Capítulo 7 Onde eu estou

" Nikolay Turgueniev "

Eu sinto tanta dor, mas mesmo assim preciso continuar.

Nikolay: Eu preciso ligar para Yakov. – Falo inconscientemente.

Mas ao abrir os olhos, vejo uma mulher com uma faca apontada para meu peito. Em um impulso repentino seguro seu pulso, forte o suficiente para que ela se afaste. Mas ela não faz.

Nikolay: Quem é você ?

Pergunto ainda assustado, ela ia me matar aqui ? Assim sem mais nem menos. Aperto com força seu pulso e ele solta a faca em cima de mim, eu afrouxo um pouco o aperto e ela levanta me olhando visivelmente assustada enquanto massageia o seu pulso.

Elisa: Você... Você... Pode me chamar de sua salvadora.

Ela fala um russo impecável. As cenas do que aconteceu voltam a minha mente.

Nikolay: Você quis mesmo dizer salvadora ? –Zombo. –Você ia me salvar apontando uma faca para mim ?

Ela se aproxima novamente e rapidamente pega a faca que estava sobre mim, com cautela e isso me preocupa. Eu nem sei onde estou droga.

Elisa: Eu te encontrei desacordado em um beco, perto do meu trabalho e então te trouxe aqui.

Ela fala calma e de repente me lembro, é ela ... A nova garçonete do bar. Mas meu pensamento é cortado, quando ela senta na beirada da cama.

Elisa: Deite eu vou remover sua bala.

Ela fala me empurrando para cama e apontando a faca novamente para o meu peito. Ela só pode estar louca, retirar minha bala com uma faca ? Só pode ser piada. Seguro seu braço mais uma vez.

Nikolay: Está louca ? Você sabe o que está fazendo ? – Ela me olha assustada.

Elisa: Ou você me deixa te ajudar, ou você – Ela fala baixo.

Nikolay: Com quem você mora ? –A encaro.

Elisa: Eu moro aqui sozinha.

Ela fala agora mais espontânea.

Elisa: Eu preciso retirar essa bala e é melhor que você esteja acordado. Eu não quero que você grite. Vai chamar atenção. – Ela explica falando baixinho.

Nikolay: Você disse que morava aqui sozinha. – Eu argumento.

Elisa: Eu moro sozinha aqui, mas tenho vizinhos.

Ela explica com um jeito divertido, achando que só porque estou em sua casa, podemos nos tratar com intimidade.

Nikolay: O que você quer fazer ? – Pergunto finalmente.

Elisa: Se você prometer não gritar, vou fazer um pequeno corte e retirar a bala. – Respirando fundo, eu permito.

Nikolay: Tudo bem!

Ela se aproxima mais lentamente, ela coloca a faca sobre o meu peito, e abre um corte de quatro centímetros. Ela consegue ver a ponta da bala, porquê sorrir.

Elisa: Achei! – Diz ela, empolgada. Até parece está se divertindo. Ela pega uma tesoura e mexe na bala, e eu sinto uma dor profunda me fazendo segurar firme no lençol.

Nikolay: Urgghh... – Solto um grunhido abafado.

Elisa: Calma, respira. Estou quase lá.

Ela fala me tranquilizando, mas não adianta. Ela continua a mexer e a causar dor, acho que foi uma idiotice de minha parte permitir ela fazer isso.

Nikolay: Porra... Que dor do caralho. – Exclamo.

Mas quando olho para ela, a vejo sorrir. Ela levanta a tesoura para mim e me mostra a bala. Ela conseguiu. Finalmente conseguiu. Me sinto fraco novamente, a dor parece se intensificar. Meu coração começa a bater desregular. Eu me viro de lado, na tentativa de buscar um pouco de fôlego.

"Elisa Nowak"

Ele se vira e meus olhos não acreditam no que vê, o meu lençol está cheio de sangue, mas não por isso. Percebo que suas costas esta transbordando sangue. Talvez a bala tenha perfurado algum vaso e o sangue não quer estancar. Preciso fazer alguma coisa rápido, eu o olho e o vejo voltar a ficar pálido.

Elisa: Aguente firme, ok ? – Eu o deixo de lado, o segurando com o peso do meu corpo enquanto, abro o pacote com gases, pego o meu lençol.

Elisa: Vou colocar na sua boca, não grite.

Coloco o pano na boca dele e faço pressão para que ela feche. Então eu pego as gases e enfio na ferida rodando fundo e ele dá um grito abafado.

Nikolay: Uuurrrggghhhhhh...

É assustador. Deve estar doendo muito. Eu pego a faixa e começo a amarrar em volta de seu tórax, fazendo pressão.

Elisa: Não vou deixá-lo morrer. Você está bem ? – Falo olhando pra ele, mas ele não se move e suas pálpebras estão fechadas. – Acorde, por favor.

Ele se mexe um pouco e sua voz sai como um sussurro. Eu estou com medo que algo aconteça.

Nikolay: Você está com um celular ?

Elisa: Sim, estou... Você quer ligar para alguém ?

Pergunto me aproximando de seus lábios, para ouvi-lo melhor.

Nikolay: Me dê seu celular. – Ele sussura. Eu o entrego e ele disca um número, me entregando.

Nikolay: O nome dele é Cesar, ligue e peça pra ele vim, diga que não avise a ninguém, apenas venha para cá.

Elisa: Tudo bem, tudo bem. Descanse um pouco agora.

Pego o celular e ligo para o número, mais ninguém atende, insistentemente continuo a ligar, na quarta chamada uma voz sonolenta ressoa.

César: Oi, Nikolay ...

Elisa: Alô, Cesar ?

César: Quem é ?

Elisa: Sou uma amiga de Nikolay, ele pediu para te ligar e pedir que vinhesse nos encontrar.

César: Como ele está ?

Elisa: Levou um tiro, pegou no peito direito. Pouco abaixo do ombro. Ele está perdendo muito sangue pelas costas. Estou preocupada. E ele pediu que não avisasse a ninguém, só vinhesse para cá! – Falo o mais rápido que posso.

Cesar: Qual o endereço ? – Ele pergunta, mais sua voz é estranha. Me parece preocupado.

Elisa: Vou te mandar em uma mensagem a localização. – Falo mais calma, pelo menos alguém está vindo.

Cesar: Ok! Vocês estão na Polônia ?

Elisa: Sim, estamos.

Cesar: Me dê uma hora, chegarei aí o mais breve possível. Mantenha o ferimento sendo pressionado. – Ele fala rapidamente.

Elisa: Tudo bem, obrigado. – Desligo o celular e volto para a cama, o sangramento está ocorrendo ainda. Meus lençóis estão encharcados, eu os retiro e coloco outro sobre o ferimento e pressiono.

Elisa: Alguém está vindo. Tudo vai ficar bem. – Tento tranquilizar a mim mesma.

"Yakov"

Ainda não posso acreditar que fui tão descuidado. Eu estava indo para o banheiro na hora que os tiros começaram, Máximus me ligou falando sobre alguem ter o atacado, mas foi tudo tão rápido que não tive nem tempo de pensar.

Após Nikolay sair, Yakov recebeu uma ligação do irmão mais velho de Nikolay.

Máximus: Onde está o Nikolay ?

Assim que atendo é o que ouço primeiro.

Yakov: Posso saber porque você está perguntando isso ?

Falo com calma e ao mesmo tempo preocupado. Antes de sairmos, Nádia me chamou em particular e pediu que eu cuidasse pessoalmente da segurança dele. Ela estava se sentindo estranha e temia que algo acontecesse ao filho.

Máximus: Agora mesmo acabei de ser atacado na entrada de casa. Mais não acho que eu era o alvo desse indivíduo. Já que ele apenas lutou comigo e me despistou me ferindo com uma faca, ele era profissional.

Ele fala calmo, mais percebo uma certa preocupação na sua voz.

Máximus: Por favor Sr. Yakov, tome conta dele e o siga de perto. Temo que alguém queira o ferir.

Yakov: – Não se preocupe, estou com ele.

Máximus: Tudo bem! Eu lutei com ele e ele é perverso. Tinha boas habilidades de luta, mas também boa pontaria com faça, tome cuidado. – Ele fala sereno, porquê já entendeu que não poderá fazer nada.

Yakov: Você é um ótimo irmão Máximus e eu admiro isso!

Falo na tentativa de tranquilizá-lo.

Máximus: Nesse caso, vejo vocês quando retornarem.

Ele fala desligando e eu me preocupo, Máximus não iria fazer um alerta se não tivesse motivo, estamos com poucos seguranças. Me comunico com os seguranças pelo ponto, qualquer sinal de ameaça eles podem atirar. Eu sigo em direção ao banheiro, onde Kolya foi, quando um tiro certeiro estilhaça a garrafa na mesa ao lado.

Yakov: Atirem!!! – Ordeno os seguranças a revidar pelo ponto, mas os dois que ficou na entrada não respondem.

Outro tiro é disparado, as armas são potentes, creio que seja rifles. Eu me junto aos dois seguranças que estavam na saída por trás e começamos a atirar também.

Yakov: – Cadê o Nikolai ?

Mas o vejo se juntando a nós. Em um momento o vejo por trás de uma mesa, Paul também. Mas em fração de segundos, ele desaparece.

Yakov, consegue fugir com Paul que foi baleado no braço. Mas não sabe onde Nikolay está, ele avisa para Nádia e depois a Ruslan. Os pais de Kolya e sua mãe fica visivelmente nervosos. Ela o liga depois o sondando e pelo o que ele percebeu, após a menção da ligação de Máximus, ela ficou extremamente irritada. Já é oito horas da manhã e nenhuma notícia de Nikolay, ele para seus homens localizarem o celular dele, mas sem sucesso. A localização enviou para a saída restrita de funcionários do bar.

" Mansão dos Turgueniev, na Rússia."

Ruslan: Não se preocupe. Já encaminhei oitenta homens para realizar buscas por ele, na Polônia.

Ele diz tentando tranquilizar sua esposa. Ela se preocupa muito com seu filho e é uma boa mãe.

Ruslan: Eu tenho certeza que ele voltará sã e salvo.

Nádia: Eu tenho um pedido para te fazer, se Kolya voltar salvo dessa vez. – Ela fala olhando para seus pés.

– Você pode me prometer uma coisa ?

Ela olha nos olhos dele e ele segura as mãos dela.

Ruslan: Quando foi, que eu não atendi seus pedidos ?

Ele diz sorrindo.

Nádia: A posição do chefe dos negócios ainda está em decisão dos seus três filhos. Mas Kolya é o seu filho legítimo.

Ela comenta o que ele já sabe. E também sabe qual é o seu pedido. Apesar de Ruslan ter três filhos, o único legítimo é Nikolay. Porque ele é filho de sua esposa.

Nádia: Ele conquista tudo o que você pede. Ele conseguiu muito território fora do nosso país. Ele vence qualquer um que você mande eliminar e a maioria está a favor dele.

Ele pensa sobre o que ela está falando, realmente é ele quem Ruslan quer para seu o novo chefe. Nikolay é forte e destemido e temido por todos. Embora seja novo, ele começou a ser treinado desde os cinco anos e está ao lado do pai, fazendo o que ele ordena, entrou para os negócios com dezesseis anos.

Konstantin é muito bom, mas tem o mesmo defeito do pai, qualquer mulher consegue desestabilizá-lo. Máximus não quis entrar de cabeça, e optou entrar para a lei e defender sua família, de todas as formas legais possíveis.

Nádia: Eu espero meu amor, que você rapidamente faça Kolya o seu herdeiro. Você precisa descansar e tudo estará em boas mãos, o negócio nunca irá terminar com ele e poderemos descansar em paz, viajar e viver o pouco de tempo que ainda nos resta felizes.

Embora ele saiba que sua esposa tenha razão, ele não entende porque tocar nesse assunto agora.

Ruslan: Porque você está tocando nesse assunto repentinamente ? Porque isso está ligado ao desaparecimento de Kolya ?

Nádia: Meu amor, você acha que isso foi só um acidente ? Você acha mesmo ? – Ela fala, com total convicção. Como soubesse de algo que ele não sabe.

Nádia: Eu tenho certeza que alguém atacou meu filho, porque ele estava despreparado. Tenho certeza que você lembra do que Yakov nos disse. – Ele entende agora, ela está falando de Máximus.

Nádia: Amor está por acaso, tentando absorver a culpa de uma certa pessoa ? – Ela fala de forma despretensiosa, mas suas ações estão cheia de más intenções.

Ruslan: Yakov disse aquilo, mas Máximus não saiu daqui. – Ele a olha com um olhar de sobreaviso.

Ruslan: Nádia se você quer colocar a culpa nele, por favor, arrume provas suficientes.

Ela parece ter se sentido ofendida. Mas ele não pode permitir que ela acuse seu filho sem provas.

Nádia: No começo, eu não queria dizer isso tão claramente. Mais segredos ocultos de nossa família estão propensos a atrair problemas sérios.

O corpo de Ruslan se enrijece com essas palavras tão duras, ele não quer se lembrar do seu passado e todo mau que causou, ele apenas quer esquecer e fingir que nunca aconteceu.

Nadia: Mas entretanto, quem iria se beneficiar em ferir Kolya ?

Ele crê, que ela tocou nesse assunto para desconcerta-lo, ele conhece a esposa que tem e ela nunca dá um ponto se não tiver com um nó na ponta.

Nádia: Considere que isso é um cordeiro, que tem ambição de um lobo. – Ela fala agora, olhando para o nada.

Nádia: Meu amor, o deixe ficar no seu lugar. Isso acabaria com as esperanças de quem quer que queira meu filho morto.

Mas ele a interrompe, porque não quer ser injusto com nenhum de seus filhos.

Ruslan: Chega, chega. Vamos parar de falar sobre isso.

Ela se cala imediatamente, mas ele sabe que isso ainda não acabou.

Ruslan: Depois que encontrarmos Kolya, poderemos discutir isso com mais calma.

Ela o lança um olhar perverso.

Ruslan: Nikolay tem uma coragem inigualável. Como poderia alguém, facilmente o matar ? Máximus é virtuoso e muito gentil. Como ele poderia machucar qualquer pessoa ?

Ela continua a encara-lo, como se pudesse o matar com apenas um olhar.

Ruslan: Meu amor, não acredite tão rapidamente em conversas difamatória dos outros.

Ele diz rispidamente se levantando do sofá e saindo. Nádia o segue com um olhar tempestuoso.

Nádia: Virtuoso e gentil ? Muito bem. – Ela murmura com todo o seu ódio.

            
            

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