KAI - UM MAFIOSO IMPIEDOSO SÉRIE MAFIOSOS IMPIEDOSOS LIVRO 9
img img KAI - UM MAFIOSO IMPIEDOSO SÉRIE MAFIOSOS IMPIEDOSOS LIVRO 9 img Capítulo 8 8
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Capítulo 8 8

Uma semana depois

Nera

Com cuidado, cutuco com o garfo a pequena coisa marrom e viscosa no

meu prato.

- Acho que o meu ainda pode estar vivo. - Cutuco Zara com meu cotovelo. - O que é isso mesmo?

- Não faço ideia, - ela sussurra com seu sorriso forçado.

- Você não gosta dos escargots, Nera, querida? - A esposa de Tiziano, com uma expressão de choque no rosto, pergunta do outro lado da mesa. - Mandamos importá-los da França, especificamente para esta ocasião. O chefe de cozinha daqui é famoso por preparar esse prato. Venha, experimente. Eles praticamente derretem em sua língua.

Como que para confirmar sua declaração, ela coloca a coisa de aparência desagradável na boca, fazendo um som estranho de esmagamento enquanto mastiga.

- Na verdade, não estou com muita fome. A sopa de batata e alho-poró foi mais do que suficiente para mim, - eu me esquivo. - Mas tenho certeza de que Salvo vai querer outra porção.

O capo, que estava fingindo estar absorto em sua comida enquanto

observava secretamente minha irmã durante toda a refeição, levanta a cabeça. Dou a Salvo um sorriso de desculpas e suspiro de alívio quando a esposa de Tiziano volta sua atenção para ele.

- Quer ir comer hambúrgueres depois que terminarmos aqui? - Cutuco Zara novamente, dessa vez com minha perna.

- Sim, por favor. - Ela coloca seu próprio escargot no guardanapo que

estava ao lado do prato e o dobra rapidamente.

- Não posso acreditar que a liberdade condicional de Massimo foi negada mais uma vez, - diz Armando, o capo sentado a alguns metros à esquerda, entre uma mordida e outra. - Eles realmente vão fazer com que ele cumpra toda a sua pena?

- Parece que sim, - responde meu pai da cabeceira da mesa. - Tenho

feito investigações a torto e a direito, até consegui envolver um senador que nos deve um favor, mas ele disse que nada pode ser feito. Alguém tem a intenção de manter Massimo preso até ao fim. O Conselho de Liberdade Condicional não pode ser comprado, ao que parece.

- Ele deveria ter sido mais sensato e esperado que a Família lidasse com a retaliação em um momento posterior, - disse Batista Leone, o subchefe. - Matar um homem na frente de várias testemunhas, membros da lei? O chefe da polícia de Boston estava na festa. Estou surpreso que Massimo não tenha sido condenado a prisão perpétua pelo homicídio.

Ele toma um grande gole de seu vinho tinto e algumas gotas acabam em sua gravata, bem ao lado das manchas do molho da salada. Fazendo sinal para que o garçom traga outra garrafa, ele se inclina para Armando e diz em voz baixa: - Esse rapaz sempre foi muito impulsivo. Espero que o tempo na prisão o tenha acalmado.

Fico olhando para Leone, de boca aberta. O subchefe costuma dar uma

bicada no meu meio-irmão. Mais de uma vez eu o ouvi comentar que papai nunca deveria ter permitido que Massimo morasse conosco. Batista acha que Massimo deveria ter sido mandado para um colégio interno quando meu pai se casou com Laura. Eu nunca gostei desse homem. Seu cabelo oleoso e seu odor corporal me fazem engasgar, mas é sua atitude de lambe-botas que mais me enoja. Morando na casa de meu pai, notei que Leone costumava aparecer sem ser convidado. Pelo menos uma vez por semana ele aparecia em nossa porta. Mesmo quando meu pai recebia amigos para uma ocasião social, o subchefe sempre acabava sendo incluído. Ele se colava ao meu pai, elogiando as conquistas do chefe por horas, nunca perdendo a chance de se destacar como um elemento importante em qualquer empreendimento que estivesse sendo discutido.

A conversa em torno da mesa muda para planos de investimento, com Brio, outro capo, propondo que expandamos para o setor de hospitalidade. Ele fala sem parar sobre como os hotéis poderiam aumentar os lucros.

- Vou pensar no assunto, - disse meu pai. - Houve algumas despesas inesperadas no novo cassino. A expansão dos negócios talvez precise esperar até ao próximo ano.

- Por quê? - O homem sentado ao lado de Tiziano se vira para o meu pai. Ele é um dos maiores investidores nos empreendimentos da família. - Os fluxos de caixa mostram um aumento significativo nas receitas. Por quê esperar?

- É só uma precaução, Adriano. Precisamos de uma análise melhor do mercado hoteleiro antes de investir pesado em um projeto grande como esse. - Meu pai acena com a mão casualmente, mas percebo um olhar que ele troca com Batista Leone. Ele se levanta rapidamente e diz: - Receio ter que deixar todos vocês agora. O dever me chama. Meninas?

Escondi um suspiro de alívio por ter sido poupada de fingir que comeria

mais pratos estranhos e, depois de me despedir, corri atrás de papai.

- Zara e eu vamos pegar um táxi. Precisamos pegar alguns rolos de

tecido para ela, - eu disse enquanto nosso pai entrava no banco de trás do carro.

- Espero que seja algo diferente de preto ou marrom. - Ele examina a roupa marrom de Zara, um conjunto de calças de pernas largas e um blazer combinando.

- Ignore-o, - eu digo, apertando a mão de Zara enquanto vemos a

limusine sair para a rua.

Ao seguirmos na direção oposta, um leve formigamento na parte de trás do meu pescoço me leva a virar e dar uma olhada ao redor, mas não percebo nada de errado. Isso acontece com frequência - de vez em quando, tenho essa sensação estranha de que alguém está me observando, mas quando procuro uma causa em potencial, não há ninguém lá.

- Estranho, - murmuro, depois cruzo meu braço com o de Zara. - Acho que há uma boa hamburgueria no fim da rua.

Passamos o resto da tarde comendo junk food e guloseimas, passeando na loja de tecidos e experimentando roupas em uma pequena loja de vestidos de alta costura, mas, durante todo o tempo, não consigo me livrar da sensação de que os olhos estão me seguindo.

            
            

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