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"Elisa Nowak"
Olho para Nikolay que dorme como um bebê, o Dr. César fez o procedimento correto e o curativo improvisado, fez estancar o sangue por um tempo. Fazendo assim que cessasse a hemorragia de alguns vasos. Estou realmente grata que tenha dado tudo certo, eu estou exausta. Eu pego uma roupa e vou para o banheiro tomar um banho, estou precisando. Lavo meu cabelo e me sinto rejuvenescida. Pego minha blusa de alças e um short de poliéster e visto. Saio do quarto fazendo o máximo de silêncio possível e vou preparar algo para o almoço, meu hóspede tomou um sedativo e talvez não acorde bem tão cedo.
Ela verifica a geladeira e pega um pote de carne bovina, para fazer um stroganov. Ela corta a carne em cubos e a tempera, a colocando no fogo. Descasca alguns vegetais para cozinha-los e fazer uma salada Olivier. Para acompanhar o Stroganov ela faz um trigo sarraceno, mas conhecido como gretchka.
Em uma hora o almoço está pronto, já são duas e meia da tarde e ela não pregou o olho. Ela se serve e come sozinha, enquanto mexe no seu celular. Ela resolve mandar uma mensagem para Jenny.
Elisa: Jenny, está aí ?
Ela aguarda o retorno e continua a sua refeição, ainda pensando no homem desconhecido que ela trouxe para casa e eventualmente lembra dele no banheiro feminino.
Era ele! Como eu não reconheci ? O celular dela vibra e ela afasta aqueles pensamentos, daquele homem a tocando.
Jenny: Estava estudando. Tenho provas do primeiro semestre esta semana.
Elisa: Desculpe incomodar, então.
Jenny: Que nada. Me conta, o que aconteceu com o homem ?
Elisa: O ajudei como pude. Ele não é polaco como nós, é um russo acredita ? No meio de tantas pessoas, eu encontrei outro russo.
Ela se refere a Khaled, ele também é russo e ela aprendeu o idioma com ele, porque eles se comunicavam apenas utilizando o inglês.
Jenny: Russo ? Você sabe que Kate não é muito fã dos russos, não é ?
Elisa: Sim, eu sei. E por isso você não deve falar nada.
Jenny: Tudo bem! Não se preocupe. Mas o que você fez com ele.
Desconfiada, Elisa resolve mentir.
Elisa: Assim que ele acordou foi embora. Eu nem o vi sair, aquele ingrato saiu sem nem me agradecer.
Jenny: Não leva para o lado pessoal. Sabemos que os russos são muito ignorante com pessoas que não conhece. Mas enfim, é bom que dá próxima você pensa duas vezes antes de levar qualquer pessoa para sua casa.
Elisa: Não precisa me lembrar, eu já aprendi a lição. Nos falamos depois ? Agora estou arrumando as coisas. Preciso descansar para ir trabalhar a noite.
Jenny: Tudo bem, nos falamos depois.
Elisa encera a conversa e recolhe seu prato, indo o lavar. Quando ela termina ela volta para o quarto, para vê aquele homem. Ela se aproxima da cama e ele começa a mexer as pálpebras, ela levanta rapidamente e o encara, ele abre os olhos com uma expressão totalmente fria e já consegue se sentar, o que a surpreende.
Elisa: Você está com fome ?
Ele a encara com olhos penetrantes, sua mandíbula semicerrada e ele apenas da um aceno de cabeça. Ela rapidamente corre pelo corredor de volta para a cozinha, esquentando a comida para colocar em um prato. Feito isso ela leva para ele na cama, ao ele provar não esboçar qualquer sinal de satisfação ou insastifação.
Nikolay: Não é tão ruim. – Ele fala ao dar uma mordida em um pedaço da carne.
Nikolay: Me diga, eu preciso te matar ?
Ele fala olhando dentro dos meus olhos com uma naturalidade e eu sinto um frio percorrer minha espinha, poderia ser medo ? Mas eu me mantenho firme e o encaro.
Elisa: Me matar ? Se você fizer isso, você não sairá da Polônia vivo. – Ele a olha com um meio sorriso bem presunçoso.
Elisa: Se minha tia te pegar, ela irá te cortar em pedaços. – Ela fala de um jeito engraçado e extrovertido.
Nikolay: Eu venho de uma família distinta da Rússia ... – Ele começa a falar, mas ela o interrompe.
Elisa: Que família distinta ? – Ela se senta na poltrona ao lado dele, próxima de mais. Ele a encara por alguns segundos, pupilas dilatadas como as de um predador.
Nikolay: Eu sou um homem distinto, eu posso ir e vir do país que eu quiser. Acha que terei medo de uma pobre garota indefesa como você ?
Seu tom é calmo e marcante, que faria qualquer mulher se derreter por ele. Mas não Elisa, ela é pura de mais. Ela gargalha da forma que ele fala. Por um momento ela pensou que ele fosse um CEO, mas agora ela acha que ele é um charlatão.
Elisa: Você é um homem distinto, de uma família distinta. Mas quando esteve em perigoso, fui eu quem te salvei. – Ela zomba.
Nikolay: Você me salvou uma vez. Mas eu também te salvei.
Elisa: Te salvei de um estado crítico, você iria morrer se não fosse por mim. – Ele a encara descrente.
Elisa: Ahh .. – Ela suspira. – Mais não se preocupe. Eu não sou orgulhosa ou arrogante, muito menos convencida.
Ela fala de um jeito ingênuo. Ele a olha e começa a pensar em coisas obscenas, então resolve se afastar.
Nikolay: Esqueça isso. – Ele fala começando a levantar, mas ela o segura pelo braço.
Elisa: Ei, ei... Eu ainda não acabei de falar.
Ele para a encarando, já sentindo um leve aquecer pelas suas entranhas, mesmo com o pouco contato físico.
Nikolay: Qual é o seu propósito, realmente ?
Ele pergunta curioso. Por um momento ela parece pensar em como falar, enquanto isso alisa o braço dele em movimentos de sobe e desce. Enquanto ele a encara fixamente.
Elisa: Se você me der uma boa quantia em dinheiro, sua dívida comigo estará paga. – Ele desvia o olhar dela.
Elisa: E aí ? Está de acordo com isso ?
Ele fala bem espontânea.
Nikolay: Não, não estou de acordo.
Ele vai levantar mais uma vez, mas ela o puxa para a cama e ele faz uma cara de dor.
Elisa: Não.. Não, vá! – Ele a olha mais uma vez e fala.
Nikolay: Tem uma coisa que quero te contar. – Ela o olha inocentemente.
Elisa: Vá em frente, meu grande amigo. Pode falar!
Ele segura na nuca dela e o puxa para ele, seus rostos a um centímetro de distância e ele não desvia o olhar do dela.
Nikolay: Eu sou uma pessoa muito perigosa e
brincadeira dolorosas entre quatro paredes. Mas ainda melhor que isso, eu adoro comer meninas inocentes.
Ela entende realmente no sentido metafórico. Ela vai puxando sua cabeça lentamente sem para de olha-lo, com um semblante assustado.
Nikolay: "Esqueça. Ela não me parece perigosa, é melhor eu ficar aqui até me recuperar."– Ele pensa levantando da cama.
Nikolay: Onde fica o banheiro ? – Ele pergunta com uma voz fria e distante.
Elisa: Na segunda porta a esquerda.
E ele sai.
Elisa: Ele é um homem de muito mal humor.
Ela resmunga ainda sentada na cama. Ela vai no quarto de Khaled vê se ele deixou alguma roupa lá, para que ele possa usar e ela encontra um pijama de seda, é o que ele terá que usar. Ela volta para o quarto e coloca sobre a cama, indo então para a sala. Nikolay após fazer suas necessidades, vê a roupa na cama e uma toalha e acaba presumindo que é pra ele.
Nikolay: Estranho, roupa masculina ?
Ele pensa, afinal não caberia nela é grande demais. Ele volta toma um banho e lava sua roupa no box mesmo. Ao sair ele a procura.
Nikolay: Onde posso colocar minhas roupas molhadas ?
Ela nem o olha, apenas aponta para a lavanderia. E ele vai lá estender sua roupa, voltando ele não sabe o que fazer e fica parado na entrada da sala, a olhando.
Elisa: Se sente, você não vai crescer mais, para estar em pé.
E ele acaba reprimindo um sorriso, com a audácia. Ninguém que não o conhece, jamais falaria assim com ele. Ele caminha em passos largos, para o sofá.
Nikolay: Você tem namorado ?
Ela nem para olha-lo.
Elisa: Não.
E ele olha de volta para a TV.
Elisa: Você por acaso, deve dinheiro para alguém ?
Ele a encara e depois relaxa a sua expressão fria.
Nikolay: Não, não devo.
Ela apenas assenti com a cabeça.
Nikolay: Você trabalha ali no staw a muito tempo ?
Elisa: Não, a apenas uma semana.
Ele agora entende, porque nunca tinha visto ela ali.
Elisa: Olha... Hoje eu tenho que ir trabalhar. Tudo bem, se você ficar aqui até se recuperar.
Nikolay: Obrigado.
A conversa se encerra ali, ela não dá mais brechas para diálogos. E ele permanece em silêncio assistindo, o que é novidade para ele. Faz anos que ele não sabe o que é assistir. Após acabar o documentário que ela estava assistindo, ela joga o controle para ele.
Elisa: Assista o que quiser, vou preparar o jantar.
Ela levanta e vai para a cozinha e ele a segue com os olhos. Essa jovem ainda o deixa intrigado, nenhuma mulher nunca o tratou com indiferença, como ela. Ele começa a pensar no ataque e tenta ligar os pontos e começa a pensar.
"Nikolay Turgueniev"
Não foi os Riveros que tentou me ferir, porque isso é briga do meu irmão. Não foi ninguém da Roma, porque temos um tratado de paz e eles também não me atacariam com Paul presente. Será um novo inimigo ? Mas quem e por que ? Isso é algo que eu terei que descobrir.
O cheiro da sopa, enche o ar na sala. O fazendo suspirar, a seu estômago aperta e ela sai da cozinha.
Elisa: Preparei um Żurek. Pode ir se servir.
Ele levanta abruptamente, extasiado pelo aroma e segue para a cozinha. Em cima da mesa, está uma tigela em porcelana e um pão de centeio em outro prato, com uma colher dentro dela. Ele se serve e começa a comer, se deliciando com o sabor único, lembra um pouco a sopa de Patrícia, mas ela tem um toque especial e ele não consegue distinguir o gosto. Elisa desce uma hora depois, já arrumada e se senta a mesa para jantar também. Embora o zurek, seja servido quente. Ela prefere morno e sem menos esperar, Nikolay senta a frente dela.
Nikolay: Você só trabalha ? Ou estuda ?
Elisa: Trabalho e estudo. Mas hoje não pude ir, porque eu tinha hóspede inesperado em minha casa.
Ela fala com um sorriso e os olhos dele caem diretamente em sua boca. Afastando qualquer tipo de pensamento obsceno, ele tenta se familiarizar com essa jovem, que possivelmente parece enigmática.
Nikolay: Quem é sua família ?
Ele fala de uma forma prepotente, mas Elisa parece não perceber.
Elisa: Sou uma Clark.
Nikolay: Clark ? – Seus olhos se intensificam, com uma noite assombrada.
Então, ela está relacionada a nós. Mesmo sem saber ou talvez finja que não saiba, tentando passar este ar inocente.
Nikolay: Quantos anos você tem ?
Elisa: Eu ? Tenho 18.
Dezoito anos ? Muito nova e inexperiente. Por isso esse ar, ingênuo emana dela. Realmente, com ela eu não tenho o que me preocupar. Afinal não temos nenhum problema com os Clark, pelo contrário. Sei, que eles se mudaram da Rússia a muitos anos, contudo não pararam de nos fornecer Ametafitamina e nem medicações.
Nikolay: O que você estuda ?
Ela abre um largo sorriso.
Elisa: Medicina.
Nikolay: Você já viajou ?
Elisa: Nunca sai daqui. Mais eu quero conhecer o mundo! Eu pensei que você fosse um CEO e aí eu iria te obrigar a me levar com você. Mais vejo que você é um pobre homem.
Ela fala de um jeito tão descontraído, que me pego fascinado.
Nikolay: Pobre homem ?
Elisa: Sim. Logo não teria condições de me tirar daqui.
É impossível não sorrir, ela tirou suas próprias conclusões. Realmente não sou um CEO, sou bem pior do que isso. Vejo ela terminar de comer e mais uma vez a curiosidade me consome.
Nikolay: Me emprestar seu celular ?
Elisa: Claro! Está no sofá.
Ela levanta e vai buscá-lo.
Nikolay: Se importa se eu fizer uma ligação no seu quarto ?
Elisa: Não.
Eu vou para o quarto, eu preciso agradecer a ela de alguma forma. Talvez, possa a ajudar com seus estudos. Ser garçonete pode ser um tanto perigoso, para uma garota tão jovem e ingênua. Disco o número de Javier e após o quinto toque, ele atende.
Javier: Olá, senhorita Nowak.
Nikolay: Javier, aqui é o Nikolay Turgueniev.
Javier: Oh, senhor Nikolay? O que deseja ? E porque me liga do número da minha funcionária.
Nikolay: É uma longa história, meu amigo. Preciso te pedir um favor, quero que você demita a senhorita Nowak. Estou precisando muito de uma assistente. E ela me parece perfeita.
Javier: Como o senhor quiser. Mais essa noite, estamos com baixa de funcionários depois do que ocorreu ontem. Você está bem ?
Nikolay: Sim, estou bem. Não avise a ninguém que te procurei. E faça o que te pedi, irei te recompensar por isso.
Javier: Tudo bem! Tenha uma boa noite.
Ele desliga e volta para a sala, onde Elisa está sentada lendo um livro. Ela parece muito concentrada.
Nikolay: Você não tem que ir trabalhar ?
Elisa: Está querendo se livrar de mim ? Dentro da minha própria casa ?
Ela fala com as sobrancelhas arqueadas.
Nikolay: Não, só não quero que você se atrase.
Ele fala em um tom calmo, mas marcante. Ele está mais a vontade agora.
Elisa: Você é russo, mesmo ?
Nikolay: Sim, sou.
Ela se senta cruzando as pernas e o encarando, o deixando desconfortável.
Elisa: Eu quero conhecer a Rússia um dia. Você poderia me levar, para conhecer.
Ela fala empolgada.
Nikolay: Mais você estuda e trabalha. – Ele rebate.
Elisa: Se nos tornamos amigos, eu posso te visitar.
Nikolay: Quem sabe!
Ela levanta esperançosa. Quem a conhece sabe, o quanto ela quer crescer na vida. Ela quer viajar, trabalhar e se tornar independente. Mas por Kate a prender tanto, ela não teve tantas oportunidades.
Elisa: Vou trabalhar! Não abra a porta para estranhos, pode ser perigoso.
Ela pega sua bolsa e sai, ele balança a cabeça em negação e murmura.
Nikolay: O seu maior perigo não está fora de sua casa e sim, dentro dela.