![Amante [Morro]](https://cos-ptres.cdreader.com/site-409(new)/0/2673/coverbig.jpg?v=061c66198c1c04f3de97691da002a670)
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Capítulo 11 11- Baile da Maré.

Capítulo 12 12- Angra.

Capítulo 13 Angra 2.


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Karol
Tirei a travessa da geladeira e suspirei tentando não surtar quando vi um buraco no meio do mousse, olhei pra cara do Magrinho que tava jogando no celular concentrado.
Deixei a travessa em cima da mesa e passei pelo sofá onde ele tava deitado, tirei a tomada da internet e voltei pra cozinha.
Magrinho: Qual foi Karol tá vacilando é? – Ele gritou de lá, escutei os passos dele e ri.
Karol: Pra largar de ser olho de lula.
Hoje era Natal da tropa do 244 e como eu não tenho família por aqui e ia ficar sozinha o Magrinho me convidou pra ir. Peguei uma travessa e levei pra o carro, o Magrinho levou as outras duas e nós entramos pra sair de casa já atrasados.
Karol: Fechou a porta? – Ele concordou.
Magrinho: Noronha voltou. – Suspirei concordando. – Ele e a Aline vão tá lá pô, na real acho melhor tu nem sair do meu lado.
Quando eu acordei aquele dia o Noronha já tinha ido embora e o Magrinho disse que ele tinha ido pra Missão em outro morro com alguns aliados e que aquilo era algo que eu nem deveria saber, depois disso ele voltou pra buscar a Aline e os dois viajaram.
Magrinho: Tu não pode entrar nessa não Karol, se não pode ser tarde pra tu sair.
Ele deu partida no carro, tinham algumas pessoas na praça, mas a maioria estava na frente de casa fazendo churrasco e curtindo com a família. Nós chegamos na casa da Day e eu peguei a travessa, fui entrando com o Magrinho na casa que já estava lotada de bandidos.
Neto: E aí mina? – Reconheci o menino que tinha levado um tiro de raspão.
Karol: Suave? – Ele concordou. Entrei e deixei a travessa na geladeira, ajudei o Magrinho a colocar as que ele veio trazendo em cima da mesa.
Já eram mais ou menos onze horas, a gente só se atrasou porque o Magrinho parece uma noiva se arrumando. O Magrinho segurou na minha mão e me levou até o quintal onde as mesas estavam, a gente se sentou em uma mesa onde alguns vapores estavam incluindo o Noronha e a Aline que eu tentei ignorar a presença. A gente se sentou na mesa e começou a conversar com os meninos. Mas uma cobra sente o cheiro da outra e a Aline começou a provocar.
Aline: Tu não é a garçonete da Paulinha? Sendo bancada por bandido fofa? – Sorri e neguei abaixando a cabeça, a mão do Magrinho foi parar na minha coxa e ele apertou com força como se aquilo fosse um "olha o que vai falar"
Karol: E você acha que se eu fosse bancada por bandido eu trabalharia? Corro atrás do meu desde nova, preciso de ninguém não, quem me banca sou eu.
O Noronha sussurrou alguma coisa no ouvido dela e na hora ela ficou quietinha, quietinha.
Dayanna: Você já vai terminar a faculdade né amiga? – Concordei. Fevereiro já tá logo ali e se Deus quiser eu vou segurar a merda do diploma na minha mão e gritar aos quatro cantos do mundo que eu consegui sozinha. – Aí seus safados, a Karol vai ser a única da tropa com diploma.
O Magrinho passou o braço pelo meu pescoço e beijou a minha testa.
Magrinho: É toda safada, mas é estudiosa também.
JL: Tão se pegando? – Neguei.
Karol: Amizade. Essa peste já tá virando um agregado lá de casa, vai todo dia almoçar. Magrinho: A novinha mete umas comida gostosa no fogo.
Dayanna: Quando é que rola almoço da tropa lá na tua casa amiga?
Karol: Amanhã se vocês quiserem. – Geral concordou.
Nós ficamos conversando, os meninos entre si estavam bebendo whisky como se fosse água e eu e Day opinando qual deles eram bonitos e quais não porque nós somos dessas.
Magrinho: Pega uma garrafa de vinho lá na geladeira vida? – Concordei e me levantei entrando na casa.
Peguei uma garrafa em cima da mesa e a bolsa de gelo pra colocar no balde. Bati de frente com o Noronha quando me virei pra voltar pra o quintal.
Noronha: Tu é rápida né? – Revirei os olhos. – Quero bater um papo contigo.
Neguei e sai de lá sem falar nada, me sentei do lado do Magrinho e coloquei a garrafa em cima da mesa.
Magrinho: Cedeu? – Neguei e ele deu um tapão na minha coxa. – Pai tá ensinando certinho.
Karol: Doeu caralho.
[...]
Eu e a Dayanna dançávamos com o copão na mão ao som de vai no chão doidona, Aline parecia um cão de guarda no pé do Noronha o que me fazia sorrir as vezes e a Day me olhar sem entender.
Eu me sinto muito filha da puta por ter gostado e ficado com ele, mas se tem uma coisa que não ms desce é essa história dela ter traído ele bêbada. A mulher tem cara de safada e uma piranha conhece outra, não tem como. Eu até entendo a ter salvado a vida dele e ele se sentir grato, mas isso não é motivo pra se prender a alguém.
Eu já tava ficando tontinha e já tinha se passada das três horas. Fui até o Magrinho e passei as mãos pelo pescoço dele dando um abraço apertado.
Magrinho: Querendo me matar aqui na frente de todo mundo diaba? – Sorri negando. Karol: Me leva pra casa?
Ele se levantou e nós nos despedimos do pessoal, o Magrinho foi conversar com o Noronha e eu fui direto pra o carro. O Magrinho entrou de cara fechada e já deu partida no carro, olhei pra ele e mordi os lábios nervosa sabendo que algo estava muito errado.
Karol: O que aconteceu?
Magrinho: Vou ter que ficar uns dias no Vidigal com uns aliados do Noronha dando uma força pra o Pesadelo. – Concordei. – Passei lá no morro do Turano um dia desses, vi uma novinha mó linda tá ligada? Pegava numa boa e olha que o pai é enjoado.
Gargalhei, enjoado não, tralha!
Karol: Ai aí garotinho, você se acha demais.
Ele estacionou o carro na minha frente e desceu, desci também e lembrei das minhas travessas que eu não tinha pego.
Tirei a chave de casa de dentro da bolsa e abri a porta, entrei e liguei a luz da sala. Passei direto pra o banheira e já fui tirando a roupa, tomei um banho rápido e me enrolei na toalha.
Encontrei o Magrinho deitado na minha cama já com outra roupa, o bonito deu um surto dia desses e trouxe algumas roupas pra cá. Geral do morro acha que a gente tá tendo um caso, mas esse nojento só vem me fazer raiva. Peguei um pijama no guarda roupa e uma calcinha, voltei pra o corredor e me vesti lá mesmo. Estendi a toalha no varal e voltei pra o quarto me jogando em cima do Magrinho. Magrinho: Sai de cima balofa, tá achando que tu tá magrinha igual o pai, né?
Karol: Você é seco e eu gostosa, se enxerga. Colocamos um filme de terror na Netflix que já era de lei. Tava de madrugada, mas a gente sem sono algum.
Karol: Ele te disse que ela tá grávida, né? – Ele concordou. – Porque eles ainda estão juntos se o filho não é dele, você acreditou naquela historinha pra boi dormir?
Magrinho: As vezes eu acho de verdade que o que a Aline fez pra o Noronha foi magia das pesadas, tá ciente? – Ele se virou pra me encarar e suspirou. – No início do lance deles, a Aline ficou grávida e geral era nova, mas a filha da puta tirou a criança e o Noronha descobriu. Ele ia deixar ela pô o Noronha sempre quis uma cria, mas aí de um dia pra o outro desistiu, eles nem vivem juntos, mas o cargo de fiel ela não deixa ninguém tirar dela.
Karol: Ela seria capaz disso?
Magrinho: Tu pode achar a Aline de boinha agora, mas ela mataria fácil qualquer pessoa que ameaçar tirar ela do cargo de primeira dama por isso eu me aproximei de tu Karolzinha. Tô tentando te manter viva porque eu sei que por aqui tu não tem ninguém por tu.
Karol: Meu Deus...
Encostei a minha cabeça no ombro dele e enxuguei uma lágrima que insistia em rolar pelo meu rosto, ele tinha se tornado tão meu parceiro em tudo, irmão na verdade.
Karol: Obrigada Magrinho, você tá sendo o mais próximo de uma família que eu já tive. Promete que não vai me deixar?
Magrinho: Prometo pô, vai ser nós contra tudo pra sempre.
Ele fez uma carícia no meu cabelo e beijou a minha cabeça.
Magrinho: Tu tomou banho mesmo sebosa? Cabelo fedendo que só o carai. – Sei um soco no braço dele e fiz uma careta.
Karol: Estragou o momento fofo.
Magrinho: Muita fé pra nós fiona, vou dormir.
Ele se virou de costas pra mim, desliguei a televisão e fechei os olhos pra dormir também.
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@aut.izzmarques