Capítulo 8 O ACIDENTE

Tudo havia ocorrido como o planejado. Atakan e Kevser viajaram a Itália. Juntamente com um fotografo, aproveitou o ensejo para tirar muitas fotos da Abadia. Fotos dos berçários, de cada criança individualmente, e uma foto no pátio com todos juntos.

Kevser reconheceu Şimal de longe, a menina era idêntica a Hülya. Atakan enviou as fotos para Hülya na Turquia, que se desmanchou, de tanto chorar tamanha a emoção, sua bebê já não era uma bebê pequena e frágil, era grande e gordinha, realmente lembrava ela quando pequena.

Hülya agradeceu ao casal aos prantos, e em uma chamada de vídeo mostrou as crianças, Kerem agarrado a ela, enquanto estava com Yeliz nos braços, tudo calmo como ambos deixaram quando saíram em viajem. Hülya estava feliz enquanto via as fotos, conversava com as crianças como se elas a entendessem tamanha era o seu contentamento em ver sua pequena Şimal.

Os dias passaram e chegou o dia em que Kevser e Atakan retornariam a Turquia. Já na segunda-feira o médico voltaria aos seus plantões no hospital local, e Hülya já havia começado a estudar, estava no primeiro mês do curso de Direito, graças a sua inteligência, a faculdade proporcionou, permitindo que ela terminasse o último ano do ensino médio, devido suas excelentes notas.

A sua cabeça estava ocupada e repleta de planos, até que uma notícia de uma tragédia havia tirado seu chão. Kevser e Atakan já haviam desembarcado na Turquia, e de carro estavam a caminho de casa, até que outro veículo se chocou a eles.

Hülya ao atender a ligação do hospital ficou paralisada, precisava ir ao hospital imediatamente, precisava vê-los, logo agora que acabou de encontrar uma irmã, uma família, Deus não poderia ser tão injusto ao ponto de tira-los dela. Logo agora que sua alma estava se recuperando e cheia de esperanças, eles não poderiam deixá-la só novamente.

Hülya pediu para que a cozinheira ficasse com as crianças, e pediu para que o motorista a levasse ao hospital. Toda a casa estava em choque, um temporal caia lá fora. O mesmo temporal que caiu na noite que deu à luz a Şimal. O coração dela saltava pela boca, ela cogitava não resistir a mais uma possível perda.

Em suplicas e aos prantos adentrou a emergência, todos a conheciam, "preciso saber do Sr. e Sra. Furkan, Atakan Furkan! Por favor! Dr. Atakan Furkan, e Sra. Kevser Furkan!!!" Perguntava desesperada, " a senhora é o que do casal?!" Questionou a recepcionista. Sem saber o que dizer se identificou como irmã de Kevser.

Dra. Çiçek reconheceu Hülya, fez parte da equipe que havia salvado sua vida. A médica a puxa para o corredor central levando ela até o casal. "Hülya querida, tudo bem?!" Perguntou ela, "tudo estava indo bem, mas agora já não sei. Como eles estão?!" Questionou Hülya aflita.

"Infelizmente o caso de Kevser é delicado, Atakan está fora de perigo, mas deslocou o quadril com impacto. Mas o estado de Kevser é grave, foi atingida diretamente pelo impacto, ela corre um alto risco de morte. Agora nesse momento ela está no centro cirúrgico, vou te levar até o Dr. Atakan, venha vamos!" disse a médica.

Çiçek indicou a porta, dando passagem, avisou que teria que ser rápida a visita. Pois, logo descobririam que ela não faz parte da família de nenhum dos dois pacientes e a situação ficaria complicada. Hülya adentra o quarto, Atakan estava imóvel enquanto olhava para o teto, ela avançou sobre ele lhe capturando um abraço.

Um abraço de alivio e afeto, os cabelos dela cobriram seu rosto em um perfume suave, trazendo calmaria aquela situação, uma lágrima teimou a cair, Hülya se levantou enxugando o rosto do amigo. "Kevser ficará bem, fique tranquilo." Disse ela segurando uma das mãos de Atakan, "Hülya eu não pude salva-la, ela está muito machucada" disse ele em meio as lágrimas.

"Acalme-se tudo ficará bem, Kevser é forte, agora descanse e não se preocupe com nada, agora eu preciso ir, eu não posso ficar aqui com vocês, logo me descobrirão, pois, para entrar eu disse que era irmã de Kevser, e ainda tem as crianças que não posso trazê-las e nem posso deixá-las sozinhas. Trouxe um celular e nós vamos nos comunicando por ele". Disse ela, se despedindo agitada.

"Obrigado Hülya! Obrigado pelo carinho com minha família" disse ele enquanto a segurava pela mão, causando um arrepio estranho da espinha até a nuca, parecia ser uma triste despedida, embora ele já tivesse fora de perigo. "Não se preocupe, não precisa agradecer, eu devo muito a você e a ela.

Agora preciso voltar, e colocar as crianças para dormir, e amamentar Yeliz para que ela durma a noite toda, assim que amanhecer eu volto, por favor peça para que libere minha visita" pediu ela, logo se despediu com um abraço e Atakan concordou com a cabeça, iria liberá-la para entrar e ficar com eles.

A noite foi longa, Hülya não dormiu, alimentou Yildiz e colocou Kerem para dormir, porém não descansou. Aguardava desesperada pelo amanhecer. Assim que o céu se preparava para receber o sol, Hülya já havia tomado banho, e retirado leite para Yeliz. Deixou instruções aos empregados e partiu novamente para o hospital.

Celine cuidaria das crianças, enquanto a esposa do motorista Sinam viria cuidar do almoço. E assim foi feito, Hülya foi apressada para o hospital, na recepção sua entrada já havia sido autorizada. Mas infelizmente Kevser ainda não tinha saído da sala de cirurgia, uma equipe de traumatologia, estava tentando colocar todos os ossos no devido lugar, aquela seria a primeira de muitas cirurgias que teria de fazer se sobrevivesse.