![Amante [Morro]](https://cos-ptres.cdreader.com/site-409(new)/0/2673/coverbig.jpg?v=061c66198c1c04f3de97691da002a670)
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Capítulo 11 11- Baile da Maré.

Capítulo 12 12- Angra.

Capítulo 13 Angra 2.


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Noronha
Fiquei brisando nela enquanto a filha da puta me dava um prejuízo grande no quiosque. A mina só calava a boca quando tava comendo, parecia uma delegada de tanta pergunta que me fez.
Karol: Você nem parece gostar da Aline, sei lá, aquele dia lá na tia Paulinha você nem deu muito ibope pra própria esposa.
Sorri negando, no início o que eu e a Aline tinha era massa. A companhia dele me trazia uma sensação de paz e a foda era bolada, mas com o tempo as coisas mudam, vão esfriando e principalmente quando não tem amor no meio.
Noronha: Bagulho é que e doida lá tamo indo de mal a pior, mas a nega salvou a minha vida tá ligada? – Olhei pra marca da aliança que agora já estava mais clara no meu dedo. – Minha dívida com a Aline é eterna, porque a vida não é.
Karol: Eu te entendo, mas as vezes a gente acaba perdendo várias paradas da vida por se sentir preso a algo. – Ela deixou o garfo em cima do prato e bebeu um gole do refrigerante. – Ter vindo aqui foi um erro, ter te beijado mais ainda...
Noronha: Tô ligado.
Meu celular vibrou umas três vezes no bolso, peguei vendo várias mensagens do magrinho falando que um menor tinha sido baleado de raspão por um bota. Que tava suave, mas precisava de curativo.
Encarei a Karol que observava o mar pela janela de vidro do lugar.
Noronha: Vamo voltar pra o morro, tem um menor precisando que tu faça uns bagulho lá. – Ela concordou se levantando.
Saímos de lá pra a esquina onde eu tinha estacionado o carro, entramos e eu dei partida na maior velocidade que eu podia. Entrei no morro vendo os menor em segurança dobrada, era sempre assim, quando um dos nossos caem todos se revoltam. Família da 244 é união pura.
Estacionei na frente da boca vendo um monte de menor lá, entrei com a Karol vindo atrás de mim. O menor tava na minha sala sentado no chão com o Magrinho do lado, Neto era o vapor mais novo. O menor tem quinze anos e já anda com a G13 na bandoleira, sempre calmo e posturado.
Noronha: Qual foi menor?
Neto: Bota me pegou na pista, sai pra comprar um bagulho pra minha coroa que só tinha lá.
Noronha: Te reconheceu como?
Neto: Ele já fez operação por aqui Noronha, aquele policial lá que usa o colete com a caveira nas costas.
Noronha: Tô ligado em quem é, a mina vai fazer um curativo aí. Não vai descer pra pista de novo não, os médicos vão meter logo as perguntas e é brabão do Bruno já tá esperando tu lá.
A Karol se aproximou dele e ficou olhando o ferimento. Ela pegou a caixinha que o Magrinho tinha pegado na casa dela e começou a limpar a ferida.
Me encostei na parede do lado da porta e fiquei olhando tudo de longe, até concentrada a mina fica linda.
Karol: Pronto, agora é só tomar os antibióticos que eu te disse e já já vai ser só uma cicatriz. Neto: Valeu aí novinha, bota na conta do patrão. – Ela concordou rindo.
Os menor levaram o Neto pra casa, certeza que amanhã a coroa dele bate lá em casa me xingando. O Neto entrou por precisão e não por escolha como alguns que eu tenho aqui e eu jurei pra mãe dele que ia deixar ele no mais leve, ia proteger o moleque da visão dos inimigos e dos cana. Mas aqui é o crime, tem poucas ideias.
A Karol ficou conversando com o Magrinho. Peguei meu celular e vi várias mensagens dos manos e duas chamadas perdidas da Aline com algumas mensagens dela falando que estava passando mal.
Magrinho: Vou levar a Karolzinha em casa. – Concordei.
Karol: Tchau. – Ela me olhou e deu tchau com a mão.
Noronha: Muita fé Doutora.
Ela saiu com o Magrinho, peguei meu celular tentando falar com a Aline, mas a filha da mãe não atendia.
Peguei a moto de um menor e subi pra casa avoado. Entrei passei correndo pra o quarto, mas a Aline não tava lá.
Procurei em todo lugar até chegar no banheiro onde ela tava caída. Passei o radinho pra um vapor que tava na boca trazer o meu carro, peguei a Aline no colo e fiquei com ela no sofá esperando.
Noronha: Se tu não acordar eu vou enfiar um rojão no teu rabo, filha da puta.
Escutei a buzina do carro e sai com ela, o JL abriu a porta de trás do carro e eu entrei com a Aline.
Noronha: Toca pra Upa logo, vai saber o que essa doidona têm.
JL: A patroa tá assim a muito tempo? – Dei de ombros.
Em mais ou menos quinze minutos nós chegamos na upa, desci e os enfermeiros já vieram atender ela assim que nós entramos. Levaram ela pra dentro e eu fiquei sentado na sala de espera. Já faziam mais de meia hora que a gente tava aqui e nada.
A recepcionista não parava de me encarar, quando ela segurou o telefone que nem tinha tocado eu já me liguei nas idéias dela. Levantei e fui andando em passos rápidos até ela, tirei o telefone da mão dela e sorri jogando na parede com força.
Noronha: Tá marolando? – Tirei a arma da cintura e encostei na testa dela. – Querendo morrer é só me avisar filha da puta.
Xx: M-me desculpa... – Ela disse com a voz falha.
JL: Qual foi Noronha? Se acalma aí irmão, o médico veio explicar os bagulho ali.
Fui até o Doutor que tava lendo algum bagulho na prancheta.
Médico: O senhor é o marido de Aline Teixeira? – Concordei. – Bom, pelo o que vimos esse é só um desmaio causado pela gravidez e anemia. Esses são os remédios que ela deve tomar, além de comer saudável. – Ele me entregou um papel.
Noronha: Grávida de quantos meses? Médico: Três semanas.
Noronha: Posso entrar pra ver ela? – Ele concordou.
Entrei lá ela já tava acordada, olhei pra cara da Aline e sorri.
Noronha: Dois motivos pra eu não te matar?
Aline: Eu tava muito bêbada Kaio, praticamente dopada e nem sabia o que eu tava fazendo, não te disse porque fiquei com medo de você me deixar. Eu nem lembro direito, mas vi tudo pela câmera de segurança. – Ela começou a chorar. – Eu não preciso mentir, pode me matar se quiser porque se você me deixar eu não vou mais viver de qualquer jeito mesmo. Eu prefiro enfiar uma faca na minha barriga.
Passei a mão no cabelo, tinha várias coisas na minha mente.
Noronha: Tu vai viver, vai viver e vai criar a criança, tá ligada? Ela não tem culpa disso não. – Ela tentou encostar na minha mão, mas eu afastei. – Tu vai continuar lá em casa, como minha fiel, mas entre nós dois não rola mais nada não Aline.
Aline: A gente conversa sobre isso depois, me deixa sozinha por favor, você nem devia tá aqui. Vai pra casa, os policiais vão vir Kaio. – Concordei.
Sai de lá e liguei pra prima dela vir ficar com ela. Aline só aumenta as minhas neuroses. Deixei o JL em casa e subi pra casa da Doutora, eu só precisava ficar quieto e na minha, mas alguma coisa me mandava ir pra lá.
Em meio a tanta guerra a tanta coisa ruim que tem acontecido na minha vida, ela tem me dado mais brisa que o beck, só de olhar ela de longe eu já fico em paz.
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@aut.izzamarques