Sua Esposa Indesejada, Seu Verdadeiro Amor
img img Sua Esposa Indesejada, Seu Verdadeiro Amor img Capítulo 6
6
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Capítulo 6

Arthur passou os dois dias seguintes interpretando o papel de namorado dedicado. Ele sentou-se ao lado de sua cama de hospital, deu-lhe sopa na boca e trouxe presentes - um livro novo, um lenço de seda, coisas que ele achava que ela gostaria.

Lara aceitou tudo com um sorriso plácido. A atenção dele parecia a performance de um estranho. Ela o observava, desapegada, como se estivesse assistindo a uma peça. Cada movimento dele era calculado, cada palavra uma fala de um roteiro. O verdadeiro Arthur era aquele que ela ouvira no corredor. Este homem era um fantasma.

No terceiro dia, ela recebeu alta. Arthur, alegando que ela precisava de ar fresco, insistiu em levá-la a um shopping de luxo.

E lá, no átrio reluzente do Shopping JK Iguatemi, eles os encontraram.

Dante e Beatriz.

O rosto de Dante ficou frio no momento em que a viu com Arthur. Um músculo se contraiu em sua mandíbula.

"Lara", disse ele, a voz tensa. "Você esqueceu o que me prometeu?"

Beatriz estava ao lado dele, parecendo desconfortável, seus olhos dardejando entre os três.

Arthur, sempre o ator, passou um braço casual pelos ombros de Lara. "Calma, irmão", disse ele, com um tom brincalhão na voz que não alcançava seus olhos. "Estamos apenas tomando um ar. Não queremos chatear sua linda noiva, queremos?" Ele piscou para Beatriz.

Lara apenas baixou os olhos. "Nós estávamos apenas... escolhendo um presente de casamento para vocês", ela murmurou, a mentira com gosto de cinzas na boca.

Era uma desculpa plausível, uma maneira perfeita de explicar por que estavam juntos.

A expressão de Dante não se suavizou. "Tudo bem", disse ele, a voz seca. "Então podem fazer compras conosco."

Não era uma sugestão. Era uma ordem. Ele queria observá-los, controlar a situação.

Lara percebeu o lampejo de um sorriso triunfante no rosto de Arthur. Ele conseguira o que queria: mais tempo na presença de Beatriz, sob o disfarce de um quarteto feliz. E Lara era seu ingresso.

Ela os seguiu entorpecida, uma quarta roda silenciosa em sua dinâmica distorcida. Foram a uma joalheria, onde Beatriz experimentou colares de diamantes. Depois, foram a um ateliê de noivas.

Beatriz saiu do provador em uma nuvem de seda branca e renda. Ela estava deslumbrante.

"O que você acha, Dante?", ela perguntou, girando feliz.

"Está bom", respondeu Dante, seus olhos olhando distraidamente para Lara.

Mas Arthur estava cativado. Ele olhava para Beatriz, sua máscara escorregando por um momento, seus olhos cheios de uma adoração crua e indisfarçável. Era o olhar de um adorador diante de uma deusa.

"Arthur, pode tirar uma foto para mim?", Beatriz pediu, entregando-lhe o celular.

Ele pegou, seus dedos roçando os dela. Ele angulou o celular, tirando foto após foto, mas fotografou apenas Beatriz. Dante, ao lado dela, foi completamente cortado do enquadramento. Lara o viu discretamente transferir as fotos para seu próprio celular via AirDrop antes de devolver o de Beatriz. Ele estava colecionando relíquias dela.

Lara sentou-se em um sofá de veludo, observando a cena se desenrolar. Uma pressão surda e pesada se instalou em seu peito. Ela era uma estranha em tudo aquilo. O passado com Dante era uma mentira. O presente com Arthur era uma mentira maior ainda. E o futuro... o futuro era um estranho com deficiência em Florianópolis. Ela não tinha nada.

Com um suspiro profundo, ela se levantou e caminhou em direção ao banheiro, precisando de um momento de silêncio.

Quando voltou, Dante havia partido, chamado por uma emergência de negócios. Beatriz agora estava experimentando ternos com Arthur.

"Este é para você", disse Beatriz, segurando um belo terno cinza. "Um agradecimento por toda a sua ajuda e por ser um amigo tão bom."

O rosto de Arthur se iluminou com uma alegria genuína e espontânea. Ele pegou o terno e foi imediatamente experimentá-lo.

Ele estava deslumbrante. Beatriz sorriu. "Agora só precisamos que a Lara experimente um vestido para vermos como vocês dois ficam juntos!", disse ela, a voz cheia de um entusiasmo inocente e casamenteiro.

            
            

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