Casamento Relâmpago com o Mafioso
img img Casamento Relâmpago com o Mafioso img Capítulo 7 Pior do que carrapato
7
Capítulo 11 Você não faz ideia img
Capítulo 12 Tire a blusa img
Capítulo 13 Não é o suficiente img
Capítulo 14 Uma mulher de valor img
Capítulo 15 Também sei brincar img
Capítulo 16 Eu apenas me defendi img
Capítulo 17 Não foi firme img
Capítulo 18 De olhos abertos img
Capítulo 19 Cachorrinho img
Capítulo 20 Bom marido img
Capítulo 21 Um casal img
Capítulo 22 Lisonjeada img
Capítulo 23 Não se atreva! img
Capítulo 24 Azedando img
img
  /  1
img

Capítulo 7 Pior do que carrapato

CESARE

Eu já imaginava que Melanie não aceitaria muito bem a novidade, porém, eu mantive a expressão calma quando ela começou a rir e me chamar de maluco.

"Terminou?", perguntei, com as mãos nos bolsos. Ou era isso, ou eu a sacudiria até que ela parasse de dar um ataque.

Melanie enxugou os cantos dos olhos com os indicadores.

"Eu já disse antes que você deve ser um comediante,"

"E eu mostrei pra você que não costumo brincar, não é mesmo, senhorita Walton?", perguntei calmamente e vi o semblante dela mudar, seguido de uma pigarreada. "Amanhã mesmo nos casaremos no civil."

"Pera aí, eu não concordei com isso."

"Dado a sua encenação perfeita, eu pensei que estivesse louca para que eu colocasse uma aliança no seu dedo," me aproximei mais dela, que não se moveu. Eu sorri e passei a mão pela cintura de Melanie. Ela se agarrou nos meus ombros. "Nosso filho não pode nascer um bastardo, não é mesmo?"

Melanie ficou mais séria e me encarou. Eu quase podia ver o fogo dentro dela, pelos olhos. Droga, ela era o fogo em pessoa! E eu, descaradamente, adoraria me queimar.

Senti uma pontada no meu abdômen, mas não demonstrei. O remédio já estava perdendo o efeito e logo, eu precisaria tomar alguma coisa ou cairia na frente de todos.

"Cumpri com o nosso acordo. Aceitei fingir ser sua noiva. Agora, cumpra a sua," ela franziu a testa e inspirou fundo. "Deixe a mim e aos meus em paz. Ajude o abrigo."

"Farei isso... mas quero melhorar o nosso acordo."

"Não, nem pensar," ela negou com a cabeça e tentou se afastar de mim. "Você não vai me enrolar!" A dor se intensificou e eu apertei os lábios.

"Sendo você uma pessoa que gosta tanto de ajudar os outros, estou chocado com a sua falta de empatia," falei e ela soltou uma risada de desdém. "Eu preciso casar. Ou você quer que eu acabe atando os nós com Atanasia? Não seria isso castigo demais?"

E eu não estava brincando. Atanasia era viúva. Menos de um ano de casamento e o marido dela pereceu em um ataque. Isso foi há seis meses e ela já estava buscando casamento comigo, manipulando a minha mãe. Essa era a parte que me deixava com ainda mais raiva.

"Não tenho nada a ver com isso!" ela olhou em volta. "Tirei você de um beco e te levei pra minha casa. Estou aqui, fingindo ser a sua noiva. É muito atrevimento seu querer pedir alguma coisa mais!"

"Eu já disse que vou pagar. Preciso de uma esposa! E uma que não vá ficar no meu pé, pedindo por amor. Você me parece ideal, Melanie," eu falava a verdade. "Você e eu podemos trabalhar juntos. Prometo que vou ajudar pelo menos dez locais que precisem de caridade. Garantirei a sua segurança, a da sua família..."

Ela xingou baixo.

"Não sei quem vocês são, mas não me parece ser algo que eu queira pra mim, Cesare," ela falou e eu já estava suando frio. "Cesare? Você..."

"Preciso me sentar," eu olhei para o banco mais próximo e Melanie me ajudou chegar até lá. "Merda!"

"Você foi ao hospital?"

"Temos médico particular. E sim, ele cuidou de mim. Só que eu preciso descansar, o que é meio difícil, dadas as circunstâncias,"

Ela estreitou os olhos e balançou a cabeça.

"E depois ainda disse que eu poderia passar a noite com você," ela riu. "Não sou médica nem enfermeira."

"Existem muitas formas de aproveitarmos a noite, Melanie. Eu posso mostrar pra você," outra fisgada.

"Aham. Uma delas é dormindo," ela colocou a mão no meu ombro. "Onde está esse médico?"

"Não aqui, não na frente dessas pessoas," eu engoli em seco. "Preciso antes descobrir quem fez isso. Argh! Caspita!"

Eu enfiei a mão no bolso do paletó e ia tomar o comprimido à seco, mesmo. Eu não aguentava mais. Porém, minha mão acabou deixando o frasco cair e Melanie se moveu para pegar. Ela estava de joelhos na minha frente.

"Ah, desculpem! Eu não queria atrapalhar!" ouvi Magno dizendo.

Melanie olhou por sobre o ombro, olhou para mim e então compreendeu o que se passava na cabeça do meu irmão. Ela se levantou como se tivesse levado um choque.

"O que quer, irmão?"

"Ah, a cerimônia vai começar. Você tá bem?"

"Sim. Só estou um pouco frustrado, se é que me entende," eu ofereci um sorriso de lado e olhei para Melanie, que empalideceu.

"Certo! Eu... eu vou nessa e vê se não demora. O pai tá chamando."

Ele saiu do jardim e Melanie se virou para mim.

"Cesare, você precisa de médico!" eu pensei que ela iria reclamar por eu ter deixado implícito que ela e eu estávamos tendo uma diversão ali nos jardins, mas não.

"Me ajude a ir para o salão. Eu vou tomar remédio e me segurar,"

Ela passou o braço pelo meu e me ajudou a levantar. Assim que o primeiro garçom passou com taças de água, Melanie pegou uma e me deu. Eu coloquei o remédio na boca disfarçadamente e bebi a água.

Meu pai estava no palanque e olhou para mim. Eu fiz sinal que já estava indo.

"Ele não sabe?" Melanie perguntou baixinho.

"Sabe," claro que ele sabia. Como eu pediria ao médico que mentisse para o meu pai, ou ocultasse algo? "Sente-se onde eu possa te ver. Aqui está bom."

Eu não a colocaria junto com a minha mãe, até porque Atanasia estava lá. Aquela mulher era pior do que carrapato!

--- --- --- ---

MELANIE

Vi Cesare andando calmamente para o palanque e eu tinha que dizer: ele sabia fingir muito bem.

Quando o pai dele começou a falar de Organização, do valor deles, de uns homens lá que estavam entrando e então, um juramento começou, com direito a furo no dedo e sangue numa tigela com sangue, eu não tive mais dúvidas: se aquilo não era a máfia, era algum tipo de seita. E eu definitivamente não queria ter nada a ver com aquilo!

Olhando ao redor, vi a porta. Eu ainda estava sem o meu celular, porque Cesare não o entregou a mim. A bolsa que ele tinha me dado continha batom, pó e era isso! Nem mesmo as chaves da minha casa! A sorte era que eu tinha uma escondida num vaso de planta, ou ficaria ao relento!

Levantei da cadeira e calmamente fui para a saída. Eu era a noiva de Cesare, ninguém iria me parar!

Pelo menos, eu pensava que não.

"Onde pensa que está indo?"

            
            

COPYRIGHT(©) 2022