![Amante [Morro]](https://cos-ptres.cdreader.com/site-409(new)/0/2673/coverbig.jpg?v=061c66198c1c04f3de97691da002a670)
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Capítulo 11 11- Baile da Maré.

Capítulo 12 12- Angra.

Capítulo 13 Angra 2.


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Noronha
Deixei a Glock em cima da mesa e peguei o beck na gaveta, acendi deixando a brisa bater e me sentei no sofá.
Trancar tudo dentro de mim tem sido algo que eu faço já têm muito tempo, desde que eu matei o meu pai naquele baile eu não durmo direito. Vez ou outra eu tenho pesadelos de quando eu era criança e via ele batendo na minha mãe, mas o filho da puta tá no inferno e a minha coroa vivendo do bom e do melhor em Angra.
Naquele dia o cara que me fez chegou no baile agitado, atrás de mim e com uma arma na mão.
Quando ele ia atirar em mim a Aline entrou no meio, a gente não se conhecia e até hoje eu não entendo o porque dela ter arriscado a vida dela pra salvar a minha. Foi o tempo de eu pegar o fuzil de um menor e meter uma bala na testa dele, levei a Aline pra um hospital e deixei tudo pago.
A gente acabou se envolvendo, no início era massa, eu não via tanta maldade nela como eu vejo agora. Aline acabou engravidando e escondeu essa parada de mim, só vim saber quando encontrei ela no meio da sala com sangue pra caralho ao redor e quando levei ela pra o hospital o doutor disse que tudo aquilo foi causada por um comprimido que algumas mulheres usam pra abortar.
Na hora eu fiquei irado, a desgraçada da Aline tirou de mim tudo o que eu sempre quis e desejei ter um dia. Pensei em matar ela várias vezes, mas no fim eu ainda me sentia em dívida. Só mandei ela embora, mas ela sempre tinha alguma coisa pra me fazer voltar atrás como se não fosse algo que eu quisesse e sim fosse induzido.
O Magrinho entrou na salinha com uma mochila nas costas, me levantei e peguei a minha Glock em cima da mesa. Encarei o Jonas de cima a baixo e entreguei a arma na mão dele, dei uma abraço e sorri.
Magrinho: Quero meu salário mais alto. Noronha: Boto fé. – Entreguei pra ele o malote de dinheiro. – Se quiser levar um vapor junto, cê tá ligado já.
Magrinho: Não. Só bota um pra ficar cuidando da minha irmã, de preferência o Neto que ela já conhece.
Noronha: Dela eu vou cuidar. – Ele sorriu negando, dei um trago no cigarro e me sentei no sofá de novo.
O Magrinho colocou a bolsa no chão e a Glock na cintura, ele se encostou na parede e ficou me encarando todo sério.
Eu ainda lembro quando a gente se conheceu, os dois eram menor, eu tinha 16 e ele 10.
Fizemos amizade na hora e mesmo ele sendo menor já tinha visão de várias paradas sobre o corre, crescemos de fogueteiro, vapor, de baixo mesmo. Crescemos junto e hoje em dia pra onde eu vou o Magrinho tem que ir, se não eu não vou.
Ele é a pessoa que mais me conhece e a que eu mais falo sobre as paradas que eu penso.
Magrinho: Se tu não tiver a intenção de largar a Aline logo pra ficar sério com ela, se envolve não. Eu vou sair essas semanas, mas eu vou ficar no contatinho com ela e não tem morro nem vapor nenhum no mundo que me impeça de voltar se acontecer qualquer caô com ela. – Concordei. Ele está certo.
Noronha: Ela me traz paz, tenho certeza que se eu ficasse do lado dela todos os dias eu era uma pessoa melhora.
Magrinho: Tá dando a minha hora pô, Pesadelo tá ligando. Os manos de lá tão enchendo o meu celular falando de um baile que gera por lá.
Noronha: Tudo nosso e nada deles. Fé.
Magrinho: Fé.
Ele saiu e eu criei coragem pra me levantar, tinha que cobrar umas dívidas. Peguei o papel com a contabilidade e na outra folha tinha somente um nome e endereço. Sai da boca e peguei a Xt que estava estacionada em frente, dei partida indo pra rua 12. Deixei a moto na frente da casa e entrei.
O cara estava deitado no sofá bêbado, assim que me viu ele se levantou.
Xx: Agora eu não tenho mano... – Olhei pra garrafa que estava no sofá e sorri.
Noronha: Mas pra comprar Royal Salute tu tem né? – Ele negou. Dei um soco na cara dele, ele virou o rosto e cuspiu sangue no chão. – Vai buscar o dinheiro que eu te boto numa melhor.
Ele foi cambaleando pra dentro de casa e voltou com uma sacola de plástico transparente, nem contei. Tirei a arma da cintura e atirei nele.
Noronha: No meu morro os de má fé comigo não se criam.
Sai de lá e parti pra casa, entrei e passei direto pra o banheiro do meu quarto. Não tinha encontrado Aline em casa e era até melhor assim.
Vesti uma bermuda rasgada e uma camisa branca da lacoste, passei o Malbec e sai do quarto batendo de frente com a Aline.
Aline: Vai pra onde?
Noronha: Pra puta que pariu ver como tão as coisas por lá.
Aline: O médico disse que eu não posso me estressar e olha só o que você tá fazendo. – Sorri.
Noronha: Tu vai sair daqui amanhã, vai viajar, dar uma volta e acabar com o teu estresse já que eu te incomodo tanto. Vai pra Angra pô, passar um mês lá.
Aline: E você?
Noronha: Eu tenho mais o que fazer da minha vida.
Sai de lá com a mente vazia, praticamente em paz. Eu tinha que me livrar da Aline porque aquela mulher é a minha maldição. Tem mulher que soma, ajuda, trás paz igual a Karol, mas a Aline é destruidora, se você estiver na pior ela te desce mais ainda e só trás caos, mas a piranha deu um jeito de me prender.
Eu ia falar pra Karol a porra toda da verdade e se ela sentisse a mesma conexão que eu sinto por ela eu mataria a Aline se fosse necessário pra que pudesse sair dessa porra de magia.
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@aut.izzamarques