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Seguimos em silêncio, passamos nos containers e seguimos para a cidade. Os kg irão de avião e não podemos estar relacionados. Até então, a federal apenas conhece nossos nomes falsos, nada relacionado a nossa família. Chegamos a uma das propriedades do meu irmão, uma pequena boate.
Nikolay: Vai entrar ? – Pergunto já sabendo a resposta.
Konstantin: Claro, preciso ver como anda as coisas e também preciso de uma dose de tequila para aliviar o estresse. Você vem ? –Ele fala sorrindo.
Nikolay: Claro! Uma dose de tequila é sempre bem vinda.
Entramos e sentamos na sessão vip, hoje não vamos trabalhar e sim nos divertir. Mas é impossível não encontrar alguém que queira ficar do nosso lado, para lucrar. Após algumas doses e meu irmão já tá zoado, eu não consigo mais aguentar e pergunto:
Nikolay: Kon, porque você trai a sua esposa ? Sendo que você a trata tão bem e tem seus filhos cara. Dois filhos lindos e uma família perfeita!
Ele me olha de lado, acho que surpreso. Eu sempre fui imparcial diante desses assuntos.
Konstantin: Eu amo ela, Kolya. Mas ... Eu sou homem, tenho minhas necessidades.
Ele fala frio e distante.
Nikolay: Se ama tanto, não deveria fazer isso.
Konstantin: Você não sabe de nada, já que é solteiro. –Ele rebate.
Nikolay: Por isso mesmo. Pretendo viver sem amarras e aí não magoarei ninguém.
Konstantin: Vou me lembrar disso, Kolya. Vou me lembrar disso!
Nikolay: Eu não quero ser escravo de mulher, não quero nenhuma mulher que me tire os meus sentidos. Eu me recuso a isso.
Konstantin: Eu daria a minha vida por minha família, por isso te escolhi como padrinho da Kalynne. Quero que você proteja minha família, caso algo aconteça comigo.
Nikolay: Não precisa pedir, eu amo seus filhos como se fosse meu. E vou te dizer mais, um dia ... –Tomo mais uma dose de tequila. –Quando eu pensar em casamento, quero escolher bem minha esposa. Quero escolher a mulher que eu ache que se encaixe no meu mundo, porque eu não quero qualquer uma para ser a mãe dos meus filhos. – Digo olhando nos olhos dele.
Konstantin: Você está certo. Você sempre está! –Ele sorrir. –Eu sou um tremendo de um filha da puta. Que minha mãe me perdoe.
Nós rimos juntos. Apesar de não termos a mesma a mãe, jamais julgarei meu pai e ele deveria ser como Kon. Um verdadeiro mulherengo, mas minha mãe me educou diferente e a mãe de Kon, também é maravilhosa. Queria que a mãe de Máximus, também estivesse viva, talvez ele não fosse tão solitário. Nossa família é obrigada a ficar espalhada, o negócio fica na Rússia. Mas a família de Kon é Polonesa, a mãe dele e consequentemente, a família que formou também reside na Polônia. Mas eles precisam se mudar urgentemente, a mansão dele está ficando visada pelo governo e por nossos inimigos. Saio dos meus devaneios com Yakov, me ligando.
Yakov: Patrão, é melhor vocês virem para cá. –Ele fala um tanto nervoso. – Patrícia se recusa a ir com os outros.
Nikolay: – Droga!
Yakov: O avião está pronto para a Romênia, mas ela é a única que disse irá ficar.
Nikolay: Esteja com tudo preparado. Estamos indo aí! – Desligo.
Olho para meu irmão, já se engraçando com uma mulher. Eu me aproximo e o puxo, ele me olha furioso, mas não ligo.
Nikolay: Precisamos voltar para mansão, agora! –Grito, pelo barulho estrondoso.
Konstantin: O que houve ?
Nikolay: Sua mãe não quer ir para Romênia. Se ela insistir em ficar lá, ela vai morrer.
Ele me olha indignado. Sua mãe sempre teve uma personalidade forte e é difícil tirar algo de sua cabeça, quando ela já está decidida.
Konstantin: Merda! Camile já tinha se encarregado de convencê-la.
Camile é a esposa de Konstantin. Ela mora com sua sogra e seus dois filhos, embora Konstantin só tenha vinte e oito anos, sua vida sexual sempre foi bem ativa. Meu sobrinho mais velho tem onze anos e minha afilhada tem cinco. Nós demoramos a nos conhecer, ele não foi como Máximus que cresci com ele. Entramos dentro dos carros e seguimos para a Chocholów, onde está a atual mansão de Konstantin.
Máximus deve está lá, ele ficou de levá-las em segurança, de acordo com as tramatas legais para a Romênia. Já preparamos documentos falsos para todos, na expectativa que meus sobrinhos possam levar uma vida normal, com outro sobrenome. Porque na hora que a bomba explodir, que são os Turgueniev que é a poderosa família por trás do narcotráfico a nova geração sofrerá até o fim de suas vidas.
Não demorou cerca de uma hora para chegarmos, entramos e Konstantin vai verificar sua esposa e vê se tudo já está pronto. Eu vou conversar com Patrícia, preciso convencê-la de vir conosco. Entro na cozinha onde ela prepara um sopa de carne, o cheiro está ótimo.
Nikolay: Tia, como a senhora está ? –– Me aproximo dando um beijo em sua testa.
Patrícia, já é uma senhora. Tem quarenta e nove anos, cabelos começando a ficar grisalhos. Rosto afilado e olhos pequenos, magra e alta, assim como Kon.
Patrícia: Eu estou bem meu filho! E você ? – Ela fala com sua voz doce.
Nikolay: Eu poderia estar melhor, se a senhora não tivesse se recusando a ir com os outros. A senhora sabe que aqui, corre grande perigo.
Patrícia: Não vou falar sobre isso! Eu não vou e ponto final... Eu nasci e me criei aqui, Kolya. Como eu poderia abandonar minha cidade ? –Ela fala, visivelmente triste.
Nikolay: Não será para sempre, é só por um tempo. Só até às coisas se acalmarem.
Patrícia: Eu não pedi para meu filho, ser assim. Certo, eu apoiei no início ... Mas não queria que as coisas chegassem a esse ponto. Eu não queria que ele tivesse conhecido seu pai.
Ela fala com grande pesar e ela tem razão. Nascer nessa família é a pior desgraça, mas também é uma benção. Somos unidos, sem traições... Somos todos por um, mas ela nunca entenderia. Já que meu pai a fez sofrer tanto, a abandonado grávida.
Nikolay: Tia, por favor! Poderemos te colocar em uma outra casa se preferir Na antiga casa de vocês. Mas por favor, venha. –Ele súplica.
Patrícia: Se você tocar nesse assunto outra vez, te jogo para fora daqui agora.
Ela diz em um tom bem humorado, mas as lágrimas inundam seus olhos.
Patrícia: Vem aqui, menino bonzinho. Me dê um abraço!
Nikolay: Não me chame assim, por favor. – Falo sorrindo.
Patrícia: Eu sempre soube, que dos três irmãos você é o mais puro.
Nikolay: Obrigado, tia.
Nos soltamos do seu abraço de leoa e Kon entra já debatendo com ela.
Konstantin: Mãe, sinto muito mas você vai com as crianças ... – Mas ela o corta.
Patrícia: Se não quiser sair daqui debaixo de porrada, é melhor calar essa boca. Eu já disse que não vou.
Eu saio para a sala. Isso não é um assunto que me interesse! Eu sei como a mãe de Kon é cabeça dura. Convencer ela, vai ser a mesma coisa que dar murro em ponta de faca. Eu sigo de volta para a sala, onde a minha princesa dorme no sofá. Tudo já está pronto e o jatinho também, agora é só partir. Me aproximo da coisa mais linda que a vida me deu, minha sobrinha e afilhada. Eu sorrio ao vê-la parecendo um anjinho, tão linda. Cabelos loiros como de um anjo querubim, pele pálida como uma russa pura.
Ela não se parece com a mãe e sim com o Kon, toda beleza dela é do meu irmão. Apesar de eu ser um russo também, tenho os cabelos bem pretos, minha mãe é mexicana. Então eu lembro muito ela, do meu pai eu puxei apenas a cor pálida. Quando me abaixo perto dela, um tiro rompe a porta de vidro. E ela levanta assustada, até eu me assusto. Camile corre para a sala e eu coloco Kalynne no chão.
Nikolay: Apaga a luz, Camile. Apaga! –Grito para ela que faz o mesmo e corre para perto da filha.
Eu corro para a enorme janela e revido. Não sei qual é a situação, mas não estamos em grande número e isso pode ser um enorme problema. Os tiros se intensificam e é cada vez mas perto.
Nikolay: Corre cunhada, eu te dou cobertura. –Me coloco a colete das duas, mas logo lembro. Onde está o maldito do meu irmão ?
Saímos dali e entramos no enorme corredor, Kalynne reclama do barulho enquanto corro com ela nos meus braços. Camile nos segue e Yakov faz a nossa proteção por trás. Conseguimos chegar a área de trás, mas os tiros continuam. Ainda bem que ainda temos uns homens de pé, para ganhar tempo enquanto fugimos para o heliponto adentro a propriedade.
Olho desesperadamente, a procura de Konstantin. Quando o vejo de longe, dando tudo de si para nos proteger
Mais ainda prefiro que ele leve sua família e eu assuma as rédeas. Quando saímos a céu aberto, próximo ao ponto do helicóptero somos surpreendido por mais três filhos da puta e a bizarra Eleonor Riveros, um caso do meu irmão que nunca superou o término.
Konstantin: Vamos dar cobertura para Camile e as crianças correrem, com Marcos e Vinícius. Enquanto eu, você e Yakov cobrimos.
Nikolay: Tudo bem! –Ele faz sinal e assumimos nossas posições, como um colete a prova de balas para a família dele.
Gael, segurança pessoal de Kalynne corre com ela nos braços. Os outros eu não vejo. Eles conseguem passar e continuamos a atirar, ainda temos dois deles vivos. Mais um grito estridente, ecoa nos meus ouvidos.
Kalynne: Papaiii!!! –– De alguma forma, Kalynne vem correndo no meio do tiroteio.
Eu não tenho de pensar, apenas matar o filho da mãe que está mirando nela, enquanto ela corre em nossa direção. Konstantin corre até ela, a segurando quando um tiro mais veloz é disparado em direção a eles e eu o vejo cair os dois abraçados no chão diante dos meus olhos. Yakov reage acertando um tiro em cheio bem no meio da cara do desgraçado e o outro foge, enquanto eu corro para verificar a situação dos dois.
Olho para aquele pequeno anjo, com sua barriga coberta de sangue. E eu viro meu irmão vendo que a dele também. Verifico e ela está bem, mas o tiro pegou em Konstantin. Menos mal, somos acostumados e ele se trata depois, está ótimo. Quando a adrenalina fala mais alto, ele levanta correndo com ela e nós fazemos o mesmo. Chegamos ao helicóptero quando Thiago vem correndo. Thiago é responsável por uma equipe que verifica as câmeras de segurança.
Thiago: Patrão. –Ele grita, enquanto corre se aproximando. – A sua mãe não quis vim.
Congelamos e falamos em uníssono.
Konstantin: O que ?
Nikolay: O que ?
Konstantin: Como você deixou minha mãe lá, seu maluco ? – Ele grita.
Nikolay: Vamos buscá-la. –Falo sem pensar duas vezes.
E ele assenti, autorizando a partida do helicóptero. Voltamos por trás para encontrar Patrícia. Corremos como loucos, o ruim de propriedade muito grande é isso, tudo demora a chegar. Mas também há mais lugar para se esconder.
Eles descem correndo a escadaria que leva para a cozinha, ela é na parte mais baixa da casa e fica em frente ao porão. Patrícia escuta os passos correndo em sua direção e logo se prepara para o ataque, pegando seu rifle e o alimentando. Ela aponta em direção para a escada.
Patrícia: Parece que eles vem aí, pois eles vão me encontrar. –Diz ela, com ódio.
Quando eles passam pela entrada da cozinha, ela atira. Kolya e Kon se abaixam gritando.
Nikolay: Somos nós, ô mulher. –Ele cai assustado na escada.
Konstantin: Mãe, somos nós. –Ele grita também abaixado.
Patrícia: Mas o que diabos vocês estão fazendo aqui ?
Eles se aproximam.
Konstantin: Ou a senhora vem com a gente, ou vamos morrer todos aqui.
Patrícia: Eu já disse que não vou! – Diz ela, em um tom exagerado. Mas muda ao ver a camisa de Konstantin, com sangue.
Patrícia: O que aconteceu ? –Ela fala preocupada.
Konstantin: Não foi nada.
Nikolay: Vamos, vamos... –Ele sai a puxando e Konstantin atrás.
Patrícia: O que aconteceu ?
Konstantin: No caminho a gente explica.
E eles saem correndo, fazendo o mesmo trajeto de onde vieram.