Capítulo 4 3- Princesa mandona.

Karol

Passei a mão na boca tentando limpar os vestígios do beijo, que cara mais idiota. Voltei pra mesa onde só o Magrinho estava sentado agora, me sentei do lado dele e fiquei mexendo no celular.

Não tinha mais nem sinal da Dayanna e daqui a pouco ia ter um pós festa no baile, coisas que eu não posso participar porque trabalho amanhã cedinho e depois vou direto pra faculdade.

Karol: Da pra você me levar lá em casa? – Perguntei pra o Magrinho.

Magrinho: Se despedir da Day primeiro? – Concordei.

Nos levantamos e fomos atrás da louca que fazia aniversário hoje, pra mim a festa foi paia. Noronha deu um jeito de estragar a minha curtição antes mesmo dela começar.

Encontramos a Dayanna em uma mesa com alguns envolvidos incluindo o irmão dela e por ironia do destino o embuste do Noronha.

Magrinho: Qual foi Day? Vou levar minha princesa em casa. – O olhar de reprovação do Noronha dizia muita coisa sem precisar de palavras nenhuma saindo da boca dele.

Xx: Tirou a sorte grande em Magrinho.

Karol: É, tirou mesmo. – Murmurei.

Dayanna: Leva a minha bebê em segurança e vê se volta amigo, nós vamos passar o rodo no baile. – Os homens sorriam com os comentários da Day.

Dayanna é a pessoa mais louca que eu já conheci e fiz amizade aqui no morro, ela jura aos quatro cantos do mundo que ela não é lésbica, mas não nega uma mulher também. Ela sempre anda com os amigos do irmão, a famosa tropa do mantém.

Karol: Tchau amiga. – Ela me deu um beijo no ar como resposta e eu sorri. A maluca já tava bêbada.

Virei as costas pra sair, mas quase bati de cara com as costas do Magrinho pela parada brusca que ele deu ao ouvir a voz do Noronha.

Noronha: Vou ter que reforçar o meu papo contigo Magrinho?

O Magrinho não respondeu, segurou na minha mão e saiu me arrastando pra fora de lá. Ele subiu na moto e me entregou o capacete sem dizer nenhuma palavra sequer.

Ele deu partida na moto em alta velocidade, na subida do morro ele empinou um pouco a moto ameaçando dar grau comigo junto.

Karol: Se você me matar eu volto e te mato! – Gritei. Escutei o riso alto dele e fiquei mais leve por saber que ele não tinha ficado com raiva, até porque eu não tinha culpa alguma.

Ele parou a moto na frente da minha casa, desci e entreguei o capacete pra ele.

Magrinho: Me chama pra entrar mal agradecida.

Karol: Quer entrar Magrinho? – Ele concordou e eu revirei os olhos.

Magrinho: Revira essa porra enquanto tiver me dando, de preferência de quatro novinha.

Nem respondi, tirei a chave de casa do bolso e abri a porta, dei espaço pra ele entrar e fechei. Passei direto pra o meu quarto, troquei de roupa vestindo um pijama, liguei o ventilador e me deitei na cama.

O Magrinho apareceu na porta do quarto, ele sentou na cama, tirou o sapato e se deitou do meu lado. Peguei o controle da televisão e liguei colocando na Netflix.

Magrinho: Essa marca vermelha no teu pescoço? Soube que a Aline tá doidinha pra virar cabeleleira mesmo pô.

Que culpa eu tive? Não é como se eu estivesse atrás do Noronha, nem pedindo pra ele ficar igual um cachorro atrás de mim.

Karol: Então avisa pra o seu chefe parar de ficar atrás de mim, essa vermelhidão aqui não foi safadeza não, o filha da puta já me enforcou duas vezes. – Ele riu negando. – O que ele disse que ia reforçar contigo?

Magrinho: O Noronha mandou o papo de que não quer nenhum mano atrás de tu, muito menos eu. – Agora pronto, ganhei um pai. – Aposto que ele não fez pra te machucar não, tá ligada? O cara tá doida atrás de tu, é capaz de que se tu pedir pra ele ficar de quatro na tua frente ele fique.

Meu maior medo é me perder assim e o morro inteiro me taxar como amante. Não que eu ligue pra opinião de quem nem olha na minha cara direito, eu quero mais é que todo mundo se foda. Mas eu também quero parar em um canto só e ter filhos com alguém que seja fechamento, no final é uma das minhas maiores vontades.

Comecei a lembrar de mim e do Noronha no banheiro, o tesão que me deu enquanto ele apertava o meu pescoço enquanto me beijava. É uma pena mesmo que ele seja casado e tão filho da puta ao ponto de trair a mulher que tem em casa.

Karol: Como a mulher dele é? – Fingi o mínimo de interesse possível, mas eu tava doida pra saber.

Magrinho: O contrário de tu, loira, toda siliconada e gostosinha até pô, mas é chata pra caralho. Sem visão, tá ligada? – Concordei. – Tá querendo saber como é a fiel do teu amante? Tua piranha.

Joguei uma almofada na cara dele. Dei Play no filme que eu tinha escolhido na televisão e me concentrei na abertura com o maior tédio do mundo.

Karol: Você me chamou de princesa, nojento.– Murmurei.

Magrinho: Tu é uma princesa. – Sorri. – A fiona pô.

Karol: Pia pra isso que peste.

Assistimos o sono até eu começar a ficar com sono, olhei a hora no celular vendo que já era uma da madrugada. E pensar que de sete e meia eu tenho que sair pra trabalhar. Coloquei alarme e me virei pra mandar o Magrinho embora, mas a peste já estava dormindo e eu fiquei com dó de acordar.

Me levantei e peguei outro cobertor, cobri ele e voltei a me deitar. Não demorou muito pra eu pegar no sono.

[...]

Acordei com a merda do despertador tocando, desliguei e me levantei. O Magrinho não tava mais na cama, acho que já foi embora. Passei direto pra o banheiro e escovei os meus dentes, lavei o rosto e fui até a cozinha.

A cena foi forte, o Magrinho sentado na minha mesa com uma bolsa de pão, uma xícara de café, com queijo e mais mil e uma coisas tomando café.

Karol: Você tá querendo me pedir em casamento? – Ele sorriu. – Até café fez, é feio, mas não é inútil.

Peguei uma xícara no armário e me sentei com ele, comecei a tomar o meu café. Sempre nas pressas pela hora.

Escutei a batida na porta, parecia mais que a pessoa estava tentando arrombar a porta. Me levantei já irritada e fui o caminho da mesa até a porta xingando a pessoa, abri a porta dando de cara com o Noronha.

Noronha: Xinga mais desgraça, tá achando bonito? – Ele me empurrou e entrou dentro da minha casa.

Karol: Tá achando que aqui é cabaré pra você entrar assim?

Noronha: Tu tá em uma das minhas casas, no meu morro. Abaixa essa tua bola e fica na tua. – Ele se virou e deu de cara com o Magrinho sentado na mesa, o filho da mãe não tava nem aí, só pensava em comer. – Tá fazendo o que aqui essa hora otário?

Magrinho: Eu dormi aqui.

Vi o Noronha tirar a arma da cintura e caminhar em direção ao Magrinho, corri e fiquei na frente dele. Mordi os lábios nervosa e com o cu trancado de tanto medo.

Noronha: Eu te avisei, não avisei não? Karol: Você não vai matar ele aqui, não o único envolvido que olhou pra minha cara antes de olhar pra minha bunda. Enfia a arma na boca e atira se tiver com tanta vontade de matar alguém assim.

Noronha: Fala de novo!

Karol: Eu falei pra você escutar, não pra você gravar.

Magrinho: Vamos parar com a dr casal. – O Magrinho se levantou e veio até a gente. – Consideração máxima pela fiona aqui. – Ele apontou pra mim. – Não comi não, não que eu te deva satisfação também até porque ela é solteira.

Noronha: Eu tô te dando muita liberdade filha da puta, tua sorte é a consideração que eu tenho por tu.

Magrinho: Bora pra boca.

Noronha: Se liga na tua caminhada mandada, de noite eu venho te buscar pra gente dar um pião.

Karol: Nos seus sonhos.

Eles saíram de casa. Eu terminei de tomar o meu café, arrumei a mesa e fui tomar um banho. Saí de casa pra ir pra o meu trabalho de escrava na lanchonete da tia Paulinha, que só paga o meu aluguel praticamente.

Suspirei cansada, por que eu não nasci na família Kardashian?

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@aut.izzamarques

Capítulo trocado esse é o terceiro e o anterior ,o quarto.

            
            

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