Casamento Relâmpago com o Mafioso
img img Casamento Relâmpago com o Mafioso img Capítulo 5 A noiva
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Capítulo 11 Você não faz ideia img
Capítulo 12 Tire a blusa img
Capítulo 13 Não é o suficiente img
Capítulo 14 Uma mulher de valor img
Capítulo 15 Também sei brincar img
Capítulo 16 Eu apenas me defendi img
Capítulo 17 Não foi firme img
Capítulo 18 De olhos abertos img
Capítulo 19 Cachorrinho img
Capítulo 20 Bom marido img
Capítulo 21 Um casal img
Capítulo 22 Lisonjeada img
Capítulo 23 Não se atreva! img
Capítulo 24 Azedando img
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Capítulo 5 A noiva

CESARE

"Ela nem mesmo é italiana!", meu pai vociferou, apontando para a porta. "E grávida? Você vai ter um bastardo com uma civil americana?"

"Eu vou casar com ela. Meu filho não será um bastardo," eu o corrigi e vi o rosto do meu pai ficar ainda mais vermelho. "O senhor mesmo me disse para casar, ter uma família..."

Ele começou a andar de um lado para o outro, soltando alguns palavrões. Em nenhum momento o meu pai especificou que eu deveria me casar com uma mulher pura italiana. Sim, eu sabia quais eram as regras, porém, quando ele insistiu que se eu não me casasse e não tivesse logo um filho, em no máximo um ano, eu perderia o cargo dentro da Organização, não disse nada sobre eu ter que seguir aquelas regras. Foi um descuido dele.

"Acha que porque já está mais velho eu não vou te dar uma surra?" ele perguntou e eu não respondi em voz alta. Sim, ele me daria uma surra. Mattia Varricchio não era o tipo de homem que amolecia com os anos e nem que se refrearia em dar uma surra em quem quer que fosse. Ele era, no fim das contas, o Don da Camorra.

"Pai, eu fiz o que me pediu. Não era essa a condição para que eu permanecesse como o seu Sottocapo? Para que eu continuasse na direção da V&C Pharmaceutical Research Center? E, claro," eu trinquei o maxilar antes de continuar a falar. "Para que eu pudesse ser o próximo Don?"

Meu pai deu um tapa no tampo de madeira da mesa, fuzilando-me com o olhar. Então, apontou o dedo indicador na minha direção.

"Não se faça de espertinho, Cesare. Não ouse!", ele soltou o ar e passou a mão pelos cabelos que, agora, mostravam alguns fios grisalhos. "Quem é aquela mulher?"

"Minha noiva," respondi com uma expressão neutra.

Meu pai se aproximou mais de mim.

"Noiva? Ou uma atriz?"

"Ela é minha noiva. Vamos nos casar em breve, principalmente agora que ela está grávida," merda, eu teria que convencê-la a casar comigo. Ela era bastante feroz...

"Por que diabos está sorrindo desse jeito, Cesare?" meu pai fechou os olhos. "Certo, consigo aceitar que ela vá ser a sua esposa. Ela aceitou ser parte da nossa Organização? Porque nem por um decreto eu vou permitir que ela se torne uma Varricchio sem jurar lealdade!"

"Claro, ou eu não teria feito um filho nela," que mentira. A pobre e não tão doce Melanie não tinha ideia de onde tinha se metido.

Já mais perto de mim, meu pai tirou uns segundos para me analisar e, por fim, me deu um abraço.

"Finalmente você parece ter criado jeito. Não foi uma italiana, mas...", ele balançou a cabeça. "Atanasia não vai aceitar isso muito bem. Pela forma como ela reagiu, você não disse nada."

Franzi o cenho.

"Com todo o respeito, eu nunca dei motivos para que Atanasia Mimma Bisignano pensasse que poderia ser a próxima senhora Varricchio."

"Cesare, pelo que eu sei, você e ela estavam saindo juntos."

Lutei contra a vontade de revirar os olhos. Meu pai odiava.

"Eu nunca saí com ela, eu posso lhe garantir isso. Mesmo que eu quisesse, pai, ela é a filha do Sottocapo. Eu teria que me casar com ela se encostasse um dedo naquela mulher e, por mais que Ezio seja um homem de honra, me desculpe, eu não consigo suportar aquela mulher."

"Eu sei... mas sua mãe tinha esperanças. Ela gosta de Atanasia, Cesare. Prepare-se para ouvir," ele falou e pegou um charuto. "E se eu fosse você, cuidaria desse casamento o mais rápido possível."

Sorri e engoli em seco.

"Amanhã estaremos casados no papel, pai. E... a cerimônia religiosa precisa da sua autorização. Eu quero casar antes que a barriga de Melanie comece a aparecer."

Fui dispensado para sair e enfiei dois dedos entre a gravata e o meu pescoço. Agora, eu só precisava encontrar Melanie. Magno estava por perto e eu olhei para os lados, mas sem sinal da minha "noiva".

"Magno, cadê a Melanie?"

Ele se virou para mim e levantou o ombro.

"Eu não sei."

"O que quer dizer com 'não sei'? Eu a deixei com você!" Porra, ela não conhecia aquelas pessoas! E depois que algumas ouviram sobre a gravidez dela, falsa ou não... ela poderia estar em perigo!

"Nossa mãe a levou com ela... acho que quis conhecer melhor a futura nora."

Xinguei meu irmão e fui atrás de Melanie, porque Bibiana Varricchio não brincava em serviço!

MELANIE

Assim que Cesare se afastou, eu vi sozinha com Magno e a mulher que, olhando bem, só podia ser a mãe deles. Os lábios e o formato dos olhos de Magno eram dela, mesmo que a cor âmbar dos dois irmãos tivessem herdado do pai deles.

Ela sorriu para mim, porém, eu podia dizer sem dúvidas que ela não estava nem um pouco satisfeita com a notícia, não, com a mentira deslavada que o Cesare contou minutos antes.

"Eu sou Bibiana, mãe do Cesare," ela falou numa voz suave. "Enquanto eles conversam, por que não vem se sentar comigo?"

Eu queria poder dizer que nós não tínhamos o que conversar, porque Cesare e eu não estávamos juntos de verdade. E eu definitivamente não esperava um filho dele. Porém, eu fiz um acordo com aquele homem e eu sabia melhor do que provocá-lo, por isso, segui Bibiana até uma mesa a um canto. Sendo eles os anfitriões, eu duvidava que aquela fosse a mesa da família.

Ela quase estalou a língua antes de falar, forçando-se a sorrir.

"Melanie, correto?"

"Sim, senhora."

"Sua mãe era italiana?" ela perguntou e eu me remexi desconfortavelmente na cadeira.

"Não, senhora." Ela franziu a testa.

"Você... não é meio italiana?"

"Não. Meus pais são americanos, mesmo," eu respondi, querendo me levantar dali. Aquela mulher podia não estar sendo grosseira de todo, mas ela claramente estava usando um tom que dizia: você não é digna. Só porque eu não era italiana? Quão absurdo aquilo era!

Ela olhou para algo atrás de mim e antes que eu me virasse, a loira de antes apareceu, com o rosto choroso e me encarou.

"Olá," eu falei, sem saber realmente o que fazer. "Sou Melanie! E você?"

"Esta é Atanasia Bisignano. A noiva de Cesare."

            
            

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