho pela rua, pai? - Retirou a mão do senhor de cima do colchão e a colocou entre as suas, baixando a cabeça em tristeza ao sentir a pele macia e frágil dos dedos de seu pai.
Agora, Jennie observava do corredor, através da janela. Comoveu-se com a ternura do detetive. Era evidente sua tristeza, tanto que, mesmo estando de costas para ela,percebeu que ele estava chorando discretamente.
De repente, a mulher foi surpreendida por flashes de câmeras e olhou para a origem deles sem entender nada. Pessoas elegantemente vestidas com microfones correram em sua direção, como se fossem animais selvagens.
Sentia-se encurralada e tudo o que pôde fazer foi cobrir o rosto com a mão.
- Foi você que salvou o Sr. Joseph Santiago? - Uma senhora perguntou, apontando o microfone para ela em seguida.
- Como foi a experiência de salvar um dos homens mais influentes do mundo? - questionou um homem alto e esguio, que usava óculos finos, apontando o dispositivo para ela.
- O que estava fazendo com ele na rua? Tem algum relacionamento pessoal com Joseph? - Essa pergunta foi bastante direta.
- Não! - exclamou Jennie. - Eu... - Ela não sabia o que responder, estava confusa com tantas perguntas.
Jennie sentiu sua visão ficar embaçada e tentou virar o rosto para o outro lado, mas alguém a segurou e a deixou esconder o rosto no casaco escuro. Novamente, ela pôde sentir o cheiro agradável.
- Deixem ela em paz. - pediu o homem, que chamava-se Samuel.
A Christine encontrou um conforto que a fez desmaiar de cansaço. Quando conseguiu abrir os olhos novamente, estava em uma cama, e um homem mais velho, usando um jaleco e uma camisa social branca, estava de pé ao seu lado, anotando algumas coisas. Ele tinha cabelo grisalho e um corpo robusto.
- Eu morri? - perguntou a ele, sentindo uma sensação estranha ao vê-lo.
Ouviu uma risada baixa vindo de trás do homem de branco e viu Zack, o belo policial, com o braço enfaixado devido ao ferimento de mais cedo.
- Não, você está bem. - disse o desconhecido de jaleco. - Foi apenas um desmaio pós-estresse.
- Eu diria traumático. - Jennie voltou a afundar sua cabeça no travesseiro, respirando fundo.
- Obrigado por ajudá-lo - agradeceu o detetive, e Jennie só percebeu sua presença naquele momento. Ela rolou a cabeça devagar na almofada, na direção de onde vinha a voz, e viu que Samuel estava sentado de frente para a cama onde o senhor continuava dormindo, bem ao lado da sua.
- Seu pai está bem? - perguntou.
- Sim, apenas está sedado para descansar melhor. - respondeu o mais velho de jaleco.
- E quem é você? - indagou, voltando seu olhar para ele.
- Sou Bruce Van Nech. - Apresentou-se. - Médico do senhor Joseph Santiago e agora seu também.
- Meu?
- Ele é um médico conhecido da minha família e de confiança. - explicou o detetive Santiago.
- Entendi. - A Christine sentiu-se um pouco desconfortável naquela cama. - E os paparazzis?
- Conseguimos tirá-los daqui, mas ainda estão plantados lá fora. - disse o policial Zack.
- Na verdade, são jornalistas baratos e sensacionalistas. - O detetive corrigiu-a.
- E folgados. - completou. - Queriam saber até se eu sou amante dele.
- Devem ter concluído isso graças às sacolas de marcas de luxo que você carregava. - explicou Samuel.
- Eu estava fazendo compras quando ele apareceu - contou. - Comprei com o meu dinheiro, que aliás é bem suado, então sou merecedora disso tudo aí. - Apontou para as sacolas, que haviam sido colocadas em cima de um banco ao lado do detetive.
- Eu vi que tem uma marca de bala em uma das sacolas - disse Santiago. - Estava esperando você acordar para saber se posso dar uma olhada. Pode ser que ela esteja dentro de uma delas e será importante para uma melhor investigação sobre o atirador.
- Claro. - Jennie aceitou. - Mas faça com cuidado.
O detetive colocou as luvas para pegar as sacolas e as colocou sobre uma das camas vazias ali perto.
- Você precisa mesmo fazer isso aqui? - Ela questionou. - Não tem um lugar melhor, algum laboratório de pesquisa?
- Não estamos no CSI. - rebateu, tirando de lá algumas caixas para começar a inspeção.
Jennie ficou quieta, esperando que ele mexesse apenas nos sapatos. Mas saltou da cama ao ver que um dos seus Manolos estava perfurado e, consequentemente, estragado.
A mulher tomou o sapato das mãos do detetive e abraçou o objeto, descontente. Ficou tão abalada que não percebeu que ele também estava abrindo uma das sacolas de lingerie e retirou uma peça de lá. A lingerie era vermelha, de renda, e acompanhava uma liga vermelha.
Quando ele levantou a peça na altura dos olhos, completamente boquiaberto, Jennie quis que um buraco se abrisse e a engolisse.
...