Coroa e Sangue: Um romance Real
img img Coroa e Sangue: Um romance Real img Capítulo 7 Elore
7
Capítulo 10 Não consigo entender img
Capítulo 11 Quero me aproximar. img
Capítulo 12 Ferida img
Capítulo 13 Por favor, acorde. img
Capítulo 14 Eu sei que é você. img
Capítulo 15 Ciúmes img
Capítulo 16 Mal entendido img
Capítulo 17 Fuga rápida img
Capítulo 18 Admitir img
Capítulo 19 Momento de se próximas img
Capítulo 20 Provocação img
Capítulo 21 Amor img
Capítulo 22 Protegendo img
Capítulo 23 Rei...demônio img
Capítulo 24 Casamento img
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Capítulo 7 Elore

"Senhorita, você precisa descer daí", pediu Junne, sua voz carregada de preocupação. Com os braços cruzados e os pés inquietos, ela olhava para cima, onde a jovem estava empoleirada no galho mais alto da árvore.

Elore, com seus cabelos loiros enfeitados por folhas e um sorriso travesso, ignorou o alerta. Mordia uma maçã suculenta, seus olhos brilhando de diversão.

"Junne, suba aqui! É divertido!", provocou, balançando as pernas com despreocupação. Sua voz ecoou entre os galhos enquanto uma risadinha escapava de seus lábios.

Junne, no entanto, permanecia no chão, franzindo a testa. "Se o senhor te encontrar aí em cima, seremos punidas!", insistiu, com o tom tenso. Ela olhou para Elore, suplicando silenciosamente que descesse.

Elore suspirou, fingindo relutância, antes de atirar a maçã ao ar. Junne, ágil, pegou a fruta antes que tocasse o chão, seu movimento rápido demonstrando graça. Enquanto isso, a jovem começou a descer. Seus cabelos se prenderam em pequenos galhos, deixando marcas em sua pele delicada. Ao alcançar o chão, Elore parecia uma extensão da própria natureza, com folhas salpicando seus longos fios dourados.

"Seu cabelo está um desastre. Precisa de um banho", comentou Junne, enquanto tirava delicadamente as folhas.

Elore riu, desconsiderando a preocupação. Caminhou despreocupada até a sombra da árvore, onde se sentou, com a mesma tranquilidade de uma criança alheia às preocupações do mundo. Junne a acompanhou, mas não relaxou.

De repente, o som de cascos rompeu a paz. Entre as folhagens, viram os homens do rei se aproximando. O ar ficou pesado. Elore e Junne trocaram um olhar de urgência, sabiam que deviam voltar para casa antes que fossem vistas.

Com passos apressados, elas seguiram o caminho de volta. A ansiedade pulsava em seus corações, mas a camaradagem entre elas era inabalável.

Ao entrarem em casa, o ambiente estava tenso, carregado de um peso que parecia sufocar. A agitação era evidente; rostos preocupados trocavam olhares que diziam mais do que palavras.

"O que está acontecendo, mãe?" perguntou Elore, com a voz trêmula.

Cherry, a primeira esposa do pai de Elore, respondeu com um tom preocupado. "O rei exige paz. Uma de vocês terá que se casar com ele."

O coração de Elore afundou. Antes que pudesse responder, a grave voz de seu pai ecoou pela sala. "Se recusarmos, a guerra será inevitável." Sua expressão era uma mistura de desespero e resignação.

Anabeth, a irmã do meio, questionou em um tom aflito: "E agora? O que faremos?"

O pai suspirou pesadamente. "Gaya irá. Ela é a mais velha. Não temos escolha."

Gaya, a primogênita, explodiu em lágrimas. "Por favor, papai. Não me force a isso!" Suplicava em meio ao choro, agarrando-se ao pai, que a abraçou com pesar.

"Não há outra saída, minha querida", murmurou ele, acariciando seus cabelos.

A situação se agravou quando os homens do rei sugeriram que Elore fosse enviada, argumentando que sua linhagem como filha da segunda esposa a tornava mais dispensável. Isso provocou um desespero imediato em sua mãe, que caiu de joelhos.

"Por favor, senhor, não tire minha filha de mim!", implorou, entre lágrimas.

Elore não suportava mais. A injustiça e o desprezo que sua mãe sofria ao longo dos anos eram insuportáveis. Ajudando-a a se levantar, Elore ergueu a cabeça e anunciou com firmeza: "Eu irei."

O pai virou-se, chocado. "O quê?"

Elore sustentou seu olhar, resoluta. "Eu me casarei com o rei, mas quero algo em troca." Sua voz ecoava com uma força inesperada. "Exijo que minha mãe seja respeitada. Que a tratem com dignidade. Não permitirei que ela continue sendo humilhada por Cherry ou por qualquer um nesta casa."

O silêncio tomou conta do ambiente. O pai finalmente assentiu, relutante. "Está bem. Você salvará nossa família."

Elore segurou as mãos trêmulas da mãe. "Vai ficar tudo bem, mamãe. Confie em mim."

Pouco tempo depois, Elore foi para o quarto, onde começou a arrumar suas coisas com a ajuda de Junne. O rosto de sua amiga refletia preocupação. "Senhorita, o rei tem fama de matar suas esposas. Não pode estar falando sério."

Elore respondeu com um sorriso amargo. "Junne, minha mãe precisa de dignidade. Mesmo que eu não sobreviva, ela viverá com respeito."

Junne hesitou antes de afirmar: "Se você vai, eu vou com você. Sempre estivemos juntas. Não será diferente agora."

Elore a encarou, emocionada. "Mesmo que seja perigoso?"

"Mesmo que seja perigoso", declarou Junne com firmeza.

As duas se abraçaram, reafirmando sua amizade e coragem. Mas foram interrompidas por Gaya, que entrou no quarto com um sorriso malicioso.

"Finalmente, você será útil para algo", provocou.

Elore manteve a postura. "O que você quer?"

"Desejo boa sorte... ou talvez nem isso", zombou Gaya, antes de sair.

Elore respirou fundo. "Não importa o que aconteça, eu vou superar."

E com isso, Elore se preparou para enfrentar o destino que a aguardava.

            
            

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