JUSTIÇA
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Capítulo 3 ENFIM O CHORO

Aos poucos o médico distraído adentrava ao quarto, e imagem daquela jovem de pé sobre a janela, pronta para pular o desesperou. Jogando o prontuário sobre a cama, a alcançou antes que fosse tarde demais.

Puxando ela para si a segurou, salvando-lhe a vida. Ainda de olhos fechados, a jovem não acreditava que seu plano de pôr fim ao seu sofrimento havia fracassado. Se dando conta que agora estaria sob constante vigilância de toda equipe médica do hospital.

Por fim, não suportando mais, a jovem chorou, um choro desesperado, incontido e aflito. Toda sua vida e todas as suas escolhas passaram diante dos seus olhos. Compadecido pela situação da jovem, o médico aproximou-se serenamente e a abraçou.

Acalentando-a em seus braços, a jovem menina desamparada e desprotegida. "Chore! Coloque toda tristeza para fora. Isso, chore, pois, trará alivio a sua alma!" Disse o médico a ela.

O choro alto foi ouvido pelos corredores do hospital, os soluços de desespero, as abundantes lágrimas salgadas que caiam livremente pela face daquela jovem mulher. Seu lamento era ouvido por toda a ala, os demais médicos e os enfermeiros, lamentavam-se compadecendo com aquela dor. Uma dor que insistia em doer, latejar, sangrar initerruptamente, na qual não se tinha cura e nem tratamento.

Aos poucos o choro foi sessando, mas a amargura nos olhos da moça era evidente, quem quer que a olhasse, conseguia sentir em suas entranhas as dilacerações da alma que traziam aquela menina, que se tornou mulher tão cedo, experimentando as dores e as angustias da maturidade.

Depois de reconforta-la, achou por bem ele, administrar um sedativo, para que ela pudesse dormir e assim relaxar, só acordando no dia seguinte. Enquanto isso o médico se reunia com a equipe, relatando o quadro da paciente, porém, focado em ajuda-la de alguma forma.

Do contrário o destino daquela mulher ainda frágil, já estaria traçado nas ruas da grande Istambul. Pois, era ali a sina de todas mulheres, jovens e meninas que precisavam sobreviver em um mundo cruel e machista, a qual era ditado pela sociedade.

Naquela manhã caótica, a jovem despertava aos poucos do longo estado de inconsciência que teve desde do dia anterior, o que mais queria era que tudo aquilo tivesse sido apenas um pesadelo, um maldito sonho. Mas ao abrir os olhos constatou o que mais temia, estava em um quarto de hospital, tudo havia sido real.

Os seus olhos percorreram todo o ambiente, até se chocarem com uma jovem mulher, linda, de olhos castanhos e pele branca, vestida com cetim rosa discreto, com detalhes em dourado, inteiramente coberta da cabeça aos pés por um hijab extremamente belo e luxuoso.

Seus olhos demonstravam carinho e amor. Suas feições eram angelicais, e calmas ao fitar a jovem que acabava de acordar em seu leito. Em seus braços a mulher trazia uma bebê, de apenas alguns meses de vida, e agarrado a sua perna esquerda um menino de aproximadamente uns três anos de idade. E ao lado dela seu médico encostado na parede, ambos a fitado em silêncio.

Até que a ilustre visitante aproximou-se quebrando a quietude do ambiente dizendo, "Olá! Meu nome é Kevser, esse é Kerem e a bebê se chama Yeliz" o médico se aproxima de Kevser e a segura pela cintura dizendo "essa é a minha família. Contei a Kevser sobre você, e ela quis te conhecer, nós queremos muito te ajudar. Claro! Se nos permitir!" Disse ele com um sorriso no rosto e um olhar terno.

A jovem se endireitava na cama, já sentada, estava mais calma e lucida, seu desejo de viver havia se acabado, mas aquele anjo em forma de mulher trazia talvez, uma luz ao fim do túnel para aquele corpo seco e sem alma.

Kevser se aproximou lhe tocando as mãos, enquanto lhe olhava nos olhos dizendo, "Atakan me contou o que houve, você está bem?! Como se chama?!", embora ainda assustada, a jovem confiou no olhar daquela mulher que estava a sua frente, mesmo sem nenhuma vontade, iria tentar, Dr. Atakan havia feito muito por ela, e ela devia ser grata por tudo quanto ele havia realizado em sua vida.

Depois de hesitar por um momento a jovem dos olhos verdes decide interagir, respondendo as indagações da mulher a sua frente. "Olá! Meu nome é Hülya. Ainda não posso dizer que estou bem, não é verdade doutor? Queira me perdoar por ontem, devo ter o deixado preocupado" disse abaixando os olhos com pesar.

Kevser sorriu para ela, segurando seu queixo o levantou e disse, "não quero se sinta assim, nós queremos te ajudar, e eu quero saber se está disposta tentar?!", os olhos de Hülya vagaram pelo quarto, como se ela fosse transportada para outro lugar, flashs do que passou, passavam por sua mente, e uma lágrima escorreu em sua face, enquanto balançava a cabeça afirmativamente, aceitando a ajuda da mulher.

            
            

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