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CAPÍTULO QUATRO (Cristtine Miller)
E ela está chorando e ela está morrendo para que você possa levá-la para casa. E ela não quer um espaço, ela só quer ser procurada e que você mostre que ela não está sozinha.
- Kathryn Dean, Told You So
Depois da minha conversa com o Enzo eu estava mais que decidida que nunca que ninguém mais estragaria a minha felicidade e que nem me sentiria mais culpada pela menor coisa. Todas as suas palavras e sua forma de se expressar, junto com a segurança que ele me passou me fizeram relaxar, e eu estava disposta a fazer o nosso melhor show hoje.
Quando Enzo saiu do meu quarto, acabei escrevendo uma música totalmente contrária daquela que eu estava compondo antes, não sabia ao certo o porquê, mas ouvir ele falando tudo aquilo sobre amor, ver aquele sorriso antes de partir me inspiraram a isso, a mudar a letra de uma canção sobre término a canções de um novo começo.
Então, quando a noite caiu, tomei meu banho e vesti o figurino daquele show. Um longo vestido azul marinho, com aberturas nas costas e pernas. Meu cabelo loiro preso em um rabo de cavalo, com minha franja em destaque no meu rosto. Minha maquiagem foi feita pelos meus styles assim como todo o resto.
Com mais confiança do que a última vez, eu saí do meu quarto e encontrei o Enzo também saindo do seu. Respirei fundo quando o vi. Ele usava uma camisa preta com as mangas levantadas até os cotovelos, sua calça também preta. O cabelo castanho escuro penteados para trás, a barba perfeitamente bem desenhada. Era errado achar ele tão lindo como eu estava achando?
Assim que Enzo virou para fechar a porta, seus olhos me encontraram e um sorriso torto e preguiçoso brotou em seu rosto. Andei até ele.
- Uau. - Ele me observou quando me aproximei. - Você está tão... - Ele não conseguiu concluir e beijou minha bochecha.
Ele riu quando eu acabei me arrepiando com o toque de seus lábios em meu rosto. Eu conseguia ser bastante expressiva e isso sempre me deixava constrangida.
- Vamos? - Ele pôs a mão por volta da minha cintura.
Apenas assenti e descemos as escadas. Ao chegarmos fora do hotel, encontramos vários fotógrafos assim como vários produtores a nossa espera. Mas o barulho de gritos e flashs foram todos dissipados quando Enzo falou comigo.
- Está vendo aquela estrela ali? – ele sussurrou em meu ouvido, apontando para uma estrela que brilhava forte naquele céu escuro.
- Estou. Por quê? - Franzi a testa.
- Ela vai ser a nossa estrela. - Ele falou sorrindo.
- Nossa? Como assim? E por quê? - Perguntei em meios a risos, surpresa e estranhamente animada.
- Quando colocamos os pés aqui fora, ela brilhou de uma forma diferente. - Ele agora me encarava. - Ela talvez traduza tudo que vamos começar a conquistar começando desta noite.
- Nossa estrela. – Eu disse sorrindo e Enzo fez o mesmo.
- Enzo e Cristtine uma foto, por favor? - Um jornalista pediu.
- Claro. - Enzo falou me puxando firme para o seu lado.
Era estranho o que estava acontecendo comigo naquela noite. Não era a primeira vez que eu iniciava uma turnê, mas a felicidade e o nervosismo dessa vez eram totalmente diferentes.
✨
Estávamos no local do show e já podíamos ouvir os barulhos de milhares de pessoas dentro daquela arena.
- Em dois minutos vocês entrarão. - Viviane falou a mim e ao Enzo assim que estávamos atrás do palco.
- Está pronta? - Ele perguntou com um sorriso tão lindo que me fez corar e ele sorriu novamente.
- Estou. – Disse, por fim.
Mesmo com onze anos de carreira, o meu nervosismo sempre era igual ao meu primeiro show. Eu amava o meu trabalho! As expectativas, o frio na barriga. O calor humano que aquelas pessoas passavam para mim.
- Vai dar tudo certo! - Enzo pegou minha mão e caminhamos até o palco.
Enquanto as luzes se moviam e nos aproximávamos, mais gritos surgiam. E naquele momento, em que cada olhos daquelas pessoas brilhavam de um jeito único, eu vi que tudo valeu a pena.
- AMSTERDAM! - Enzo gritou fazendo o público ir à loucura.
✨
Duas horas depois de um show foda e impecável, nós saímos do palco e voltamos aos nossos camarins.
- Uau. - Enzo se jogou numa cadeira. - Acho que foi o melhor show que fiz em toda minha carreira. - Ele soltou a respiração.
- Arrisco dizer que foi um dos meus também. - Bebi um pouco de água.
Enzo concordou comigo e me encarou. E ele me olhava de uma forma tão desconcertante que eu daria tudo para saber o que se passava em sua mente enquanto olhava daquela maneira para mim.
- Um minuto! – Enzo me surpreendeu quebrando sua troca de olhares comigo e saiu do nosso camarim.
Eu ainda estava em êxtase. Cada minuto daquele show, cada música entoada na nossa voz me fez desejar ainda mais os próximos. E eu estava pegando o meu celular para descobrir qual era o feedback dos nossos fãs.
- Cristtine? - Enzo voltou minutos depois e tirei minha visão da tela do celular.
- Sim.
- Eu já estou indo. - Ele avisou.
- Já? Mas... – E então a ficha caiu, disfarcei meu desgosto. - Ah, sim. Boa noite. - Sorri.
E ele seguiu.
E sim, eu poderia estar tirando fotos com cada fã meu ali naquela altura do tempo, mas ao contrário disso, eu também voltei para o hotel. Subi dessa vez pelo elevador e foi insuportável ouvir certos barulhos no quarto do Enzo. Mas então, entrei no meu quarto e quando percebi eu estava chorando agarrada ao meu violão.