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Capítulo 10 Curiosa sobre tudo

Capítulo 11 Caricias no ego


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Harrison Hendrix
Do lado de fora vi a chuva castigando a cidade. Tudo era silêncio. Um silêncio agradável, que engolia tudo que não fosse o barulho da chuva. Não havia veículos na rua a essa hora, não havia ninguém, nada. Era só a chuva batendo por todos os lados. Quebrado apenas pelas batidas desesperadas na minha porta.
Bom parece que sim, tem alguém na rua a essa hora!
Olhei para ter certeza de que estava vestindo alguma coisa apresentável e segui até a porta, e imagine a minha surpresa de ver minha parceira jovem, gostosa e molhada na minha porta, segurando pizzas congeladas em uma mão e um pack com minhas cervejas favoritas na outra.
- O que você faz aqui? - Perguntei ainda entre a porta e ela que sorria sem graça - Eu trouxe o jantar - Disse levantando as coisas que tinha em mãos - Não vai me deixar entrar? - Senti a minha cabeça latejando em antecipação, foi só então que notei que tinha um arquivo embaixo do braço dela, assim, a deixei passar.
Parada, no hall, ela esquadrinhou a casa com os olhos atentos, - Porque está aqui, Hayes? - Chamei sua atenção novamente, tirado ela de seu mapeamento da minha casa. - Você tem uma bela casa - Disse - Responda a maldita pergunta, droga - rosnei parando na frente dela e notando que seu corpo pequeno estava encharcado, essa mulher não tem um pingo de autocuidado (?)
- Eu precisava falar com você - Disse me encarando ainda parada no hall de entrada. Peguei as coisas que ela tinha nas mãos com uma careta - Tire a roupa - Me virei ignorando o olhar de terror dela, como eu era um cretino naquela cabecinha linda. Sorri - Você está molhando toda minha casa com esse moletom pesado de água - Ela me encarou e suspirei irritado - O que foi, nunca ficou de sutiã na frente de um homem que não vai te comer? - Perguntei e vi ela revirar os olhos - Não tenho nada por baixo do moletom - Responde como se eu fosse um idiota e eu tive que engolir seco.
- O banheiro na segunda porta à esquerda, tome um banho quente e vou te trazer algo para vestir - Joguei para ela um tapete e ela tirou os coturnos pesados, sob o meu olhar curioso, se livrou da calça jeans também deixando no hall e correu escada a cima na direção que indiquei.
Ouvi a porta bater e imaginei que levaria um tempo para ela sair de lá, fui até a cozinha deixar o "jantar" e subi pensando no que eu faria com a mulher no meu banheiro. Peguei uma camisa preta como a que eu estava usando e uma samba canção nova que ganhei de aniversário, era horrível, mas nela acho que ficaria bem - toc toc - bati na porta como um aviso, mesmo ela estando entreaberta, sorri ao perceber que ela confiava em mim, era bom.
- Vou entrar, tudo bem? - Perguntei parado do lado de fora, demorou alguns segundos para ela dizer que tudo bem e entrei. Pude ver a silhueta dela pelo box com vidro temperado e fosco, - Tem roupas limpas aqui, vou te esperar na cozinha - Peguei seu moletom molhado e sai de lá antes que ela respondesse. Coloquei a pizza na geladeira e tirei uma torta de frango que seria meu almoço de amanhã e coloquei no micro-ondas a tempo de vê-la descendo pela escada vestindo minhas roupas, minha camisa que cobria até a metade das suas coxas, e parte da cueca com uma estampa que me fez rir.
- Selvagem a sua cueca - disse entrando na cozinha e mostrando a samba canção com a estampa de zebra. E puta que pariu, ficava realmente bem nela! Me demorei um pouco mais do que deveria admirando as pernas bem torneadas, bronzeadas e firmes, dessa vez o micro-ondas quem me trouxe de volta. - Sente-se - Apontei a banqueta alta na frente dela - Sua casa é linda - disse admirando a cozinha e depois me encarando como se eu fosse um estranho quando coloquei a torta na sua frente - Você cozinha? - Sorri - Não, tenho uma "governanta" que prepara as minhas refeições e congela. - Disse colocando a palavra entre aspas, porque, na verdade, Jenna me obrigava a apresentá-la assim.
Ela me encarou um pouco sem graça, e os olhos sempre tão acesos estavam um pouco pesados como o clima do lado de fora - Eu trouxe pizza. - Anui e sentei do outro lado da bancada, - Coma - Apontei o prato e a vi começar a devorar a comida como se fosse a melhor coisa do mundo. Jenna vai gostar de saber que sua torta tem uma fã, pensei.
Servi um copo de suco de laranja e notei que ela parecia realmente uma criança perdida, me perguntei novamente que tipo de ideia estúpida foi essa de vir aqui - Você está me encarando - Disse tirando a cara do prato e encarando de volta - Estou curioso para saber o que faz na minha casa. - Disse a verdade. Ela suspirou e afastou o prato vazio - Onde está o arquivo que eu trouxe, acho que pode haver algo por onde possamos começar. - Disse olhando em volta e me pegando completamente desprevenido.
- Você o quê? - Ela levantou e correu até onde largou o arquivo me fazendo admirar suas curvas que ainda eram visíveis na minha camisa gigante - Aqui, eu preciso falar com ela - Empurrou o arquivo em minha direção, apontando o nome de uma "informante confidencial" da qual eu nunca ouvi falar por que era informante do pai dela e não minha - Eu não a conheço - disse analisando os papéis - Você tirou isso do Hoover?
- Ela assentiu tomando um gole do suco na frente dela, eu poderia jurar que havia algo mais na história, algo que não estava me dizendo, então encarei ela que se encolheu um pouco na baqueta - Fala Hayes - disse em um tom autoritário que a fez tremer um pouco.
- Acho que precisamos de uma cerveja para essa conversa - agindo como se a casa fosse dela, foi até a geladeira e pegou duas cervejas e estendeu uma para mim enquanto se sentava do meu lado e eu pude sentir o meu cheiro nela, mas era melhor.
Me olhando com os olhos de cervo, um pouco apreensiva, um pouco assustada, e calada de uma maneira que eu nunca vi. Senti meus nervos aderem ao encarar a fragilidade dela, o que os olhos dela que sempre me incendiavam agora me deixaram nervoso. Eu queria ajudar, eu precisava por que ajudar a descobrir por que o pai dela foi morto naquele dia ajudaria a limpar meu nome no meu departamento, e isso era algo que eu me importava.
- Vem comigo - Levantei com a minha constituição que é o dobro da dela, mas que agora parecia que eu era algum tipo de monstro e ela uma fadinha indefesa e amedrontada. - Para onde vamos? - Perguntou enquanto obedecia e me seguia até o meu escritório - Aqui - Abri a porta e deixei que entrasse no meu espaço pessoal, meu mundo estava naquele escritório, e no momento eu estava pouco me lixando de dividir isso com ela.
Acendi a luz e ela foi capaz de ver todos os meus relatórios, minha preparação, minha pesquisa, minha estratégia, tudo estava ali, e eu já havia repassado todos e cada uma daquelas cenas na minha mente.