Gênero Ranking
Baixar App HOT

Capítulo 9 9- Protegendo você.

Aline

Joguei o vaso de vidro na parede, tenho certeza que ele quer que eu vá pra Angra pra ficar com outra. Eu só tô piorando as coisas e vai ter uma hora que ele vai querer ir embora de novo.

Peguei o celular em cima da instante e liguei pra o meu pai.

Pai: Como o meu genrinho tá?

Aline: Eu não tô mais conseguindo prender ele, ele quer que eu vá pra angra e eu vou. Vou deixar ele pensar que vai se livrar de mim fácil assim.

Pai: Qualquer coisa você trás alguns pertences dele, nós reforçamos. Sabe que o Imperador quer a cabeça dele em uma bandeja, não foi pra isso que você tomou aquele tiro?

Aline: Sim. – Suspirei. Desliguei a chamada e me deitei no sofá.

Meus pais se envolveram na macumba muito novos, mas eu sei que candomblé não é isso, não é fazer mal as pessoas em si. Algumas pessoas que destroem a cultura, uma dessas pessoas são os meus pais. A mente deles acha que os espíritos podem fazer todos os desejos deles, mas isso só vai acabar matando eles no final.

Eu já tive algumas amigas praticantes da cultura de candomblé, mas nenhuma era igual ao meu pai.

Minha missão aqui é única e exclusivamente enlouquecer o Noronha e o matar.

[...]

Noronha

Entrei na casa da Karol, a porta estava aberta. Encontrei ela deitada no sofá assistindo alguma coisa no celular, ela me olhou e revirou os olhos.

Karol: Você pode ir embora, por favor? – Neguei.

Noronha: Você pode me escutar, por favor?

Ela se sentou e eu fui sentar do lado dela, tirei o celular da mão dela que estava concentrada na tela.

Karol: O que você quer hein?

Noronha: Conversa contigo.

Passei a mão no rosto nervoso, eu vim o caminho inteiro pensando no que dizer, mas quado eu cheguei aqui a mente esvaziou de um jeito.

Noronha: Eu quero ficar contigo mandada, sem caô, sem mancada, só nós dois. – Ela negou. – Olha pra mim e diz que o que eu sinto por tu, tu não sente igual, diz! – Segurei o rosto dela a forçando a me encarar.

Uma lágrima desceu pelo rosto dela enquanto ela negava.

A puxei pra um abraço, tirei o seu cabelo do rosto e beijei a sua testa.

Noronha: Me desculpa, eu não sei ser carinhoso, não sei ser paciente, mas eu vou tentar.

Karol: Você não precisa tentar nada, eu vou embora se isso for necessário pra você me deixar em paz. – Ela murmurou baixinho.

Noronha: Tu já era a minha certeza antes mesmo de eu te encontrar e eu não vou te perder assim, eu só preciso de uma chance e se você quiser eu posso até virar do avesso pra ser alguém melhor pra você.

Karol: O que vai me garantir?

Noronha: Você vai ter que confiar em mim, doutora!

Karol: E a Aline? Eu tenho certeza de que você não vai conseguir deixar ela.

Noronha: Magrinho te contou? – Ela concordou. – Tudo que tem um início também tem um fim, tu acha que antes eu conseguia falar com outra mulher? E olha só como eu tu tamo. Eu vou atrás de um pai de santo com a minha coroa tá ligada? Se tu quiser até tu pode ir junto.

Karol: Eu quero ir. – Concordei. – Eu não vou ficar com você agora, eu quero ver mudança em você primeiro.

Escutei os fogos serem lançados, me levantei do sofá e tirei a arma da cintura. Joguei no sofá e encarei a Karol que levantou assustada.

Noronha: Fecha as porta e as janela, se qualquer pessoa que não for eu ou o neto entrar aqui tu atira sem pensar duas vezes.

Karol: Não vai...

Noronha: É o meu morro mandada, vou zelar por ele até o último suspiro.

Sai de lá e peguei a Xt descendo direto pra boca avoado, entrei e peguei o fuzil. A tropa já tava toda presente, Dayanna sentada na minha cadeira como uma filha da puta.

A garota sempre quis bater de frente com a tropa inteira pra participar dos confrontos diretamente, mas ninguém nunca deixou. Não porque ela é mulher, que eu tô ligado que pegar num fuzil ela sabe muito bem, mas se ela cair aqui a tropa morga. Ninguém ia conseguir superar não.

Dayanna: Por favor Noronha, eu juro que fico na cola do meu irmão só na assistência.

JL: Bota aí Noronha, qualquer coisa a gente desenrola na hora. Vamo ver se a minha princesinha vai saber desenrolar os conformes.

Noronha: Ela é responsabilidade tua.

Passei o radinho pra os manos que estavam lá em baixo perguntando a localização dos caras. Saímos da boca e nos misturamos pelas ruas descendo o morro. Os caras ainda não tinham chegado nem sequer no meio do morro, atirei no braço de um de longe.

A bala comeu por uns trinta minutos, eles recuaram e quando a gente chegou na entrada do morro tinham alguns dos nossos mortos.

Noronha: Leva lá pra o postinho, vou mandar os da pista vir arrumar pra o enterro.

Subi andando pra boca e no meio do caminho eu peguei um vaporzinho tentando invadir a casa de um morador. Arrastei bala nele. Entrei pra boca e peguei minha arma deixando o fuzil lá, peguei a Xt e subi pra casa da doidona. Mandei um vapor ir olhar a Aline que lotou o meu celular de mensagens. A porta tava encostada, mesmo que eu tenha avisado várias vezes antes de sair pra ela trancar tudo. Entrei devagar e escutei os gritos abafados no quarto, fui até lá vendo o cara tava em cima dela. Puxei ele pela gola da camisa e joguei no chão. Dei um chute na cabeça dele com toda a minha força e destravei a arma atirando na cabeça dele.

A Karol estava sentada na cama com os braços ao redor dos joelhos, fui até ela e a abracei.

Noronha: Shh, Shh, Shh... Tá tudo bem.

Karol: Ele ia me forçar... – Neguei.

Noronha: Ele já tá no inferno e você tá bem, não aconteceu nada.

Peguei o meu celular e pedi pra um vapor vir limpar aqui. Segurei na mão dela e a levei pra fora da casa, subi na moto e ela subiu na garupa. Meti marcha pra uma casa minha que eu vou quando tô querendo relaxar, é um pouco afastada das outras e a mais alta do morro.

Desci com a Karol e coloquei a moto na garagem fechando o portão em seguida, dei a chave pra ela abrir a porta, mas ela tava tremendo tanto que não conseguiu. Peguei a chave dela e abri a porta, liguei a luz e nós entramos. Segurei na mão dela e fui guiando até o banheiro, a garota tava estática.

Noronha: Toma um banho.

Me virei pra sair, mas ela segurou a minha mão.

Karol: Não me deixa sozinha agora, por favor. – Concordei.

Fui tirando a roupa dela encarando ela pra ver as suas reações. Entrei com ela no box e liguei o chuveiro na água gelada. Encostei a minha testa na dela e ela me abraçou. Eu sentia que com ela eu podia ser eu sem medo, que ela não ia me apunhalar pelas costas.

Karol: Obrigada!

Noronha: Eu posso ser a pior pessoa do mundo, mas eu sempre vou te proteger.

Karol: Vamos sair? Eu tô morrendo de frio e acho que já tô um pouco melhor. – Concordei.

>>>

@aut.izzamarques

Anterior
            
Próximo
            
Baixar livro

COPYRIGHT(©) 2022