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Hülya respondeu rápido, coberta por um desespero que fazia tremer seus ossos "não diga isso, por favor, não nos deixe!", "prometa-me, prometa-me Hülya! Ande" Inquiriu Kevser sobre o olhar conturbado. Sem ao menos titubear Hülya prometeu "É claro!! Eu já os tenho como meus legados, eles são meus, assim como seus, mas por favor não diga isso", implorou ela.
"Atakan cuide dela, por favor! Cuide de Hülya, como sempre cuidou de mim" disse Kevser, no momento em que os aparelhos começaram a apitar. Kevser estava tento uma parada cardíaca, Hülya foi retirada imediatamente do quarto. E os procedimentos começaram a ser executados.
Nenhum curso, nem mesmo o de medicina, nem as mortes que já havia presenciado preparou Atakan para aquele momento. Um grito do fundo da alma ecoou, por toda ala do hospital, Kevser havia falecido a poucos instantes.
Hülya assentou-se ao chão, com as mãos entre o rosto, até quando sua vida se limitaria somente a percas e maldições. Poucos minutos a cama Atakan saía da UTI, ele a viu ali despedaçada, tanto quanto ele. "Hülya venha comigo para o quarto não fique aí" disse ele com a voz embargada.
Hülya caminhou em silêncio e assim foi o resto dos dias, e da semana, havia um luto sobre eles, uma dor angustiante devido a partida de Kevser. A impossibilidade de comparecer ao funeral, devido a sua convalescência deixou Atakan ainda mais arrasado, Kevser foi enterrada imediatamente após seu falecimento.
Semanas após o acidente Atakan havia sido informado que receberia alta hospitalar, mas a recuperação ainda seria por volta de uns seis meses a um ano alertou o ortopedista que se encarregou de seu caso.
Hülya garantiu, prometendo a toda equipe que Atakan se recuperaria e voltaria para o hospital. Se encarregando ela mesma pelo seu cuidado, e assim ela o fez. Antecipadamente preparou todo o quarto para recebê-lo. Poucas palavras eram trocadas.
Kerem perguntava pela mãe cada vez menos, pois o carinho de Hülya e o cuidado de todos os funcionários da fazenda o fazia esquecer, diminuindo assim o sofrimento. Yeliz sofria, mas de forma instintiva, sentia falta da mãe, pois ainda era um bebê.
Mas ela havia estabelecido um laço muito forte com Hülya, e com o tempo sua rotina normalizou-se, Yeliz não possuiria memórias de sua mãe, porém, Hülya jamais deixaria a história de sua amiga morrer na memória de seus pequenos, faria de tudo por eles.
Naquele fim de tarde, ambos chegaram a fazenda e aguardavam o fisioterapeuta para uma consulta. A reabilitação não seria fácil, precisavam impor uma rotina. E assim aconteceu, o fisioterapeuta e os médicos, os instruíram de como seria o cuidado com Atakan, como move-lo, deita-lo, o modo correto de usar o sanitário, pois já o fazia.
E Hülya observava as instruções atenta, enfim terminado o exercício e as instruções, os médicos partiram, Hülya se despede os levando até porta, como uma boa anfitriã. Mesmo com todos os receios e medos, era hora de reagir e cuidar de quem havia cuidado dela no momento mais difícil de sua vida.
Já era tarde, todos já haviam feito a última refeição e enquanto o fisioterapeuta o consultava realizando a última sessão de fisioterapia, ela colocava as crianças para dormir, tudo estava sobre controle, menos sua ansiedade e sua insegurança. "Como cuidaria de um homem como Atakan?!" Questionava-se dentro de si, envolta em seus pensamentos.
Atakan era um homem alto e magro, com ombros largos, com o físico levemente desenhado. Era nítido que praticava algum tipo de exercício físico, de cabelos claros bem cortados e penteados. Seus olhos eram em um tom de azul quase irreal, como o céu em um dia ensolarado. Seu semblante era calmo, com uma expressão tranquila e um sorriso perfeitamente branco. Realmente Atakan era um homem muito belo, assim como Kevser e seus filhos, a mistura e a genética foram perfeitas.
Hülya caminhou até o quarto de Atakan para conversarem. Agora ela era responsável por ele, e já de início precisa ajudá-lo com o banho. Dando leves batidas na porta anunciou sua chegada, e quando ouviu um entre, adentrou ao lugar, respirou fundo, travando o ar nos pulmões, abrindo a porta disse "vamos! Eu vim te ajudar a tomar banho!" Atakan surpreso manteve o silêncio, e ele era constrangedor e havia pairado pelo local.
"Não me diga que está com vergonha!" Disse ela tentando quebrar o constrangimento entre eles "Fique tranquilo você não será o primeiro homem que eu vejo nu, e espero que não seja o último" disse rindo, tentando descontrair o ambiente. Mas de forma seria se voltou para ele dizendo "Nesse momento Sr. precisa de ajuda, e eu irei ajuda-lo! Mas não será por muito tempo, logo o Sr. estará completamente recuperado. E eu não o verei completamente nu fique tranquilo." Disse ela no ato de ir ao banheiro para ligar o chuveiro.
Aos poucos ela interagia com ele o deixando mais confortável com que ouvia "Sr. Atakan, faremos assim, eu vou te ajudar a levantar, pois, não pode colocar todo o peso no quadril. E vou te ajudar a entrar no banheiro, que foi adaptado a sua altura, com barras de sustentação." Enquanto falava, o preparava para o banho.
"Eu vou te ajudar a despir, primeiro a camisa e depois, depois a calça, então eu vou te levar até o banheiro e te colocar na cadeira de suspenção inclinada, onde Sr. conseguirá fazer sua higiene intima sozinho como de costume." Disse ela em um engasgo, com a face e chamas.
Concluiu com um olhar tímido, "Porém, o Sr. fará essa higiene de cueca. Ok?!" Ele apenas assentiu com a cabeça. "Posteriormente quando tiver terminado, Sr. me chama, te envolvo na toalha, que é bem cumprida, e depois retiro sua cueca e subo outra, sem ver nada por baixo da toalha. Ok!? E depois terminaremos de te secar e colocarei uma roupa confortável no Sr.!" Disse ela enquanto lentamente o encaixava na cadeira inclinada no box do banheiro.