"Você acredita, Bruno?", a voz de Kaila era vertiginosa. "Sua postagem me rendeu um milhão de novos seguidores! Todo mundo acredita em mim!"
"Deveriam", disse Bruno, sem levantar os olhos do computador. "Foi o seu trabalho."
"Foi, não foi?", Kaila riu. "Aquela Clara estúpida. Ela provavelmente nem desenhou isso sozinha. Apenas pagou alguém para fazer."
Clara empurrou a porta com tanta força que ela bateu contra a parede.
Ambos olharam para cima, assustados.
"Você", disse Clara, a voz perigosamente baixa, os olhos fixos em Kaila. "Você não tem talento suficiente para desenhar um guardanapo, muito menos uma coleção inteira."
Ela entrou na sala. "Você roubou meus arquivos. Você é uma ladra e uma mentirosa."
Bruno se levantou em um instante, movendo-se para ficar protetoramente na frente de Kaila. "Clara, que diabos você está fazendo aqui?"
"A empresa dela é a que plagiou, e ela tem a coragem de vir aqui e fazer uma cena", disse ele, a voz pingando desdém.
"Eu não plagiei!", a voz de Clara era afiada. "Esses são meus designs, o trabalho duro da minha equipe, e você sabe disso!"
Kaila começou a fungar, os olhos se enchendo de lágrimas falsas. "Bruno, ela está me assustando. Eu nunca a vi desenhar nada. O estilo dela é tão... comercial. O meu é arte."
Ela olhou para Bruno, o lábio inferior tremendo. "Você acredita em mim, não é? Você vai ficar do meu lado?"
"Claro", disse Bruno sem um momento de hesitação. Ele se virou para Clara, o rosto uma máscara de fria demissão. "A menos que você tenha provas, saia. Ou mandarei a segurança te remover."
"Vou contratar os melhores advogados para a Kaila", ele acrescentou. "Vamos te processar por difamação."
Clara olhou para ele, para o homem que um dia amou, ali defendendo a mulher que estava sistematicamente destruindo sua vida. Ela não sentia mais dor. Sentia nada. Um vasto e vazio vácuo.
"Tudo bem", disse ela, a voz dura como aço. "Você quer uma briga? Você terá uma. Vou proteger minha empresa e minha equipe, e nos veremos no tribunal."
Ela se virou e saiu, as costas retas, a cabeça erguida.
As consequências foram imediatas e brutais. A internet era um poço de ódio direcionado a ela e à AURA.
VERGONHA PARA A AURA!
Ladras! Espero que vocês vão à falência!
Graças a Deus por Bruno Barreto, expondo essa fraude!
Em poucas horas, as contas de mídia social da AURA foram suspensas devido a denúncias em massa. O site da empresa foi derrubado.
Então veio a declaração oficial da Barreto Tech. Eles não apenas estavam apoiando Kaila Barros, mas também estavam oferecendo a ela uma posição exclusiva como designer interna.
Com o peso do nome Barreto por trás da acusação, a indústria se voltou contra ela. Advogados se recusaram a pegar seu caso. Parceiros de varejo cancelaram seus pedidos. As ações da empresa despencaram, caminhando para a falência.
Clara sentou-se sozinha em seu escritório vazio, observando o império que construiu desmoronar. Ela sabia que era Bruno. Ele estava puxando as cordas, usando seu imenso poder para esmagá-la.
Ele já havia sido cruel antes, mas nunca assim. Nunca com uma intenção tão focada e destrutiva.
Ele estava fazendo isso por Kaila. Para protegê-la, para defendê-la, ele estava disposto a obliterar o trabalho da vida de Clara.
Ele queria destruí-la.