Sua Esposa Indesejada, Seu Verdadeiro Amor
img img Sua Esposa Indesejada, Seu Verdadeiro Amor img Capítulo 5
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Capítulo 5

Lara acordou em um quarto branco e estéril. O cheiro forte de antisséptico encheu suas narinas. Um hospital.

Dante estava sentado em uma cadeira ao lado de sua cama, seu terno caro parecendo deslocado no ambiente clínico. Ele parecia cansado, o rosto marcado por linhas que ela não tinha visto antes.

"Quem você ama, Lara?", ele perguntou, a voz plana. "Sou eu? Ou é ele?"

A pergunta era tão absurda, tão distante de sua nova realidade, que ela quase riu. Eles ainda achavam que se tratava de uma escolha entre eles. Não conseguiam imaginar um mundo onde ela escolhesse a si mesma.

"Nós terminamos, Dante", disse ela, a voz rouca pelo desuso. "Há muito tempo. Lembra? Quem eu amo agora não é da sua conta."

Ele se levantou, sua figura alta projetando uma longa sombra sobre a cama dela. "Fique longe do Arthur", ele avisou, a voz um rosnado baixo. "Ele não é o certo para você. Quero que você termine o que quer que seja isso entre vocês."

"Eu concordo", disse ela, a voz calma. "Ele não é o certo para mim. Já acabou."

"Tudo acabou", ela acrescentou suavemente, mais para si mesma do que para ele.

Um lampejo de inquietação cruzou o rosto dele. "O que isso significa?"

Antes que ele pudesse pressioná-la, seu celular vibrou. Ele olhou para a tela. Beatriz. Claro.

Com um último olhar conflituoso para Lara, ele se virou e saiu do quarto para atender a ligação. Ele sempre escolhia seu dever.

Uma enfermeira entrou alguns minutos depois. "Senhorita Campos, está na hora do seu exame de acompanhamento."

Lara, lenta e dolorosamente, se levantou da cama. Cada movimento enviava uma nova onda de fogo por suas costas. Ela cerrou os dentes e se arrastou pelo corredor em direção ao consultório médico.

Ao se aproximar da esquina, ouviu vozes. A de Arthur.

"...encontre o melhor creme para cicatrizes do mundo", ele dizia para alguém, a voz urgente. "Não me importa o custo. As costas dela... não pode ficar assim."

A voz de um amigo respondeu, cética. "Cara, por que você está se dando todo esse trabalho? É por causa da Beatriz? Está tentando fazê-la se sentir menos culpada?"

Houve uma pausa. Então a voz de Arthur, baixa e tingida com um veneno familiar.

"A Beatriz ficou horrorizada. Ela se sente responsável. Estou fazendo isso para acalmá-la. Eu tentei levar a punição pela Lara, mas você sabe como ela é teimosa. Ela insistiu em fazer isso sozinha."

A mentira era tão descarada, tão egoísta, que lhe roubou o fôlego.

"Você poderia simplesmente tornar isso real com ela", sugeriu o amigo. "Ela está claramente apaixonada por você."

Uma risada sem alegria. "Não seja ridículo. Eu nunca senti nada por ela. Foi só um jogo para passar o tempo."

A dor em suas costas não era nada comparada à finalidade fria e morta daquelas palavras. Seus dedos se curvaram na palma da mão, as unhas cravando na carne macia até sentir a picada.

Ela se virou para sair, para se afastar da voz dele, da verdade que já sabia, mas que ainda tinha o poder de feri-la.

Mas a porta do consultório se abriu, e ela ficou cara a cara com ele.

Arthur pareceu surpreso ao vê-la. "Lara! Quando você chegou?"

"Agora mesmo", ela mentiu, o rosto uma máscara em branco.

Ele ergueu um pequeno tubo de creme de aparência cara. "Eu comprei isso para você. Para as cicatrizes."

Ela olhou para o creme, depois para o rosto dele, seu rosto bonito e mentiroso. "Não, obrigada", disse ela, a voz educada e distante. "As cicatrizes são uma lição que eu mereci. Quero mantê-las."

A pálpebra dele tremeu. "Você ainda está com raiva? Lara, me desculpe pelas cartas. Eu não estava pensando."

"Está tudo bem", disse ela, a voz desprovida de emoção. "Eu já disse ao Dante que ficaria longe de você. Não vou mais te incomodar."

Ele pareceu em pânico. "Não, não é isso que eu quero! Escute, me dê um tempo. Depois do casamento, depois que as coisas se acalmarem, eu vou te fazer minha namorada oficial. Eu prometo."

A promessa era um insulto. Uma bugiganga barata e sem sentido oferecida a uma tola. Ela sabia que ele estava apenas tentando apaziguá-la, manter sua pequena "boneca substituta" na linha até que não precisasse mais dela.

Ela não se deu ao trabalho de discutir. Não tinha energia.

Apenas assentiu, deixando-o acreditar que suas mentiras ainda funcionavam com ela. Ela continuaria o jogo por mais um tempo. Ela esperaria. Em breve, tudo isso acabaria.

            
            

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