Sua Esposa Indesejada, Seu Verdadeiro Amor
img img Sua Esposa Indesejada, Seu Verdadeiro Amor img Capítulo 1
1
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
Capítulo 22 img
Capítulo 23 img
Capítulo 24 img
img
  /  1
img
img

Sua Esposa Indesejada, Seu Verdadeiro Amor

Gavin
img img

Capítulo 1

Eu era o caso de caridade da família Monteiro, secretamente apaixonada pelo filho mais velho, Dante. Durante anos, ele me prometeu um futuro, uma vida onde eu não seria apenas a órfã que eles acolheram para limpar a imagem na mídia.

Então, no jantar em que eu acreditava que ele me pediria em casamento, ele me apresentou à sua noiva, uma bela herdeira de um império de tecnologia.

Enquanto eu me recuperava do coração partido, seu irmão mais novo, Arthur, apareceu para me consolar. Eu me apaixonei por ele, apenas para descobrir que era só uma peça em seu jogo - ele era secretamente apaixonado pela noiva de Dante e estava me usando para me manter longe deles.

Antes que eu pudesse processar essa segunda traição, os pais Monteiro anunciaram que me casariam à força com um magnata da tecnologia com deficiência de Florianópolis para garantir mais um acordo comercial.

O golpe final veio no iate da família. Eu caí no oceano com a noiva, e observei enquanto os dois irmãos - o homem que um dia amei e o homem que fingiu me amar - nadaram direto por mim para salvá-la, me deixando para morrer afogada.

Aos olhos deles, eu era um nada. Um tapa-buraco, um ativo da empresa e, no fim, um sacrifício que eles fariam sem pensar duas vezes.

Mas eu não morri. Enquanto o jatinho particular me levava para Florianópolis para me casar com um estranho, peguei meu celular e apaguei todo e qualquer vestígio da família Monteiro da minha vida. Minha nova vida, seja lá o que me esperava, havia começado.

Capítulo 1

Lara Campos estava parada junto à janela, o coração batendo num ritmo constante e esperançoso contra suas costelas. A suntuosa sala de jantar da família Monteiro estava posta para dois naquela noite. Não para um jantar em família, mas para ela e Dante. Apenas eles.

Ela alisou seu vestido azul simples, um vestido que ele uma vez disse que combinava com seus olhos. Por anos, o amor deles foi um segredo, algo roubado numa casa onde ela sempre foi apenas o "caso de caridade", a órfã que os Monteiro acolheram para a mídia.

Mas aquela noite parecia diferente. Dante havia prometido uma noite especial, um encontro de verdade, uma conversa sobre o futuro deles.

Passos ecoaram no corredor de mármore. Lara se virou, um sorriso já nos lábios.

O sorriso congelou.

Dante não estava sozinho. Uma mulher estava ao seu lado, a mão encaixada em seu braço. Beatriz Tavares. A filha de um CEO de tecnologia, linda e serena, o tipo de mulher que pertencia àquele mundo. Lara era apenas uma convidada.

"Lara", disse Dante. Sua voz era fria, a mesma que ele usava nas salas de reunião. "Esta é Beatriz. Minha noiva."

A palavra a atingiu como um soco no estômago. Noiva.

Lara olhou do rosto indecifrável de Dante para o sorriso educado e curioso de Beatriz. Havia um brilho de outra coisa nos olhos de Beatriz, no entanto - uma avaliação breve e possessiva que desapareceu tão rápido quanto surgiu. Ela sentiu a performance começar, aquela que havia aperfeiçoado ao longo de uma década vivendo sob os termos dos Monteiro. Ela sorriu de volta.

"É um prazer te conhecer, Beatriz. Parabéns."

Sua voz não tremeu. Ela se orgulhou disso.

"Obrigada, Lara", disse Beatriz, sua voz como mel. "Dante me falou tanto de você. Você é como uma irmã para ele."

Como uma irmã. As palavras eram uma crueldade casual.

Mais tarde, depois que Beatriz foi levada a um quarto de hóspedes, Dante encontrou Lara no jardim. O ar estava frio, mas ela não o sentia.

"Eu precisei fazer isso, Lara", disse ele, sem encará-la. "É uma fusão. Bilhões de reais em jogo. O futuro da nossa família."

"E o nosso futuro?", ela sussurrou, as palavras quase inaudíveis.

"Este é o meu dever", ele afirmou, o maxilar tenso. "Pensei que você, de todas as pessoas, entenderia."

Ele a via como um ativo, assim como seus pais. Uma parte compreensiva e conveniente da estrutura familiar. Não alguém que ele amava. Não o suficiente para lutar por ela.

"Eu entendo", disse ela, a voz oca.

Ele assentiu, aliviado. "Ótimo. Eu sabia que você entenderia."

Ele se virou e voltou para o calor da casa, deixando-a sozinha na escuridão. A dor era um espaço vasto e vazio dentro dela.

Ela ficou no jardim pelo que pareceram horas, um fantasma em meio às rosas perfeitamente cuidadas. Ela se moveu pela mansão Monteiro como uma assombração por dias, seu coração uma pedra entorpecida e pesada no peito. Comia quando mandavam, sorria quando esperado e morria um pouco mais a cada vez que via Dante e Beatriz juntos. Eles pareciam perfeitos, um casal poderoso forjado pela ambição e pela riqueza.

Uma noite, ela se encontrou na varanda, olhando para os jardins bem cuidados, quando uma voz familiar quebrou o silêncio.

"Você parece que precisa de um amigo."

Arthur Monteiro, o irmão mais novo, estava encostado na porta. Ele era o espírito livre da família, um músico com um sorriso encantador e uma risada fácil que sempre parecia deixar as pessoas à vontade. Ele estava em turnê pela Europa há meses.

Ele se aproximou e colocou o casaco sobre os ombros dela. "Está frio aqui fora."

Lara se encolheu com o toque dele, mas não se afastou.

"Eu soube do Dante", disse ele suavemente, a voz cheia de compaixão. "Ele é um idiota."

Lágrimas que ela não se permitira chorar de repente embaçaram sua visão.

"Eu sempre soube que ele não te merecia", continuou Arthur, o polegar acariciando gentilmente o braço dela. "Eu te observei por anos, Lara. Acho que sou apaixonado por você desde o dia em que chegou."

A confissão foi tão inesperada que a chocou. Ela olhou para ele, para seu rosto sincero e bonito, e uma semente minúscula e frágil de esperança começou a brotar na terra arrasada de seu coração.

Arthur não era nada como Dante. Ele era caloroso, atencioso, e ele a enxergava.

Nas semanas que se seguiram, Arthur foi sua sombra. Ele a levou para longos passeios de carro, tocou para ela músicas que havia escrito "só para ela" e ouviu por horas enquanto ela desabafava seu coração partido. Ele a abraçou quando ela chorou e a fez rir quando ela pensou que nunca mais o faria.

Ele estava, lenta e cuidadosamente, curando-a.

Uma noite, ele a levou a um pequeno observatório particular que havia alugado. Ele sabia que ela amava as estrelas, uma paixão que compartilhava com seu falecido pai.

"Eu queria que você visse algo lindo", disse ele, o braço em volta da cintura dela.

Sob o vasto céu estrelado, ele a beijou. Não era como os beijos calculados e possessivos de Dante. Era terno, apaixonado e parecia impossivelmente real.

"Eu te amo, Lara", ele sussurrou contra seus lábios. "Deixa eu te amar. Esqueça ele."

E naquele momento de fraqueza e anseio, ela se permitiu acreditar nele. Ela caiu em seus braços, em um relacionamento que parecia uma tábua de salvação. Ela foi imprudente, desesperada, e começou a se apaixonar por Arthur Monteiro.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022