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Ana
Saio da antiga Brasília enferrujada de Bernarda, e fico encantada pela pequena cidade pacata. Observo cada detalhe daquele lugar incrível, o chão de paralelepípedo, as casinhas de tijolos que são perfeitamente alinhadas umas com as outras, com suas janelas pintadas de azul escuro, a igreja branca com detalhes azuis que fica no final da rua, uma oficina que fica do lado esquerdo da rua que fica de início da placa de seja bem-vindo. Não era uma cidade e sim um pequeno vilarejo esquecido por todos. Pego minha mochila e fico de frente a casa abandonada e diferente do lugar, as paredes de madeira por fora está preta de musgos o jardim está repleto de mato, a cerca de ferro que está enferrujada por tanto tempo tomando sol e chuva. Respiro fundo tentando tomar um pouco de coragem que já não tinha, abro a pequena porteira de ferro que faz um barulho irritante. Mas sou interrompida por uma voz fina atrás de mim me fazendo ficar sem reação.
-Ei coisinha?
-Oi
Me viro lentamente pra a voz feminina. Olha pra menina que aparentar ter dezoito anos que está acompanhada de uma senhora de um metro e sessenta com os cabelos grisalhos.
-Você teve ser a sobrinha de Alfred? – a menina fala quando mostra um lindo sorriso gentil.
-Sim.
-Prazer me chamo Vivian é essa e minha vó Creusa.
-Prazer eu me chamo Cri....
-Cristal, desculpa por interromper... Estou muito ansiosa por sua chegada.
-Ah tudo bem, eu entendo... também estou ansiosa de estar aqui.
-Desculpa minha neta, querida, e uma novidade pra todo a sua chegada..., mas aqui está a chave de sua casa – Creusa explica com sua voz trêmula, quando estica a mão entregando a chave de ferro antiga.
-Obrigada senhora Creusa.
-De nada querida, qualquer coisa e só me chamar.... Eu moro na aquela cerquinha azul.
Ela aponta pra casa do meu lado, isso queria dizer que a senhora é a neta dela vai ser minha vizinha. Fico meio sem jeito pela a forma que fui recebida nunca pensei em ser recebida tão bem assim.
-A senhora é minha vizinha, que bom.
-Sim, espero não estarmos atrapalhando você.
-Claro que não Vivian.
-Vamos indo, eu ainda preciso ir no mercadinho.
-Mercadinho?
-Sim, se você virar aquela esquina a direita vai achar um mercadinho.
-Depois eu vou lar, obrigada por tudo.
-De nada querida.
A senhora e sua neta saem conversando alegremente pela a calçada. Pelo que eu percebi na Vivian além de sua alegria foi sua falta de visão, a pobre menina parecia que não consegui enxergar ainda, mas quando sua avó segurava no braço dela para mostrar o caminho.
Entro na casa abandonada a anos ou séculos, tudo está coberto por lençóis ou cobertores, olho pra o telhado a vermelhado cheio de teia de aranha o chão que também é dá mesma cor do telhado, tiro o lençol empoeirado dos móveis, abro as cortinas deixando a luz do sol iluminar pra tirar o cheiro de mofo abro as janelas de madeira que está cheia de caminho de cupim, sorte a minha que a casa e bem iluminada se não nunca que iria enxergar, vou em direção ao que indica ser a cozinha, a bancada está empoeirada a flor que está em um vaso de cristal está seca, a geladeira azul claro tem alguma decoração em cima, tento procurar fogão e a pia mas não encontro nada.
Paro de andar quando escuto um barulho de baixo da geladeira, um ruído que eu nunca tinha escutado. Procuro algum pedaço de madeira ou uma vassoura, mas só encontro o vaso de cristal, tento controlar meu medo e o turbilhão de pensamentos sobre uma cobra ou duas ou, mas delas esperando pro bote, com calma eu me aproximo tento controlar minha respiração pra ela não escutar, mas o um vulto preto passa entre minhas pernas fazendo eu jogar o delicado cristal no bicho, mas infelizmente não certei. Saio correndo gritando por ajuda com todos os meus pulmões subo no sofá que era o lugar mais alto da casa pra escapar de um rato, não era um rato e sim uma ratazana mutante com um rabo com uma grossura de uma corda, aquilo era assustador. O bicho asqueroso se escondeu atrás da estante de livros fazendo um ruído insuportável.
- SOCORRO! - Grito de alguma forma de alguém me ajudar.
A porta de madeira foi arrombada com uma força inexplicável sobrando só alguns pedaços para contar história, o rapaz entra na casa como um furacão a procura de uma princesa pra socorrer. O rapaz da pele negra com alguns músculos do braço amostra pela blusa branca manchada por graxa, dos olhos âmbar que me olha confuso do corte de cabelo raspado da barba preta de lenhador bem feita, ele exala masculinidade deixando meu corpo ficar paralisado minha mente dar um branco me fazendo sair da orbitar da terra me levando pra outro lugar sem sinal de vida.
-O que está acontecendo? - Murmurar procurando o perigo pelo olhar curioso.
-Tem uma ratazana atrás da estante de livro.
-Fica aí eu vou pegar uma caixa pra por ele.
-Que? Não mesmo... você não pode me deixar sozinha com esse transmissor de doença.
-É rápido garota, eu vou pegar uma caixa e ponho a ratazana dentro e jogo no mato.
-Vai rápido por favor.
O homem sai me deixando sozinha com aquele bicho nojento, tenho a sensação de estar sendo observada por aquele ser vivo, mas eu tenho que ser um pouco corajosa pra enfrentar um dos meus medos de ficar trancada com um rato. Mas graças a Deus o rapaz volta com uma caixa de sapato em mãos e um sorriso envergonhado nos lábios carnudos perfeitamente desenhado por anjos.
- Você poderia me ajudar? - Pergunta ele com um sorriso de lado