Contrato com um gângster
img img Contrato com um gângster img Capítulo 4 Presa com o gângster
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Capítulo 11 Não mexa nas minhas coisas img
Capítulo 12 Os termos do acordo img
Capítulo 13 Uma loucura passageira img
Capítulo 14 O rival img
Capítulo 15 Seja boazinha img
Capítulo 16 Eu não dormirei com você img
Capítulo 17 Um gângster paranoico img
Capítulo 18 Você é casada img
Capítulo 19 Orgulhosa e ingênua img
Capítulo 20 Uma espiã img
Capítulo 21 Um pervertido img
Capítulo 22 Eu não sou uma ladra! img
Capítulo 23 Cooperação perfeita img
Capítulo 24 A confusão no hospital img
Capítulo 25 Não seja tola img
Capítulo 26 Entre a vida e a morte img
Capítulo 27 Um gângster apaixonado img
Capítulo 28 Um beijo apaixonado img
Capítulo 29 Eu cuidarei de tudo img
Capítulo 30 Um traidor img
Capítulo 31 Não precisa ter vergonha img
Capítulo 32 Eu vou te proteger! img
Capítulo 33 Estás belíssima, amore mio! img
Capítulo 34 Ti amo, bella mia! img
Capítulo 35 A moeda de ouro img
Capítulo 36 Amargas lembranças img
Capítulo 37 Dominado pela paranoia img
Capítulo 38 Raiva e desejo img
Capítulo 39 A sede de vingança img
Capítulo 40 A fuga img
Capítulo 41 O sequestro da médica img
Capítulo 42 Estou grávida! img
Capítulo 43 O teste de paternidade img
Capítulo 44 Encontre a traidora img
Capítulo 45 A magia do amor img
Capítulo 46 Enganando o capo img
Capítulo 47 Ela está morta img
Capítulo 48 Para onde ela foi img
Capítulo 49 Um refúgio img
Capítulo 50 Um vulto na janela img
Capítulo 51 Não confio em você img
Capítulo 52 Não te perdoo img
Capítulo 53 Detalhes sórdidos img
Capítulo 54 A médica destruiu a nossa família img
Capítulo 55 Um acerto de contas img
Capítulo 56 Epílogo img
Capítulo 57 Trecho do livro Tudo Por Ela - Amor & Vingança img
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Capítulo 4 Presa com o gângster

Na manhã seguinte, os raios de sol invadiram o quarto enquanto a médica avaliava o seu paciente verificando os curativos. Examinou-o com calma e sorriu ao observar os olhos de Enrico se abrindo lentamente.

- Buongiorno! - Ela esboçou um sorriso complacente.

Quando, enfim, recobrou os sentidos e a visão já não estava mais embaçada, Enrico se surpreendeu com a incrível semelhança entre aquela médica e sua falecida mãe.

À semelhança era tão grande que ficou estupefato, ele quase esqueceu o motivo de estar ali. Quando os seus olhos encontraram as pupilas cor de jabuticaba de Lívia, algo especial aconteceu dentro dele, não conseguia parar de olhar para aquela mulher.

Percebendo o olhar insistente, Lívia afastou-se um pouco, jeito como ele a encarava parecia devastar-lhe a alma.

- Tem algum parente que eu possa informar que o senhor está na clínica?

- Não! - Ele se levantou tão rápido que as têmporas latejavam.

Havia uma faixa em torno de sua cabeça. Enrico franziu o cenho ao sentir a dor, mas não deixou que aquilo o abalasse.

- Para onde você me trouxe? - Ele deu um puxão em seu braço assim que saiu da cama.

O rosto de Lívia empalideceu, não esperava que o paciente fosse tão agressivo depois de tê-lo socorrido.

- Trouxe o senhor para o Hospital- respondeu, indignada. - deveria ser mais grato.

- Pelo quê? - Ele perguntou entre dentes.

- Por salvar a sua vida. Você estava desmaiado naquela calçada, debaixo da chuva, se esvaindo em sangue quando te encontrei. Não foi fácil te arrastar para o meu carro e muito menos te colocar nessa cama.

- Não fez mais que a sua obrigação.

- Você é mal-educado! - A médica retrucou.

Lívia não costumava agir daquele jeito, mas aquele paciente causou-lhe tamanha fúria que ela não teve reservas quanto a devolver a rispidez.

- Pode me informar o nome de algum parente? O senhor já está de alta... - ela abaixou o rosto e verificou o último exame na tela do computador. - Além disso, preciso saber como será a forma de pagamento pelos custos da internação, dos exames e dos serviços prestados.

Enrico cambaleou até a bandeja com vários instrumentos cirúrgicos, pegou o bisturi e apontou para a mulher acuada.

- Não tenho ninguém! É melhor ficar quietinha ou as coisas não ficarão ótimas para o seu lado.

Ele continuou ameaçando a médica para manter o seu paradeiro em segredo. Temia que os gângsteres da máfia rival tivessem seguido o carro de Lívia e estivessem esperando ele sair da clínica.

- Quero que me ajude a tomar um banho, - o pedido soou mais como ordem.

- Não sou a sua enfermeira, - ela se recusou. - Se você não percebeu, o banheiro deste quarto não tem chuveiro.

- Estou mandando você vir, - ele aumentou o tom da voz. - Não precisa tocar lá embaixo, - piscou.

O homem emitiu um grunhido ao avaliar a manga rasgada do blazer. Tocou na altura do abdômen e sentiu o tal livro caixa que recuperou para o tio.

- Esse terno foi feito sob medida. - Olhou para a faixa branca com mancha vermelha que envolvia a sutura em seu braço. - Não devia ter cortado. O tecido desse blazer vale mais do que essa clínica!

A médica deu de ombros, ignorando a reclamação do paciente irritado. Encheu uma bacia pequena com água e pegou um pano.

Do outro lado do quarto, ele retirou a pistola e o pequeno livro da cintura. Discretamente, escondeu tudo debaixo do travesseiro. Tirou o que sobrou do blazer e em seguida, ele abriu o cinto. Tirou a calça, apenas uma cueca preta o impedia de estar totalmente nu.

Lívia ficou pasma ao vê-lo assim, o rosto enrubesceu diante da indiscrição de seu paciente. Não era a primeira vez que via um homem seminu, mas nunca passou por tal situação no ambiente de trabalho.

- O que está esperando? - Os olhos inquisidores se fixaram na médica.

Tentando se abster da sedução que emanava daquele homem, ela ignorou o peitoral com músculos que se expandia até os ombros e cada relevo muito bem definido do abdômen. Em silêncio, ele sentia a mão delicada deslizando o pano por sua pele, removendo a sujeira de seu corpo.

- Não vou lavar lá embaixo. - recusou com veemência.

Furioso, Enrico tomou o pano de sua mão enquanto ordenava que ela trouxesse algo para comer.

- Tem alguns biscoitos na gaveta da minha mesa.

- Então pegue! - Exigiu. - Estou com fome - reclamou rudemente.

A médica abriu a gaveta da escrivaninha branca e retirou um pacote, olhou para o telefone, num ímpeto de emoção, a mulher assustada cogitou a ideia de retirar o aparelho do gancho sem ele perceber.

- Doutora Ricci, - as pupilas azuis olharam do crachá para o rosto anguloso da médica - a senhorita não faz ideia de quem sou e do que posso fazer com esse maldito Hospital caso você toque nesse telefone.

- Eu devia ter te largado naquela calçada! - Reuniu forças para retrucar. - Não sei em que briga você se meteu e nem quero saber, realmente não me importo com sua vida!

- Pensei que a senhorita tinha feito o juramento - esboçou um sorriso debochado.

Lembrou-se da voz da médica sussurrando algo sobre isso pouco antes de lhe aplicar a injeção que aliviou a dor de seu ferimento. Enrico estava fingindo estar inconsciente para saber do que aquela médica era capaz.

- Tem alguma roupa que me sirva? - Ele desviou do assunto.

O terno estava sujo de terra e sangue, além de estar molhado, precisava de uma roupa limpa.

Lívia saiu de trás da mesa, foi para o lado oposto onde ela pegou um avental capote azul. A médica se virou e deu três passos até o homem seminu que, mesmo se recuperando, exibia a boa forma com orgulho. Ela entregou o pacote de biscoito para Enrico e em seguida, deu a roupa para o paciente se vestir.

- Por favor, se vista e vá embora. Daqui a pouco, atenderei os outros pacientes.

Enrico enfiou a mão debaixo do travesseiro de onde retirou a arma, logo em seguida, apontou o cano da pistola para a médica.

- Já estou me cansando da sua atitude - vociferou. - Faça o que eu mandar!

As batidas fortes deixaram-no em alerta. Enrico vincou a testa e ao encarar Lívia novamente.

- É o entregador. - explicou, tentando manter a calma. - Ele traz os remédios, seringas e outros insumos diariamente.

Enrico vestiu o avental cirúrgico e segurou novamente o braço da médica.

- Mande ele ir embora!

Lívia caminhou lentamente até a entrada principal do Hospital enquanto Enrico apontava a arma para as suas costas. Ela destrancou e girou a maçaneta bem devagar.

- Buongiorno, doutora!

O entregador viu o rosto e parte do corpo da doutora Ricci pela fresta da porta.

- Olá!

A médica olhou para o lado, tentando enviar sinais de que estava em perigo, mas ele não percebeu.

- Assine aqui, por favor! - Entregou a prancheta.

Ela rubricou e pegou a caixa pequena. Agradeceu o jovem rapaz com um sorriso contido.

- Como está a sua filha? - Ela indagou.

- Está muito sapeca, os dentinhos estão nascendo.

- Que maravilha!

Sentiu o cano da pistola apertando contra as suas costas, o risco estava aumentando, não tinha outra escolha a não ser dispensar o entregador.

- Arrivederci!

Com a mão direita, Enrico segurou firmemente o ombro da médica e puxou-a antes de trancar a porta e levá-la de volta para o quarto.

- Sente ali! - Apontou para a poltrona de couro preto ao lado da cama. - Não faça nenhuma gracinha!

Colocando a arma sobre a cama, Enrico abriu o pacote de biscoitos e começou a comer. Não conseguia tirar os olhos da médica, temia que Lívia fizesse algo que alertasse ao entregador.

            
            

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