/0/2666/coverbig.jpg?v=0e04d4d6483a5b7e4f4a70bc2415231b)
Anos se passaram, e irmã Piedade ainda guardava na lembrança da chegada dela com a bebê nos braços a tempos atrás. A bebê se chamava Şimal, que na cultura significava Estrela do Norte. Aos poucos a menina ia crescendo à medida que se passavam os anos.
Por diversas vezes Atakan e Kevser foram a Abadia na intenção de adotarem a menina. Tudo aconteceu naquele mesmo ano, o casal foi recebido na Abadia e como Hülya já havia informado irmã Piedade a havia levado. Na primeira visita ao local, imediatamente encontraram a bebê nos braços de Piedade, reconheceram a semelhança com Hülya, esboçaram então o desejo de adota-la.
Porém, irmã Piedade havia se afeiçoado a menina, frustrando qualquer aproximação de uma possível adoção, posteriormente com o tempo ela seria rejeitada pela idade, era o que a freira desejava do fundo de sua alma. Kevser entendeu que a irmã não cederia, quando voltou da Itália relatou o ocorrido a Hülya todo ocorrido.
Hülya vestiu-se às pressas e foi ao mosteiro, precisava falar com Mariah, já sabia o nome de sua preciosidade era Şimal, e com o apoio do Atakan e Kevser estava disposta a buscar sua princesa se fosse possível no fim do mundo. Era final de ano quando os três se dirigiam ao mosteiro ao norte da Turquia, na região de provinciana de Trabson.
A ansiedade corria por suas veias feito veneno. Naquela época, tentaram de tudo, em conversa com a madre superiora, a resposta foi fria e cortante, uma vez que a criança foi deixada, dada ou abandonada não havia volta. Os laços haviam sido quebrados naquele momento, e talvez a bebê já tivesse sido até mesmo adotada.
No momento em que Kevser ia falar sobre a irmã Piedade Atakan a deteve, amparou Hülya, e fez um sinal para que Kevser se retirasse juntamente com ele da sala. Mesmo confusa ambas as mulheres o seguiram. Atakan conhecia muito bem os rituais dos mosteiros, eles viviam de donativos e ajudas, que na maioria das vezes eram de pessoas que haviam adotado as crianças do lugar.
Também alertou que devido a pressão eles podem mandar Şimal para outro lugar dificultando a localização. Como Hülya ainda é menor de idade era perigoso realizar qualquer viagem internacional com a jovem. Sendo assim eles acompanhariam por visitas constantes a Abadia, acompanhando o crescimento da menina, até que Hülya pessoalmente pudesse ir.
Hülya assentiu com o plano, quando ao olhar para o lado viu a irmã Mariah se aproximando, não conteve as lágrimas, correndo ao seu encontro se aconchegou em seus braços, "não chore menina! Não chore! Eu sei de tudo que está acontecendo", irmã Piedade havia contado por carta que havia se apegado a menina, e só a entregaria a Hülya, a protegeria de uma adoção, pois, consequentemente a menina iria para muito longe.
Hülya chorou ainda mais, "Irmã por favor, não comente com irmã Piedade que me viu ao menos por enquanto, não tenho documentos para viajar e ainda sou menor de idade para tira-los", respirou pausadamente, "quando tudo estiver bem, eu a levo comigo a Abadia e juntas vamos buscar minha bebê".
Hülya conta como o jovem casal era indispensável em sua vida, que pretendia voltar a estudar, e que seria uma boa mãe a Şimal. Mariah abraçou forte Hülya, deixando as lágrimas escorrem por sua face, "menina todos os dias eu rezo por sua vida, sabemos que somos de religiões diferentes, com credos e diferenças, mas nosso Deus é único. E eu sinto que tudo dará certo. Agora eu preciso ir, estou atrasada para o devocional e penitências", despediu-se de todos e caminhou pelos longos e frios corredores do mosteiro.
Os três voltaram para a casa em completo silêncio, Hülya dormia e o coração de Atakan doía dentro do peito diante da situação daquela jovem. Kevser meneou a cabeça, como que se dissesse a ele que tudo ficaria bem. Ao chegar em casa Hülya despertou-se do seu sono, havia ficado muito tempo fora, e lá da sala podia ouvir o choro languido de Yeliz. Ela caminhou a passos largos, sob o olhar intrigado de Atakan e o sorriso de Kevser.
Atakan perguntava o que havia acontecido que ele não sabia, Kevser explicou que Hülya estava a alguns dias amamentando Yeliz, ela havia permitido, o médico sorriu para esposa, enlaçando-a em um abraço. "Preciso de um banho" disse ele com um sorriso.
Kevser preparou o banho do marido e saiu para fiscalizar o jantar, enquanto Atakan tomava um banho quente e relaxante. Já vestido, em meio ao silêncio da casa, ele decide passar pelo quarto das crianças e a cena que viu aqueceu seu coração, ao tempo que fez subir de sua espinha um arrepio quente.
Hülya distraída acariciava Yeliz, que havia dormido com seu seio na boca. Ambos os seios estavam expostos, a menina se alimentava dos dois, Hülya produzia muito leite fazendo com que menina dormisse a noite toda saciada pela mamada.
A visão que Atakan teve era de completa pureza, misturada a beleza daquela jovem mulher. Repreendeu o pensamento e caminhou para sala de jantar, logo em seguida a própria Hülya, descia para fazer a refeição junto a família. O clima era ameno e tranquilo, depois de tudo que passaram aquele dia Hülya já estava mais calma sabendo que irmã Piedade a protegeria.
Não havia muito o que fazer naquele momento, o ideal agora era esperar até que ela completasse a maioridade e tirasse seus documentos e buscar sua menina. O tempo havia passado tão rápido, que mal percebeu que Şimal logo faria um aninho de idade. Hülya já havia escolhido o curso que faria e tudo caminhava muito bem, até o fatídico dia.
Kevser e Atakan decidiram viajar a Itália, ficariam uma semana. Eles iriam a Abadia, levariam brinquedos para as crianças, e prometeu a Hülya uma foto de Şimal. E assim ocorreu, ambos viajaram, posteriormente a visita a Abadia o casal descansaria uns dias na Itália, o casamento precisava de atenção e carinho. Mas combinaram de se comunicar por celular, enviando as fotos assim que desse para Hülya.