Capítulo 7 All Of The Stars

CAPÍTULO SETE (Enzo Cooper)

Você pode ver as estrelas de Amsterdã? (...) Então abra os olhos e veja o modo que os nossos horizontes se encontram e todas as luzes vão te guiar pela noite comigo.

- Ed Sheeran, All Of The Stars

Caralho! Eu precisava dela, eu precisava beijá-la por completa. Eu nunca senti tanta vontade de ter uma mulher daquele jeito e isso só me deixava extremamente excitado. E me fez esquecer qualquer promessa estúpida que eu havia feito para mim.

Beijar Cristtine, tê-la envolvida em meus braços era como estar com algo extremamente delicado e de grande valor em minhas mãos. Quando eu a vi pela manhã, seus olhos estavam enfurecidos e cheios de palavras não ditas. Um lado meu, que até então não aparecia, foi mais forte e me fez beijá-la daquele jeito. E eu queria levá-la para cama, mas então lembrei-me com quem eu estava e era a Cristal e não outra pessoa que eu mal conhecia, por isso eu deixei aquele quarto rapidamente. Não poderia fazer nada que eu pudesse me arrepender depois.

A noite havia caído e eu estava terminando de compor e ensaiar uma nova música quando alguém bateu em minha porta. Me levantei do sofá e fui abri-la.

- Cristtine. – Sorri.

- Enzo. - Ela falou sorrindo também e mexendo com as próprias mãos. - É... Você está ocupado?

- Não, não estou. - Eu continuava a sorrir enquanto a via corar.

Aquilo era divertido. A vergonha que ela sentia em me dirigir o olhar e a maneira que ela tentava medir cada palavra.

- É porque estou sozinha no meu quarto, e eu não gosto de me sentir só principalmente numa noite fria e bonita como esta. - Ela olhou para os seus pés. - E eu vim aqui para gente conversar, caso esteja livre. – Ela acrescentou rapidamente.

Não falei nada até Cristtine levantar os olhos para mim novamente.

- O que foi? Ah, para de sorrir. - Ela desviou os olhos de novo e eu segurei uma gargalhada.

- Não, Cristal. Não estou ocupado. E sim, podemos conversar. – Eu disse, por fim.

Um sorriso lento brotou em seus lábios vermelhos, e eu desejei beijá-los de novo e de novo.

- Bom, aqui no meu quarto? – tentei, abrindo a porta mais um pouco.

Cristtine engoliu em seco e observou o quarto pelo espaço que sobrara da porta para em seguida olhar para mim e corar novamente.

- É melhor não. - Sorriu nervosa.

- Eu não vou tentar nada com você. – Fui sincero porque notei medo em seus olhos.

- Eu sei, caso eu também não quisess.. hum... – Cristtine balançou a cabeça rapidamente e mordeu o lábio.

- E o que você quer? – insisti.

Era divertido vê-la assim. Cada segundo melhor que outro.

- Nada, eu só estava pensando alto. – Cristtine ergueu a voz. - Nós podemos dar uma volta? A noite está muito bonita e desde que cheguei aqui não sair para passeio. – Ela disse, mantendo a sua plenitude de lei.

- Umas voltas pelas ruas de Amsterdam. - Repeti sorrindo entrando em meu quarto e pegando minha jaqueta.

- Vamos. - Ela sorriu quando eu voltei para perto dela e nós descemos.

Chegando no térreo do hotel, eu pude ver a Viviane.

- Aonde você vai? – minha empresária sibilou para mim com os olhos em fúria, e eu apenas sorri pra ela.

- Para onde você quer ir? – eu perguntei assim que chegamos fora do hotel.

- Qualquer lugar. - Cristtine sorriu de uma forma tão bela que fez aquela noite se tornar fichinha.

Depois que Cristtine e eu andamos pelas ruas culturais de Amsterdam, fomos até um parque e nos sentamos ali, observando um lago em nossa frente com a imagem da lua em suas águas transparentes.

Nós tivemos um passeio agradável, sem a presença de um silêncio constrangedor porque estávamos falando sobre nossas visões de mundo e aquilo era divertido, tudo que saía da boca de Cristtine era encantador. E depois de caminharmos, tentando o máximo fugir de qualquer pessoa com câmera, nós finalmente encontramos um destino e estávamos sentados ali.

- Acho que essa é a melhor cidade que já tive o prazer de conhecer. – Cristtine comentou enquanto vimos as luzes das estrelas refletidas naquela água.

- Nunca tinha vindo aqui? – eu fiquei curioso.

- Não. – Ela balançou a cabeça e fez um biquinho.

- Eu já vim antes. – Eu disse, simplesmente.

- Claro, você tem mais anos de carreira que eu. – Cristtine deu de ombros e virou a cabeça para me encarar.

- Está me chamando de velho, Cristtine Miller? - franzi a testa, enquanto mordia a minha própria língua.

- Não. – Cristtine sorriu ainda mais. – Bem, é claro que você conhece essa cidade, já que você viveu por todo esse continente aqui. – Ela corrigiu.

- Melhorou. - Sorri para ela e continuei a lhe admirar. A luz do luar a deixava tão... - Se as estrelas fossem tão lindas quanto você, eu passaria noites em claro olhando para o céu. – Eu acabei falando enquanto uma estrela cadente passava através de nós.

Cristtine corou da forma mais linda e sexy que alguém poderia imaginar e tentou disfarçar um sorriso enorme que queria aparecer em seu rosto.

- Você não pode falar isso. – Ela disse.

- Claro que posso, você é linda. – Contestei.

- Comparado as estrelas? – ela arqueou sua sobrancelha. - Você gosta mesmo desses astros.

- Tenho meus segredos com elas. – Eu disse a Cristtine e encarei o céu infinito e escuro.

- E cadê a nossa estrela? – ela perguntou em diversão.

- Hum... - observei o céu naquela constelação emersa e brilhante. – Ali. - Apontei para a estrela que brilhava forte e bem alto.

- Uau. – Cristtine esticou o pescoço para poder ver melhor. - Podemos escolher um nome?

- Já tem. – Eu sorri, enquanto um v se formava em suas sobrancelhas. - É Cristal.

Cristtine sorriu me deixando em total desejo em um transe das infinitas coisas que eu queria fazer com ela.

- Quando fez isso? – Cristtine me fez outra pergunta.

- "É apenas outra noite e estou encarando a lua" – cantarolei, a deixando sem resposta.

Mas em vez de insistir naquele assunto, Cristtine sorriu e continuou a música que eu estive cantando.

- "Vi uma estrela cadente e pensei em você" – ela olhou em meus olhos revelando a profundidade que os seus tentava ocultar.

- "Cantei uma canção de ninar, na beira d'água e soube... "- e dessa vez, Cristtine me acompanhou ao entoar. - Que se você estivesse aqui, eu teria cantado para você."

Sua voz era doce, o mesmo timbre forte e irreconhecível até de longe.

- Eu estou aqui. – Eu disse.

- E eu estou cantando. – Cristtine me indicou o óbvio me fazendo sorrir.

            
            

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