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Nos dias que se seguiram, Justin e seus amigos - Ryan, Chaz e Nolan - começaram a aparecer com mais frequência perto de mim e da Mariana. Não parecia mais coincidência; era claro que eles tinham decidido que iriam nos manter sob o radar deles.
Naquela tarde, estávamos sentadas no pátio da escola, perto da quadra, falando baixinho sobre a prova da semana, quando os quatro chegaram sem aviso, encostando na mesa ao lado da nossa. Chaz ficou com os braços cruzados, Ryan ajeitou o boné com um olhar sério, e Nolan, o mais novo, parecia atento a tudo, com o celular no bolso, observando ao redor.
Justin ficou em pé, encostado na mesa, olhando pra mim com aquele sorriso que mais parecia um aviso do que uma brincadeira.
- Vocês duas são muito calmas pra esse lugar - falou baixo, sem pressa. - Aqui não é só um canto tranquilo da Geórgia, sabe? Tem coisa que a gente não deixa passar.
Mariana franziu o cenho, desconfortável, mas eu mantive a postura.
- A gente só gosta de ficar na nossa - respondi, tentando não mostrar nervosismo.
Ele deu um passo na minha direção, sem pressa, com aquele olhar firme.
- Carla - chamou, cruzando os braços. - Quero que você venha comigo hoje à noite. Vai ser divertido.
Eu pisquei, surpresa e um pouco apreensiva.
- Sair? - perguntei devagar.
- Isso - ele respondeu, com um sorriso torto. - Minha boate. Um lugar onde a gente se solta... e resolve umas coisas.
Mariana arregalou os olhos ao ouvir aquilo, e eu sabia que ela não tinha gostado muito da ideia.
Engoli seco, pensando no que meu pai diria. Ele sempre fora rígido, preocupado com minha Segurança.
Ainda assim, decidi tentar.
- Posso levar a Mariana comigo? - perguntei, olhando para Justin.
Ele me encarou por um segundo, avaliando, antes de dar de ombros.
- Se ela quiser vir, tudo bem.
Fui falar com Mariana na hora, pedindo para ela ir comigo. Ela hesitou, mas aceitou.
Quando cheguei em casa, meu pai estava no sofá, lendo o jornal. Disse a ele que mais tarde sairia com a Mariana
Eu estava no meu quarto, sentada na escrivaninha, tentando terminar o dever de casa, quando o celular tocou. Era Mariana ela parecia estar mais animada.
- Carla, você já decidiu o que vai vestir hoje à noite? - a voz dela saiu animada, quase um sussurro.
- Ainda não - respondi, um pouco insegura. - Não faço ideia do que usar pra um lugar assim.
- Relaxa, eu vou aí em casa em meia hora, e trouxe algo que vai te servir - ela disse com um sorriso na voz.
Quase que instantaneamente, um misto de ansiedade e curiosidade me invadiu. O que exatamente ela estava planejando?
Quando Mariana chegou, entrou com uma sacola grande e puxou de dentro um vestido vermelho, justo e com um corte que eu nunca teria coragem de escolher sozinha.
- Tenta - disse ela, sorrindo. - Vai ficar incrível em você.
Eu olhei para o vestido, insegura, imaginando se meu pai aprovaria algo assim.
Mas por dentro, sabia que aquela noite era um ponto de virada. Era mais que um convite para sair - era a porta para um mundo que eu só tinha visto de longe.
Com a ajuda da Mariana, coloquei o vestido e me olhei no espelho. Não era mais a garota calma e discreta da escola. Agora, era alguém que estava prestes a se lançar numa experiência completamente nova - assustadora, imprevisível... e, de alguma forma, excitante.