De Herdeira a Vingativa
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Capítulo 8

Clara olhou para Kaila, a expressão vazia. "Com licença."

Kaila não se moveu. "Sabe, por um tempo, eu quase pensei que você tinha uma chance. Mas você nunca foi páreo para mim. Ele me ama. Ele nunca ia te amar."

"O amor de vocês é construído na conta bancária dele", respondeu Clara, a voz desprovida de emoção. "Você é um canário em uma gaiola dourada. Um animal de estimação muito caro. Mas um animal de estimação é tudo o que você sempre será."

Ela começou a passar.

Kaila agarrou seu pulso, as unhas cravando na pele de Clara. "Ele nunca vai te amar!", ela sibilou, o rosto contorcido de ciúmes.

Clara tentou puxar o braço, mas Kaila segurou firme. Elas lutaram por um momento, uma dança desajeitada e desesperada de ódio. Seus pés se enroscaram, e elas perderam o equilíbrio, caindo juntas sobre o corrimão baixo da passarela e na água fria e escura do lago artificial ao lado do prédio.

O choque da água gelada foi um solavanco em seu sistema. Mas foi a própria água que enviou uma onda de puro terror através dela. Um acidente de infância, um quase afogamento, a deixara com um medo profundo e paralisante da água.

Ela se debateu, engasgando, os pulmões queimando. "Socorro!", ela ofegou, mas a água encheu sua boca.

Ela viu uma figura mergulhar no lago. Bruno. Ele estava por perto. Por um segundo, uma centelha de esperança se acendeu.

Mas ele nadou direto por ela.

Ele alcançou Kaila, que estava espirrando e gritando dramaticamente, e a puxou para seus braços, nadando com braçadas poderosas em direção à margem.

Ele depositou uma Kaila ofegante na grama. Ela imediatamente começou a chorar. "Ela tentou me afogar, Bruno! Ela me puxou com ela!"

"Está tudo bem", ele murmurou, limpando a água do rosto de Kaila. "Eu te peguei."

Ele olhou por cima do ombro para Clara, que lutava para se manter à tona, sua força falhando.

"Você mesma causou isso", disse ele, a voz fria e distante.

Então ele virou as costas para ela, envolvendo Kaila com seu casaco, e a levou embora.

O coração de Clara, que ela pensava não poder se quebrar mais, se estilhaçou em um milhão de pedaços. Ele a estava deixando para morrer.

Sua última gota de força se esgotou. Ela afundou sob a superfície, a água escura se fechando sobre sua cabeça.

Ela acordou em uma cama de hospital. De novo. Estava se tornando uma visão deprimentemente familiar.

"Você tem muita sorte", disse o médico. "Um corredor viu você afundar e te tirou. Mais alguns segundos e teria sido tarde demais."

O médico olhou para o prontuário dela. "Precisamos contatar seu parente mais próximo. Seus pais?"

"Eles estão fora do país", mentiu Clara. Ela não queria preocupá-los.

"Seu namorado, então? Seu noivo?"

Ela hesitou, um gosto amargo na boca. "Ele está... também fora do país."

Nesse momento, a porta se abriu e Bruno entrou.

"Fora do país?", ele perguntou, a voz carregada de sarcasmo. "Por que você está mentindo, Clara?"

Ela encontrou o olhar dele, seus próprios olhos tão frios quanto a água do lago. "Você vai descobrir em breve que eu nunca minto, Bruno."

Ele ignorou suas palavras. "Meu pai ligou. Os convites para o seu baile de aniversário foram enviados. Ele quer que eu te lembre de não causar uma cena. Os nomes Gouveia e Barreto estão em jogo."

"Uma cena?", ela repetiu, a voz um monótono sem vida. "Que tipo de cena eu poderia causar?" Ela lhe deu um sorriso sem humor. "Você tem medo que eu suba no palco e implore para você se casar comigo?"

"Apenas se comporte", ele avisou, depois se virou e saiu.

            
            

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